Movimento dos Focolares
Fase 3 do Genfest 2024 é concluída, mas isso é só começo…

Fase 3 do Genfest 2024 é concluída,
mas isso é só começo…

A 3ª Fase do Genfest 2024, realizada em Aparecida (SP), contou com a realização de workshops promovidos pelas chamadas United World Communities (Comunidades Mundo Unido), espaços de encontro onde os jovens podem compartilhar seus talentos e paixões. Essas comunidades oferecem oportunidades de descobrir pessoas talentosas, formas concretas de engajamento e dar início a ações e projetos voltados para a construção de um mundo mais unido que visam responder aos desafios locais e globais do mundo de hoje; ativar processos de mudança pessoal e coletiva; elevar a fraternidade e reciprocidade a todas as dimensões da vida humana. Uma característica importante dessas comunidades é que, são fruto de um trabalho entre pessoas de diferentes gerações.

Dando continuidade às experiências realizadas das fases anteriores do Genfest, nessa 3ª Fase, ao se inserirem nas Comunidades, os jovens puderam participar de laboratórios de diferentes áreas cuja metodologia foi baseada na fraternidade e no diálogo, tal qual um ensaio de projetos e ações que, a partir de agora, poderão ser desenvolvidos no âmbito “glocal” (projetos locais com uma perspectiva global). As atividades foram realizadas nas áreas de Economia e Trabalho, Interculturalidade e Diálogo, Espiritualidade e Direitos Humanos, Saúde e Ecologia, Arte e Compromisso Social, Educação e Pesquisa, Comunicação e Mídia, e Cidadania Ativa e Política. As equipes responsáveis pela realização dos workshops foram formadas por jovens e profissionais que, durante meses, trabalharam intensamente na organização dessas atividades.

Daqui em diante, as Comunidades contarão com um método de trabalho que consta de três etapas: Aprender, Agir e Compartilhar. A primeira (Aprender) é a de exploração e análise aprofundada dos temas e questões mais atuais de cada comunidade, tendo em vista identificar problemas e apresentar soluções. A fase seguinte (Agir) consiste na realização de ações de impacto sobretudo local, mas com uma perspectiva global. Por fim, na terceira etapa (Compartilhar), a proposta é que a comunidade fomente espaços de intercâmbio e diálogo contínuo das iniciativas, tendo em vista fortalecer a rede de colaboração global. Um aplicativo – o WebApp United World Community – foi criado para servir de instrumento para partilhar de ideias, experiências e notícias, bem como fomentar projetos de forma colaborativa.

“Deus visitou o coração de todos”

No encerramento da 3ª Fase do Genfest, as Comunidades apresentaram, de forma criativa, impressões e alguns resultados das atividades realizadas nos dias anteriores. Do trabalho realizado nasceu o documento “The United World Community: One Family, One Common Home”, a contribuição dos participantes do Genfest 2024 para o “Summit of the Future” (“Pacto para o Futuro’) da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro próximo. Conforme declararam os jovens que apresentaram o texto, esse não traz um resultado final, mas pretender ser um “programa de vida e trabalho” para as várias United World Communities, além de ser um testemunho a ser apresentado no “Summit of the Future”.

“Com as nossas comunidades, não queremos fazer exigências, formular slogans ou apresentar queixas aos líderes políticos”, afirmaram os jovens. “Em vez disso, tentamos dar um nome aos nossos sonhos partilhados, sonhos de um mundo unido. Sonhos pessoais e comunitários, que nos guiarão nas atividades que realizaremos nos próximos nos”. E concluíram: “Esperamos que, vivendo-os, ‘juntos’ e passo a passo, tornem-se sinais de esperança para os outros”.

Também na conclusão do Genfest 2024 falaram Margaret Karram e Jesús Morán, presidente e copresidente do Movimento dos Focolares. Jesús Morán afirmou que, embora a experiência do cuidado fosse a mais vivida na história da humanidade, ela não foi a mais refletida.

