Movimento dos Focolares
Paraguai: uma escola EdC para fortificar-se

Paraguai: uma escola EdC para fortificar-se

28378952894_14bba561c3_zEles parecem pequenos heróis quando falam. Mas eles não se sentem como tal, simplesmente acreditam que é a coisa certa a ser feita. Não nos referimos somente aos empresários da Economia de Comunhão (EdC) já consolidados, mas, também, a 30 jovens aspirantes que se lançaram, de corpo e alma, em uma aventura por cinco dias, cuja característica foi a partilha. Xandra, quando era ainda adolescente, graças à EdC, conseguiu superar os momentos difíceis que a sua família atravessava e, atualmente, na sua clínica de estética, emprega duas jovens, estabelecendo relações de reciprocidade com os clientes, fornecedores e com a sociedade circunvizinha. Dalila, por sua vez, viu-se obrigada a fechar a sua empresa, mas, depois, soube recomeçar e prosseguir. E afirma que, não obstante a crise em que se encontra o seu país, o Brasil, ela não sente as consequências. E afirma ainda que é mérito do “sócio escondido”, termo usado no âmbito da EdC, para referir-se à intervenção da providência divina. 160808-12_Asuncion_Scuola_Intermericana_2016_15_ridEm uma escola para empresários é necessário, também, tratar sobre os próprios fracassos e, com isso, aprender uns com os outros, especialmente quando a incompreensão dos valores da EdC são fortes em algum ambiente. Nesse sentido o insucesso de Germán e Matías – que viram falir seus projetos e tiveram seus empreendimentos  perdidos com colaboradores desonestos – fizeram parte do programa da escola. Programa no qual – em resposta às exigências dos jovens – foi feita a explicação da EdC evidenciando a novidade do projeto na perspectiva cultural (Cecilia Blanco, filósofa e professora), o segredo para superar as dificuldades “sem fugir delas” (Raúl Di Lascio , construtor civil), a proposta de como distribuir os lucros e a habilidade para não criar dependência nas pessoas que recebem ajuda. Sabendo distinguir os anseios sadios da procura de status ou, simplesmente, bem-estar. 28381866583_00d9ebf901_kYamil, do México, narrou a sua experiência ao envolver 30 empresários, jovens como ele, para elaborar sistemas, e como a universidade e a empresa onde ele trabalha, constatando a seriedade dos projetos deles, colocaram à disposição recursos e know-how. A proposta de uma rede ativa, que prevê reuniões quinzenais – nas quais, cada participante oferece o próprio conhecimento fornecendo assuntos interessantes para um diálogo comum – está suscitando entusiasmo e obtendo sucesso, justamente porque cria e multiplica sinergias do saber comercial e operativo. Sempre do México, durante uma videoconferência, Luis Alonso propôs a criação do novo site EoC-IIN Economy of Communion International Incubating Network. 28713103780_6c0d1821f1_zA “excursão escolar” foi no bairro San Miguel di Capiatà (onde existe uma obra social dos Focolares) e, também, às empresas EdC Dispensa Santa Rita e Todo Brillo, empresa líder no setor de limpeza. Os participantes ficaram impressionados com as crianças da “Escola Unipar”, de San Miguel, que irradiavam todo o amor que aprenderam (e que ensinam!) com o “Dado do Amor”, e também com os jovens e adultos do bairro que hoje têm nas mãos o próprio destino, graças a um eficaz trabalho de capacitação social. Julio e Ninfa, por sua vez, administram a Dispensa Santa Rita em um bairro popular de Areguá. Eles não compram os produtos de primeira necessidade pagando menos em Clorinda, cidade argentina na fronteira, para evitar o contrabando e, ao contrário, “perdem tempo” para confeccionar pacotes pequenos dos produtos locais, segundo a possibilidade econômica dos clientes. Sobre este fato, Matías, do Paraguai, comentou: “Eu entendi que a grandeza de uma empresa não consiste no valor faturado, mas, nos valores que são vividos dentro dela”. Como desafio, foi apresentada uma palestra com o título “Riquezas e pobrezas na EdC”, pelo professor uruguaio Juan José Medeiros, enquanto que Diana Durán, especialista em história uruguaia, ofereceu uma original contribuição sobre as afinidades da EdC e a cultura socioeconômica do povo guarani, estirpe que está nas origens do Paraguai. Um longo e estimulante diálogo, via Skype, com Luigino Bruno, Anouk Grevi e Luca Crivelli, membros da Comissão Central da EdC, e, um outro, com Rebeca Gomez Tafalla e Florencia Locascio, de EoC-inn, completaram a programação. Próximos eventos: um congresso em Salta (Argentina) e o lançamento de EoC-INN, em Cuba. Fonte: EdC online


