Jul 7, 2014 | Focolare Worldwide
“A Bíblia que o mundo mais lê é a que vê em nós”. Com estas palavras o vencedor do Prêmio“Luminosa pela Unidade” 2014, o rev. John Armstrong, questionou o público durante a mesa-redonda do dia 12 de junho na Mariápolis Luminosa (Hyde Park, Nova Iorque). “Como é possível entender a Bíblia quando os cristãos estão divididos entre si? – insistiu -. Se as pessoas pudessem ler, em nós cristãos, a mensagem fundamental do Evangelho – ‘amai-vos uns aos outros como eu vos amei’ (Jo 13,34) – entenderia a sua essência”. O rev. John Armstrong é o fundador da ACT3network (Advancing the Christian Tradition in the Third Millennium). O seu ministério iniciou focalizando a renovação espiritual, e abriu-se posteriormente ao que ele chama de “ecumenismo missionário”, especialmente entre os cristãos evangélicos. No discurso de aceitação do prêmio ele citou a fundadora dos Focolares, Chiara Lubich: “No cristianismo, o amor é tudo”. E acrescentou que “se os cristãos acreditam verdadeiramente nesse amor puro, a consequência é a presença de Jesus no meio deles (Mt 18,20)”. Segundo ele, é apenas nessa ótica que pode-se esperar a renovação, não apenas da teologia e do ecumenismo, mas dos vários âmbitos da atividade humana. “O nosso business – afirmou – é o de viver o Evangelho em comunidade, estar unidos pelo Espírito por meio do vínculo da paz”. Durante a mesa-redonda, cujo título era “Como podemos testemunhar o mandamento novo”, os quatro relatores compartilharam suas histórias pessoais no campo ecumênico. O padre John Crossin, diretor do Secretariado para os assuntos ecumênicos e inter-religiosos da Conferência dos Bispos católicos dos Estados Unidos, convidou a concentrar-se na missão que acomuna os cristãos, ao invés de olhar àquilo que divide. A pastora Elizabeth Nordbeck, ministro da Igreja Unida de Cristo e docente na Escola Teológica “Andover Newton (Massachusetts) contou quatro histórias ecumênicas. Todas salientavam que a amizade e a confiança precedem o diálogo ecumênico e que com frequência estes relacionamentos fraternos ajudam a “levar adiante juntos iniciativas comuns”. “Muitas vezes tendemos a rejeitar algo que não conhecemos ou que nos suscita medo – afirmou Nordbeck – . Ao contrário, necessitamos do outro para aprender a abrir a mente”. O rev. Bud Hackman, diretor da Fundação El Hibri e ex-diretor executivo das Religiões pela Paz dos Estados Unidos, evidenciou a necessidade de saber dialogar com quem não se identifica com uma igreja em particular. Os tempos mudaram, “quando cresci, numa pequena cidade do Ohio, éramos todos cristãos – ele recordou. Um garoto que morava do outro lado da rua não foi à minha igreja. ‘Você é cristão?, perguntei a ele. ‘Não, eu sou católico’, foi a resposta. Ter um amigo católico era uma exceção”. Em 1990, 86% da população dos Estados Unidos declarava-se cristã; em 2001 esse número desceu a 76%. Até 2050 menos da metade da população será cristã. O grupo daqueles que não tem uma fé particular está em crescimento. “É preciso o testemunho do amor recíproco inclusive entre as religiões, com os fatos e não só com palavras – reafirmou – porque são as experiências vividas que incidem sobre nós”. Recordou ainda o congresso do Parlamento das Religiões pela Paz, na Espanha, em 2004, quando a comunidade Sikh ofereceu aos presentes pratos vegetarianos. “No final todos recordavam a hospitalidade, a construção de relacionamentos, mais do que os discursos feitos”. As diversidades de opinião e de convicção, segundo Armstrong, não deveriam impedir o diálogo. “Não pretendo que o outro esteja de acordo comigo, senão não seria diálogo. Trata-se, na verdade, de ter as portas abertas ao outro e ao Espírito que trabalha”. Com o Prêmio Luminosa pela Unidade, desde 1988 o Movimento dos Focolares destaca pessoas ou associações que deram uma contribuição significativa à unidade entre as igrejas cristãs, entre as grandes religiões e com as pessoas de boa vontade. Fonte: Living City
Jul 5, 2014 | Focolare Worldwide
“Eu gostaria de dizer-lhes o meu conceito sobre o sacerdócio e o que significa, para mim, ser sacerdote na atualidade. Por quanto seja possível a uma criatura humana é ser, contemporaneamente, Jesus no Cenáculo e Jesus no Calvário; Jesus das multidões e Jesus do Getsêmani; Jesus dos hosanas e Jesus do grito ‘Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?’; Jesus da morte e Jesus da ressurreição. É ser sempre mais, cada dia um pouquinho mais Jesus, assim como o eterno Pai deseja e dispõe na sua amorosa vontade […]. Que se sirva de mim como quiser. Eu nada tenho; só o momento presente. E neste, poder ou não poder agir, tanto como homem quanto como sacerdote, nada conta, conta somente ser a vontade de Deus, aquela que Ele deseja, para mim.”
