Movimento dos Focolares
Mianmar: a serviço da comunidade

Mianmar: a serviço da comunidade

Vila Kanazogone

«Desde a sua fundação, em 1860 – conta o pároco, Pe. Carolus Su Naing –, a paróquia serviu a igreja local interessando-se, antes de tudo, pelo desenvolvimento social e pastoral dos moradores da região e, com os anos, fundou outras quatro paróquias, Pinle, Aima, Pein ne gone, Myitkalay e Wakema, onde moram, no total, cerca de 8.000 católicos. Kanazogone sempre teve uma função vital no cuidado com as pessoas mais necessitadas. Quando o tufão “Nargis” devastou a região do Delta, em 2008, a nossa vila tornou-se o centro dos refugiados: cerca de 3.000 pessoas atingidas pelo tufão».

Qual é a situação de vocês atualmente?

« Kanazagone ainda não tem energia elétrica fornecida pela prefeitura – continua a explicar o sacerdote focolarino -. Todos os moradores precisam procurar com os próprios meios alguma forma de iluminação, usando velas e baterias; somente algumas casas tem um pequeno gerador a óleo. Recentemente discutimos, com os chefes do povoado, sobre a necessidade de ter um gerador mais forte e potente, que leve a eletricidade a todas as famílias. A instalação de um potente gerador a biogás irá melhorar a vida do vilarejo e a capacidade de trabalho de seus habitantes».

Silo para a casca do arroz

Perguntamos a Rolf Infanger, suíço, membro dos Focolares, que trabalha diretamente no projeto, como funcionará o gerador.

«O gerador alimentado com biogás ativa um dínamo de 200 KW, suficiente para toda a vila. É uma invenção de Mianmar. A novidade está no fato que o biogás é gerado pela combustão da casca de arroz, um produto descartado. A casca do arroz, que em geral é jogada fora, pode ser usada de maneira eficiente para produzir energia elétrica biogás. Além disso, o suporte técnico será garantido pelo produtor do motor, que é local. Em Mianmar já estão sendo usados, com êxito, muitos maquinários desse tipo.

Essa região é cercada por campos de arroz; a refinaria onde o cereal é elaborado encontra-se aqui na vila. O projeto, administrado pelo engenheiro inventor e pelo chefe do povoado, começou em abril de 2013, com a chegada de um empréstimo de 25.000 euros. Será preciso pagá-lo em cinco anos, mas com uma taxa mínima. Fazemos a forte experiência de perceber que Deus nos guia, nos orienta a fazer coisas úteis para a vida do vilarejo».

motor a biogás

Quais são as expectativas de vocês para quando o gerador começar a funcionar?

«Graças ao fornecimento de luz e energia geradas pelo equipamento a biogás, quando estará funcionando – assegura Pe. Su Naing – as famílias vão melhorar a sua vida cotidiana. A renda dos habitantes aumentará, porque terão a possibilidade de trabalhar em casa nas primeiras horas da noite. A luz e a energia irão sustentar a escola e o ambulatório, em tempos normais e também em momentos de emergência. As crianças terão mais facilidade em suas tarefas. A iluminação nas ruas aumentará a sensação de segurança, favorecendo a vida social».

Se você deseja ajudar esse projeto:

Conta bancária na Alemanha:

Maria Schregel Hilfswerk e.V.

Sparkasse Uelzen (Caixa Econômica de Uelzen)

IBAN: DE39 2585 0110 0009 0079 49

Swift: NOLADE21UEL

Mianmar: a serviço da comunidade

E ainda, Feliz Natal!

Eu nasci em Moscou, em uma família que pertence à Igreja russa ortodoxa. Quando eu tinha três anos de idade, em 1989, a minha família ficou conhecendo os focolarinos que haviam chegado recentemente em Moscou. Minha mãe e minha avó ficaram felizes ao constatar a vida daquelas pessoas, autênticas e cheia de novidades na vida cristã. Minha mãe gostaria de aprofundar a amizade com os focolarinos e, por isso, pediu conselhos ao pároco e ele, informando-se sobre esta comunidade que não pertence à Igreja Ortodoxa, deu igualmente a sua bênção. Atualmente a comunidade dos Focolares em Moscou cresceu e a maioria dos seus membros é da Igreja Ortodoxa.

