Dez 8, 2019 | Sem categoria
Abertas em Trento as celebrações dos 100 anos do nascimento da fundadora dos Focolares. A Província autônoma de Trento atribuiu a Maria Voce o “Sinete de São Venceslau” “Chiara Lubich, Cidade Mundo” é o título da exposição que no dia 7 de dezembro, foi inaugurada nas “Galerias” de Trento, um evento que abriu o Centenário do nascimento da fundadora do Movimento dos Focolares. A exposição, sob o alto patrocínio do Presidente da República italiana, é promovida pela Fundação Museu Histórico do Trentino em colaboração com o Centro Chiara Lubich. O Diretor da Fundação Museu Histórico, Giuseppe Ferrandi, introduziu e coordenou os discursos do evento inaugural, do qual emergiu a figura de Chiara Lubich, como personalidade de grande respiro, com profundas raízes em terra trentina, na sua história, cultura e tradições, mas que, através do seu carisma, soube falar uma linguagem universal; superou toda fronteira, geográfica e cultural, para levar uma mensagem de paz e fraternidade. A exposição oferece um percurso envolvente e interativo, que acompanha o visitante a conhecer Chiara Lubich, com o convite a se comprometer na atualidade para continuar a concretizar aqueles valores que caracterizaram a sua vida. A Província autônoma de Trento quis condecorar Maria Voce, Presidente dos Focolari, com o “Sinete de São Venceslau” “por ter sabido interpretar – se lê na motivação – com empenho incansável os valores da unidade e da paz”. “Estou realmente agradecida e comovida por esta homenagem – disse Maria Voce – que, dado que evidencia os valores da personalidade de Chiara Lubich e dos Focolares, a sinto para todo o Movimento”. “Duas são as palavras que me vêm em mente quando penso em Chiara Lubich: carisma e profecia”, disse Giorgio Postal, Presidente da Fundação Museu Histórico do Trentino por ocasião da inauguração da exposição. “Interrogar-nos sobre Chiara Lubich e colocá-la na história se torna, portanto, um modo para enfrentar os desafios que estão diante ne nós, como sociedade e como indivíduos”. “Estamos orgulhosos por participar deste percurso – disse o Presidente da Província autônoma de Trento, Maurizio Fugatti – que nos permite conhecer e aprofundar a grande mensagem de Chiara Lubich, uma figura excepcional, uma mulher e uma trentina que conseguiu levar a sua extraordinária mensagem de paz e de unidade ao mundo inteiro”. D. Lauro Tisi, Arcebispo de Trento, convidou todos neste ano e, sobretudo o Movimento dos Focolares, a fazer com que “se conheça o Deus de Chiara para revirar a narração de Deus, este Deus da tutela irrevogável do outro”. “Desta visão de Deus amor –concluiu – nasce uma visão positiva sobre a criação, sobre a natureza, sobre o homem e sobre o corpo”. Um convite que foi logo acolhido com adesão pelo copresidente do Movimento dos Focolares, Jesús Morán, que recordou o lema do Centenário “Celebrar para encontrar” Chiara Lubich, uma mulher que “encarnou a unidade em 360° e nos deu o mapa de navegação do terceiro milênio”. “Este Centenário será ocasião extraordinária para descobrir muitas Chiara”, disse o prefeito de Trento Alessandro Andreatta. “Aquela do encontro, do diálogo, da unidade. Mulher de fé, de serviço, de esperança, aquela que está no coração da Igreja e da humanidade”. E Lorenzo Dellai, ex Prefeito de Trento, que em 1995 atribuiu a Chiara Lubich o sinete da cidade, recordou como ela exortou os trentinos a estarem à altura da alma desta cidade. “Eu acho que deste carisma, desta profecia, hoje, haja cada vez mais necessidade”. O sen. Stanislao Di Piazza, subsecretário de Estado do Ministério do Trabalho e das Políticas sociais, trouxe a saudação do Governo italiano: “Chiara foi uma pessoa que amou particularmente a Itália”. Recordou como tinha encontrado políticos de todos os partidos para propagar o valor da fraternidade, a fim de que se pudesse “criar um novo modelo político”. Além disso, trouxeram uma saudação aos presentes os representantes das exposições que se abrirão no mundo no decorrer do ano: em Cidade do México, Sidney, Mumbai, São Paulo, Jerusalém, Argel e Nairóbi. Um projeto que obteve o Patrocínio do Conselho da Europa. As exposições reproduzirão aquela trentina, mas cada uma terá uma sua peculiaridade: daquela de São Paulo, onde será central o projeto por uma Economia de Comunhão lançado no Brasil por Chiara Lubich, àquela de Sidney, terra multicultural; daquela de Jerusalém, cidade que talvez mais do que qualquer outra necessita de paz e fraternidade, àquela na Índia representada pela mensagem da consulesa italiana em Mumbai Stefania Constanza. Presentes à inauguração também Veronica Cimino, vice-prefeita interina de Rocca di Papa (Roma); Francesca Franceschi, assessora do Município de Primiero San Martino de Castrozza; Alba Sgariglia e João Manoel Motta, corresponsáveis do Centro Chiara Lubich e os curadores da exposição Giuliano Ruzzier, Anna Maria Rossi e Maurizio Gentilini, autor, este último, da recente biografia da fundadora dos Focolares. Numerosos os parentes de Chiara Lubich presentes à inauguração. _________ A exposição nas “Galerias” estará aberta até o dia 7 de dezembro de 2020 (de terça-feira a domingo, das 9h00 às 18h00) e a exposição pode ser desfrutada com suportes linguísticos nas principais línguas europeias. O ingresso é gratuito. Paralelamente às três seções da exposição montadas nas “Galerias” em Trento, há uma seção destacada que foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 2019 às 17h00 nas salas do Palácio Scopoli, em Tonadico, no Município de Primiero San Martino de Castrozza (Tn). Esta seção é dedicada especialmente aos anos 1949-1959: da profunda experiência espiritual vivida por Chiara Lubich em Primiero no verão de 1949 às Mariápolis de verão que ali se realizaram até 1959.
