“Olho a humanidade com os olhos de Deus”. Esta é a frase de Chiara Lubich que serviu de inspiração para os muitos artistas presentes na Bienal de Maracaibo, sábado, dia 12 de março de 2011.
Em 1949, Chiara Lubich contemplava a cidade de Roma no pós-guerra, cheia de banalidades, com uma humanidade triste e decadente. Ao mesmo tempo, porém, acreditava poder ver o mundo através do amor de Deus, vê-lo com os olhos de Deus presentes dentro de si. Nesta experiência espiritual teve origem um texto precioso, intitulado “A ressurreição de Roma”, onde convida-se todos a descobrirem de que modo a presença de Deus dentro de nós pode transformar a realidade que nos circunda. Esse texto foi oferecido a cada artista, para que o usasse como fundamento da própria criação.
O concurso original, organizado pela Universidade Católica Cecilio Acosta, era dirigido a artistas profissionais e amadores. Além disso, a Bienal era aberta a todas as disciplinas e expressões artísticas: pintura, escultura, desenho, litografia, cenários e painéis, etc. Para a categoria dos artistas profissionais o prêmio consistia na possibilidade de participar de uma experiência de trabalho com o artista italiano Roberto Cipollone (Ciro), em Florença (Itália), na Mariápolis internacional do Movimento dos Focolares, Loppiano.
A iniciativa foi lançada precedentemente, no dia 16 de fevereiro, no auditório da Universidade, decorado com as obras da primeira Bienal. A professora Carmen Mendez, da Universidade Nacional da Costa Rica apresentou a conferência “Rumo a uma nova cultura artística”. Na ocasião, o reitor Dr. Lombardi, afirmou que um dos grandes problemas que a humanidade enfrenta hoje é a banalização da vida, crer-se onipotente justamente quando o planeta encontra-se mais desequilibrado e em perigo. Segundo o reitor muitos já buscaram uma solução; uma das mais importantes é justamente o caminho da arte, compreendida como possibilidade de ser canal da espiritualidade, da beleza e da verdade.
Reconhecendo a contribuição espiritual e cultural de Chiara Lubich, a mesma universidade, em 2003, decidiu conferir-lhe um doutorado honoris causa, e no ano sucessivo instituir uma cátedra que permitisse aprofundar e divulgar seu pensamento e sua obra. Em 2009 realizou-se a primeira edição da Bienal de Arte “Chiara Lubich”.
Esta segunda edição da Bienal aconteceu no cenário da Praça da República, que na ocasião transformou-se num estúdio de arte a céu aberto, porque os artistas deveriam produzir no local as obras que concorriam. Além dos participantes foram inúmeras as pessoas, e curiosos, que assistiram ao evento, o que chamou a atenção da mídia local, noticiando sobre ele com entusiasmo.
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