Movimento dos Focolares
Ucrânia: ajuda em apoio à população

Ucrânia: ajuda em apoio à população

As contribuições, feitas por intermédio das ONLUS Ação por um Mundo Unido (AMU) e Ação por Famílias Novas (AFN), servirão para enviar à população ucraniana auxílios de primeira necessidade, colaborando também com as Igrejas locais.

A Coordenação de Emergências do Movimento dos Focolares deu início a uma arrecadação extraordinária em apoio à população ucraniana, por meio das ONLUS Ação por um Mundo Unido (AMU) e Ação por Famílias Novas (AFN).

“Kiev” obra do pintor Michel Pochet

As contribuições serão administradas em conjunto por AMU e AFN, para enviar à população ucraniana auxílios de primeira necessidade para a alimentação, cuidados médicos, para a casa, o aquecimento e a acolhida em várias cidades do país, inclusive em colaboração com as Igrejas locais. As doações podem ser feitas online, nos sites: AMU: www.amu-it.eu/dona-online-3/ AFN: www.afnonlus.org/dona/

Ou por meio de transferência bancária nas seguintes contas-correntes:

Azione per un Mondo Unito ONLUS (AMU) IBAN: IT 58 S 05018 03200 000011204344 junto à Banca Popolare Etica Código SWIFT/BIC: ETICIT22XXX

Azione per Famiglie Nuove ONLUS (AFN) IBAN: IT 92 J 05018 03200 000016978561 junto à Banca Popolare Etica Código  SWIFT/BIC: ETICIT22XXX

Finalidade: Emergência Ucrânia

Para essas doações são previstos benefícios fiscais em muitos países da União Europeia e em outros países do mundo, segundo as normas locais. Os contribuintes italianos poderão obter dedução e detração de renda, segundo as normas previstas pelas ONLUS.

Alain Christnacht nomeado supervisor independente para caso de abuso de ex-focolarino francês

No que se refere ao caso de violência contra menores por parte de J.M.M., ex-membro consagrado dos Focolares, o Movimento em 26/07/2021 instituiu um Órgão de Fiscalização com funções de Supervisor Independente (FSI) das investigações em andamento conduzidas pela empresa GCPS Consulting, comissão independente nomeada pelo Movimento dos Focolares em dezembro de 2020. A presidente dos Focolares Margaret Karram juntamente com o Copresidente Jesús Morán concederam a Alain Christnacht a função de Supervisor Independente. Este órgão foi constituído principalmente para garantir a proteção das vítimas e a correta condução das investigações por parte da GCPS Consulting, na qual o Movimento renova a sua total confiança e que continua sendo o único órgão autorizado a realizar a investigação. Para quem desejar entrar em contato com o Supervisor Independente sobre as investigações em andamento, o endereço de e-mail é o seguinte: superviseurac@gmail.com Em dezembro de 2021, a GCPS Consulting preparará um relatório público detalhando as conclusões e as recomendações da comissão de inquérito. Nesse sentido, a fiscalização do Supervisor Independente, externo ao Movimento dos Focolares e à GCPS Consulting, representa uma garantia adicional para as vítimas e uma maior contribuição na busca da verdade. Quem é Alain Christnacht Alain Christnacht, francês, é um alto funcionário público; ocupou cargos a nível nacional como representante do governo no seu departamento e conselheiro de Estado. Hoje é presidente da Samusocial de Paris, organização de interesse público que ajuda as pessoas sem-teto. Ex-presidente ou diretor de organizações juvenis, desde 2016 preside uma comissão independente nacional de especialistas em pedofilia, composta por magistrados e médicos, consultora da Conferência episcopal francesa.

