Na vigília de Pentecoste de 1998, João Paulo II convidou movimentos, grupos e novas associações eclesiais para um encontro na Praça São Pedro. Entre eles também estava presente o Movimento dos Focolares representado pela sua fundadora, Chiara Lubich. Nessa ocasião, o Papa Wojtyla reconheceu publicamente o papel dessas realidades na vida da Igreja, como nunca havia feito antes. Nesse dia Chiara assumiu diante do papa o empenho dos Focolares na construção de uma comunhão sempre mais viva entre os movimentos.
De fato, ele foi o protetor dos movimentos. Reconheceu neles o sopro do Espírito Santo para a Igreja. Entretanto, justamente nessa ocasião, ele também pediu que os movimentos saíssem de uma espécie de infância a fim de produzir frutos maduros de comunhão e de empenho.
O Papa Wojtyla seguiu de perto o Movimento dos Focolares ao longo do seu pontificado…
Podemos dizer que sentimos muito frequentemente o seu amor de predileção: no seu olhar, nas suas saudações, mas também em muitos gestos concretos. Foi ele – por exemplo – que desejou colocar a disposição do Movimento a ex Sala das Audiências de Castel Gandolfo, que depois veio a se tornar o nosso Centro Mariápolis onde acontecem encontros durante todo o ano; e como não relembar a visita que fez ao Centro do Movimento dos Focolares: nesse dia foi muito bonito o fato de ele recordar o radicalismo do amor, que ele indicava como uma característica do Movimento dos Focolares.
João Paulo II tinha uma consonância pessoal muito profunda com Chiara Lubich: sobre o que se fundava essa sintonia espiritual?
Creio que, nesse meio-tempo, justamente existia a espiritualidade de comunhão que o papa sentia presente por causa de um carisma em Chiara, vivida por todo o Movimento e que ele desejava para toda a Igreja. Depois penso também na abertura que ele encontrava em Chiara e no Movimento em relação a todos os homens, sem fazer diferença de classes sociais, de religiões, de nacionalidade e que correspondia à sua compreensão sobre o homem, à sua fé no valor da pessoa humana para além de qualquer coisa.
Maria Voce, do seu ponto de vista pessoal, quem foi João Paulo II e o que em especial – pensa – ele recorda hoje à Igreja e a toda humanidade?
Foi um grande homem, em todos os sentidos e sob todos os aspectos. O que me parece muito importante era o fato de ele reconhecer em qualquer pessoa o Filho de Deus e, potanto, essa altíssima dignidade que ele reconhecia nas pessoas de todas as latitudes e que o levava a privilegiar o relacionamento com qualquer um, o que deu um grande impulso a todos os diálogos na Igreja: eu estava em Istanbul quando ele foi visitar em 1979 o Patriarca Demétrio e recordo a sua alegria no momento em que encontrou esse Patriarca ecumênico. Penso além disso que a sua figura possa dar à Igreja e ao mundo a esperança e a confiança na ação do Espírito Santo, que nos momentos mais difíceis sempre está ali pronto para tomar em mãos os rumos da Igreja. Ele disse isso e disso deu testemunho sobretudo com a sua abertura aos jovens que sempre numerosos vieram ao seu encontro, porque sentiam nele a Igreja-jovem. Portanto indicava também à humanidade, a Igreja como uma Igreja jovem, bela, capaz de oferecer respostas às exigências do homem de hoje.
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