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160808-12 Scuola Interamericana Edc - Paraguay 2016

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Nova maternidade no Congo

Nova maternidade no Congo

IMG-20160801-WA0005Foram dois anos de espera e o custo chegou a 409.559 euros: é o novo setor maternidade do Centro Médico «Moyi mwa Ntongo», na capital congolesa, inaugurado justamente no dia do 10º aniversário do Centro. O primeiro bebê nasceu dia 19 de julho passado! Um serviço essencial, considerando-se que – como afirmou o diretor, Arthur Ngoy – as cifras de mortalidade infantil e materna, no Congo, são ainda muito altas: «Para cada 100 mil crianças nascidas vivas há 846 mortes maternas» – enquanto a média mundial é de 216 – «e 104, em cada 1000, são as mortes infantis», uma das taxas mais altas do mundo. O novo setor foi construído graças aos esforços de diversas pessoas e agências ligadas ao Movimento dos Focolares, como a Fundação Giancarlo Pallavicini e as senhoras Albina Gianotti e Vittorina Giussani, financiadoras do Centro Médico desde o seu abertura, e ainda AMU Luxemburgo e AECOM Congo, juntamente com seus apoiadores: muitas pessoas de Luxemburgo, inclusive crianças que criaram e venderam objetos, para ganhar alguma coisa, mesmo em pleno inverno. «Este centro médico nos dá a possibilidade de responder concretamente ao convite da Igreja, no documento Africae Munus (n. 140), para que “as instituições sanitárias da Igreja e todas as pessoas que trabalham nelas, com vários papeis, esforcem-se em ver em cada doente um membro sofredor do Corpo de Cristo», afirmou Damien Kasereka que, com Ghislaine Kahambu, é corresponsável pelo Movimento dos Focolares no Congo. IMG-20160801-WA0003«É uma grande satisfação – continua o dr. Ngoy – especialmente para as mães que depois de nove meses de consultas pré-natais em nosso Centro, deviam ser transferidas a uma outra estrutura para o parto. Sentiam-se abandonadas no momento em que mais precisavam de nós». «Mas também porque podemos responder aos pedidos do governo congolês, e oferecer tratamentos completos, continuados e de qualidade. Por isso dizemos obrigado a Chiara Lubich, que fez nascer este Centro». Na inauguração, dia 9 de julho passado, esteve presente uma pequena delegação da AMU Luxemburgo, ao lado do corpo médico, os doentes, as autoridades civis e religiosas, o arquiteto e sua equipe e jornalistas. A Missa de Ação de graças foi celebrada pelo bispo auxiliar de Kinshasa, D. Bodika, enquanto o ministro da Saúde, Vital Kabuiku, juntamente com o núncio apostólico, Luis Mariano Montemayor e o bispo auxiliar procederam ao corte da fita.