Durante os últimos vinte e cinco anos a minha família estabeleceu uma profunda e sólida relação com a comunidade dos Focolares, fazendo parte dela, vivendo no espírito de profunda unidade e, também, na liberdade e no respeito recíproco.

No ano 2000 aconteceu uma grande mudança na minha vida, eu tinha treze anos. Naquele ano houve um encontro na Polônia, com a presença de Chiara Lubich, do qual eu participei junto a um grupo da Rússia. E, exatamente naqueles dias, eu senti uma particular união com Deus, uma grande maturação da minha fé. Tornei-me profundamente consciente da existência de Deus e da sua presença, constante e real, na minha vida. Depois de alguns meses eu fui ao Japão, com um pequeno grupo de adolescentes da Rússia para participar de uma conferência internacional dos jovens do Movimento dos Focolares, junto aos jovens budistas japoneses. Foi a primeira vez que eu encontrei outros adolescentes que procuravam viver seriamente o Evangelho, com espírito de unidade e de partilha. Nasceu em mim o grande desejo de continuar a viver desta forma também com os amigos da minha idade, em Moscou.

Depois daqueles dois eventos, na Polônia e no Japão, eu compreendi que havia em mim um forte desejo de crescer na relação pessoal com Deus, eu tinha sede de Deus. Comecei a frequentar a Igreja por iniciativa própria, sem  os meus pais. O pároco, que me viu crescer, notou a minha transformação e me convidou para ser coroinha. E assim, durante oito anos, eu vivi esta linda experiência de proximidade ao altar e ao sacerdote.

Como resultado desta vivência, por um lado na Igreja Ortodoxa, por outro na comunidade dos Focolares, eu compreendi que não poderia fazer outra coisa senão seguir a Deus que me chamava a deixar tudo. Depois de ter deixado a Rússia, em 2010, para ingressar no Focolare, eu tive a possibilidade de viver, de maneira nova, a participação na celebração litúrgica: comecei a frequentar o coral. Era um desejo antigo e já esquecido que eu experimentara na minha infância e que, agora, vivo como um dom recebido de Deus.

Agora eu vivo com outros focolarinos que são católicos. Juntos procuramos viver o amor recíproco que nos permite, muitas vezes, experimentar a presença espiritual de Jesus entre nós!”.

Mianmar: a serviço da comunidade

Um novo ano para viver o Evangelho

Intimidade em família

No nosso país, existe o hábito de desmontar o presépio no dia da Epifania, assim, convidamos os nossos filhos para concluirmos o período natalício juntos. Foi uma noite muito bonita: falamos da honestidade, da solidariedade… Criou-se um clima tão bonito que, diante do presépio, lemos o Evangelho do dia, descobrindo nuances que não tínhamos ainda notado. Também com os filhos mais novos falamos do significado da festa, depois cada um expressou uma intenção e um desejo para o novo ano. Propusemo-nos a procurar, também durante o ano, outros momentos para criar aquela mesma intimidade entre nós. Poderia parecer desnecessário para uma família, mas para nós foi uma descoberta, e a noite terminou com canções para glorificar e agradecer a Deus. (M.M. – Líbano)

Elina, a acompanhante

A minha mãe sofreu um acidente e, de uma situação de independência, apesar da idade avançada, precisa agora de uma assistência contínua que, nem eu nem a minha irmã, podemos oferecer-lhe. Por isso, contratamos a Elina, uma jovem do leste europeu que, entre outras coisas, resolvia deste modo os seus problemas. Porém, a nossa mãe não conseguia aceitá-la. Para ajudá-las a construir uma “ponte” entre elas, procurei desfrutar das pequenas ocasiões: traduzir para a mãe o eslavo da Elina, explicar a uma as necessidades da outra, por em evidência o mais possível o positivo de cada uma.

