Nov 20, 2020 | Sem categoria
Jesus não é indiferente aos nossos sofrimentos e compromete-se a curar nossos corações da dureza do egoísmo, a preencher nossa solidão, a dar força à nossa ação. Um casamento salvo Uma de nossas filhas estava passando por um momento extremamente delicado em sua vida de casal. A última vez que falei com ela ao telefone, confidenciou-se que já havia perdido toda a esperança de salvar o casamento. A única coisa a fazer, disse ela chorando, era divorciar-se. Meu marido e eu sempre ficamos impressionados com a promessa que Jesus fez aos discípulos: “Se dois de vocês na Terra concordarem em pedir qualquer coisa, meu Pai do céu lhes concederá”. Com esta confiança, prometi à nossa filha que, junto com seus outros cinco irmãos, rezaríamos pela reconciliação. Pouco tempo depois, ela me chamou muito mais tranquila e quase incrédula: depois de muita reflexão, seu marido concordou em fazer uma entrevista com aqueles que poderiam ajudá-los a resolver seus problemas. Na verdade, eles se reconciliaram. E não foi apenas isso: depois de alguns anos, nosso genro mostrou-lhe seu desejo de se tornar parte da Igreja Católica. Foi por isso que ele pediu que ela o acompanhasse a um padre para iniciar a preparação necessária. (G. B. – E.U.A.) Um novo começo Mal podia esperar para começar a ensinar em uma escola secundária da Igreja da Inglaterra no oeste de Londres. Mas meu entusiasmo logo se desvaneceu: não fui recebido pelos estudantes como desejaria e, em conflito com eles, comecei a usar meus poderes. Conversando sobre isso com meus amigos, percebi que a tática a seguir era outra, embora achasse que tinha a razão. Jesus não agiria desse modo. No dia seguinte, na aula, pedi desculpas dizendo que provavelmente tinha cometido muitos erros que um professor mais experiente teria evitado. Em grande silêncio, e ouvindo os estudantes, disse que tentaria vê-los a todos com novos olhos e esperava que eles fizessem o mesmo comigo. Um dos principais causadores de problemas aceitou publicamente minhas desculpas, pedindo também desculpas por seu próprio comportamento e pelo do resto da classe. Vários estudantes acenaram com a cabeça para estas palavras. Vi também alguns deles sorrindo. Algo imprevisível havia acontecido: um professor havia pedido desculpas na frente de toda a classe. Foi um novo começo para todos. (G.P. – Inglaterra) O cara do cruzamento Todas as manhãs, antes de ir ao meu local de trabalho como policial de trânsito, geralmente vou à missa e peço a Jesus ajuda para amar quem quer que eu encontre durante o dia. Uma vez, em um cruzamento com muito trânsito, vejo um garoto passando em excesso de velocidade em uma motocicleta. Depois de um tempo ele volta, sempre em alta velocidade, e isto se repete muitas vezes. Eu lhe digo em vão para parar, esperando em meu coração que ele não cause problemas. Finalmente ele pára, só para me dizer: “Tenho muitas dificuldades, quero acabar com tudo isso”. Eu o escuto por um longo tempo, enquanto continuo meu trabalho. Ofereço-lhe minha disponibilidade para ajudá-lo e não lhe dou uma multa. Vejo-o ir embora mais pacificamente. Alguns anos se passaram. Enquanto estou em serviço em outro lugar, um jovem sorridente aproxima-se de mim e abraça-me comovido. Eu lhe digo: “Olhe, você deve ter se enganado de pessoa”. E ele diz: “Não, eu sou aquele cara do cruzamento. Agora sou feliz no casamento e feliz com a vida. Vim da cidade onde estou morando, porque queria agradecer-lhe”. Em meu coração, pude apenas agradecer a Deus. (S.A. – Itália)
Por Stefania Tanesini
(estraído de Il Vangelo del Giorno, Città Nuova, ano VI, n.6, novembro-dezembro 2020)
Nov 18, 2020 | Sem categoria
Planejada como um dos eventos pelo Centenário de Chiara Lubich, foi suspensa por causa da pandemia e os fundos coletados, doados para beneficência. Agora chega às mídias sociais dos Focolares no Brasil com os mesmos conteúdos e novas linguagens. Uma exposição prevista para agosto de 2020, depois adiada para novembro e enfim aportada na web. Um itinerário laborioso para este evento dedicado a Chiara Lubich por ocasião do Centenário do seu nascimento e hoje disponível através dos perfis sociais de @focolaresbrasil (Facebook, Instagram e Youtube): fotos, vídeos e conteúdos em textos serão publicados quotidianamente durante todo o mês de novembro de 2020. Uma exposição diferente da prevista, com um público ampliado graças à web, enriquecida pela contribuição de uma equipe intergeracional. Falamos sobre isso com José Portella, um dos organizadores da exposição.