Isso começou a mudar, como foi demonstrado no Genfest, afirmou ele, para quem o cuidado é uma resposta à exigência de dignidade humana. Nesse sentido, ele concluiu da importância dos jovens permanecerem conectados a essa rede mundial de comunidades generativas.
Margaret Karram, por sua vez, disse ter constatado ao longo de toda a experiência do Genfest que os jovens deram um testemunho tangível da fé e de que já atuam na construção do mundo unido. Especificamente sobre a 3ª Fase, ela enfatizou a riqueza dessa experiência por sua criatividade, por sua marca intergeneracional e intercultural e pelo fato de que, por meio das comunidades, surge uma possibilidade concreta de viver a mesma experiência do Genfest no cotidiano da suas vidas. Karram convidou os jovens a se sentirem protagonistas dessas comunidades, cujo fundamento foi a unidade. “Por favor, não percam essa ocasião única que vivemos aqui: Deus visitou o coração de cada um de nós e, agora, chama a todos serem protagonistas e portadores da unidade nos diversos âmbitos em que estão empenhados”, concluiu.

Luís Henrique Marques

VER VÍDEOAtivar as legendas em português

Não vamos estar em paz enquanto não alcançarmos a paz!

Não vamos estar em paz enquanto não alcançarmos a paz!

Acabamos de ouvir histórias de paz expressas nas mais variadas cores: cantos, orações, experiências, projetos concretos.

Tudo isso reforça a nossa confiança e a nossa esperança de que é possível sermos construtores de paz. O papa Francisco diz que devemos ser “artesãos da paz” todos os dias. E para fazer isso é preciso constância e paciência, a fim de olhar com amor para todos os irmãos e irmãs que encontramos em nosso caminho.

Deste Genfest, aprendemos que a paz começa por mim, com pequenos gestos de atenção pelas pessoas, pelos nossos povos e pela criação.

Então, por onde podemos começar?

Dissemos isso várias vezes nos últimos dias: derrubando todas as barreiras que nos dividem, para viver pela fraternidade. E podemos fazer isso

  • ao descobrir que a nossa humanidade comum é mais importante do que todas as nossas diferenças;
  • estando prontos a perdoar e a fazer gestos de reconciliação. Perdoar significa dizer ao outro: “Você vale muito mais do que suas ações”.

E como fizemos na primeira fase do Genfest, vamos continuar a ser artesãos de paz em nossas relações, também quando voltarmos para casa, dando o primeiro passo em direção aos outros. O amor vai nos inspirar o que deve ser feito, que direção tomar…

Perdoemos sem esperar que o outro peça perdão.

Que este Genfest seja o momento do nosso SIM À PAZ.

Nunca mais devemos nos sentir sozinhos. Nestes dias vimos, e com certeza experimentamos, a força do “Juntos”.

Unamo-nos a todos aqueles que vivem e trabalham pela paz. As communities que vamos construir na Fase três já são um caminho possível.

Abram seus olhos para visões de paz!
Falem uma linguagem de paz!
Façam gestos de paz!
A prática da paz conduz à paz.
A paz é revelada e oferecida àqueles que atuam,
dia após dia,
todas as formas de paz de que são capazes. (*)

Abrir, falar e agir.

Portanto, não vamos estar em paz enquanto não alcançarmos a paz!

Margaret Karram

(*) Poema de João Paulo II

Genfest 2024 conclui sua segunda fase: um sim à paz

Genfest 2024 conclui sua segunda fase: um sim à paz

Iniciada na noite da última sexta-feira (19/7), a 2ª Fase do Genfest 2024, edição do festival juvenil do Movimento dos Focolares concluiu seu programa neste domingo (21/7) pela manhã com a celebração da santa missa na Basílica do Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP), Brasil. O evento central do Genfest que, pela primeira vez teve sua versão internacional realizada no continente latino-americano, reuniu cerca de 4 mil participantes de mais de 50 países e, desde o seu início, foi marcado por uma alegria contagiante. Além disso, milhares de pessoas ao redor do mundo acompanharam parte do programa via streaming.