Padre Cosimino dirigiu-se aos seus paroquianos nestes termos, por ocasião da festa dos vinte e cinco anos de ordenação sacerdotal, em 1988, já sob uma provação causada pela doença que o levará ao fim da sua experiência terrena, no dia 5 de julho de 1989. Escreveu ainda: “Jesus morreu aos 33 anos e eu não posso morrer aos 49 ou 50? Por quê? Jesus pôde dizer ‘Tudo está consumado’ em um momento que tudo desmoronava ao seu redor e, mesmo assim, o disse. Por que eu penso a muitos projetos, pequenos ou grandes? Para mim tudo estará ‘consumado’ (isto é, levado perfeitamente a termo) se eu permanecer, como Jesus, no desígnio do Pai.” Padre Cosimino nasceu em Gaeta (Itália) no dia 5 de setembro de 1939 e ingressou no seminário em 1950. Durante o período de formação foi exemplar tanto na caminhada espiritual, vivida com grande comprometimento, quando nos estudos. Possuía sempre um profundo desejo: entender como viver para tornar-se santo. Foi ordenado sacerdote em Gaeta, dia 14 de julho de 1963. Um ano depois da sua ordenação, participou de um encontro promovido pelo Movimento dos Focolares, em Ala di Stura, no norte da Itália. Naquela ocasião, como ele mesmo afirmava frequentemente, encontrara a resposta ao seu desejo de santidade, encontrou “O IDEAL”, ele repetiu isto desde aquela época. E, desta forma, valorizava com grande comprometimento tudo o que recebia, procurando não perder nenhuma palavra sequer e o fazia, certamente, para compreender, mas, especialmente para viver a espiritualidade da unidade.
Em 1967 ele foi destinado à Paróquia São Paulo, em Gaeta, como pároco. Lá, com o seu típico estilo pleno de amor e de atenção a todos, especialmente aos “últimos” (jovens mães sem marido, ex-detentos, drogados, pessoas que sofreram ação de despejo, os moralmente desorientados e marginalizados), ele colocou como fundamento na sua comunidade – mirando simplesmente, mas, com determinação e decisão – somente a vivência do Evangelho, em todas as situações e nas condições mais diversas. Não faltaram as ocasiões para tomar posição também frente a situações sociais cada vez mais distantes de uma dimensão realmente humana e cristã. Ele trabalhou muito para o Movimento Sacerdotal e para o Movimento Paroquial, duas ramificações do Movimento dos Focolares. Desta forma, muitas pessoas, no mundo inteiro, puderam conhecer Padre Cosimino, como foi constatado pela grande participação que houve durante todo o período da sua doença.
Um aspecto relevante para compreender a sua vida é a relação de unidade com os outros sacerdotes, construída na passagem de uma mentalidade individualista a uma vida de comunhão. O único objetivo era crescer na unidade, deixando à parte os discursos sobre as novas técnicas de apostolado e de catequese e sobre modernas e atraentes expressões de liturgia, como eram de moda naquela época, para dar lugar à comunhão, como se faz em uma família: bens, salário, despesas, amigos, inspirações, provações, saúde, roupas e idéias. Ele assumiu, de maneira radical e convicta, o símbolo do Movimento Sacerdotal dos Focolares: o lava-pés. Escreveu: “A consideração do lava-pés foi, para mim, fundamental. Porque Ele o fez, devo repeti-lo para os homens desta geração. Dignidade sublime! Mas Cristo, na sua dignidade divina, depõe as vestes e lava os pés dos amigos. Eu, sacerdote, repetirei Cristo desnudando-me da minha honorabilidade falsa e me aproximarei dos homens para levar a eles o lava-pés, a redenção. Lavarei os pés no confessionário, no hospital, celebrando a missa, cuidando dos pobres e dos idosos. Mas, devo despojar-me. Isto é essencial”.