Como nasceu a ideia de substituir a exposição presencial por uma virtual? Quem fez parte da equipe de realização e como vocês trabalharam? Somos um time de dezesseis pessoas do Movimento dos Focolares, de diferentes idades e vocações: jovens e adultos, voluntários e focolarinos. Desde o início de 2019 trabalhávamos juntos para apresentar no Brasil uma versão reduzida da exposição montada nas Galerias de Trento na Itália. Depois, chegou a pandemia. Em maio de 2020, percebemos a gravidade da situação, entendemos que podíamos “celebrar” o Centenário ajudando os necessitados atingidos pela pandemia. De acordo com as pessoas que já tinham feito doações para a exposição, doamos todo o recebido a quem estava em mais dificuldades. Foi então que soubemos que para a exposição de Trento se estava preparando um percurso online. Mas a simples tradução não bastava para atingir a realidade brasileira. Por que não fazer algo virtual específico para o nosso país? Com alguns especialistas das novas gerações, que se uniram à equipe, nos dividimos em três grupos para adaptar o material expositivo de Trento, preparar vídeos, avaliar as exigências financeiras. Uma experiência de unidade entre gerações. A dificuldade principal foi manter a narrativa da exposição de Trento, mas com uma abordagem brasileira e uma linguagem adequada às mídias sociais. Quais são as características do percurso que vocês reservaram aos visitantes virtuais? Existem quatro vídeos promocionais e um vídeo para o lançamento da Exposição. Depois, se apresenta Chiara Lubich e o seu carisma segundo três temáticas: ser com a história da Lubich; influir com o testemunho das pessoas que conheceram e que vivem a espiritualidade da unidade; agir com todas as realidades que nasceram através do seu carisma. O que, na opinião de vocês, Chiara Lubich tem a dizer ao Brasil de hoje, inclusive no momento particular de pandemia que estamos vivendo em nível planetário? Chiara Lubich, durante uma viagem ao Brasil em 1991, diante da desigualdade que observava, intuiu a Economia de Comunhão e afirmou que o Movimento no Brasil é chamado a agir sobre a comunhão dos bens em nível global. Hoje, no contexto da pandemia, encarnar este carisma significa cuidar do outro, compartilhar não apenas bens materiais, mas dedicar a própria vida a serviço dos outros, não se perguntar quem é o meu próximo, mas de quem sou eu o próximo. Em sintonia com a Encíclica do Papa Francisco “Fratelli tutti” somos chamados como povo a agir em fraternidade, seguindo o exemplo do bom samaritano. Só então emergirão homens novos para construir uma sociedade mais inclusiva e fraterna.
organizado por Anna Lisa Innocenti
Nov 16, 2020 | Sem categoria
Na espiritualidade da unidade, a pessoa não só busca Deus no fundo da sua alma, mas descobre sua presença no espaço que Ele abre quando duas ou mais pessoas se amam no espírito do Evangelho. A imagem que Chiara Lubich usa para descrever esta realidade é a de um castelo: não interior, mas exterior. Para quem percorre o caminho da unidade, a presença de Jesus em meio aos irmãos é essencial. É necessário que essa presença esteja sempre viva; senão, será um fracasso pessoal. E é justamente ela que caracteriza o carisma da unidade. Do mesmo modo que dois polos da luz elétrica, embora existindo a tensão elétrica, não produzem a luz enquanto não se unem, mas a produzem assim que se ligam, duas pessoas não podem experimentar a luz típica desse carisma enquanto não se unirem em Cristo pela caridade. Nesse caminho da unidade, se existir com os irmãos a presença de Jesus no meio, que é a norma das normas desta vida, tudo adquire sentido e valor no trabalho, no estudo, inclusive na oração e na aspiração à santidade, bem como na irradiação da vida cristã. Nessa espiritualidade, alcançamos a santidade se fizermos uma marcha em unidade rumo a Deus. […] Santa Teresa de Ávila, Doutora da Igreja, fala de um “castelo interior”, a realidade da alma, em cujo interior mora Sua Majestade, a ser descoberto e todo iluminado durante a vida, superando as diversas provações. É esse um ápice de santidade num caminho prevalentemente pessoal, embora, nessa experiência, ela tenha arrastado consigo todas as suas filhas. Mas chegou o momento, ao menos nos parece, de descobrir, iluminar, construir, além do “castelo interior”, também o “castelo exterior”.[…] Mas se pensarmos que essa nova espiritualidade que Deus dá hoje à Igreja alcança também responsáveis pela sociedade e pela Igreja, logo entendemos que esse carisma […] tende a fazê-lo (um castelo exterior tmbém) do corpo social e eclesial. Falando recentemente a cerca de setenta bispos, amigos do Movimento, o Santo Padre disse: “O Senhor Jesus […] não chamou os discípulos para um seguir individual, mas indissoluvelmente pessoal e comunitário. E, se isso é verdade para todos os batizados”, continua o Papa, “vale de modo particular (…) para os Apóstolos e para os seus sucessores, os bispos”1. Do mesmo modo, essa espiritualidade, como todos os carismas, é feita para todo o povo de Deus cuja vocação é ser cada vez mais uno e mais santo.