Sob o tema “Juntos para cuidar”, os jovens reunidos no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida promoveram um intenso programa que combinou festa, arte, criatividade e testemunho, expressões da convicção de que a construção da fraternidade universal exige iniciativas concretas de cuidado com a vida no planeta, especialmente na atenção às pessoas em diferentes condições de vulnerabilidade e à natureza, como tem pedido de forma insistente o papa Francisco.

Na abertura, os jovens foram saudados pelo arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes; pelo núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro; pelo reitor do Santuário de Aparecida, padre Eduardo Catalfo e pela presidente do Movimento dos Focolares, Margaret Karram, entre outras personalidades presentes. Dom Orlando Brandes leu uma mensagem enviada pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, em nome do papa Francisco. “Sejamos capazes de reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras”, diz o telegrama. Já em suas palavras de saudação aos jovens, Margaret Karram foi enfática: “juntos, nossos sonhos se realizarão”. Na sequência, os jovens foram acolhidos por uma “festa latino-americana” com apresentações artísticas típicas de diferentes países. Foi uma explosão de alegria, que envolveu a todos.

Um momento para encontrar pistas, ou melhor, caminhos para o mundo unido. Assim começou o segundo dia da segunda fase do Genfest 2024. De um lado, jovens de todo o mundo relataram como procuraram, em seus ambientes, construir relacionamentos de fraternidade. Assim foi, por exemplo, com Adelina, do Rio Grande do Sul, que teve de enfrentar a tragédia das chuvas que castigaram o seu estado em maio, e com Joseph, da Serra Leoa, que desde criança foi separado da família e recrutado à força pela milícia que, com atos de crueldade, combatia as tropas do governo desse país africano. De outro lado, momentos artísticos chamaram a atenção para alguns dos grandes temas do mundo de hoje, como a ecologia e a cidadania, enquanto os chamados spark changers, especialistas em diferentes áreas do conhecimento, propuseram ao público algumas pequenas reflexões que podem, como diz a expressão, provocar a mudança no mundo.

A programação do sábado contou ainda com um “aperitivo” do que os jovens encontrarão na Fase 3 do Genfest: workshops foram realizados sob diferentes temáticas, sempre sob a perspectiva do cuidado com a vida em suas diferentes expressões. Por fim, uma viagem pelo mundo com histórias de superação pessoal ou de ação social, mas todas com a fraternidade como motivação para “abraçar a humanidade e iniciar mudanças”concluiu a programação da tarde do segundo dia no palco do Genfest. Jovens de Turquia, Austrália, Zimbábue, Bolívia, Itália e Colômbia relataram como enfrentaram ou ajudaram outras pessoas a enfrentar dores que parecem tirar o sentido da vida. As apresentações, porém, não se restringiram a histórias pessoais. Também foram ao palco iniciativas sociais bem variadas, como o Rimarishun, um projeto de encontro de culturas diferentes no Equador. Do Brasil, marcaram presença o Projeto Amazônia, o Quilombo Rio dos Macacos, em Salvador e a Casa do Menor, cuja coreografia foi aplaudida de pé.

A programação do último dia da segunda fase do Genfest 2024 começou recordando o passado para pensar o futuro. Como numa prestação de contas, foram lembrados alguns projetos lançados no último Genfest, em 2018, que já começaram a dar frutos, até literalmente, caso do plantio de árvores em áreas sujeitas a degradação. Com base nos exemplos do evento de Manila, foram apresentados alguns projetos para levar adiante a proposta destes dias.

O primeiro projeto já começa agora, com a terceira fase do Genfest. São as United World Communities, ou “comunidades por um mundo unido”, que vão agrupar os jovens – inclusive aqueles que não puderam estar presentes em Aparecida – em grupos de áreas do conhecimento, desde economia e trabalho até política e cidadania. Os interessados poderão se inscrever nessas comunidades de acordo com sua “paixão”, como avisaram os organizadores.