Anna Lisa Innocenti
Dez 7, 2019 | Sem categoria
“Doe-se totalmente a mim” – 7 de dezembro de 1943 Hoje abre-se o ano do Centenário do nascimento de Chiara Lubich, que será celebrado onde quer que haja pessoas que aderiram ao seu “Ideal” – como costumava dizer – de unidade e de fraternidade universal. “Comemorar para encontrar”, este é o lema que visa permear os mais variados eventos que se realizarão em 2020. “Celebrar”, porque Chiara será lembrada, mas com o objetivo de dar a muitos a possibilidade de conhecer a mensagem que ela personificou. De particular importância se destaca a Exposição “Chiara Lubich cidade mundo”, idealizada pela Fundação do Museu Histórico do Trentino e pelo Centro Chiara Lubich (Rocca di Papa), inaugurada hoje nas Gallerie di Piedicastello em Trento, sua cidade natal. Por que em 7 de dezembro de 2019 e não em 22 de janeiro de 2020, dia do aniversário de Chiara, ou em 14 de março, o dia do seu falecimento? Simplesmente porque em 7 de dezembro de 1943, Silvia Lubich se tornou Chiara, se assim podemos dizer. Alguns dias antes, de fato, no lugar das duas irmãs que relutavam em sair de casa por causa do frio, ela havia respondido a um pedido de sua mãe para ir buscar leite em uma chácara próxima e, enquanto fazia esse ato de amor, ela sentiu claro e forte um apelo: “Doe-se completamente a mim” Voltando para casa, Silvia escreveu uma carta ardente ao padre que a acompanhava e ele, depois de testar a sua intenção, a autorizou a se doar a Deus para sempre. Assim, naquele 7 de dezembro de 1943, antes do amanhecer, durante uma missa matinal celebrada para a ocasião, Silvia, em grande sigilo – como ela mesma diria – “desposou Deus”. Ela escreverá sobre isso 30 anos depois: “Imaginem uma jovem apaixonada; apaixonada por esse amor que é o primeiro, o mais puro, que ainda não foi declarado, mas que começa a arder na alma. Com apenas uma diferença: a jovem apaixonada assim, nesta terra, tem nos olhos a figura do seu amado; a outra, porém, não o vê, não o sente, não o toca, não sente a sua fragrância, com os sentidos deste corpo, mas com os da alma, através dos quais o Amor entrou e a invadiu totalmente. Daí uma alegria característica, difícil de encontrar novamente na vida, alegria secreta, serena, exultante”. Silvia Lubich, seu nome no registro civil, ficou fascinada com a resposta de Chiara de Assis a São Francisco, quando este lhe perguntou o que ela queria: “Deus!” Aquela jovem de dezoito anos de Assis, linda e cheia de esperança, sabia como abranger todos os desejos de seu coração naquele único Ser digno de todo amor: “Deus”. Com este exemplo em seus olhos, Silvia mudou o seu nome para Chiara, porque também ela sentia os mesmos sentimentos dentro de si. Mudar o nome é como adquirir uma nova identidade. Essa mudança, desejada primeiro com o coração, tornou-se real em 7 de dezembro de 1943. Naquela manhã, Silvia desposou Deus e se tornou Chiara. Mais tarde, foi escolhido o dia 7 de dezembro como a data simbólica do nascimento do Movimento dos Focolares. Com este ato de doação total, a primeira pedra foi colocada. Anos depois, a Igreja Católica dará ao edifício o nome de “Obra de Maria”. Com o nome “Deus”, começou a divina aventura de Chiara e, com ela, a do Movimento dos Focolares. “Deus” é o que o dia 7 de dezembro significa para Chiara Lubich. Portanto, certamente não há data melhor para inaugurar o ano do centenário de seu nascimento.