Começava a nascer um certo relacionamento quando descobri que o visto de residência da Elina estava prestes a expirar. Era preciso legalizar a sua situação. Durante quatro meses, bati à porta de diferentes repartições e, no fim, tudo ficou regularizado. Pouco a pouco, a nossa mãe encontrou na Elina uma amiga, quase uma filha. Por sua vez, Elina encontrou uma família, e mais tarde o seu filho veio também para a Itália. Agora ela está feliz. (A. P. – Itália)

Os tênis

Durante duas semanas, o meu filho não pode participar das aulas de educação física porque não tinha um par de tênis. Não tínhamos dinheiro para isso, mesmo com toda a boa vontade, eu não conseguia economizar o dinheiro necessário nem para comprar os mais baratos. Um dia lembrei-me das palavras do Evangelho: «pedi e recebereis…», e pedi a Deus que me ajudasse a juntar o dinheiro para comprar os tênis para o meu filho. Fiquei muito emocionada quando, naquele mesmo dia, ele chegou da escola com um par de tênis e ainda outro de reserva: tinham-lhe comprado com o fundo do “projeto de apoio à distância” no qual estamos inseridos. Como não ver neste episódio a resposta do amor concreto de Deus, precisamente no momento em que mais precisava, para fazer também o meu filho feliz? (E.B. – Bolívia)

Fonte:Il Vangelo del giorno”, janeiro 2014, Città Nuova Editrice.

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Jovens muçulmanos e cristãos juntos, na Argélia

Um testemunho dado no Congresso gen 2013

«Por muito tempo pensamos que não seria possível relacionar-nos com jovens cristãos de uma forma assim tão profunda, mas as coisas que vem de Deus não podem estar em desacordo.

Somos muçulmanos, de cultura e de convicção. Viemos de um país, a Argélia, no qual quase a totalidade da população é muçulmana, onde o contato com outras religiões é muito raro, ou melhor, é ausente.

É claro que introduzir na nossa vida um Movimento com conotação cristã era um grande desafio. Primeiro porque nossas culturas são diferentes, diversidades cultivadas principalmente pelas doutrinas políticas e históricas, e que, além do mais, estão infiltradas na vida cotidiana por muitos obstáculos de ordem social e cultural.

Como podíamos assumir este compromisso sem que a nossa fé religiosa fosse turbada? Qual era mesmo esta ideia pela qual nós estaríamos prontos a tantos sacrifícios? Não eram questões banais.

A nossa experiência é rica e inédita. Entrávamos, com prudência, num caminho que aos poucos nos atraía, e descobríamos que podíamos superar as discordâncias.

Ao longo dos anos, para a nossa grande surpresa, o acolhimento recíproco era feito de um modo espontâneo e natural, e tomávamos consciência que estávamos aprofundando também a nossa religião. De fato, compartilhando os mesmos princípios, a dimensão da humanidade se dilatava em nós, até ao infinito.

Muito além das palavras é com as ações que nós nos comprometemos, indo constantemente além das limitações próprias de um ambiente que ainda precisa de muito amor e abertura. Cada dificuldade representa um novo motivo para continuar.

Hoje estamos em várias cidades da Argélia, distantes até algumas centenas de quilômetros. O relacionamento entre nós, muçulmanos e cristãos, parece enriquecer-se com a experiência de cada um, ajudados pelos gen do mundo inteiro.

Acreditamos que a maior missão confiada ao homem hoje é a de trabalhar a fim de que possamos viver todos juntos, além das convicções religiosas e culturais, porque o  amor ultrapassa qualquer diversidade».

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Natal na rua, em Santiago do Chile

«Jesus nasceu hoje, aqui também, nesta praça da periferia de Santiago. Como todos os anos celebramos o Natal com os nossos amigos que moram na rua ou não tem ninguém com quem festejar. É muito bonito ver jovens, adultos e crianças que partilham juntos e sentam à mesma mesa, sem olhar para as diferenças.

