«Quando eu tinha seis anos, a minha mãe fez com que me inserissem no programa de assistência diurna de Bukas Palad, o projeto social realizado pelos Focolares através das suas organizações AMU e AFN, depois de ter conhecido uma professora que trabalhava lá. Lembro que me disse: “Aqui você vai aprender a ter um sorriso luminoso”. Também a minha mãe participava das reuniões de formação e começou a se empenhar como voluntária. Inicialmente eu pensava que fizesse isso porque não tinha mais nada para fazer, além dos trabalhos de casa, mas depois mudei de opinião, vendo que ia lá também no sábado. O meu pai e os meus irmãos notavam que estava mais feliz. E eu também era, atraída pelo espírito de amor recíproco e de unidade que havia entre os funcionários. Graças ao projeto, pude completar todos os estudos até me diplomar.

Posso testemunhar que Bukas Palad teve um papel fundamental na maior parte das minhas experiências e nas minhas escolhas de vida. Eu me lembro muito bem de todas as atividades que realizávamos na escola e durante os fins de semana, com todos os alunos, e a formação que recebemos e que fez com que nos tornássemos pessoas sensíveis às necessidades dos outros e que consideram a pobreza não como um obstáculo que impede que você faça o que quer, mas como um dom.

Através do projeto, conheci Chiara Lubich e os jovens do Movimento dos focolares. Crescendo neste contexto, aprendi que os sonhos podem se realizar se acreditamos que para cada um de nós existe um plano de amor de Deus. Eu me formei em Educação na Universidade de Cebu, depois superei o exame de habilitação para professores. Logo depois da formatura, comecei a trabalhar, acompanhada pela minha grande “família”, que sempre esteve ao meu lado, inclusive quando eu tinha que enfrentar o mundo do trabalho e a vida em geral. Tanto nos momentos de satisfação quanto nos difíceis, trazia comigo uma frase de Chiara Lubich, “Sejam família”. Quando penso em Bukas Palad, entendo bem o que é uma família.

Inicialmente lecionei em escolas particulares, durante cinco anos. Depois, em 2014, fiz uma solicitação de ensino em escolas públicas. Fui designada para uma escola de Mandaue, uma cidade que faz parte da área metropolitana de Cebu. Aqui as coisas eram completamente diferentes, não havia a mesma organização e sistematicidade que eu conhecia. Quando eu lecionava na escola particular, pensava que para ser professor eram necessários um grande coração e um ânimo corajoso. Mas agora que trabalho na pública creio que se deve ter um coração ainda maior, um ânimo se possível ainda mais corajoso, uma força ainda maior. Cada vez, quando me vem a tentação de abandonar este trabalho, algo me detém. São sobretudo eles, os adolescentes. Neles vejo a mim mesma e os meus colegas, muitos anos atrás, quando sonhávamos nos tornar aquilo que somos agora. Talvez não devo estar em condições de dar a mesma ajuda e o mesmo apoio que eu e a minha família recebemos, mas procuro dar o melhor de mim para transmitir o mesmo amor».

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