Participaram do evento 90 pessoas, entre muçulmanos e cristãos, provenientes da Jordânia, Síria, Líbano, Grécia, Tunísia, França, Itália, Suíça, Burquina Fasso, Canadá e Argélia. Foram tratados quatro temas: o sofrimento visto sob a luz de Deus; a inspiração divina sobre a unidade em Chiara Lubich; as dificuldades e os desafios hodiernos para os muçulmanos e ser construtores da fraternidade universal. “Juntos” foi o termo mais usado durante o Congresso, evidenciando a experiência amadurecida no coração do Movimento dos Focolares: viver juntos o Ideal da unidade, cristãos e muçulmanos, segundo o carisma que Deus deu a Chiara Lubich, na plena consciência das respectivas identidades e no respeito e acolhida das diferenças. A profunda experiência espiritual que Chiara fez durante o verão de 1949, introduzida por Jesús Morán (copresidente do Movimento dos Focolares), foi acolhida pelos participantes em uma atmosfera de grande fraternidade: “Chiara leva-nos a Deus Uno, e isto ultrapassa as religiões”, disse Jalleh, xiita, de origem iraniana. E outro: “Chiara usa imagens compreensíveis para falar sobre a Trindade”. Neste contexto, Rita Moussallem e Roberto Catalano (corresponsáveis do Diálogo Inter-religioso dos Focolares), expuseram a experiência do Movimento que está em contato com pessoas de diversas religiões, em muitos países. “Pode-se dizer que Deus manifestou-se e nos deu um pouco da Sua luz”, foi o comentário de um dos participantes. Depois de aprofundar a dimensão da unidade nascida no contexto cristão, passou-se à realidade muçulmana. O especialista Adnane Mokrani, argelino-tunisiano, professor do Instituto Pontifício de Estudos Árabes e Islâmicos (PISAI), em Roma, falou sobre a crise que atualmente atravessa o Islã. Ele exortou os participantes a não deixar-se levar pelas diversas teorias do complô, a não atribuir a culpa aos outros, a recolocar-se na atitude de dialogar, mas, sem desencorajar-se, porque “a maioria das pessoas desejam a paz, talvez uma maioria inativa… Mas, ao contrário, somos nós – afirmou categoricamente – uma minoria ativa que deve fazer de tudo para que esta maioria se acorde. Esta é a nossa função”. Amer El Hafi, professor de Religiões Comparadas na Universidade de Amã, Jordânia, em conexão Skype, disse: “Deus é grande, significa que Ele é maior que os nossos medos, os nossos problemas e nossas desgraças: é a chave da nossa esperança e da nossa vida. Mas, infelizmente, esta expressão atualmente tornou-se sinal de morte”. Depois, junto ao Prof. Adnane Mokrani, responderam algumas perguntas espontâneas dos participantes. Muito apreciada a presença do arcebispo emérito de Argel, Dom Henri Teissier, grande conhecedor da cultura argelina e do Islã e de Dom Jean Paul Vesco, bispo de Oran. Eles explicaram que “a amizade fundada na comunhão espiritual é o ápice do diálogo entre as religiões, com as suas diferenças”. Os jovens muçulmanos argelinos do Movimento deram a própria contribuição ao Congresso com músicas e cantos. A visita ao mausoléu do místico Sidi Boumediène, guiada magistralmente pelo especialista argelino Dr. Sari-Ali Hikmet, ofereceu aos participantes uma imersão na espiritualidade, na arte e na cultura muçulmanas. Visitaram também o museu El Mechouar, palácio da dinastia zianide, a grande mesquita e o moderno Centro de Estudos Andaluz. Antes de partir de Tlemcen, Jesús Morán, reassumiu a experiência vivida nesses termos: “Tratou-se não somente de estar de acordo, mas, de ser um, de viver a mesma experiência de Deus, de partilhar o que temos de mais profundo”. Jean-Louis Marechal
Ser mãe/pai de todos
Ser mãe/pai de todos
0 Comments