A paz como pré-requisito para qualquer outra ação em favor da Síria: é isto que pensa D. Samir Nassar, arcebispo maronita de Damasco, que esteve presente no encontro de Bispos amigos dos Focolares, realizado de 23 a 26 de fevereiro, em Castelgandolfo, precisamente na vigília do cessar-fogo na Síria. Esta foi a segunda vez que D. Nassar participou de um encontro deste gênero, nas colinas de Roma. «Da primeira vez que vim, foi tanto o que recebi que decidi voltar – contou ele –. Venho de Damasco, uma cidade atormentada pela violência e pela guerra. Esta estadia aqui, em companhia dos meus irmãos bispos e com toda a atenção dos Focolares, permite-me ver mais longe, ter uma visão mais global sobre o futuro do mundo, da Igreja, dos cristãos no Médio Oriente. Portanto, este encontro constitui para mim um apoio fraterno para a vida da minha diocese».
Perante a situação de guerra que se vive no seu País, D. Nassar afirma com convicção: «A Igreja da Síria recusa-se a morrer e agarra-se à esperança, feita de sinais concretos. Em 2015, por exemplo, precisamente no momento em que as pessoas começavam a abandonar a capital, iniciamos a construção de três capelas, para dar confiança aos fiéis dos bairros periféricos, uma vez que as pessoas já não vinham à catedral, por questões de segurança. Mantemos a esperança também através das vocações: há jovens padres e seminaristas que chegam, e também isto é um sinal de vitalidade e esperança para o futuro».
O arcebispo teve palavras de agradecimento pela obra realizada pelo Movimento dos Focolares que, apesar do conflito, continua presente na Síria: «Verdadeiramente o Movimento, pelo que vejo especialmente em Damasco, faz um trabalho excelente com os jovens, as famílias e as crianças – afirmou –. As pessoas são encorajadas a ver o futuro com fé e esperança: e este é um grande apoio para todas as comunidades, um sinal do Espírito que nos ajuda a prosseguir este caminho».
A este propósito, o anúncio da chegada a Damasco de uma nova focolarina «é um outro sinal de que na Síria há uma Igreja que olha para o futuro e não tem medo de morrer. A vossa presença é um sinal de esperança e de renovação. Por tudo isto, eu vos agradeço imensamente». Este é um sinal ainda mais importante num país em que «as pessoas estão cansadas de suportar a guerra, o sofrimento e a carência de tudo; e as notícias não são nada encorajadoras. A missão da Igreja e dos Focolares é precisamente dar coragem».
Finalmente, quanto à comunidade internacional, D. Nassar constata com amargura que «o mundo diz que se interessa muito pela Síria, mas cada país faz isso à sua maneira, e no final de contas, ninguém pensa verdadeiramente nos interesses da Síria». E lança um apelo: «Acabem com a guerra. Se a guerra não termina, tudo o que estamos fazendo é inútil. Refaçamos a paz e depois, cristãos e não cristãos, reconstruamos o País: todos os cidadãos perderam e sofreram muito, e merecem a caridade e o amor da Igreja. Como o próprio Papa Francisco diz: os pobres não têm religião, o que interessa verdadeiramente é o homem. Nós esperamos, acima de tudo, que se dêem passos para a paz, tudo o resto é secundário».
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