(…) Hoje, com um olhar retrospectivo, podemos compreender o significado, do que ocorreu muitos anos atrás, no dia 7 de dezembro de 1943, ano em que surgiu o nosso Movimento. Essa retrospectiva afirma que um carisma do Espírito Santo, uma nova luz desceu naqueles dias sobre a Terra, e ela, na mente de Deus, devia regar a aridez deste mundo com a água da Sabedoria, aquecê-lo com o amor divino e, assim, dar vida a um povo novo, alimentado pelo Evangelho. Em primeiro lugar, isso.
E, já que Deus age de modo concreto, Ele providenciou logo o primeiro tijolo do edifício, esta Obra, que lhe seria útil para realizar o seu projeto. Por isso, Ele decidiu me chamar, uma jovem qualquer. Por essa razão, consagrei-me a Ele. Pronunciei o meu “sim” a Deus, o qual foi seguido imediatamente por muitos outros “sim” de jovens: mulheres e homens.
Esse dia fala de luz e de doação de criaturas a Deus, como instrumentos, que se colocam em suas mãos para realizar os seus objetivos.
Luz e doação da própria vida a Deus, duas palavras extremamente úteis naquele período de desorientação geral, de ódio recíproco, de guerra. Tempo de trevas, em que Deus parecia não estar presente no mundo com o seu amor, com a sua paz, com a sua alegria e a sua liderança, e parecia que ninguém se interessasse por Ele.
Luz e doação da própria vida a Deus, duas palavras que ainda hoje o Céu parece nos querer repetir; neste momento em que, no nosso planeta, prolongam-se muitas guerras . (…)
Luz que significa Verbo, Palavra, Evangelho, ainda muito pouco conhecido e muito pouco vivido.
Recebi a notícia do falecimento do bispo Christian Krause justamente enquanto eu estava começando uma chamada via zoom com bispos de várias Igrejas amigos do Movimento dos Focolares, do qual o bispo Christian foi um fiel companheiro de viagem por muitos anos. Há muito tempo sabíamos que seu estado de saúde havia se agravado e rezávamos por ele, portanto foi espontâneo recitar juntos um “Pai Nosso”, agradecendo a Deus pela sua presença profética e encorajadora em meio a nós. Era um homem de coração grande e horizontes amplos.
“Bispos coloridos”
Haveria muito a se dizer sobre o bispo Christian. Enquanto escrevo, tenho diante de mim uma foto na qual estão o cardeal Vlk, de Praga (República Tcheca), o cardeal Kriengsak, de Bangkok (Tailândia), o doutor Mor Theophilose Kuriakose, da Igreja sírio-ortodoxa Malankara (Índia), eu, católico, e o bispo Christian Krause, enquanto caminhávamos em direção ao centro da cidade de Lund (Suécia), vestidos com os nossos hábitos eclesiásticos, diretamente para a cerimônia na catedral, que sinaliza o início do 500º aniversário da Reforma protestante. O encontro ecumênico, hospedado pela Federação Luterana Mundial (LWF) e com a presença do Papa Francisco, foi a primeira vez em que católicos e luteranos comemoraram juntos a Reforma a nível global.
A foto me recorda a simpatia com a qual o bispo Christian chamava os bispos de várias Igrejas amigos do Movimento dos Focolares de “bispos coloridos”. Era apaixonado pela experiência da variedade e da diversidade na unidade, inspirada por um carisma e por uma espiritualidade de unidade e sustentada pelo Movimento dos Focolares, um movimento que colocou em evidência muitas vezes pelo seu aspecto prevalentemente leigo. Os nossos paramentos coloridos eram um sinal exterior que indicava a riqueza mais profunda da troca de dons que experimentamos no diálogo da vida que os bispos de várias Igrejas escolheram em 1982 e que o bispo Klaus Hemmerle e Chiara Lubich, com o encorajamento do papa João Paulo II, começaram.
Um dia histórico
Apesar de conhecer o Movimento dos Focolares desde os anos 80 graças ao contato com o bispo Klaus Hemmerle, o encontro com Chiara Lubich em 31 de outubro de 1999 foi para ele um momento especial. Um encontro que aconteceu no contexto daquele que, sem dúvidas, foi um momento fundamental em sua vida: a assinatura, em nome da LWF, da Declaração conjunta sobre a doutrina da justificação com a Igreja católica romana, no dia 31 de outubro de 1999 em Augusta, na Alemanha. No decorrer dos anos, o bispo Krause nos contava frequentemente sobre aquele evento, indicando a importância de ter o documento assinado antes de entrar no século 21. Mas ele também gostava de recordar que justamente naquela ocasião, durante a tarde, um grupo de fundadores e responsáveis de Movimentos e comunidades, evangélicos e católicos, se reuniram na Mariápolis permanente de Ottmaring e lançaram o projeto “Juntos pela Europa”. O encontro com Chiara Lubich, naquele dia, lhe abriu um horizonte a uma experiência ecumênica que ele entendeu, talvez mais do que muitos de nós, por suas possibilidades e implicações proféticas.