Jul 4, 2014 | Focolare Worldwide
«Eu conheci Chiara Lubich no fim da Segunda Guerra. Fui a Trento visitar aquelas jovens que eram conhecidas porque ‘viviam o Evangelho como os primeiros cristãos’. As palavras de Chiara me colocaram em crise: eu nasci em uma família cristã e participava da Ação Católica, mas eu me dei conta de que a minha religiosidade tinha bem pouco de cristianismo porque, praticamente, eu não vivia o Evangelho. O nosso grupo ia a Trento frequentemente e também Chiara ia à nossa pequena cidade, Rovereto, para nos encontrar. Ela falava do Evangelho e suscitava em nós um grande amor por Jesus. Formou-se logo uma comunidade da qual faziam parte o diretor da companhia telefônica, a professora de matemática, o sapateiro, o relojoeiro, um senhor e uma senhora pais de família e muitos, muitos jovens. Éramos muitos e nos queríamos muito bem. Todas as vezes que a nossa comunidade se reunia procurávamos assumir um novo compromisso de viver o Evangelho, de transformar a nossa vida e nos ocupar das pessoas necessitadas ao nosso redor.

Violetta Sartori
Um dia, uma amiga nos apresentou um jovem que fora ferido durante a guerra: uma bomba explodira muito próximo dele e ficara cego. Todas as vezes que participava dos nossos encontros ele dizia: “É uma inundação de luz!”. A todas as pessoas que encontrávamos, procurávamos comunicar a nossa descoberta: “Deus nos ama imensamente”. E muitos sentiram o chamado a seguir a Deus. O Ideal da unidade espalhou-se e a comunidade tornava-se sempre mais visível. Tinha quem nos aceitava e quem nos criticava: diziam que éramos pessoas exageradas. Lembro-me de um encontro realizado em um teatro, com muitas pessoas presentes, no qual Chiara falou. Alguns aceitaram o que ela disse, outros a criticaram. Igino Giordani escreveu um artigo para um jornal de Trento com o titulo: “Os bombeiros”. Os bombeiros são aqueles que apagam o fogo, certamente, mas naquele contexto ele afirmou que ‘os bombeiros’, assim que notavam uma pequena chama acesa no coração das pessoas, corriam logo com um caminhão pipa para apagá-la. Eles são como um exército de pessoas que marcam passo, ou seja, estão sempre em movimento, mas não seguem adiante em nada. Chiara, porém, explicava que nós não conhecemos o desígnio de Deus sobre cada criatura, não podemos julgar pelas aparências, mas devemos sempre amar, amar, amar e ser sempre disponíveis. Lembro-me de outra coisa que Chiara dizia. Que nós, frequentemente, nos sentimos nada, somos pobres cristãos. Mas Jesus deu a sua vida, morreu por todos e cada um de nós. Ela dizia: “É como se alguém viesse até nós com um presente muito precioso e nós o deixássemos de lado, juntando poeira, sem nunca valorizá-lo, e continuássemos a nos sentir pobres”. Ela nos impulsionava, enfim, a fixar-nos na misericórdia e no amor de Deus que é exclusivo para cada um de nós. E assim, aos poucos, Chiara suscitava no nosso coração o amor a Jesus e nós comunicávamos este amor a muitas pessoas». (Testemunho narrado durante o encontro dos representantes das comunidades locais dos Focolares no mundo, realizado em Castelgandolfo, 29/5-1°/6/2014)
Jul 3, 2014 | Focolare Worldwide
Tudo começou com um simples lanchinho jogado no lixo e com a surpresa das crianças ao saber que existem pessoas que não têm nem mesmo o que comer: “Professora, o que é uma criança pobre?”, elas perguntaram. E assim, em junho de 2013, os alunos da Escola Maternal do I. C. “G. Giuliano”, de Latina (Itália) conseguiram recolher muitas coisas para enviar aos seus coetâneos de um orfanato de Mae Sot, cidade no norte da Tailândia. Mais tarde, em outubro de 2013, enviaram trinta caixas grandes, cheias de brinquedos e roupas, doados por todas as crianças da escola infantil e do ensino fundamental. Os construtores desta ponte de solidariedade são sempre elas: as crianças de Latina e as de Mae Sot. Algo as uniu e, a estas alturas, tudo promete intensificar tal união. Durante o mês de maio, na presença de duzentos e cinquenta pessoas: alunos, a diretora da escola, professores, avós e amigos, foi apresentada a iniciativa “Do sonho ao projeto”. Existe realmente o sonho de construir uma escola para as crianças, entre as mais pobres do mundo, que estão a 10.000 km de distância. Foram organizadas várias iniciativas para recolher os fundos necessários ao início dos trabalhos: uma encenação, um bingo beneficente, a venda de tortas feitas pelas mães e avós das crianças de Latina.
