Paris, 10-12 de setembro 2005

“O amor é a alavanca que deve ser usada para enfrentar o atual desafio histórico da diversidade cultural”. Um amor que tem raízes em Deus e ‘torna os homens e as mulheres desta terra pessoas com uma dimensão mundial’, capazes de fazer dos próprios valores uma dádiva e de valorizar e estimar os valores de outras culturas para compor aquela sabedoria global tão necessária nos dias de hoje. Então a humanidade viverá uma interdependência fraterna, como uma única família que saberá também gerar para si estruturas adequadas para exprimir a dinâmica entre unidade e diversidade”.

Este é o cerne da mensagem de Chiara Lubich, lido na conclusão da Jornada da Interdependência, realizada em Paris, de 10 a 12 de setembro.

Foram três dias de eventos culturais e políticos para afirmar a interdependência global como estratégia cívica para a justiça e a paz. Estavam presentes, entre outros, Harry Belafonte, Embaixador Cultural das Nações Unidas; Bernard Kouchner, um dos promotores dos ‘Médicos sem fronteiras’; Adam Michnik – que deu início ao Solidarnosc – e inúmeras personalidades políticas.

As Jornadas da Interdependência surgiram após os atentados de 11 de setembro, por iniciativa do intelectual e cientista político americano, Benjamin Barber, docente na Universidade de Maryland, na convicção de que “não basta dizer não à guerra; é preciso construir uma alternativa”: o objetivo da Jornada da Interdependência é preparar indivíduos e grupos, promovendo também atividades de formação nas escolas, para o engajamento na cooperação internacional e para tornarem-se cidadãos não apenas das próprias comunidades e nações, mas do mundo interdependente, acreditando que cada um pode ser protagonista desta transformação. A iniciativa é amplamente compartilhada na América do Norte e também em outras áreas geográficas, por pessoas que professam a própria fé no multilateralismo, no diálogo entre as culturas, na necessidade de uma cidadania global.

A primeira jornada da Interdependência, patrocinada por CivWorld, realizou-se em 2003 na Filadélfia – cidade da Interdependência Americana – e simultaneamente em Budapeste e em videoconferência com a Itália, para ressaltar o seu caráter internacional. A Jornada realizada em Roma, acolhida pelo prefeito Walter Veltroni, teve a participação, entre outros, de Chiara Lubich e de André Riccardi. Nesse ano, Liliana Cosi – bailarina clássica, diretora da Companhia de Balé Clássico Cosi-Stefanescu e membro do Centro de Estudos do Movimento dos Focolares para as disciplinas artísticas – participou proferindo um discurso em nome do Movimento dos Focolares, na mesa-redonda do dia 10 de setembro, na Universidade Americana de Paris.

 

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