“ Diante da extrema especialização e uso da tecnologia que reduziu a medicina a mera dimensão biofísica do ser humano, evidenciou-se a prioridade da dimensão espiritual e a estreita relação que existe entre ambiente, condições socioeconômicas e saúde. Diminuir o desnível entre ricos e pobres, incentivar a solidariedade significa portanto também diminuir doenças e despesas sanitárias”. É o que afirma a professora Flavia Carreta, presidente internacional da Associação Medicina Diálogo Comunhão, que falou sobre o projeto saúde integral da pessoa humana no Simpósio “ Saúde integral – desafios e prioridades na América Latina” promovido pela Associação Paulista de Medicina ( APM) e a Associação brasileira “ Saúde, diálogo, Comunhão”, rede de profissionais da saúde que se inspiram na espiritualidade da Unidade, do Movimento dos Focolares. Um tema “quente” é o que demonstraram as manifestações contra os cortes na saúde e a utilização de dinheiro público para a Copa do Mundo em abril deste ano e a longa onda de protestos que ocorreram no ano passado, em que milhares de pessoas foram às ruas para protestar, entre outras coisas, contra a precária situação da saúde no Brasil. No evento que se realizou em São Paulo em agosto passado, participaram médicos, professores universitários, estudantes e vários profissionais da saúde provenientes de todo o Brasil, da Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile que abordaram o grande tema da saúde integral da pessoa. Outro ponto estratégico colocado em evidência foi a assim chamada, “revolução dos pacientes”, que são chamados a serem protagonistas ativos da própria cura em colaboração com os médicos, deixando de serem sujeitos passivos. E ainda: foi evidenciada a responsabilidade dos cidadãos, chamados à participação social em relação ao SUS.
Como resultado de um frutuoso debate emergiu um projeto articulado que pode contribuir para delinear um modelo de política sanitária como resposta às expectativas, não somente do Brasil, mas também de outros países da América latina. Um modelo de saúde integral – segundo o dr. Ruy Tanigawa – membro do Conselho regional de Medicina do Estado de São Paulo – “ que pela sua importância social está destinado a propagar-se”. É este o empenho assumido pelos participantes, na conclusão do evento, que consolidaram e ampliaram a rede de colaboração em nível regional e nacional estendendo-a também em nível latino americano e internacional.
Pequenos atos, grande impacto
Pequenos atos, grande impacto
0 Comments