Ao tomar conhecimento deste projeto e sabendo que são as crianças de Latina que levam adiante a iniciativa em favor dos seus coetâneos pobres, alguns negociantes colocaram à disposição tudo o que lhes é possível: bônus para compras, uma máquina de café, kits para a praia, ingressos gratuitos para espetáculos artísticos e muitas outras coisas que servem como prêmios para o bingo. “Surgiu uma grande sensibilidade entre as pessoas – afirmam – muito além do que se possa imaginar. O amor e a solidariedade floresceram em meio à sociedade e aonde não se esperava!”. Muitas pessoas trabalharam para decorar a sala do evento. Eles continuam: “Era impressionante ver uma pequena comunidade, nascida do amor daquelas crianças que convidaram a todos a fazer alguma coisa por quem sofre do outro lado do mundo.” Mas, quem são as crianças que precisam de ajuda? “São os karen (e não só eles) – nos explicam – que ainda hoje fogem de Mianmar em busca de um futuro melhor e entram na Tailândia, na cidadezinha situada na fronteira, e também aqueles que estão nas montanhas ao redor… e, realmente, são muitos! A este ponto não é mais possível entrar nos campos de refugiados oficiais, que logo serão desmontados. Na região de Mae Sot existem três campos enormes: Mae La, Umpiem e Nu Po. Chegando de Mianmar, o único lugar no qual se encontra refúgio é nas plantações de arroz ou nas pequenas aglomerações de barracos em terrenos invadidos sem nenhuma proteção legal, sem nenhum direito humano ou alguém que os proteja.”
Na conclusão do evento, a venda das tortas, a extração do bingo e a entrega dos muitos prêmios criaram uma atmosfera de festa e grande alegria! Uma senhora disse: “Minha filha já reservou uma mochila para enviar na próxima remessa a Mae Sot e, de vez em quando, coloca alguns lápis e cadernos dentro da mochila para os seus irmãozinhos karen”. Outra senhora chegou trazendo biscoitos bem embalados com a etiqueta escrita em língua tailandesa: havia pesquisado na Internet para encontrar a tradução exata! Rapidamente conseguiu vender todos. E, ainda outra exclamou: “Esta experiência de solidariedade permanecerá para sempre no coração das crianças e no nosso coração!”. E concluem: “O valor arrecadado propiciou o aluguel de um terreno. Foi construída uma escola, de modo muito simples, e trinta e oito crianças de Mae Sot começaram a frequentá-la. Será chamada ‘Gota a gota’ porque a escola será como uma pequena gota d’água, mas, gota a gota… nasce um rio!” Esta aventura continua graças ao amor de muitas pessoas e quem sabe até onde chegará!” Outras informações: Tailândia chama e Latina responde https://www.focolare.org/pt/news/2014/04/28/thailandia-chiama-e-latina-risponde/. Página Facebook: ‘Goccia dopo goccia il ponte Latina Mae Sot’ (Contém vídeos e fotos do projeto).