Un importante strumento per la realizzazione di queste comunità è il Progetto Mondo Unito. Lanciato nel 2012 al Genfest di Budapest (Ungheria), è infatti un programma per diffondere la fraternità su larga scala e riunire le azioni in questa direzione, rendendo possibile la condivisione di esperienze con tanti giovani in tutto il mondo.

Outra ação que nasce deste Genfest, mas mais imediata, é o lançamento de um questionário para recolher propostas dos jovens para o Pacto para o Futuro, um manifesto que será apresentado no Summit of the Future, um encontro de cúpula internacional que será promovido pela ONU em setembro.

Para construir comunidades internacionais, é preciso diálogo. Assim, boa parte da sessão foi dedicada a esse tema. Uma rabina, Silvina Chemen, e uma líder muçulmana, Israa Safieddine, contaram como procuram construir o diálogo.

Quatorze jovens latino-americanos de seis igrejas cristãs apresentaram o Ikuméni, um laboratório de boas práticas ecumênicas e inter-religiosas. No final, todas essas iniciativas buscam alcançar a paz. Portanto, a esse tema foi dedicada a última parte do programa.

O uruguaio Carlos Palma apresentou o projeto Living Peace. Um vídeo de Chiara Lubich recordou como se pode construir a paz hoje: vivendo o amor recíproco.

I giovani partecipanti al Genfest con bandiere di tutti i Paesi hanno sfilato infine chiedendo la pace in ogni nazione. Al termine, la Presidente del Movimento dei Focolari, Margaret Karram, ha invitato tutti a essere costruttori di pace, abbattendo le barriere che dividono le persone e prendendo l’iniziativa di perdonare: “Che questo Genfest sia il momento per dire sì alla pace”, ha concluso.


Luís Henrique Marques e Airam Lima Jr.

Foto: © Imprensa Genfest 2004 – CSC Audiovisivi

Siga o Genfest 2024 ao vivo

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Pode seguir em direto o Genfest 2024 a partir de Aparecida, Brasil.

Per accedere al canale Youtube fai click sull’immagine e scegli la lingua (Italiano, Inglese, Spagnolo, Portoghese, Francese)

Horário (Itália)

Sábado 20: das 13:45 às 15:45

das 22:00 às 24:00

Domingo 21: das 13:45 às 15:45

Genfest 2024: Juntos para cuidar

Genfest 2024: Juntos para cuidar

“Paz entre os povos, proteção do planeta, economias e políticas que coloquem a pessoa, a justiça e a dignidade no centro: trabalharemos, discutiremos e planejaremos tudo isso em nível mundial no Genfest”. São as palavras dos jovens do Movimento dos Focolares que, de 12 a 24 de julho, no Brasil, acolherão milhares de jovens para um evento mundial. O objetivo é, como diz o título, “Juntos para cuidar”, ou seja, cuidar juntos, em nível mundial, das pessoas e de porções da humanidade mais sofredoras e em condições de vulnerabilidade, independentemente das diferenças culturais, étnicas e religiosas.

As grandes mudanças em curso revelam a necessidade de um novo paradigma cultural, baseado não no indivíduo, mas na relação social que se abre a toda humanidade por meio de uma cultura que promove a fraternidade universal; isso não elimina a complexidade, mas a valoriza, e possibilita compreender com maior profundidade a história da humanidade e dos povos.

O Genfest 2024 se articulará em três fases: voluntariado, evento central e criação de communities divididas por áreas de interesse, de estudo ou profissionais, a fim de permanecerem conectadas e trabalharem na construção de um mundo mais unido nos próprios territórios. A intenção é que seja uma experiência imersiva, na qual os protagonistas e idealizadores são os jovens. O diálogo e a colaboração intergeracionais serão um pilar essencial da mudança que se deseja propor também às instituições internacionais. Alguns momentos do evento serão transmitidos em streaming mundial no canal YouTube del Genfest 2024.

