Il Metropolita Gennadios Zervos e Gabriella Fallacara alla 59° Settimana ecumenica promossa dal Centro "Uno", Castel Gandolfo (Italia), 13 maggio 2017.


Uma longa e profunda amizade uniu o Metropolita, recentemente falecido, ao Movimento dos Focolares. A lembrança de Gabriella Fallacara, focolarina, especialista em ecumenismo, durante muitos anos responsável do Centro “Uno” para a unidade dos cristãos, do Movimento dos Focolares.

“Quando entrei pela primeira vez na casa simples de Gennadios Zervos,[1] – fui acolhida com uma cordialidade especial: a sua mãe falando pouco italiano e um belo grego, me ofereceu um seu estranho doce: um pequeno nó branco cremoso, todo aderente a uma longa colher mergulhada num copo de água límpida. O seu sabor suave parecia conter todas os matizes orientais”. Começava assim o meu artigo-entrevista com Gennadios Zervos, realizado para a revista Città Nuova. Aquele primeiro encontro remonta a novembro de 1970. Não sabia que depois de poucos meses teria sido eleito pelo Patriarca Atenágoras de Constantinopla e pelo seu Sínodo com o título de bispo de Cratea. Deste modo, após 275 anos, pela primeira vez na história era ordenado de novo na Itália um bispo ortodoxo.

Aquela atmosfera de “casa” acompanhou a amizade com a qual, desde então, o bispo Gennadios nos honrou por longuíssimos anos.

Zervos veio muito jovem viver entre os napolitanos: em 1961, quando tinha vinte e quatro anos. Já naquela época era professor do seu liceu, docente de patrologia grega em Bari no Instituto Superior de Teologia, escritor do periódico mais importante do mundo greco-ortodoxo, a revista Stakis. Já era formado em teologia ortodoxa em Constantinopla e em teologia católica pela Pontifícia Faculdade de Teologia em Nápoles. Uma carreira prestigiosa, a sua, mas como amadureceu?

Pensava – na verdade – em desempenhar a sua missão na Grécia, mas o Patriarca Atenágoras mudou a sua meta: é a Itália – disse – porque “centro do catolicismo. Lá devemos ter jovens teólogos […], pela unidade das duas Igrejas irmãs”. Uma profecia que se realizou.

No último intercâmbio de alguns meses atrás, exprimia assim a nossa alegria comum: “Nunca me esquecerei dos nossos encontros[2] em Rocca di Papa, me deram a verdadeira alegria de conhecer Chiara Lubich, que admirei em muitos anos, nos nossos encontros com os Ortodoxos, assim como nos nossos encontros com os Bispos Amigos do Movimento. Pela última vez, a vi no Hospital Gemelli; vivas na minha alma a sua esplêndida figura, a sua esplêndida personalidade. Para nós ela é uma coluna de amor e de unidade que nos fez conhecer o supremo testamento do nosso Salvador, a Vontade de Deus: ‘que todos sejam uma coisa só’”.

Gennadios foi protagonista humilde e tenaz dos “tempos novos” abertos com o Concílio Vaticano II e traduzidos em história também através do carisma da unidade de Chiara Lubich, compartilhado e vivido por ele. Trouxe a riqueza da Sua Igreja do Oriente com simplicidade e integridade, criando pontes novas de respeito, colaboração e compreensão. Escreveu um pedaço de história da Igreja que nos enche de gratidão.

Gabri Fallacara

 

[1] G. Fallacara, “Atenágoras o escolheu para os novos tempos”, Città Nuova, fevereiro de 1971, pp.32-34.

[2] Trata-se dos encontros ecumênicos promovidos pelo Centro “Uno”, a secretaria para a unidade dos cristãos, do Movimento dos Focolares.

Foto: O Metropolita Gennadios Zervos e Gabriella Fallacara na 59ª Semana ecumênica promovida pelo Centro “Uno”, Castel Gandolfo (Itália), 13 de maio de 2017.

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