Jul 2, 2014 | Focolare Worldwide
Uma família sadia desenvolve relações positivas, pessoais e sociais que representam o capital humano primário para o bem-estar da sociedade. Desta premissa nasceu o projeto cultural “A família em vista do bem comum”, promovido pela “Escola Loreto” da Ação para Famílias Novas Onlus. O objetivo é começar pela promoção de uma cultura da família, para sanar muitas chagas que derivam da desagregação social causada pela crise e pela privatização do instituto familiar.
No dia 11 de junho, foram entregues os certificados de “Empowerment familiar e intercultural” às famílias que participaram do curso, para aprender um novo estilo de vida baseado no amor recíproco do Evangelho e aprofundar a espiritualidade da unidade, junto com um específica formação sobre temáticas familiares. O curso teve início no dia 16 de setembro de 2013 e articulou-se durante o ano em dois períodos formativos: o ‘curso propedêutico’ (250 horas) e o ‘curso de Qualificação’ (600 horas). Os participantes foram oito núcleos familiares inteiros provenientes de Hong Kong, Coreia, Síria, Eslovaquia, México e Brasil.
As famílias receberam elementos de conteúdo formativo, participaram em atividades laborativas e na vida da mariápolis permanente de Loppiano (Florença – Itália), vivendo no amor e na comunhão, para testemunhar a todos, ao regressarem nas suas terras, a experiência vivida. Uma nota comum é chegarem ao fim do ano como uma única família. Existe em todas o desejo de partilhar com outras esta experiência original.
A Escola Loreto foi fundada por Chiara Lubich em Loppiano, em 1982. Até hoje, 1.500 famílias dos cinco continentes passaram por esta singular escola tornando-se ponto de referência para outras famílias.
Jun 27, 2014 | Focolare Worldwide
Ápice de um ano de celebrações dos 60 anos do Movimento dos Focolares na França, dia 4 de junho passado realizou-se, no Instituto Católico de Paris, um simpósio sobre a contribuição do Movimento na Igreja e na sociedade francesa. Diante de um público diversificado, procurou-se responder às questões: “Quem são os Focolares?” e “Qual o envolvimento deles no mundo de hoje?”. Embora não omitindo alguns aspectos críticos, como a pouca visibilidade, os relatores evidenciaram a contribuição positiva dos Focolares à sociedade francesa. «Não existem muitos movimentos que alcançaram “com saúde” os sessenta anos de existência», afirmou o sociólogo da religião, Jean-Luis Schlegel, em sua preleção.

Padre François-Marie Léthel
O simpósio iniciou com padre François-Marie Léthel, carmelita e professor de teologia no Instituto Teresianum (Roma). Ele traçou o paralelo entre Santa Teresa de Ávila e o seu “castelo interior” (a oração, o centro da alma) e Chiara Lubich com o seu “castelo exterior” (o amor ao próximo). Não hesitou em descrever a fundadora dos Focolares como «uma das maiores místicas de todos os tempos».
Laurent Villemin, professor de teologia no Instituto Católico de Paris, evocou o ardor no diálogo entre os cristãos, «logo traduzido em ecumenismo prático» e que «até o fim da sua vida não renunciou ao trabalho pela unidade visível da Igreja». Trazendo o exemplo concreto da dinâmica de “Juntos pela Europa”, Gérard Testard, membro do Comitê Internacional, declarou que «os Focolares tem uma influência e dão uma contribuição decisiva na comunhão entre movimentos».
D. Teissier, arcebispo emérito de Argel, recordou quanto se vive neste país, onde os muçulmanos, especialmente os jovens «encontraram no Movimento dos Focolares uma resposta aos seus anseios interiores», permanecendo «fieis à própria identidade de muçulmanos». O presidente das Semanas Sociais da França, Jérôme Vignon, salientou o caráter «precursor e fecundo da Economia de Comunhão», definindo «visão revolucionária» a contribuição dos Focolares à evangelização, não tanto a de «fazer com que os nossos irmãos tornem-se cristãos», mas «fazendo-os saborear a alegria do amor mútuo, a preocupação pelo próximo». Todos aspectos com os quais os Focolares podem enriquecer o cristianismo social francês, com a condição de não “esconder-se”. «Não tenham medo – concluiu Laurent Villemim – de levar adiante esta busca de uma verdadeira espiritualidade para verdadeiros leigos».