20180322-01bA história de Jean e Vivian fala de amor, coragem, esperança. Eles se conheceram em Aleppo, na Síria, em 2000, quando ambos frequentavam o Movimento dos Focolares. Vivian era viúva e tinha um filho de quatro anos, nascido com surdez aguda. Jean era carpinteiro, ativo em ações sociais. O compromisso compartilhado em viver o Evangelho e levar à humanidade o ideal de um mundo unido os aproximou. Em 2003 casaram-se e tiveram quatro filhos.

Marc, o primeiro filho de Vivian é o motor que deu partida à aventura deles: a necessidade de tratamentos especializados faz com que Vivian transfira-se para o Líbano, onde Marc é acompanhado em um Centro fundado pelos Focolares: “É um verdadeiro paraíso antecipado – ela conta -. A vivência do Evangelho no cotidiano acompanha todo o processo educativo. As crianças crescem neste oásis de paz e desenvolvem seus talentos, superando suas deficiências. Dentro de mim cresce um sonho: fundar um instituto como este na minha cidade, Aleppo”.

Jean a apoia neste projeto e assim, em 2005, tem início o pequeno Centro. Depois dele iriam surgir outros, maiores, capazes de receber dezenas de crianças, todas de famílias pobres que não podiam pagar nenhuma quota. Por isso o Centro estava sempre em déficit. “Em qualquer dificuldade – lembra Jean – íamos diante de um Crucifixo, para entregar as nossas necessidades. A Providência chegava sempre, pontualmente”.

1395739130-720x0-c-defaultA explosão da guerra, em 2011, traz morte e destruição. Jean perde a marcenaria, o Centro não tem mais nenhuma entrada financeira, muitas pessoas vivem somente de ajudas da Igreja e de organizações humanitárias. Muitos deixam o país, e também Jean e Vivian, embora desolados, compram as passagens para partir. Mas no coração deles uma exigência se torna clara: não podem deixar “suas crianças” surdas, destruir aquele sonho realizado com esforço. “Na véspera da viagem entrei numa igreja – conta Jean – e fiz um colóquio profundo com Jesus, cara a cara, de homem a homem. Ele falou ao meu coração e pediu-me para não ir embora: o que farão aquelas crianças? Sinto que ele me dirige esta pergunta dramática.

Coloco os meus filhos em Suas mãos. Volto para casa e, junto com Vivian, decidimos rasgar as passagens e ficar para sempre na nossa cidade, para nos doar àqueles que precisam de nós”. “Tínhamos confiança de que Deus nos teria acompanhado e apoiado os nossos projetos futuros, e, principalmente, a vida da nossa família – continua Vivian – e assim aconteceu”.

Atualmente o Centro tornou-se a segunda casa para eles, inclusive os seus filhos participam da vida do grupo e Jean dedica-se em tempo integral. “Esta convivência alargou os nossos corações. Não existe mais nem menino nem menina, nem estudante nem professor, nem sadio nem deficiente, nem muçulmano nem cristão. Todos nós vivemos do único amor e sob o olhar de um Deus Amor, encarnado, vivo em meio a nós”.

Editado por Claudia Di Lorenzi

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