Na conclusão, serão reunidos em um documento os novos passos e projetos, já criados ou em curso, para a construção de um mundo pacífico e mais unido, que será apresentado no Summit of the Future (22-23 de setembro de 2024), promovido pelas Nações Unidas. Conterá projetos e propostas concretas para um mundo mais justo e fraterno, a fim de contribuir para os objetivos internacionais da Agenda ONU 2030.

Quem não puder participar do evento central no Brasil poderá procurar aquele que estiver mais próximo da sua casa, pois haverá outros 44 Genfest locais: na Coreia, Índia, Sri Lanka, Filipinas, Paquistão, Vietnã, Jordânia, Egito, Burundi, Tanzânia, Angola, Zâmbia, Quênia, Etiópia, África do Sul, RD Congo, Costa do Marfim, Camarões, Burkina Faso, Peru, Bolívia, México, Guatemala, Argentina, Hungria, Sérvia, Tchéquia, Eslováquia, Alemanha e Itália.

Experimentar – A primeira semana do Genfest (de 12 a 18 de julho de 2024) oferece aos participantes uma experiência “imersiva” de voluntariado em um dos 40 projetos e organizações disponíveis em vários países da América Latina e em outros lugares do mundo. Essa ação será realizada em colaboração com a UNIRedes, organização que reúne mais de 50 organizações, iniciativas e movimentos sociais de 12 países da América Latina e do Caribe, que promovem ações transformadoras em diversos campos (arte e cultura, meio ambiente, governança democrática, educação, trabalho etc.) por meio do protagonismo de todos os atores envolvidos.

Celebrar – De 19 a 21 de julho, em Aparecida, na arena do santuário nacional, os jovens se reunirão no evento central para conhecer experiências, compartilhar estratégias de paz e de fraternidade, também com espetáculos artísticos e musicais. O evento será transmitido para mais de 120 países. Será um grande festival de ideias, pensamentos e iniciativas, que inspirará milhares de jovens de diferentes culturas, etnias e religiões a viverem por um mundo unido.

Aprender e partilhar – A terceira fase acontecerá de 21 a 24 de julho: os jovens serão distribuídos em grupos denominados “communities”, subdivididos em oito áreas de interesse: economia e trabalho, intercultura e diálogo, espiritualidade e direitos humanos, saúde e ecologia, arte e compromisso social, educação e pesquisa, comunicação e meios de comunicação social, cidadania ativa e política.

Nesses espaços, os jovens poderão aprender, trocar ideias e conceber novas formas de compromisso compartilhado, para difundir a cultura da fraternidade mediante projetos locais com perspectiva global, para que, voltando aos próprios países, possam se envolver localmente nas áreas que mais os entusiasmam, a fim de se formarem no paradigma cultural da fraternidade e da relacionalidade.

Uma equipe internacional composta por acadêmicos, especialistas em profissões específicas, líderes e ativistas sociais e políticos – jovens e adultos – acompanhará os participantes em debates e nos trabalhos em grupo.

Entre os participantes, alguns confirmaram a participação: Luigino Bruni, economista (Itália), Choie Funk, arquiteto e ativista social (Filipinas), Jander Manauara, rapper e ativista (Brasil), Carlos Palma, coordenador do projeto Living Peace (Uruguai), Myrian Vasques, ativista indígena (Brasil), Silvina Chemen, diretora do Centro para o Diálogo Inter-religioso do seminário rabínico (Argentina), John Mundell, diretor da Plataforma de Ação Laudato Si’ do Vaticano (Estados Unidos), Nicolas Maggi Berrueta, violinista, Embaixador da Paz (Uruguai), Israa Safieddine, educadora especializada em educação islâmica (Estados Unidos).

Stefania Tanesini

Genfest_Ficha 1_História, objetivos e perspectivas

Movimento Juvenil pela Unidade: 40 anos em caminho pela fraternidade

Movimento Juvenil pela Unidade: 40 anos em caminho pela fraternidade

“Nós estávamos felizes porque entendíamos, e Chiara o confirmava, que não éramos feitos para ficar fechados em nós mesmos, mas sim chamados a sair pelo mundo, ir ao encontro de todos os meninos e meninas da terra”.