Abrir horizontes
Quando me tornei bispo, em 2013, tive muito mais contato com o bispo Christian no âmbito dos bispos de várias Igrejas amigos do Movimento dos Focolares. Depois de Lund, nos encontrávamos mensalmente em diversas teleconferências online. O encontro com Christian sempre abria os horizontes, porque ele gostava de ver as coisas no quadro geral. Seu senso de humor se manifestava no brilho de seus olhos e no sorriso gentil.
O bispo Christian Krause era apaixonado pela Igreja, pela unidade da Igreja e pela necessidade de dar um passo avante. Para ele, a vida não é feita para ficarmos parados. E se queremos melhorar o futuro, devemos estar prontos a desconstruir o presente! No caso dos bispos amigos do Movimento dos Focolares, o bispo Christian nos encorajava a alargar o círculo e a nos empenhar para promover círculos de diálogo vivo entre os bispos de várias igrejas do Sul do mundo. Ficou muito contente quando, em setembro de 2021, em plena pandemia de Covid, conseguimos organizar um encontro online para 180 bispos de 70 Igrejas de todo o mundo. Foi um encontro maravilhoso de três dias.
Olhares de esperança
Recentemente, fui encontrar o bispo Christian na clínica para a qual havia sido transferido nas últimas semanas de vida. Foi uma conversa sobre a qual me lembrarei por muito tempo. Ele me falou da sua gratidão pelo encontro com o carisma do Movimento dos Focolares, do suporte e da amizade que experimentou. Crescido na tradição da “renovação” (pietismo), o encontro com o Movimento estava alinhado com a sua convicção pessoal da necessidade de piedade, de espiritualidade.
Não escondia a dor pelo fato de que às vezes parece que o mundo tenha perdido a dinâmica visionária da esperança dos anos 60, quando a missão mundial e os horizontes da paz pareciam ter sucesso. Era doloroso para ele também o fato de que ainda não fosse possível receber a comunhão da Igreja católica.
Ele me contou também de um acontecimento nos anos 90, quando Chiara Lubich não estava bem. Enquanto estava em um encontro, o cardeal Miloslav Vlk o convidou para ir com ele telefonar brevemente a Chiara. Seria somente um telefonema breve. Assim, para não torná-lo longo, o bispo Christian pediu simplesmente a Chiara: “Tem uma palavra para nós?”. Chiara não hesitou em responder: “Sempre avante!”. Christian ficou muito tocado.
“Sempre avante” era o estímulo que o bispo Christian sempre nos levava. Ao falar sobre a sua preparação para a morte, manifestou a sua forte fé com a qual sabia olhar para o futuro, mesmo para a morte, com esperança. Compartilhou comigo a oração tirada de uma poesia famosa de Dietrich Bonhoeffer que o inspirava naquele último período: “Por bons poderes muito bem guardados, confiantes esperamos o que há de vir. Deus é conosco sempre noite e dia. Assim é certa hoje sua alegria”.
Bispo Brendan Leahy Bispo de Limerick (Irlanda)
O bispo emérito Christian Krause nasceu no dia 06 de janeiro de 1940, em Dallgow-Döberitz, em Brandeburgo (Alemanha). Estudou teologia na Alemanha (Marburgo, Heidelberg, Gottinga) e nos Estados Unidos (Chicago). Foi ordenado pastor da Igreja evangélica luterana de Hannover em 1969. Trabalhou como assistente no então Departamento de Teologia da Federação Luterana Mundial em Genebra (Suíça) de 1969 a 1970 e na sede do Serviço Cristão para os refugiados de Tanganica a Dar es Salaam, na Tanzânia, de 1970 a 1972. De 1972 a 1985, foi responsável dos negócios ecumênicos internacionais, no papel de secretário executivo (Oberkirchenrat) na Igreja evangélica luterana unida da Alemanha e no Comitê nacional alemão da LWF em Hannover, Alemanha. De 1985 a 1994, foi secretário geral do Kirchentag evangélico alemão (Movimento leigo da Igreja protestante). Foi bispo da Igreja evangélica luterana de Brunswick, Alemanha, de 1994 a 2002. De 1997 a 2003 foi presidente da Federação Luterana Mundial (LWF). Faleceu no dia 28 de novembro em Wolfenbüttel, Alemanha, aos 84 anos. Krause deixa a esposa Gertrud Krause e quatro filhos.
