«É simbólico que uma cidade, que reconhece numa mulher de profunda fé como Chiara Lubich um símbolo de paz, se reencontre – depois de 10 anos com uma Administração de direção política diferente – para recolher a sua herança”. Com estas palavras, o novo bispo de Cápua, D. Salvatore Visco, dirigiu-se aos participantes do simpósio sobre “Chiara Lubich, mulher do diálogo», no dia 23 de novembro, no teatro Garibaldi em Santa Maria Cápua Vetere, na região de Nápoles.

«Partindo desta cidade pode-se mudar o mundo, porque os episódios que contaram demonstram que a mudança já aconteceu em muitos de vocês». Foi a afirmação de Maria Voce, presidente dos Focolares, aos jovens, sobre o empenho deles contra a ilegalidade e outras chagas sociais, em favor do meio ambiente e em querer assumir a responsabilidade das próprias cidades.

«Não se trata de um diálogo abstrato entre pessoas ou religiões – esclareceu Maria Voce –, mas um diálogo que é um estilo de vida. Não uma atividade, mas um modo de ser, que deve ser alimentado com o amor, a misericórdia, a capacidade de perdoar, porque somos irmãos e filhos do mesmo Deus».

Na sua reflexão o filósofo Aldo Masullo definiu o diálogo como «o caminho para superar o desespero da solidão, porque a guerra nasce do desespero, enquanto a paz se baseia na confiança que é a sua raiz na veracidade».

Nasser Hidouri, Imã da Mesquita de San Marcellino (Caserta), testemunhou a vida que nasce do «não temer as diferenças» e do «não se deixar condicionar pelos problemas criados pelas minorias violentas», conscientes de que «para as perguntas às quais não encontramos respostas hoje, encontrarão os nossos filhos amanhã».

Alberta Levi Temin, da Amizade Hebraico-Cristã, sobrevivente da perseguição nazista em Roma, quando ainda era criança, atualmente com 90 anos, vê a humanidade “como uma pirâmide com múltiplos lados na base, constituídos por religiões, povos e culturas que conduzem para o vértice, Deus, o qual se encontra à mesma distância de cada um”.

Houve ainda o testemunho de Antonio Casale, diretor do “Centro Fernandes” para o acolhimento dos imigrantes, em particular da África subsaariana: “Mais importante que as camas, as refeições e os medicamentos que oferecemos, é o empenho em devolver a cada um a própria dignidade”.

Diante da problemática situação econômica e social da região, ecoou positivamente a voz do empresário antiracket Antonio Diana, cujo pai foi assassinado pela camorra: “É possível fazer empresa sem se adequar aos costumes da corrupção e sem descer a compromissos”, estando prontos a pagar também com a própria pessoa.

O simpósio mostrou os frutos de um diálogo amplamente vivido, que deu aos participantes a esperança de que um futuro melhor dependa da contribuição de cada um no presente.

Domingo, 24 de novembro, Nápoles acolheu mais de 2000 pessoas das comunidades dos Focolares, provenientes da Campania, Puglia, Basilicata, com representantes da Albânia. No início do dia, o prefeito de Nápoles, Luigi Magistris, deu uma saudação e agradeceu aos participantes. A seguir, houve um diálogo aberto com Maria Voce e o copresidente Giancarlo Faletti. Os temas abordados foram: o empenho e a responsabilidade civil e política, as escolhas cruciais dos jovens, o posicionamento diante dos sofrimentos e das dificuldades da vida, a formação das novas gerações, o estímulo e as expectativas do Movimento ao serviço da humanidade e para contribuir para a realização da fraternidade.

No dia 25 de novembro em Capua, Maria Voce proferiu uma Aula Magistral sobre “Jesus Abandonado, luz para a teologia”, na abertura do Ano Acadêmico do Instituto Superior de Ciências Religiosas “San Roberto Bellarmino”, na presença de bispos de várias dioceses da região da Campania.

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