Era um verdadeiro mandato, aquele a que se refere Maria Chiara Biagioni, hoje jornalista, recebido diretamente da fundadora do Movimento 40 anos atrás, o nascimento de algo, o Movimento Juvenil pela Unidade, que mudou a sua vida e a de muitos adolescentes.

Era o ano de 1984 e, pouco antes da Páscoa, nos Castelos Romanos, próximo a Roma, se realizava pela primeira vez um curso de formação para os e as adolescentes do Movimento, os e as Gen 3. Eram cerca de 80, vindos de várias regiões da Itália com alguns representantes de outros países (Alemanha, Espanha, Portugal, Holanda, Bélgica e Filipinas). Nenhum deles jamais teria imaginado que assistiria ao início de uma “era nova”.

Precisamente no domingo de Páscoa, às cinco da tarde, Chiara Lubich os convidou a irem ao Centro do Movimento dos Focolares, em Rocca di Papa (Roma). Mas, o que os esperava?

Para dar as boas-vindas havia um gigantesco ovo de Páscoa, presente de Chiara para eles, que continha, como se fosse uma boneca-russa, muitos envelopes e, no final, a surpresa: a mensagem de Chiara que anunciava a fundação do Movimento Juvenil pela Unidade.

“Para mim foi super importante viver aquele momento, em 1984 (…) – conta Federica Vivian -. Chiara Lubich nos mandou este seu presente, uma carta longa, e eu senti que aquilo correspondia exatamente ao que nós vivíamos com os nossos amigos e muitos outros. Nós fazíamos muitas coisas para dizer que acreditávamos na fraternidade (…) e aquela semente frutificou dentro de mim com o desejo de jamais colocar limites, construir pontes com todos”.

Em sua mensagem, Chiara exortava os adolescentes a viverem concretamente o Evangelho e a levar a muitos outros o ideal que tinham no coração, com um único e grande objetivo: manter unido o mundo. As respostas não demoraram a chegar. Os “sim” a esta missão vibraram no auditório onde se reuniram e, depois de pouco tempo, começaram a chegar as respostas também de muitas cidades, do mundo todo.

“Eu tinha 12 anos – diz Fiammetta Megli, professora – e quando quebramos aquele enorme ovo de Páscoa senti uma grande alegria, mas não me dava conta do que estava realmente acontecendo. Eu sentia que pertencia a uma grande família, maior do que a família de fato. Tudo o que penetrou em mim, naqueles anos, como jovem, não apenas permaneceu, mas é a base da qual parto em tudo o que faço hoje, inclusive no trabalho com os adolescentes, na escola”.

Passados 40 anos, o Movimento Juvenil pela Unidade, com os e as adolescentes do Movimento dos Focolares, está presente em 182 países. Eles falam línguas diferentes, pertencem a várias religiões e alguns não se reconhecem em nenhum credo religioso, mas o que os une é ainda o mesmo objetivo: trabalhar para realizar a fraternidade universal. Estão comprometidos nas mais variadas ações e em todas as latitudes para que desabem as barreiras e divisões, para que um mundo unido e de paz se torne logo uma realidade entre todos os povos da terra.

Desde aquele dia, continua Maria Chiara Biagioni “não existia mais espaço no meu coração para a indiferença. Tudo o que via ao meu redor, tudo o que acontecia no mundo me pertencia, de algum modo me envolvia e eu trabalhava para ir ao encontro das necessidades, dos problemas, dos desafios que, passo a passo, se apresentavam também na minha vida. A segunda coisa foi acreditar (…) que o bem é mais forte do que o mal. Acreditar não obstante tudo, apesar das lágrimas das pessoas, das bombas que continuam a cair em tantos países do mundo, não obstante as muitas perversidades que encontramos ao nosso redor (…), que a luz é mais forte do que as trevas, sempre”.

Maria Grazia Berretta