O empenho na Assembleia Constituinte que decidiu o destino da Itália do pós-guerra, o empenho pela paz e a ajuda aos mais necessitados, o empenho pelo ecumenismo: são algumas das afinidades entre duas figuras profundamente ligadas pela sintonia e a amizade, Giordani e La Pira, evidenciadas no congresso “Igino Giordani e Giorgio La Pira: as virtudes e a política”, realizado no dia 25 de maio, em Florença. Estiveram presentes cerca de 250 pessoas, entre as quais familiares de Giordani e muitos estudantes de proveniência internacional do Centro La Pira, dedicado ao político que governou Florença de 1951 a 1964. O centro foi fundado pelo Cardeal Benelli e, desde então, está confiado aos Focolares. É um ponto importante para o diálogo e a fraternidade na capital toscana.

Giordani esteve entre os mais importantes políticos e intelectuais do pós-guerra italiano, mas também foi “cofundador” do Movimento dos Focolares, onde era conhecido com o nome de “Foco”. Dedicou-se na promoção de uma política baseada no serviço à coletividade e no diálogo fraterno. «Uma iniciativa que hoje pode parecer audaciosa», afirmou no seu discurso Alberto Lo Presti, presidente do Centro Igino Giordani. «Porém – prosseguiu – é claro que não era menos durante a experiência parlamentar de Giordani, em plena guerra fria. Foi impulsionado a esta aventura pelo encontro com o Ideal da unidade, de Chiara Lubich, no dia 17 de setembro de 1948; um Ideal que a Lubich deu ao mundo e que Giordani soube transmitir também na política».

A promoção da paz e da integração europeia estão entre os pontos fundamentais da carreira parlamentar de Giordani, analisados pela Professora Bagnato, docente de História das Relações Internacionais na Universidade de Florença: «A essência do seu pacifismo – recorda – está na sua vocação para o diálogo no plano internacional, bem como no plano interno e das relações». Uma vocação que levou o deputado Giordani a ser promotor de numerosas iniciativas (como a primeira proposta de lei para a objeção de consciência e de um acordo parlamentar pela defesa da paz), colaborando tanto com exponentes do seu partido, como com aqueles que eram frontalmente opostos.

O evento contou com a adesão do Presidente da República italiana Giorgio Napolitano. Após a abertura feita pelo Arcebispo de Florença, Cardeal Betori, houve contributos de vários estudiosos – como o professor Luppi, docente de História Contemporânea no Instituto Universitário Sophia, e o professor Monticone, histórico e ex-presidente nacional da Ação Católica. Esteve presente a Orchestra del maggio musicale fiorentino.

Na conclusão uma das estudantes presentes afirmou: «Hoje como nunca, considero muito atual e necessária a esperança que caracterizou o modo de entender a política de Giordani: ‘o Parlamento precisa de santos!’».

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