29 Dez 2023 | Sem categoria
Concretizar as Encíclicas sobre o cuidado com a casa comum, do Papa Francisco, Laudato sì e Laudato Deum, com gestos concretos. Em Formia, na Itália, a ideia de desenvolver formas renováveis de energia incentivando uma maior eficiência energética. “Em alguns lugares estão sendo implementadas cooperativas para a exploração de energias renováveis que permitam a autossuficiência local e até a venda do excesso de produção. Este simples exemplo indica que, enquanto a ordem mundial mostra-se impotente em assumir responsabilidades, o empenho local pode fazer a diferença”. Estas são palavras do Papa Francisco na encíclica Laudato sì, sobre o cuidado com a casa comum, publicada em 2015. Após a publicação dessa carta e com a inspiração vinda da exortação apostólica Laudate Deum, do dia 14 de outubro passado, muitas comunidades, em todo o mundo, sentiram-se impulsionadas a fazer algo de concreto para o cuidado com o ambiente, modificar os próprios estilos de vida e, desse modo, agir contra as mudanças climáticas. Em Formia, na Itália, sentindo essa responsabilidade, a comunidade do Movimento dos Focolares pensou em intervir de forma eficaz no cuidado com as pessoas e com o ambiente. No início de 2023, depois de um breve percurso de organização, nasceu a Comunidade Energética Renovável, ligada a uma paróquia localizada no município. Uma agregação de diversas pessoas com o objetivo de produzir, consumar, vender e compartilhar energia elétrica. E tudo começou com o desejo de concretizar o que o Papa Francisco propôs na Laudato sì. Sempre o Papa, referindo-se às comunidades locais, afirma que justamente nelas “pode se desenvolver uma maior responsabilidade, um forte senso comunitário, uma capacidade especial de cuidado e uma criatividade mais generosa, um amor profundo pela própria terra e a reflexão sobre o que se deixa aos próprios filhos e netos”. Daqui, portanto, a ideia de desenvolver formas renováveis e pouco poluentes de energia, incentivando uma maior eficiência energética. E não só. Se, por um lado, há o desejo de dar mais atenção em resolver a crise ambiental, pelo outro procura-se intervir inclusive nas dificuldades que algum cidadão pode ter em pagar as suas contas da energia. No entanto, a comunidade energética envolve uma variedade de atores: da paróquia às famílias, das instituições de ensino às atividades comerciais. Conectar atores diferentes pode criar incompreensões e até divisões. Por isso, desde o início, procurou-se envolver e explicar os objetivos do projeto a todos, para que estivessem conscientes do percurso que deveriam enfrentar. Foram realizados vários encontros a fim de compreender as motivações, superar as dúvidas e dificuldades. A comunidade local participou de um concurso público para receber recursos financeiros. Os subsídios eram destinados justamente para Comunidades Energéticas Renováveis. As contribuições recebidas permitiram que o projeto tivesse início.
Lorenzo Russo
24 Dez 2023 | Sem categoria
Um Natal forte, corajoso, não monótono, em uma “família” tão grande como a humanidade
Todos um! É uma meta.
Um dia o céu se abriu, porque o Verbo se fez homem, acreditou, ensinou, fez milagres, reuniu discípulos, fundou a Igreja e antes de morrer na cruz disse ao Pai: “que todos sejam um”.
Ele não se dirigiu aos homens: talvez eles não entendessem. Dirigiu-se ao Pai, porque o vínculo desta unidade é Deus, e obteve para nós a graça de sermos uma coisa só.
Sabemos que somos irmãos, sabemos que um vínculo nos une, mas não agimos como irmãos. Passamos um pelo outro sem nos olharmos, sem nos amarmos. Mas então em que consiste a nossa fraternidade?
Deus (…) quer que abramos os olhos e olhemos uns para os outros e nos ajudemos e nos amemos.
A culpa é nossa. Esquecemos o essencial. Os nossos olhos ficaram ofuscados pelas posses, pelos negócios, pelos afetos, pelas ideias pessoais, pelo egoísmo. Deus está em segundo plano.
Deus existe. Sim, Deus também existe, mas é uma das muitas coisas. Lembramo-nos Dele em determinados momentos, quando precisamos.
Como cristãos devemos viver de forma diferente, devemos colocar Deus no seu lugar e, diante Dele, pospor tudo.
E Ele nos ensinará como devemos viver e nos repetirá as suas palavras: “Amai-vos uns aos outros”.
Então muitas coisas mudarão. A minha família será a humanidade, como disse Jesus: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus”.
E, passando pelas ruas do mundo, perceberemos que os homens não são apenas homens, mas filhos de Deus.
Todos um!
Fazer da Terra uma única família, onde a norma de todas as normas é o Amor.
Chiara Lubich (da Città Nuova – Anno XVI – n°24 – 25 dicembre 1972)
21 Dez 2023 | Sem categoria
Um sonho de paz e fraternidade a ser realizado para todos os povos da terra. Nas palavras de Margaret Karram, Presidente do Movimento dos Focolares, um voto de esperança para este Natal e o próximo Ano Novo.

