Movimento dos Focolares

Quem é o leigo?

Nov 23, 2011

Nestes dias se realiza a XXV Assembleia plenária do Pontifício Conselho para os Leigos (Roma 24-26 de novembro). Chiara Lubich, há 25 anos, no documento que lhes propomos, traçava a figura do leigo, afirmando que “o leigo é o cristão”.
>>Centro Chiara Lubich>>

Caríssimos, o ano de 1986/1987 é um ano importante para o mundo católico. Preparamo-nos para a celebração do Sínodo que se realizará no final de 1987 e que tratará sobre a “Vocação e Missão do Leigo na Igreja, 20 anos após o Concílio Vaticano II”. É um ano importante para os leigos católicos, mas também, penso eu, para os outros cristãos, em cujas Igrejas muitas vezes colocou-se em evidência os leigos. E também nós, que devemos ser católicos comprometidos, estamos nos preparando para este Sínodo com a oração, que nunca deve faltar, e o trabalho que nos é solicitado. Quem é o leigo? Esta é a pergunta que se faz hoje na Igreja. Como identificá-lo? Como defini-lo? Muitas pessoas se esforçam para dar uma resposta. Na verdade, não gostaríamos de definir o leigo apenas por aquilo que ele não é: nem sacerdote nem religioso. Gostaríamos, ao contrário, de definir quem é o leigo. E, por isso, também nós queremos dar a nossa contribuição para o estudo deste assunto, afirmando algo que já é conhecido. O leigo é o próprio cristão e como tal é batizado e crismado. Como cristão é discípulo de Cristo e do seu Evangelho. Por isso ele deve viver com plenitude tudo aquilo que Jesus lhe pede. Antes de tudo, deve trabalhar para expandir o Reino de Deus, para construir a Igreja. Tendo a possibilidade de encontrar-se no meio do mundo, poderá levar consigo o anúncio do Evangelho, impregnando todas as coisas com a luz do Evangelho. Este é o nosso conceito de leigo: um discípulo de Cristo bem definido, que tem a dupla missão de construir a Igreja e de evangelizar o mundo. É com este tipo de leigo que nós, leigos do Movimento dos Focolares, nos identificamos muito bem. Com efeito, o nosso Movimento tem, por assim dizer, um aspecto mais espiritual, no qual trabalhamos para que Cristo cresça em nós, entre nós e em muitas pessoas. Isto significa edificar a Igreja. Por outro lado, o Movimento tem um aspecto mais humano e concreto, no qual trabalhamos para imbuir com o Espírito de Cristo as inumeráveis expressões que o mundo oferece. Sentimo-nos bem situados neste tipo de leigo e constatamos que estamos em perfeita sintonia com o que o Concílio Vaticano II afirmou sobre o leigo. Sentimo-nos bem, e neste ano, de maneira especial, queremos viver cada vez melhor a nossa vocação específica de leigos para dar, também deste modo, a nossa contribuição ao Sínodo. […] Procuremos ser verdadeiros leigos da Igreja, isto é, autênticos discípulos de Cristo. Os discípulos de Cristo vivem as suas Palavras e todas as outras Palavras que a Escritura propõe. Neste mês, temos uma Palavra maravilhosa para viver: “Acolhei-vos uns aos outros como Cristo vos acolheu, para a glória de Deus” (Rm 15,7). Colocando em prática esta Palavra entre nós manteremos firme o alicerce sobre o qual é edificada a nossa Obra, que é Igreja. Vivendo esta Palavra com outros cristãos, nos ambientes em que podemos atuar, inseridos nas estruturas eclesiais, daremos a nossa contribuição específica para o desenvolvimento da Igreja. Atuando esta Palavra no mundo da família ou nos vários aspectos da sociedade, colocaremos a base mais importante para realizar a transformação cristã das leis e das estruturas. […] A Palavra de Vida é feita para todos: leigos, sacerdotes, religiosos. Procuremos colocá-la em prática nos nossos respectivos campos de ação. Acolhamos cada irmão assim como Cristo nos acolheu. Ele nos acolheu e nos acolhe todos os dias, em cada momento que a Ele recorremos. Pecadores ou santos, jovens ou idosos, de bela aparência ou não, sadios ou doentes, pessoas de valor ou medíocres, Ele nos acolhe sempre, a todos. E temos tanta certeza de sua atenção, de seu perdão, de sua acolhida, que não nos passa pela mente, nem por um segundo sequer, que possa ser diferente. Façamos o mesmo com os nossos irmãos. Que eles encontrem em nós um coração sempre aberto, sempre disposto, sempre acolhedor. Vivamos assim para a glória de Deus.   Companheiro de viagem, Editora Cidade Nova, São Paulo 1988, p. 195-197

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