Escola de verão 2016, de Comunhão e Direito

Escola de verão 2016, de Comunhão e Direito

SummerSchool_C&D«Vivemos num mundo no qual a ansiedade e o terror estão nos destruindo interiormente e fisicamente. Juntos, buscamos ser o pulmão de um renascimento de boas e construtivas relações para a busca do bem comum. Sei que somos uma gota no oceano, mas pensem quimicamente: até uma gota de corante, quando colocada num solvente, como a água, faz com que toda a água passe a tender à coloração do corante». Foi a síntese de Manfred, um dos jovens participantes da Escola de Verão organizada por Comunhão e Direito em Chiaramonte Gulfi, na Sicília (Itália). Cinco os países representados, Nigéria, Espanha, Alemanha, Holanda e Itália. Trinta os jovens presentes, que se confrontaram sobre temas candentes: “O direito na Europa entre acolhida e rejeição: imigração, segurança, ambiente”. As palestras, preparadas por professores universitários e pelos próprios jovens, evidenciaram a profunda relação entre a falta da tutela ambiental, por vezes causadora de “guerras invisíveis”, os muitos conflitos e as consequentes migrações. Apollos, refugiado da Nigéria, nos permitiu entrar profundamente no drama dos migrantes, assumir suas expectativas por justiça e buscar juntos caminhos de esperança. A Cooperativa Fc.Co., que atua em Chiaramonte Gulfi e em outras cidades italianas, é um destes caminhos: procura-se permitir aos refugiados a obtenção de um título de estudo e de um trabalho, e a ajuda na integração. A experiência em Chiaramonte está produzindo frutos de uma convivência pacífica. Importante, ainda, o diálogo com as instituições. Fomos recebidos na câmara de vereadores do Município de Ragusa, pelo presidente e alguns vereadores, e com eles abriu-se um diálogo sobre a situação ambiental, a reciclagem do lixo, o empenho dos cidadãos e das instituições. 13645174_1064366773649032_2435804218296216488_nFoi tocante para nós escutar o Papa Francisco falando aos jovens da JMJ sobre os temas que havíamos aprofundado: a Nigéria em guerra, a luta pelos recursos da natureza, os muros do medo, a necessidade de uma nova cultura, a coragem de construir pontes além de qualquer diversidade, de relacionamentos que respeitem a dignidade de cada pessoa. A diversidade entre todos foi também um enriquecimento, visto que nem todos eram advogados, o que permitiu um diálogo aberto e não exclusivamente técnico. Um professor de filosofia comentou: “Esta Escola de Verão parece-me uma boa síntese, a capacidade de conjugar o aspecto teórico da disciplina com uma constante relação com a vida cotidiana. Acho muito importante esta sinergia: a dimensão teórica é importante, mas é preciso que se case com a vida”. Christian, o jovem advogado e vice-prefeito, que com o seu empenho permitiu a realização da Escola de Verão, concluiu: “Foi possível fazer a escola aqui graças ao trabalho e a contribuição preciosa de muitas pessoas, um caminho que deve prosseguir. Foi uma experiência que superou todas as melhores previsões e que deixou uma marca. Sementes de uma nova cultura. Ter a possibilidade de confrontar-me com jovens juristas foi uma experiência profissionalmente intensa. A serenidade deles, o senso do dever… num mundo que corre velozmente este é o verdadeiro desafio: a partilha de si, com e pelos outros”.