Chiara Lubich
De: Uma espiritualidade de comunhão. In: Chiara Lubich, Ideal e Luz, São Paulo 200, pag. 50. 1) Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XVIII (1995) 1, Città del Vaticano 1997, p.382.
Nov 14, 2020 | Sem categoria
Um webinar promovido pela Comissão pontifícia para a América Latina, aberto a todos, para refletir e analisar o impacto e as consequências da Covid-19. Os aspectos sociais, econômicos, políticos e o pensamento do Papa Francisco.
Nos dias 19 e 20 de novembro próximos será realizado o seminário virtual intitulado “América Latina: Igreja, Papa Francisco e o cenário da pandemia”, será aberto a todos os que se interessam por esta parte do mundo, também ela atingida fortemente pelo vírus; um panorama já complicado em muitas áreas pela pobreza e a marginalização. Organizado pela Comissão Pontifícia para a América Latina, pela Academia Pontifícia das Ciências Sociais e pela Conferência Episcopal Latino-americana (CELAM), o encontro pretende refletir e analisar a situação da pandemia no continente latino-americano, as suas consequências e, principalmente, as linhas de atuação e as ajudas dos governos e da Igreja. O Papa se fará presente com uma vídeo-mensagem e, entre outros, irão intervir, o cardeal Marc Oullet, Presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina; D. Miguel Cabrejos Vidarte, Presidente do CELAM; Carlos Afonso Nobre, Prêmio Nobel da Paz em 2007; o economista Jeffrey D. Sachs, diretor do Centro para o desenvolvimento sustentável na Universidade Columbia e Gustavo Beliz, secretário de assuntos estratégicos da Presidência, na Argentina. A nota introdutória do seminário explica que, até hoje, no continente latino-americano como no resto do mundo, é impossível calcular os danos da pandemia: “em muitos casos, os efeitos negativos do fechamento das fronteiras e as consequentes repercussões sociais e econômicas foram só o início de uma espiral de danos ainda não quantificados, e muito menos a receita para uma solução a médio prazo”. Por este motivo, o seminário será ocasião de encontro para um diálogo abrangente entre a ação missionária e pastoral da Igreja Católica e a contribuição de vários especialistas do mundo da economia e da política, que poderá potencializar uma rede cultural e operativa que garanta um futuro melhor para o continente. O Papa Francisco se fará presente inclusive com a apresentação da força-tarefa contra a Covid-19, instituída por ele e representada no seminário pelo seu diretor, que exporá seu desenvolvimento. Em tempos de incerteza e falta de futuro, a Igreja olha para o “continente da esperança” e busca instrumentos compartilhados que possam transformar a crise em oportunidades, ou ao menos, busquem encontrar caminhos para sair dela. O programa do evento. Inscreva-se aqui.
Stefania Tanesini
Nov 13, 2020 | Sem categoria
O “Global Compact on Education”, promovido pelo papa Francisco, convida todas as pessoas a aderir a um pacto. Conversamos com Silvia Cataldi, socióloga, docente na Universidade La Sapienza, em Roma.
