Foi o encontro com alguns representantes dos movimentos eclesiais presentes em Jerusalém. Aqui, onde a Grande História teve um novo início, e também a pequena “história santa” de cada grupo busca o seu espaço e o seu caminho específico.
Eram uma centena os presentes na sala da Custódia da Terra Santa, ao lado da Porta Nova. Novos Caminhos, Bem-aventuranças e Emmanuel, da França; Canção Nova, Filhos de Maria, Obra de Maria e Comunidade Shalom, do Brasil; Regnun Christi do México; Associação João XXIII, Comunhão e Libertação e Focolares, da Itália (mas com dimensão internacional), contaram com simplicidade as suas aventuras, cada uma muito original e, ao mesmo tempo, semelhante às outras. Quase todos seguem o caminho do trabalho de acolhida: encontram os peregrinos, atuam em favor do conhecimento da Terra Santa e de seus tesouros (inclusive na dimensão ecumênica e inter-religiosa) e favorecem o turismo aos lugares santos. Numerosos movimentos e comunidades se especializam na evangelização por meio da mídia. E aqui não são exceção as atividades comuns, de duas ou mais comunidades juntas.
Como tudo o que se relaciona ao cristianismo, aqui em Jerusalém estes encontros não tem, primordialmente, dimensões quantitativas, mas qualitativas. Aqui o relevo é dado à qualidade dos relacionamentos. «Talvez seja uma missão dos movimentos e das novas comunidades levar à Igreja católica, e mais em geral, à cristandade, o único primado evangélico, que é o amor», explicou uma jovem da comunidade Chemin Neuf.
Alguns movimentos estão presentes na Terra Santa a dezenas de anos e outros chegaram há poucos meses. Convivência e fraternidade foram a tonalidade do encontro, que Maria Voce iniciou contando, com simplicidade, a sua história.
Durante um diálogo franco com os presentes, ela delineou o sentido do diálogo entre movimentos e novas comunidades: «Aqui me encontro diante de pessoas e grupos que querem testemunhar aquele amor mútuo que constrói a Igreja».
Respondendo à pergunta de um representante de Comunhão e Libertação, disse: «Certamente, depois da vigília de Pentecostes 1998 – quando reuniram-se na Praça de São Pedro, convocados por João Paulo II – sentimo-nos coligados, unidos por um apelo do Papa, que invocava o Espírito Santo. Desde aquele momento Chiara Lubich percebeu que o Papa desejava que os movimentos estivessem em maior comunhão entre eles». Para favorecer «aquela presença carismática que é “coessencial” à dimensão petrina, hierárquica». Desde então «onde existe o Movimento dos Focolares existe também este desejo de unidade entre os movimentos e as novas comunidades». Cada um com o próprio carisma «que é complementar àquele dos outros. A comunhão não é uniformidade… se o nosso carisma é mais belo, no final a Igreja é mais bela, porque os carismas são dons que devem ser colocados em reciprocidade».
«Como viver o diálogo ecumênico e inter-religioso na Terra Santa?», perguntou uma jovem brasileira. «O diálogo é um estilo de vida – respondeu Maria Voce –, mais do que algo que se faz. É colocar-se, com amor, diante do outro». Amando desinteressadamente, sempre, tomando a iniciativa de amar, amando a todos, também os outros cristãos e os fieis de outras religiões. «Para nós o diálogo foi sempre um diálogo entre pessoas, não entre ideologias ou religiões… porque em todos os homens da terra existe o amor». Depois, «a unidade vem de Deus, que aos homens pediu apenas que se amassem».
de Michele Zanzucchi
Programa da viagem: artigo
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