Não o conflito entre civilizações, mas “composição harmoniosa das diferenças”, nas quais se faz “presente” a “infinita e inexaurível riqueza de Deus, mas também um maior compromisso para o diálogo e para conhecer-se mais”. Esta é a mensagem do primeiro Simpósio internacional judaico-cristão, promovido pelo Movimento dos Focolares, que começou na segunda-feira, dia 22 e termina dia 26, reunindo uma centena de expoentes do cristianismo e do judaísmo no Centro Mariápolis de Castelgandolfo, sobre o tema “O amor a Deus, o amor ao próximo, nas tradições judaica e cristã”. No seu discurso, dia 24 pela manhã, o Cardeal Kasper, presidente do Pontifício Conselho pela Unidade entre os Cristãos, definiu “surpreendentes” os desenvolvimentos do diálogo judaico-cristão. Após ter percorrido os gestos de João Paulo II a respeito, ele recordou como Bento XVI, logo depois da sua eleição, quis assegurar sua continuidade. “Conheço o Papa Ratzinger – disse o Cardeal Kasper – há mais de 40 anos. Escreveu muitos artigos sobre o relacionamento entre judaísmo e cristianismo. Deu contribuições teológicas importantes. Este diálogo está muito no seu coração”. Para o futuro, o Cardeal Kasper indicou três desafios: “Devemos fazer todo o possível para nos conhecermos”, aprofundar a estudo teológico recíproco e também a “colaboração”, nas frentes de batalha da pobreza, dos valores da vida, para transmitir o Concílio às novas gerações. O congresso começou segunda-feira com uma saudação enviada por Chiara Lubich. A fundadora do Movimento trouxe assim a sua experiência pessoal. “Asseguro a vocês – ela disse – parece que o Espírito de Deus paire sobre estes encontros, quanto mais neste, entre judeus e cristãos!”. O co-diretor do nosso Centro para o Diálogo, Zanghí, observou, por sua vez, que o “tom” do simpósio é a “abertura de cada um ao outro, numa escuta que conduz ao conhecimento no centro do amor”; daquele amor entre nós no qual “se abre a realização das promessas de paz dos profetas”. Da parte judaica, Ibraham Skorka, reitor do seminário rabínico latino-americano de Buenos Aires, aprofundou o “Conceito do homem”, enquanto que a “Presença e o silêncio de Deus” estiveram no centro do discurso de Jack Bemporad, diretor do Centro para a Compreensão Inter-religiosa – em Nova Iorque – e do biblista Gerard Rossé. Entre os relatores da parte católica, entre outros, estavam os teólogos Piero Coda e Jesus Castellano. O diálogo do Movimento dos Focolares com o mundo judaico teve início há décadas atrás. Foi de particular relevância, o encontro – realizado em 1998 – entre Chiara Lubich e uma das comunidades judaicas mais numerosas de Buenos Aires. Os participantes estarão presentes na Audiência geral, na Praça de São Pedro. Fabrizio Mastrofini – Jornal italiano Avvenire – 25 de maio de 2005
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