Stefania Tanesini

Palavra de Vida – Setembro de 2018

A Palavra de Vida deste mês provém de um texto atribuído a Tiago, personalidade relevante na Igreja de Jerusalém. Ele recomenda ao cristão a coerência entre crer e agir. O trecho inicial da carta chama a atenção para uma condição essencial: libertar-se de toda maldade para acolher a Palavra de Deus e deixar-se orientar por ela no caminho rumo à plena realização da vocação cristã. A Palavra de Deus tem uma força bem característica: ela é fecunda, faz germinar o bem na pessoa individualmente e na comunidade; com ela, cada um de nós encontra uma relação pessoal de amor com Deus; e ela constrói um relacionamento de amor entre as pessoas. Ela já foi, como diz Tiago, “implantada” em nós. “Recebei com mansidão a Palavra que em vós foi implantada, e que é capaz de salvar-vos.” Foi implantada? De que modo? Isso ocorreu com certeza porque Deus, desde a criação, pronunciou  uma  Palavra  definitiva:  o  homem  é  “imagem”  Dele.  Realmente,  cada  criatura humana é o “tu” de Deus, chamado à existência para compartilhar a Sua vida de amor e de comunhão. Por outro lado, para os cristãos, o sacramento do batismo é que nos insere em Cristo. Cristo, que é a Palavra de Deus que entrou na história humana. Ou seja: Ele depositou em cada pessoa a semente da sua Palavra, chamando todos ao bem, à justiça, ao dom de si e à comunhão. Quando essa semente é acolhida e cultivada com amor no próprio “chão”, ela é capaz de produzir vida e frutos. “Recebei com mansidão a Palavra que em vós foi implantada, e que é capaz de salvar-vos.” Um lugar onde Deus nos fala com clareza é a Bíblia, que para os cristãos tem o seu ponto mais alto nos Evangelhos. É preciso acolher a Sua Palavra na leitura amorosa da Escritura de modo que, vivendo-a, possamos ver os seus frutos. Também podemos escutar Deus no profundo do nosso coração, onde nos sentimos muitas vezes infestados por tantas “vozes”, tantas “palavras”: slogans e sugestões de escolhas a serem feitas, modelos de vida, além de preocupações e medos… Mas como podemos reconhecer a Palavra de Deus e dar-lhe espaço para que viva em nós? É preciso desarmar o coração e “render-nos” ao convite de Deus, para colocar-nos em uma livre e corajosa escuta da Sua voz, que muitas vezes é justamente a mais delicada e discreta. Ela  nos  pede  a  coragem  de  sairmos  de  nós  mesmos  e  de  nos  aventurarmos  pelos caminhos do diálogo e do encontro com Ele e com os outros, e nos convida a colaborar para tornar mais bonita a humanidade: que nela possamos todos nos reconhecer cada vez mais como irmãos. “Recebei com mansidão a Palavra que em vós foi implantada, e que é capaz de salvar-vos.” Realmente, a Palavra de Deus tem a possibilidade de transformar o nosso dia a dia em uma história de libertação das trevas do mal pessoal e social, mas espera a nossa adesão pessoal e consciente, mesmo que imperfeita, frágil e sempre peregrina. Os nossos sentimentos e os nossos pensamentos se tornarão cada vez mais semelhantes aos do próprio Jesus; a fé e a esperança no Amor de Deus serão reforçados; ao mesmo tempo os nossos olhos e os nossos braços se abrirão às necessidades dos irmãos. Em 1992, Chiara Lubich dava esta sugestão: Em Jesus via-se uma profunda unidade entre o amor que Ele tinha pelo Pai celeste, e o amor para com os homens, seus irmãos. Havia uma profunda coerência entre as suas palavras e a sua vida. Isso fascinava e atraía a todos. É assim que também nós devemos ser. Devemos acolher as palavras de Jesus com a simplicidade das crianças e colocá-las em prática com toda a sua pureza e luminosidade, com a sua força e o seu radicalismo, para sermos discípulos tais como Ele deseja, isto é, discípulos iguais ao mestre: “outros Jesus” espalhados no meio do mundo. Existirá para nós uma aventura maior e mais atraente?1 Letizia Magri   1 Cf. Chiara Lubich, Coerência de vida, revista “Cidade Nova”, março de 1992.