20 Dez 2023 | Sem categoria
Uma tarde passada com os jovens do Instituto penal juvenil de Roma, com uma mensagem de esperança e alegria Casal de Marmo, periferia noroeste de Roma, Itália. O bairro é famoso pela presença de uma penitenciária juvenil que recebe jovens provenientes de várias partes da Itália, muitos dos quais são estrangeiros. Por ocasião da Missão de Rua “Vive por algo de grande” – organizada por algumas associações e comunidades, entre elas o Movimento dos Focolares – o Gen Rosso entrou no Instituto. No momento da chegada havia cerca de 40 jovens que os esperavam mas, o que não se esperava era a primeira reação, bastante fria. A maioria é de língua árabe. Mas Lito, um jovem amigo do Gen Rosso, um ótimo Dj, é egípcio e fala a língua deles. Ele começa agindo como intérprete. Eles não esperavam por isso. Aos poucos o clima se aquece, a música ajuda. O tempo passa voando entre ritmos, canções, aplausos e reflexões profundas. Olhos brilhantes, sorrisos sinceros. A simplicidade de uma tarde diferente por trás daqueles muros. O Gen Rosso consegue transmitir uma mensagem de esperança, recorrendo também a algumas intervenções do Papa Francisco. “Mesmo se você erra poderá sempre levantar a cabeça e recomeçar, porque ninguém tem o direito de lhe roubar a esperança”. São palavras do Papa em 2019, quando se encontrou com os jovens em sua viagem apostólica à Bulgária e Macedônia do Norte. “Qual adrenalina é maior do que comprometer-se todos os dias, com dedicação, para ser artesãos de sonhos, artesãos de esperança? – iniciou o Papa -. Os sonhos nos ajudam a manter viva a certeza de que um mundo diferente é possível (…). Os sonhos mais lindos se conquistam com esperança, paciência e compromisso”. Palavras que ressoam no Intituto juvenil. Sim, chegou a hora de sonhar de olhos abertos. Helanio toma a iniciativa. Pega o microfone: “sabemos que entre vocês tem alguém que canta…”. E logo sobem no palco três rapazes, rapper. Falam rapidamente com Ygor, da percussão, e com Juan Francisco, da guitarra, e se começa com um beat, um ritmo improvisado. Os três rapazes, que depois eram quatro, se revesam com estrofes improvisadas em árabe, francês, italiano e novamente em árabe. O público delira e segue o ritmo batendo as mãos. E o grande final fica com todos juntos, o Gen Rosso e os rapper. Todos são envolvidos: a polícia penitenciária, os presos, a direção. Dançam inclusive os visitantes, aqueles que organizaram a iniciativa: Novos Horizontes, Focolares, Comunidade Emanuel, Fazenda da Esperança, Shalom, Casa do Menor, Missão Belém, as Sentinelas da Manhã de Páscoa, Comunidade Lumen, Comunidade Anspaz, em sinergia com a Diocese de Roma. É evidente, a esperança existe. E também os talentos destes jovens. A diretora, Dra. Maria Vittoria Menenti, sobe ao palco, toma o microfone e agradece aos jovens que estão no instituto juvenil e ao Gen Rosso, com a esperança que se possa repetir no futuro. O tempo voou. É preciso ir embora. As despedidas têm apertos de mão, abraços, tapinhas nas costas, grandes sorrisos. “Voltem logo!!!”. Ao sair muitos pensam na frase do Evangelho, “onde dois os três estão reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18,20): quando procuramos nos querer bem a presença de Deus faz acontecer coisas maravilhosas. Ainda mais quando isso é vivido num lugar como este, impregnado de sofrimento, de raiva, de desconforto, mas também, e principalmente, de esperança. Os rapazes voltam às suas celas. O Gen Rosso retoma mais uma viagem. Cada um leva consigo algo profundo. Todos fortemente recarregados pela mesma fonte inexaurível de alegria e de esperança.
Lorenzo Russo
15 Dez 2023 | Sem categoria
Permanecer “na encruzilhada de hoje” com a mesma atitude confiante e generosa de Maria. Foi o desejo expresso pelo Cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, na homilia proferida na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma (Itália), durante a Santa Missa de ação de graças do dia 7 de dezembro de 2023, por ocasião do octogésimo aniversário do nascimento do Movimento dos Focolares.