Estamos diante do relato da Anunciação. O anjo Gabriel vai até Maria de Nazaré para comunicar os planos que Deus lhe reservou: ela conceberá e dará à luz um filho, Jesus, que “será grande e será chamado Filho do Altíssimo.”[1] O episódio se alinha com outros eventos do Antigo Testamento que levaram a nascimentos prodigiosos de filhos de mulheres estéreis ou muito idosas, chamados a desempenhar um papel importante na história da salvação. Nesse contexto, Maria, apesar de se dispor a aderir com total liberdade à missão de se tornar a mãe do Messias, pergunta-se como isso pode acontecer, já que ela é virgem. Gabriel lhe garante que não será obra de um homem: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra.”[2] E acrescenta: “Para Deus nada é impossível.”[3]
Essa afirmação assegura que nenhuma declaração ou promessa de Deus deixará de ser cumprida, porque não há nada impossível para Ele. Mas a frase também pode ser formulada assim: “Com Deus nada é impossível”. De fato, em grego a frase pode significar “diante de, ou próximo a, ou junto com Deus”, evidenciando o quanto Deus está próximo do homem. É para o ser humano ou para os seres humanos que “nada é impossível”, quando estão junto a Deus e aderem livremente a Ele.
“Para Deus nada é impossível.”
Como podemos colocar em prática esta Palavra de Vida? Em primeiro lugar acreditando, com grande confiança, que Deus pode agir até mesmo dentro dos nossos limites e fraquezas e ainda mais além, inclusive nas situações mais sombrias da vida.
Foi essa a experiência de Dietrich Bonhoeffer, teólogo e pastor luterano, protagonista da resistência ao nazismo. Durante a prisão que o levou ao suplício, escreveu: “Devemos mergulhar continuamente na vida, no falar, no agir, no sofrimento e na morte de Jesus para reconhecer aquilo que Deus promete e cumpre. É certo […] que para nós não existe mais nada de impossível, porque nada de impossível existe para Deus; […] é certo que não devemos pretender nada e que, no entanto, podemos pedir tudo; é certo que no sofrimento se esconde a nossa alegria, e na morte, a nossa vida… A tudo isso, Deus disse “sim” e “amém” em Cristo. Este “sim” e este “amém” são a terra firme sobre a qual nos encontramos.”[4]
“Para Deus nada é impossível.”
Ao procurarmos superar o aparente “impossível” das nossas insuficiências a fim de alcançar o “possível” de uma vida coerente, um fator decisivo é a dimensão comunitária. Esta se desenvolve lá onde os discípulos, vivendo entre si o mandamento novo de Jesus, se deixam compenetrar, individualmente e em conjunto, pela força do Cristo ressuscitado. Chiara Lubich escreveu em 1948 a um grupo de jovens religiosos: “E adiante! Não com a nossa força mesquinha e frágil, mas com a onipotência da unidade. Constatei, toquei com as mãos que Deus entre nós realiza o impossível: o milagre! Se permanecermos fiéis à nossa missão […], o mundo verá a unidade e, com ela, a plenitude do Reino de Deus.”[5]
Anos atrás, quando eu estava na África, muitas vezes me encontrava com jovens que queriam viver como cristãos e que me contavam as muitas dificuldades que enfrentavam diariamente no próprio ambiente, para permanecerem fiéis aos compromissos de fé e aos ensinamentos do Evangelho. Conversávamos sobre isso durante horas e, no final, chegávamos sempre à mesma conclusão: “Sozinhos, é impossível, mas juntos podemos conseguir.” Até o próprio Jesus garante isso quando promete: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome (no meu amor), ali estou eu no meio deles.”[6] E com Ele tudo é possível.
Org.: Augusto Parody Reyes com a comissão da Palavra de Vida
[1]Lc 1, 32. [2] Ibid, 35. [3] Ibid, 37. [4] BONHOEFFER, D. Resistência e submissão. Trecho extraído da edição italiana Resistenza e resa. Cinisello Balsamo: Ed. San Paolo, 1988, p. 474. [5] LUBICH, Chiara. Cartas dos primeiros tempos, 1946-1949, São Paulo: Editora Cidade Nova, 2020, p. 90. [6] Cf. Mt 18, 20.
Quando a vida nos apresenta escolhas desafiadoras e inesperadas, que talvez possam nos assustar, os nossos valores e o desejo de vivê-los de forma coerente emergem com clareza.
Nem sempre é fácil. A resposta, em uma situação que exige uma decisão livre e pessoal, pode parecer algo difícil, quase um salto no escuro, e precisamos de força para ir além dos nossos limites.
Mas onde podemos encontrar essa força? Para alguns é a fé em uma dimensão sobrenatural e em um Deus pessoal que nos ama e nos acompanha. Para todos pode ser a proximidade dos amigos, dos “companheiros de viagem” que nos apoiam com proximidade e confiança. Eles trazem à tona o que há de melhor em nós e nos ajudam a superar o aparente “impossível” das nossas insuficiências a fim de alcançar o “possível” de uma vida coerente.