Palavra de Vida – Agosto de 2018

O profeta Jeremias é enviado por Deus ao povo de Israel que está vivendo a dolorosa experiência de exílio em terras babilônicas e perdeu tudo o que havia representado a sua identidade e que o tornava “povo eleito”: a Terra Prometida, o Templo, a Lei… Porém a palavra do profeta rasga esse véu de sofrimento e desorientação. É verdade que Israel se mostrou infiel ao pacto de amor com Deus, entregando-se à destruição, mas eis que se anuncia uma nova promessa de liberdade, de salvação, de uma aliança renovada, que Deus, no seu amor eterno e nunca revogado, prepara para o seu povo. “Eu te amo com amor de eternidade; por isso guardo por ti tanta ternura!” A dimensão eterna e irrevogável da fidelidade de Deus é uma qualidade do seu amor: Ele é o Pai de toda criatura humana, um Pai que toma a iniciativa de amar e que se compromete com a sua criatura para sempre. A sua fidelidade abraça cada um de nós e nos permite lançar Nele toda preocupação que possa nos frear. É devido a esse Amor eterno e paciente que também nós podemos crescer e melhorar na nossa relação com Ele e com os outros. No entanto, embora o nosso empenho em amar Deus e os irmãos seja sincero, estamos bem conscientes de que ainda não somos muito firmes. Mas a fidelidade Dele por nós é gratuita, nos precede sempre, independentemente do nosso desempenho. Com essa certeza tão feliz podemos passar para além do nosso horizonte limitado; podemos recolocar-nos cada dia a caminho e nos tornar, também nós, testemunhas dessa ternura “materna”. “Eu te amo com amor de eternidade; por isso guardo por ti tanta ternura!” Esse olhar de Deus sobre a humanidade faz surgir também um grandioso projeto de fraternidade, que encontraria em Jesus a sua plena realização. De fato: Ele testemunhou a sua confiança no amor de Deus com a sua palavra e sobretudo com o exemplo de toda a sua vida. Ele nos abriu o caminho para imitarmos o Pai no amor para com todos (cf. Mt 5,43ss) e nos mostrou que a vocação de cada homem e de cada mulher é contribuir para a construção de relacionamentos de acolhida e de diálogo ao seu redor. Como poderemos viver a Palavra de Vida deste mês? Chiara Lubich nos convida a ter um coração de mãe: […] A mãe sempre acolhe, sempre ajuda, sempre espera, tudo cobre. […] Com efeito, o amor de uma mãe é muito semelhante à caridade de Cristo de que fala o apóstolo Paulo (cf. 1Cor 13). Se tivermos um coração de mãe ou, mais especificamente, se nos propusermos a ter o coração da Mãe por excelência, Maria, estaremos sempre prontos a amar os outros em todas as circunstâncias e, assim, a manter vivo o Ressuscitado em nós. […] Se tivermos o coração desta Mãe, amaremos a todos: não somente os membros da nossa Igreja, mas também os membros de outras Igrejas; não somente os cristãos, mas também os muçulmanos, os budistas, os hinduístas e os outros homens de boa vontade… Amaremos todos os homens que vivem nesta terra […]. “Eu te amo com amor de eternidade; por isso guardo por ti tanta ternura!” Uma jovem esposa que começou a viver o Evangelho na família conta: “Senti uma alegria nunca experimentada antes e o desejo de fazer transbordar esse amor para fora das quatro paredes de casa. Lembro-me, por exemplo, de um dia, quando corri ao hospital para ver a esposa de um colega; ela havia tentado o suicídio. Já fazia tempo que eu sabia das dificuldades deles, porém, envolvida nos meus problemas, nunca tinha pensado em ajudá-la. Mas dessa vez eu senti o sofrimento dela como se fosse meu e não parei mais, até se resolver a situação que a tinha levado àquela atitude. Esse episódio marcou para mim o início de uma mudança de mentalidade. Fez-me compreender que, quando amo, posso ser para cada pessoa que passa ao meu lado um reflexo, por menor que seja, do próprio amor de Deus”. Que tal, se também nós, sustentados pelo amor fiel de Deus, nos colocássemos livremente nessa atitude interior, diante de todos aqueles que encontramos durante o nosso dia? Letizia Magri