Dessa vez havia muitos imigrantes, vindos principalmente do Peru, em busca de trabalho e com muitos filhos, mas aqui a situação para eles não está nada boa. Outros vieram das regiões do Chile atingidas pelo terremoto de 2010 e que até agora esperam por uma casa. Outros ainda acabaram de começar esse “caminho” na rua e estão desencorajados. Nelson, por exemplo, saiu de casa há três meses, ele bebe e sua esposa não quer mais saber dele; enquanto estávamos à mesa ele nos contou que está muito triste e sente saudade da família. Loreto o convidou a acreditar ainda, porque é Natal. E ofereceu-lhe ajuda.

No dia seguinte Nelson foi visitar a “Casinha Primeiros Tempos” (um pequeno apartamento onde moram alguns gen, os jovens do Movimento dos Focolares, para repetir a experiência de Chiara Lubich e das primeiras focolarinas, com uma vida baseada no Evangelho, ndr.). Lá ele pode tomar banho, fazer a barba, um dos jovens lhe deu de presente uma calça e uma camisa. Depois um de nós o acompanhou até sua casa. A alegria da filha ao ver o pai foi incontrolável. Explicamos a situação à esposa e ela, depois de um pouco, aceitou recomeçar e puderam estar juntos toda a tarde. À noite acompanhamos Nelson ao “Hogar de Cristo”, onde a condição para ficar é clara: zero álcool. Ele aceitou. De agora em diante será um trabalho em equipe, deveremos ajudar-nos, mas o Menino Jesus deu-nos este presente, e muitos outros, que nos levam a ser como os braços que fazem com que o Seu amor chegue a toda parte.

Não há dúvidas que o mundo unido é possível, trata-se somente de fazer toda a nossa parte e descobrir juntos como realizá-lo».

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Tailândia, o depoimento de um jovem budista

«Meu nome é Num, nasci na Tailândia e sou um gen budista. Sou músico e pintor de profissão. Atualmente dou aulas de computação a pessoas com deficiência. Como vocês veem os meus cabelos estão muito curtos, porque faz pouco tempo que terminei uma experiência como monge budista.

Segundo a nossa tradição um jovem deve passar um período de tempo como monge, num mosteiro. Infelizmente, nos dias de hoje essa prática já não é tão sentida. Como gen eu quero conhecer mais a minha religião e viver melhor a minha vida espiritual, por isso decidi ser ordenado monge. A cerimônia de ordenação foi muito significativa para mim. Os focolarinos e os gen estavam presentes para essa ocasião importante. Eu senti muito a proximidade deles nessa experiência.

Eu tinha mais tempo para rezar, começando muito cedo, às quatro e meia da manhã. Logo após as orações da manhã eu saía, como os outros monges, para pedir esmola, procurar comida. Descobri que as pessoas tem confiança nos monges e os respeitam muito. Entendi como é importante essa confiança e, nós monges, devemos ser fieis aos ensinamentos de Buda, para que se possa conservar essa confiança que as pessoas depositam em nós.

Aprendi muito através dos ensinamentos do budismo, principalmente dos monges mais anciãos. Mesmo se estava no mosteiro sentia que os outros gen estavam unidos a mim.

Eu conheci os gen através de um dos meus amigos budistas. Ele conheceu o ideal dos gen por meio de um monge budista do seu vilarejo. Na primeira vez que os encontrei percebi logo que se relacionavam de uma maneira muito amigável, como irmãos e irmãs, mesmo se eram, e somos, muito diferentes, inclusive de religiões diferentes.

O que significa ser um gen budista? Temos muitas coisas em comum com os cristãos, por exemplo, procurar ser pessoas comprometidas e boas, e também a opção de fazer o bem aos outros. Posso viver como um gen em qualquer lugar, em qualquer instante, e, principalmente amar todas as pessoas que encontro, ajudando a construir relações de fraternidade com todos. Nós, gen budistas, procuramos viver o ideal da unidade cada dia, amar e construir a unidade onde estamos. Junto com os gen cristãos fazemos muitas atividades em favor da sociedade. Por exemplo, iniciativas para arrecadar fundos para ajudar as vitimas das catástrofes naturais. Agora estamos trabalhando para ajudar as vítimas do tufão nas Filipinas. Nós vamos adiante juntos!».