Os protagonistas são eles, depositários da esperança por um mundo mais justo, solidário, de paz. O “Global Compact on Education”, promovido pelo papa Francisco, vê os jovens como destinatários dos percursos educativos e agentes dos mesmos. Envolvidos juntamente com suas “famílias, comunidades, escolas e universidades, instituições, religiões, governantes” em uma “aliança educativa” por uma humanidade mais fraterna e em paz. Falou-se disso durante o encontro “Insieme per guardare oltre” (Juntos para olhar além) que ocorreu na Pontifícia Universidade Lateranense (Roma, Itália) no dia 15 de outubro, durante o qual o Santo Padre, em uma mensagem por vídeo, exortou todas as pessoas de boa vontade a aderir ao pacto. Silvia Cataldi, socióloga, docente na Universidade La Sapienza, em Roma, esteva presente para comentar as palavras do papa. Nos últimos anos, registramos um forte protagonismo dos jovens nos grandes temas atuais. Parece obsoleto o modelo educativo que os vê como sujeitos passivos… “Muitas vezes, o limite dos modelos educativos é aquele de entender mal a cultura como conhecimento superficial. O pedagogo Paulo Freire fala de “educação depositária”, em que o saber pode ser derramado ou depositado como em um recipiente. No entanto, esse saber tem dois riscos: o de permanecer abstrato e desassociado da vida, e aquele de pressupor uma visão hierárquica do saber. Com relação a isso, o pacto me toca como educadora, porque nos convida a escutar o grito das gerações jovens, a permitir que eles façam os questionamentos. Devemos perceber que a educação é um percurso participativo, não unidirecional.” Portanto, o que significa educar? “O termo cultura vem de colere e significa cultivar. É, portanto, um verbo contínuo, é preciso estar lá, dedicar tempo e espaço, partir das perguntas e não do fornecer as respostas. Mas também tem o significado de cuidar, amar. Por isso o pacto me toca quando diz com força que ‘a educação é sobretudo uma questão de amor’. Quando se fala de amor, se pensa no coração, no sentimento. Mas o amor tem uma dimensão eminentemente prática, requer mãos. Então nós, educadores, fazemos nosso trabalho só se sabemos reconhecer que a educação é cuidado. O cuidado cotidiano é um gesto revolucionário porque é um elemento de crítica e de transformação do mundo. Hannah Arendt o explica bem quando diz que ‘A educação é o momento que decide se amamos o suficiente o mundo porque nos leva a transformá-lo’.” Como fazer com que o pacto não seja um simples apelo? “O convite à fraternidade universal – o coração do pacto – tem implicações importantes, mas porque tem realmente um poder transformador deve promover uma mudança de perspectiva que leva a acolher a diversidade e curar as desigualdades. O sociólogo francês Alain Caillé diz que a ‘fraternidade é plural’, e isso significa que, se no passado a fraternidade existia só entre os iguais, de mesmo sangue, em uma classe ou em um grupo, hoje é preciso reconhecer ‘a especificidade, a beleza, a individualidade’ de cada um. Além disso, se somos todos irmãos, então nosso modo de conceber a realidade muda, porque a olhamos de uma perspectiva específica, que é aquela dos últimos e somos impulsionados a agir, por exemplo, para tutelar os direitos fundamentais das crianças, das mulheres, dos idosos, das pessoas com deficiência e dos oprimidos.”
Claudia Di Lorenzi
Nov 11, 2020 | Sem categoria
O compromisso dos jovens do Movimento dos Focolares de Ho Chi Minh City, no Vietam, pelas pessoas em dificuldades: assumir suas necessidades com a distribuição de 300 cestas básicas para as famílias e 370 brinquedos para as crianças.
No mês de julho de 2020, alguns Gen 2, jovens dos Focolares, de Ho Chi Minh City, no Vietnam, quiseram fazer algo concreto pela operação #daretocare – #ousarcuidar, a campanha dos jovens dos Focolares para “carregar o peso” das nossas sociedades e do planeta -, ajudando as pessoas da comunidade que passavam dificuldades. Decidiram compartilhar o seu amor no bairro de Cu M’gar, na província de Dak Lak. É um lugar onde existe a maior área de plantio de café e o povo é proveniente de outra etnia. Cerca de oito horas de viagem de Ho Chi Minh City. “Começamos a confeccionar e vender fruta, iogurte e batata-doce online. Fizemos coleta de roupas usadas para crianças e adultos, recebemos algumas doações, e quando terminaram as restrições pelo Covid 19 pudemos vender essas coisas na paróquia, como uma “arrecadação de fundos”. Durante a preparação, o grande desafio para nós foi tomar as decisões juntos, não faltaram mal entendidos e desacordos. Mas, sabendo que 300 famílias nos esperavam, continuamos em frente, com amor, paciência e um pouco de sacrifício.
Nos dias 17 e 18 de outubro, com 30 jovens cheios de energia e entusiasmo, fizemos uma viagem muito significativa. Distribuímos 300 cestas básicas para as famílias e 370 pequenos presentes para as crianças. Durante a viagem percebemos o quanto somos afortunados e felizes diante da situação que vivem essas famílias. Compartilhamos as coisas que levamos para demonstrar a eles o nosso amor, mas no final recebemos mais AMOR por meio dos seus sorrisos… na verdade, cada vez que nos aproximávamos deles parecia que nos conhecíamos há muito tempo. Alguns jovens do Movimento levaram seus amigos nessa viagem. Estávamos juntos, de várias partes do Vietnam. Havia muita alegria por nos conhecermos, rir e fazer algo concreto todos juntos, como irmãos e irmãs, sem distinções. Obrigado pelo projeto #daretocare, uma ótima desculpa para trabalhar juntos e construir a fraternidade entre todos nós”.
Os Gen e jovens do Movimento dos Focolares no Vietnam.