Palavra de Vida – Julho de 2018

Na sua segunda carta à comunidade de Corinto, na Grécia, o apóstolo Paulo se confronta com algumas pessoas que colocam em discussão a legitimidade da sua atividade apostólica, mas não se defende exibindo os próprios méritos e sucessos. Pelo contrário, ele põe em evidência a obra que Deus realizou, tanto nele como por meio dele. Paulo menciona uma experiência mística sua, de profunda relação com Deus (1) , mas para compartilhar logo em seguida o seu sofrimento devido a um “espinho na carne” que o atormenta. Não explica do que se trata exatamente, mas se entende que é uma dificuldade grande que poderia limitá-lo no seu empenho de evangelizador. Por isso – confidencia ele – pediu a Deus que o libertasse desse impedimento. Mas a resposta que recebe do próprio Deus é impactante: “Basta-te a minha graça; pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente.” Todos nós fazemos continuamente a experiência das fragilidades físicas, psicológicas e espirituais nossas e dos outros, e vemos ao nosso redor uma humanidade muitas vezes sofredora e desnorteada. Sentimo-nos fracos e incapazes de resolver essas dificuldades, ou até mesmo de enfrentá-las, limitando-nos no máximo a não fazer nada de mal a ninguém. Por outro lado, a experiência de Paulo nos abre um horizonte novo: reconhecendo e aceitando a nossa fraqueza, podemos abandonar-nos plenamente nos braços do Pai, que nos ama como somos e quer sustentar-nos no nosso caminho. Com efeito, continuando essa carta, ele afirma ainda: Pois, quando sou fraco, então sou forte. (2) A esse respeito, Chiara Lubich escreveu: […] A nossa razão se rebela diante de tal afirmação, por ver nela uma evidente contradição ou simplesmente um ousado paradoxo. No entanto, ela exprime uma das mais altas verdades da fé cristã. Jesus nos explica essa verdade com sua vida e, principalmente, com sua morte. Quando foi que Ele concluiu a Obra que o Pai lhe confiou? Quando foi que redimiu a humanidade? Quando venceu o pecado? Foi quando morreu na cruz, aniquilado, após ter gritado: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”. Jesus foi mais forte justamente quando foi mais fraco. Jesus poderia ter dado origem ao novo povo de Deus apenas com a sua pregação, ou com algum milagre a mais, ou com algum gesto extraordinário. Mas não o fez. Não. Porque a Igreja é obra de Deus; e é na dor, e somente na dor, que florescem as obras de Deus. Portanto, na nossa fraqueza, na experiência da nossa fragilidade, se oculta uma oportunidade única: experimentar a força do Cristo morto e ressuscitado. […]. (3) “Basta-te a minha graça; pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente.” É o paradoxo do Evangelho: aos mansos é prometida a terra em herança (4) ; Maria, no Magnificat (5) , exalta o poder do Senhor, que pode exprimir-se totalmente e definitivamente, na história pessoal e na história da humanidade, justamente no espaço da pequenez e da total confiança na ação de Deus. Comentando essa experiência de Paulo, Chiara dava ainda esta sugestão: […] A escolha que nós cristãos devemos fazer é absolutamente contrária àquela que normalmente as pessoas fazem. Vai-se realmente contra a correnteza, pois o ideal de vida existente no mundo consiste geralmente no sucesso, no poder, no prestígio… Paulo, pelo contrário, nos diz que é preciso gloriar-se das fraquezas. […] Confiemos em Deus – Ele atuará sobre a nossa fraqueza, sobre o nosso nada. E quando é Ele que age podemos estar certos de que realiza obras que valem, que irradiam um bem durável e satisfazem às verdadeiras necessidades dos indivíduos e da coletividade. (6) Letizia Magri ________________________________________ 1   Cf. 2 Cor 11,1-7a. 2   Cf. 2 Cor 12,10. 3   Cf. Chiara Lubich, A força da fraqueza, revista Cidade Nova, julho de 2000. 4   Cf. Mt 5,5. 5   Cf. Lc 1,46-55. 6   Cf. Chiara Lubich, A força da fraqueza, revista Cidade Nova, julho de 1982.