“Somos uma nova geração que deseja assumir o leme da Economia de Comunhão. Sabemos que somos inexperientes e imaturos no setor, mas, estamos felizes ao experimentar que esta é exatamente a nossa força, não queremos parar de sonhar”. Liliane Mugombozi, jornalista queniana, colheu este depoimento de um jovem camaronês que participa da Escola Internacional de Economia de Comunhão (EdC), realizada nos dias 22 a 26 de maio, na Mariápolis Piero, centro dos Focolares, nas proximidades de Nairóbi, no Quênia.
“Entrando naquela sala – ela escreveu – era impossível não perceber a energia de um povo jovem: vigoroso, cheio de expectativas, esperança, aspirações e sonhos quase impensáveis em meio a todos os desafios do continente deles.”
São estudantes de economia, desenvolvimento, ciências sociais, empresários e interessados no setor. São provenientes de todas as regiões subsaarianas e também do Líbano, Egito, Itália, Hungria, Argentina, Brasil, Chile, México e Austrália.
Entre as mensagens provenientes de várias partes do mundo, foi recebida, com um grande aplauso, a mensagem da Reitora da Universidade de Cagliari, Professora Maria Del Zampo que, recordando o doloroso evento dos massacres dos jovens estudantes em Garissa, quis lembrar aos jovens participantes do evento a importância das estruturas de instrução, encorajando-os a levar adiante o próprio desejo de viver e difundir os ideais da EdC.
Vittorio Pelligra, um dos professores, apresentou o método, a rota e o mapa do caminho daqueles dias: a reciprocidade aplicada. “É uma escola especial de diálogo, de partilha, na qual compartilhamos as nossas intuições, as nossas dúvidas, os nossos projetos e sonhos; somos todos protagonistas e, desta forma, estamos dispostos a doar tudo e a receber tudo, de todos!”
Após a apresentação de uma breve história da Economia de Comunhão, nascida e desenvolvida desde 1991 até hoje, surgiu uma pergunta: A EdC é um caminho para a África? O diálogo entre docentes e participantes envolveu todos os presentes, com um entusiasmo contagiante. “Como fazer para influenciar os nossos governantes?”, alguém perguntou. “Nós jovens estamos cansados de ser usados pelos políticos, como alvo nos manifestos deles. Não somente nós, mas, o mundo espera novos métodos como referências… a EdC é uma das soluções, nós estamos convictos disto.”
Não faltou o olhar aos desafios e aos recursos dos jovens daquele continente: a crise de identidade na sociedade globalizada, a pobreza, os conflitos e a família alargada, a “fuga” das pessoas mais capazes que deixam o continente e a falta de emprego, a educação sempre mais internacionalizada, sem levar em consideração a formação e as necessidades atuais da sociedade que os circunda.
Já nos primeiros passos da escola, comentou Liliane Mugomobozi, “os jovens participantes, pelo conhecimento de categorias econômicas novas, já entrevêem um futuro melhor e não vêem a hora de retornar aos próprios países para difundi-lo ao maior número possível de pessoas.” Os professores narram também as próprias histórias de vida, que os conduziram a escolhas comprometidas. Nasce um profundo diálogo: professores e estudantes partilham sonhos, frustrações, desesperança, mas, também, pequenas e grandes histórias de sucessos. Conversaram sobre a crise econômica mundial e o seu impacto nos países em via de desenvolvimento, sobre as multinacionais, a ONU, sobre os grandes temas como o climate change e as relações internacionais. Os jovens provenientes das regiões de mineração do Katanga (Congo) demonstraram-se hábeis conhecedores do drama que os atinge.
E um grande sonho toma forma: jovens, antes, ainda muito jovens entusiastas pela vida, crêem profundamente no ideal do Mundo Unido, ideal que partilham com muitos outros jovens do mundo inteiro e não só. Partilham também um sonho: nada menos que “o sonho de Deus”, como certa vez disse Chiara Lubich exatamente a eles, aos jovens. Um sonho que nunca perderão de vista nem mesmo quando se tratará de fazer escolhas importantes, como o curso universitário, para ter um impacto na sociedade e para realizar, concretamente, não só com palavras, uma sociedade justa, digna para todo ser humano.
Após a conclusão da escola, no dia 26 de maio, teve início o Congresso Internacional EdC: empresas, empresários e trabalhadores juntos; ambiente no qual o ideal torna-se práticas empresariais, desafios existentes no campo do trabalho, escolhas criativas. Entre os temas a serem tratados estão: criatividade e comunhão, cultura de comunhão, empresa e trabalho, pobreza e riqueza, e, ainda, digamos sim a uma Economia de Comunhão. Temas que se traduzirão em oficinas sobre política, micro-finança e pobreza, startup, estudiosos e jovens pesquisadores, management, redes de empresários e EdC em diálogo com as culturas africanas.
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COME DICEVA CHIARA : NON BISOGNA DARE IL PESCE A CHI A FAME MA INSEGNARGLI A PESCARE … L’ ECONOMIA DI COMUNIONE E’ UNA RISPOSTA ALLE SOFFERENZE ,ALLE GUERRE ED ALL’EMIGRAZIONE DEI POPOLI AFRICANI NELLA SPERANZA VANA DI UN FUTURO MIGLIORE ….