Um fator decisivo para que isso aconteça, é a dimensão comunitária dos relacionamentos baseados na reciprocidade. Como disse Chiara Lubich em 1948, com a linguagem típica da época: «E adiante! Não com a nossa força mesquinha e frágil, mas com a onipotência da unidade. Se permanecermos fiéis à nossa missão […] o mundo verá a unidade» [1].
Ultrapassar os nossos limites nos abre a novas oportunidades e experiências que de outra forma poderiam parecer fora do nosso alcance, permitindo-nos acreditar e testemunhar que a esperança é possível.
Mas podemos acreditar “que tudo é possível” diante do absurdo do Mal? Essa é a grande questão da humanidade de hoje e de sempre. Uma pergunta sem resposta que todos nós temos, crentes e não crentes, e um caminho de busca que só podemos percorrer juntos. Se o “Mal” permanece um mistério, a força do “Bem” é igualmente poderosa. Não existe uma resposta, mas uma perspectiva de significado.
Foi o que recordou recentemente em uma entrevista Edith Bruck. Deportada para Auschwitz aos 13 anos, ela é, ainda hoje, aos noventa anos, uma autêntica testemunha de paz. Quando a guerra terminou, ela e a irmã enfrentaram um grande dilema. “Cinco fascistas húngaros que apoiaram os nazistas nos imploraram para ajudá-los a voltar para casa clandestinamente, e nós os ajudamos ao longo do caminho. Compartilhamos pão e chocolate com eles. Foi um dos momentos mais intensos que já vivi espiritualmente. Estava tratando como amigo alguém que poderia ter matado meu pai.” A decisão não foi fácil e ela discutiu muito com a irmã, mas elas fizeram isso porque pensaram que talvez, assim, essas pessoas nunca mais maltratariam um judeu [2].
A IDEIA DO MÊS, é preparada pelo “Centro do Diálogo com pessoas de convicções não religiosas” do Movimento dos Focolares. É uma iniciativa que nasceu no Uruguai em 2014 para compartilhar com os amigos que não creem em Deus os valores da Palavra de Vida, uma frase da Escritura que os membros do Movimento se comprometem a colocar em prática. Atualmente, A IDEIA DO MÊS é traduzida em doze idiomas e distribuída em mais de 25 países, adaptada em alguns deles segundo as exigências culturais. dialogue4unity.focolare.org
“O concurso foi e continua sendo um modo para apresentar Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, em particular para as novas gerações e para um público que tem com ela uma abordagem de caráter cultural”, diz Giuliano Ruzzier, professor e colaborador do Centro Chiara Lubich.
O concurso é promovido pelo Ministério Italiano da Educação e Mérito, New Humanity e Fundação Museu Histórico do Trentino. A temática deste ano é a paz: refletir sobre o significado dessa palavra, dessa realidade, sob a luz da contribuição que Chiara Lubich nos deixou. “Em seu vasto patrimônio, considerando os âmbitos nos quais ela se expressou de maneira explícita sobre a temática”, explica Ruzzier, “escolhemos quatro para ter como perspectivas a partir das quais se pode refletir sobre a temática da paz”.
Os caminhos nos quais se pode caminhar vão desde o diálogo construtivo entre pessoas de religiões e culturas diversas até a superação das disparidades econômicas, do empenho pessoal pela fraternidade gerando relacionamentos de proximidade para a difusão de uma cultura de paz. “Chiara Lubich olhou para a humanidade inteira. Seu convite a ‘amar a pátria do outro como a própria’ é notória”, continua o professor Giuliano Ruzzier. “Com certeza, algo que caracteriza o pensamento e a vida de Chiara é o destaque que dá às relações de proximidade no cotidiano. Como ela disse, o nosso dia também pode ser cheio de serviços humildes, inteligentes, expressões do nosso amor. Não há gestos pequenos que não tenham uma recaída no corpo social”.
O concurso é para crianças do ensino básico, adolescentes do ensino fundamental e jovens do ensino médio. “Como já aconteceu nos anos passados, também para este ano, de modo particular, esperamos uma grande participação inclusive por parte das escolas italianas no exterior, já que o tema escolhido tem um claro alcance internacional”.
Perguntamos a Giuliano Ruzzier o que ele diria, como professor, aos seus colegas para aconselhá-los a participar desse concurso. “Acho que, com este concurso, é oferecido aos adolescentes a possibilidade de refletir de maneira original e autônoma sobre um tema de grande atualidade e importância como esse da paz. Além disso, oferece também a possibilidade de se confrontar com o pensamento significativo de uma mulher que percorreu e viveu de maneira particularmente relevante os anos 1900. E que se expressou de múltiplas formas”.