O sorriso de Daniel

O sorriso de Daniel

VeronicaPodestà«Desde que comecei a estudar enfermagem – conta Verônica, italiana de Gênova – eu tinha um sonho: colocar a minha vida profissional a serviço dos outros. Em 2013, assim que me formei, parti para a Costa do Marfim. No início foi difícil, porque eu não falava francês. Mesmo assim, descobri que os gestos concretos construíam pontes muito mais do que tantas palavras. Eu e outras garotas organizamos uma pequena atividade, para vender alguns objetos. Depois do trabalho nos encontrávamos para fazer colares e pulseiras, e recolher o que havia de supérfluo nas nossas casas. O que ganhávamos era colocado num fundo comum, para ser utilizado em caso de problemas financeiros, ou para sustentar os estudos de alguém… um dia, uma das meninas contou-nos que seu pai não tinha recebido o salário e sua família não tinha o que comer. Todas de acordo, destinamos parte daquele fundo para ajudar aquela família. Eu estava vendo o Evangelho ser vivido. Não foi sempre fácil, às vezes sentia falta da família, dos amigos, dos meus hábitos… mas o céu foi sempre o meu melhor amigo. Quando sentia-me sozinha, ou tinha algum sofrimento que não conseguia superar, levantava os olhos e, fitando-o, perdia-me na grandeza da criação. Quanta harmonia, quanto amor em tudo o que havia ao meu redor… e aquele Amor era também por mim! DDanielurante a minha permanência em Man conheci um menino que tinha uma má-formação cardíaca desde o nascimento. Toda vez que chegava, Daniel iluminava o ambulatório com um lindo sorriso. Não obstante os tratamentos invasivos a que devia ser submetido, o amor e a alegria que emanava eram contagiantes e envolventes. Apesar dos inúmeros esforços era necessário fazer algo a mais. Ele precisava de tratamentos mais adequados. Depois de um ano na África a minha experiência terminou. Voltando para casa eu estava feliz, e levava dentro de mim o sorriso de Daniel na hora da minha despedida. Interiormente eu advertia que não podia deixa-lo sozinho. Foi então que, com outras amigas, entramos em ação, para entender se havia possibilidades de que fosse operado na Itália. O entusiasmo foi contagioso e conseguimos reunir fundos que permitissem a Daniel vir à Itália, acompanhado pelo pai, para a operação. Foram dois meses intensos, nos quais as nossas culturas foram descobertas e enriquecidas. Através dos olhos de Daniel eu redescobri o mar e a alegria de viver o momento presente. A cirurgia teve sucesso. O pai lhe havia prometido uma bicicleta se tudo corresse bem, mas se deu conta que era um presente caro demais para os seus recursos. O amor da comunidade não se fez esperar, e na mesma tarde em que o pai me falou dessa sua dificuldade, uma amiga trouxe um envelope e, inacreditavelmente, ele continha exatamente o valor da bicicleta que Daniel tanto queria. Eu havia partido com a convicção de que poderia dar muito… muitas vezes temos a impressão de poder mudar o mundo. Mas percebi que, para fazê-lo, precisava começar por mim mesma, e pelo modo de estar com os outros. Somente construindo, momento por momento, pontes de fraternidade, é possível mudar o mundo». No dia 9 de julho passado, na “Cidade dos Meninos” (Gênova) foi entregue a Veronica Podestà o “Prêmio Bondade Padre Nando Negri 2016”, pelo seu empenho no campo social, especialmente para com as crianças da Costa do Marfim.

Brasil: Um projeto cultural inovador

Brasil: Um projeto cultural inovador

IMG-20160726-WA0004_b“Estava totalmente desmotivado na minha profissão de engenheiro… Descobri agora outra luz…” “Estou no segundo ano do curso de arquitetura. A universidade o apresenta numa chave muito comercial; falta o lado humano. Este curso superou as minhas expectativas”. Duas impressões no final do curso que reuniu cerca de 80 jovens universitários latino-americanos, realizado no Centro de Congressos da Mariápolis Ginetta, perto de São Paulo – Brasil, de 25 a 30 de julho, numa semana intensa. “As bases teórico-práticas do paradigma da fraternidade: projeções nas ciências sociais, políticas, econômicas e culturais” constituiu o Centro do Curso de férias, promovido pelo Centro Acadêmico Latino-Americano Sophia (ALC) do Movimento dos Focolares. DSCN8568-02Os jovens latino-americanos entraram nas chagas que atualmente ferem o seu povo: as crises econômicas sociais, o drama dos indígenas, a grande problemática da Amazônia, as desigualdades sociais e a violência que – como se referiu o cientista político argentino Juan Esteban Belderrain – a América Latina registra o triste primado mundial. Assustadores os dados: em 2012 subiu para mais de 140.000 os homicídios, um terço do mundo; somente no Brasil foram mais de 50.000. Um fenômeno muito triste e crescente. Sob esse fundo dramático, os jovens se sentiram chamados a aprofundar a novidade cultural que se abriu nas próprias disciplinas para implementar o paradigma da fraternidade que empenha pensamento e vida. Somente um exemplo: como mostrou o professor brasileiro Marconi Aurélio e Silva, docente de Ciências Políticas, para a aplicação deste paradigma, já experimentado há 20 anos, a política supera a dimensão de conflito, se vêem complementares maioria e oposição; no adversário se percebe uma parte da verdade, se ativa a participação do cidadão. DSCN8505-01Esse novo paradigma cultural, nestes dias, foi vivido nos relacionamentos interpessoais, entre estudantes das várias culturas latino-americanas, entre estudantes e professores, animando a interdisciplinaridade e a dimensão multicultural. Não só. Ao partir, os jovens se comprometeram a individualizar as maiores urgências existentes nas suas cidades e, com o acompanhamento dos professores, elaborar e colocar em ação projetos na dimensão política, econômica e social. Na conclusão, o professor Sergio Rondinara, do Instituto Internacional Sophia (Itália) da qual Sophia ALC é a primeira seção extra-européia, expressou grande esperança ao perceber nos jovens participantes “uma característica belíssima, cristalina, dos povos latino-americanos que faz vislumbrar que o futuro está neste continente”. Ler mais: www.focolares.org.br