Caríssimos, no dia em que teve início o carisma focolarino, há 80 anos, aqui, na casa de Maria, perto da manjedoura e do mistério da sua divina maternidade, damos graças ao Senhor pelo dom de Chiara Lubich e da numerosa família que nasceu ao redor dela. Repito-vos as palavras do Anjo Gabriel a Maria: “Não tenhas medo!”. Você também “encontrou a graça de Deus!”. Com estas palavras o Cardeal Kevin Joseph Farrel, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, encorajou o Movimento dos Focolares, presidindo a Santa Missa que aconteceu na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, no dia 7 de dezembro de 2023. 80 anos depois do “Sim” a Deus de Chiara Lubich, o Cardeal Farrell, durante a liturgia com que a Igreja celebra a solenidade da Imaculada Conceição, convidou os presentes a recordarem o encontro com o carisma. Disse: “certamente todos vocês abraçaram o ideal focolarino como um grande dom de graça, como um favor de Deus”, encorajando-os a continuarem fielmente a levar essa dádiva no mundo. Para ler a homilia completa (A nossa tradução)
a cura di Maria Grazia Berretta
6 Dez 2023 | Sem categoria
No dia 7 de dezembro de 1943, em Trento (Itália), Chiara Lubich pronunciou o seu sim a Deus: um sim que, com o tempo, se multiplicou, gerando uma família numerosa, a do Movimento dos Focolares, composta por pessoas de todos os continentes, idades, culturas e vocações. Não foi um voto, foi um “voo”. Um voo ousado como o de Charles Lindbergh quando, pela primeira vez, sobrevoou o Atlântico sem parar. “Você encontrou a sua vocação?”, foi a pergunta que o sacerdote lhe fez, vendo-a regressar radiante do santuário de Loreto que preserva a casa de Nazaré. “Sim”, ela responde com simplicidade. “Você vai se casar?”. “Não”. “Você vai para um convento?”. “Não”. “Você vai permanecer virgem no mundo?”. “Não”. O sacerdote, desnorteado, não tinha alternativas a propor. E então? Era uma quarta estrada, aquela que Chiara Lubich vislumbrava diante de si. Qual? Nem mesmo ela sabia bem, era um novo caminho a ser percorrido, com audácia e coragem. Passam-se alguns anos. Ela percebe uma voz dentro dela que lhe pede: “Doe-se inteiramente a mim”. Como? Onde? Não tem importância, só precisa responder a essa voz. A simples ideia de entregar-se completamente a Deus a preenche de alegria. “Se você seguir por este caminho não terá uma família, alega o sacerdote, não terá filhos, ficará sozinha no mundo…”. Sozinha? Enquanto houver um sacrário na terra – diz Chiara a si mesma – nunca ficarei só. Jesus não prometeu cem mães, cem irmãos e cem filhos para aqueles que deixam tudo para segui-Lo? Mas naquele momento Chiara não pensa naquilo que deixaria ou receberia em troca. Sabe apenas que quer desposar Deus. O sacerdote percebe que, embora aquela jovem tenha apenas 23 anos, ela poderia levantar um voo tão ousado: é muito determinada, sabe o que quer. Ele combina um encontro com ela na capela do collegetto. Porém, ele recomenda, “você passará a noite em oração”, como uma vigília de reflexão feita pelas noviças, como era costume na época. No seu quarto, Chiara pega o crucifixo da família, beija-o e começa a conversar com ele. Pouco depois a sua respiração se condensa na imagem de Jesus e ela adormece… De manhã cedo ela veste o seu vestido mais bonito. Os pobres – Chiara era pobre – têm sempre um vestido que usam nas festas. Fora, a tempestade, como se alguém quisesse impedi-la de dar um passo tão imprudente. Ela enfrenta o vento e a chuva, determinada. Na igrejinha ela está novamente envolvida pelo silêncio. A missa, a comunhão, o seu sim total, completo, para sempre. Uma lágrima cai, porque sabe que uma ponte desaba atrás de si, ela nunca mais poderia voltar atrás. Mas há uma vida inteira pela frente. Ela desposou Deus e pode esperar tudo Dele. Era o dia 7 de dezembro de 1943. 80 anos se passaram. Chiara Lubich não ficou sozinha. O Esposo a fez viajar com Ele, abrindo-lhe o Paraíso e tornando-a participante das suas maravilhas, como ela mesma exclamará mais tarde: «Esposo meu dulcíssimo, belo demais é o Céu e Tu, como um divino Amante, depois das Místicas Núpcias…, me mostras as tuas posses que são minhas! (…) Meu Deus, mas por quê? Por que a mim tanto? Por que tanta Luz e tanto Amor?». Chiara não ficou sozinha. Ao seu redor nasceu uma família numerosa, composta por homens e mulheres de todos os continentes, de todas as vocações, de muitas culturas e religiões. O seu sim foi fecundo, porque Deus nunca se deixa vencer pela generosidade. Após 80 anos, esse “sim” se multiplicou e ainda ressoa hoje de mil maneiras. As tempestades se desencadeiam, o futuro parece incerto, o “voo” pode assemelhar-se a um salto no escuro, o medo paralisa…No entanto, aquela voz continua a ser ouvida por muitos, ora suavemente, ora com força: “Doe-se inteiramente a Mim, doe-se inteiramente…”. Como? Cada um vai descobrindo aos poucos, mas todo chamado exige um imediato e generoso sim. Pode ser um sim hesitante e tímido ou decisivo, um sim pequeno, pequeno ou grande, grande… É suficiente que seja um sim sincero, autêntico. Assim Deus continua a estar presente no mundo e a construir a sua história que florescerá no Reino dos céus.
Padre Fabio Ciardi, OMI