ANSA, 4 de setembro de 2004 – A fraternidade na política “É a chave para recolocar em marcha a história dos nossos países e da humanidade”. Chiara Lubich, fundadora dos Focolares, assim se expressou em Berna, diante de 450 políticos suíços e jovens, reunidos no Palácio dos Congressos, para refletir sobre a questão: “A fraternidade na política: utopia ou necessidade?”, evento promovido por um grupo de políticos suíços do Movimento Político pela Unidade.

A fraternidade na política não é somente necessária, mas urgente
No cenário da trágica virulência do terrorismo, a fraternidade, proposta como “categoria política fundamental”, apresenta-se não apenas necessária, mas urgente. “Fraternidade na política: não poderia ser mais atual diante do terror, das mortes e das violências”, afirmou na abertura do Congresso, a Chanceler da Confederação, Annemarie Huber Holz.

A Suíça em profunda crise de transformação
Fraternidade mais do que nunca necessária também para a própria vida da Suíça, definida pela conselheira nacional Chiara Simoneschi como ”um pouco especial”, pois não nasce de uma cultura e língua comuns, mas do desejo de estar juntos. “O país – acrescentou – está atravessando uma profunda crise, por causa dos desafios da construção européia, dos novos equilíbrios geopolíticos mundiais, do fenômeno das migrações, da longa estagnação econômica”. Simoneschi falou também dos temores e incertezas, das divisões e contraposições. Eis aqui o motivo do convite à Chiara Lubich.

Um horizonte aberto
A fundadora do Movimento dos Focolares abriu um amplo horizonte. É vivo, nela, o drama do terrorismo, portanto disse, com força: “A violência não é certamente uma resposta para que o terrorismo se acalme e se cale”. É necessário buscar as causas “dos desequilíbrios econômicos e sociais que geram ressentimentos, hostilidade, vingança”. “É preciso que se encontre os caminhos do diálogo, caminhos políticos e diplomáticos”. É urgente uma política substanciada de fraternidade. Fraternidade que definiu “não um valor apenas, nem apenas um método, mas o paradigma global de desenvolvimento político. A fraternidade é possível “somente se não se esquece a dimensão espiritual”, os valores profundos inspirados pelo amor. “Aquele amor que é fonte de luz – disse – que faz ver a possibilidade de grandes resultados e que substitui o temor esmagador que, freqüentemente, percorre o mundo político”.

Amar o partido do outro como o próprio
Uma luz que faz ver “em cada opção política a resposta a uma necessidade social e. portanto. pratica o aparente paradoxo de amar o partido do outro como o próprio, porque o bem do país necessita da obra de todos”. “Onde a crítica se torna construtiva”, esta é “a verdadeira política competente, aquela que cada país precisa”.

A fraternidade na política não só é necessária, mas é possível
Seguiu-se uma série de pronunciamentos de políticos suíços e italianos aderentes ao Movimento Político pela Unidade – nascido em 1996 e hoje difundido em vários países – que testemunharam o quanto a fraternidade na política não é somente necessária, mas é possível. Durante a tarde, realizou-se um encontro muito participativo entre políticos e jovens.

 

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