Jovens, protagonistas da história

Jovens, protagonistas da história

b_900_600_0_00_images_2016_GMG4Entusiasmo, vontade de entender e vontade de ser protagonistas do próprio futuro: são os pontos que caracterizaram a experiência após a JMJ, para o grupo de jovens que se reuniram de 1º a 6 de agosto, em Jasna, na Eslováquia. “Não poderíamos imaginar uma coisa semelhante. Se não nos contentamos com a comodidade, se não somos ‘cristãos de sofá’, poderemos ser, realmente, protagonistas da nossa história”, afirmou Anita, jovem argentina, na hora de retornar. “As propostas corajosas feitas pelo papa durante a JMJ solicitavam uma adesão imediata, mas, também, uma consciência que deve ser amadurecida, e é isto que procuramos fazer aqui em Jasna”, explica Gianluca Falconi, filósofo. Com o teólogo Michel Vandeleene e a psicóloga Antonella Deponte, eles proporcionaram momentos de aprofundamento, oferecendo uma trama de perspectivas diferentes e uma proposta multidisciplinar. Em Cracóvia, Francisco falou sobre abater o medo, defender a paz em um mundo tão cheio de ódio, do valor da misericórdia e da cruz, dos obstáculos a serem superados para encontrar Jesus. Mas, como concretizar esses desafios, realmente, na vida cotidiana? O encontro, na Eslováquia, foi uma ocasião para refletir sobre os particulares, para entender as razões, para interrogar-se e refletir sobre a própria vida. A experiência internacional ofereceu a possibilidade de um paralelo entre pessoas provenientes de contextos muito diversificados: do Líbano à Austrália, da França aos Estados Unidos, da Rússia à Ucrânia. “Uma das temáticas mais fortes – explicam os organizadores – não era tanto a existência de Deus ou os maiores questionamentos, mas a relação com o outro, com o diferente, polos em torno aos quais se desenvolveu a formação. Vinham à tona as perguntas de sentido pessoal, a questão do valor que cada um de nós é, as chances e as dificuldades das relações com o outro, com o inimigo, com quem pensa diferente de mim”. WYD_01Questões colocadas a partir da experiência pessoal. Como a da jovem do Iraque, que evidenciou as dificuldades de relacionamento que vive no seu país. Para alguns, dar o passo “em direção ao outro” resultava impossível. E, então, a “escola” ofereceu aprofundamentos em pequenos grupos, mas, também, colóquios pessoais, do ponto de vista espiritual, psicológico, ou para oferecer experiências relacionais. E falou-se ainda sobre a relação com o eu profundo, sobre autoestima, dignidade pessoal, emoções e abertura de mente. Outro assunto importante que surgiu: o futuro, ter em mãos a própria vida e dar a ela uma direção. Desta conversa participavam adolescentes, jovens universitários e trabalhadores; cristãos de diversas igrejas, agnósticos e que não professam nenhuma fé. Diferentes vocações, 13 línguas. Portanto, uma variedade imensa de público, mas, unificada por serem sedentos de verdade, de interesse e de ardor. “Uma maneira de apresentar-se, dos jovens, que não é usual na sociedade atual”, comentou Gianluca, que tem uma grande experiência como educador. Carla, italiana, nos disse: “Eu tenho 15 anos e no meu grupo havia pessoas com mais de 30 e foi maravilhoso porque eu pude fazer comparações, pedir explicações e adquirir confiança”. Um entrelaçamento de gerações, de línguas, de cultura: “No meu país a filosofia não é muito apreciada porque o contato com a realidade é diferente – diz Antoine, do Líbano – mas, fiquei feliz por conhecer outras mentalidades, diferentes da minha”. Fraternidade vivida como antídoto ao mal, sonhos que se tornam realidade, estão entre a nova bagagem que os jovens colocaram na própria mochila: “O Papa nos disse para não parar de sonhar – diz Anna, de Milão – e isto que vivemos é sonho que se tornou realidade”.