Michel Vandeleene
Dez 4, 2019 | Sem categoria
Do discurso de Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Sant’Egídio e amigo pessoal de Chiara, na coletiva de imprensa do último dia 18 de novembro. A poucos dias da abertura oficial do centenário de Chiara Lubich, no próximo dia 07 de dezembro, trazemos uma grande parte da fala de Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Sant’Egídio e amigo pessoal de Chiara, na coletiva de imprensa do último dia 18 de novembro. Amigo pessoal de Chiara, colaborador na construção do caminho de unidade dos movimentos na Igreja, oferece uma reflexão sobre a humanidade e a história de sua figura, e ainda há muito a ser descoberto. O tempo, às vezes, reduz as grandes figuras a “santinhos”, faz com que sejam esquecidas. Chiara tinha um coração cheio de Santidade, mas não era uma santinha, era uma mulher de verdade, uma mulher “ativa”, uma trentina que se abriu ao mundo. Partiu de Trento para o mundo inteiro; essa é a história de Chiara: de Trento, a Roma, ao mundo. E é verdade o que se diz: se for a muitas partes do mundo, desconhecidas, inclusive da África, encontrará não só filhos de Chiara, mas sentirá a passagem dela e de seu pensamento. Passaram-se cem anos de seu nascimento. Cem anos são muitos. Chiara nasceu em 1920, o mesmo ano do nascimento de João Paulo II, que sempre que a via a chamava: “minha contemporânea”. Ambos foram atingidos pelo drama da Segunda Guerra Mundial. Em Trento, Chiara o sentiu fortemente e fez amadurecer o seu Carisma, se posso dizer assim, no coração da segunda guerra mundial, em um mundo profundamente dividido e dilacerado pela dor da guerra. Acho que Chiara é uma figura importante também fora da Igreja, porque não era uma figura somente dentro da Igreja, mesmo que tenha suas raízes nela, em unidade com ela, sempre se estendia ao mundo. Chiara é um personagem histórico. Na história do cristianismo dos anos novecentos, feita em grande parte por homens que deixaram para as mulheres ângulos de mística ou experiências de caridade, Chiara foi uma mulher que fez a história em todos os aspectos: mística, caridade, mas também política, mudança de vida, paixão. Foi assim que a conheci. Tinha uma grande capacidade de relacionamento pessoal, de amizade: tinha o carisma da amizade, ninguém era igual ao outro. Era uma mulher que encontrava milhares de pessoas, e mesmo assim, para ela, ninguém era igual a ninguém. Também tinha uma grande capacidade: aquela de comunicar uma paixão. Era uma mulher apaixonada, apaixonada pela unidade do mundo. A unidade é o código pelo qual se entende sua existência e sua busca pela paz, que é também ecumenismo. Vivia uma profunda sensibilidade ecumênica – mais do que muitos especialistas em ecumenismo – e queria lembrar, sobre isso – seu relacionamento com o Patriarca Atenágoras, sobre quem também escrevi em um volume. Além disso, há uma carta que publiquei na qual se afirma “sobre a senhorita Chiara Lubich se diz que, sendo uma mulher e não sendo teóloga, inspira-se facilmente…”, mas hoje gostaria de dizer que, justamente por não ser teóloga e ser mulher, Chiara tinha entendido mais técnicas do ecumenismo. Unidade também é hoje diálogo para atingir a paz. Chiara escreve: “os filhos de Deus, os filhos do amor, combatem com uma arma que é a própria vida do homem”. Ou seja, a vida como dom e, por meio do dom da vida, se luta para mudar o mundo e os outros e realizar esse ideal. E para mim esse parece ser um ponto fundamental sobre o qual refletir. Maria Voce acenou ao fato de que estamos em um tempo de divisão. Acrescentarei que estamos também em um tempo de pequenas paixões. Chiara pode ser inclusive muito impopular hoje, justamente porque acreditamos nas divisões e vivemos de pequenas paixões. Mas acredito que esse ano que vocês dedicam, que nós dedicamos, a recordar e fazer reviver e encontrar Chiara Lubich é também um ano que coloca em discussão as modestas paixões e a resignação a um mundo dividido. Chiara escreveu: “Esperemos que o Senhor componha uma nova ordem no mundo. Ele, o único capaz de fazer da humanidade uma família, de cultivar aquelas diferenças entre os povos porque no esplendor de cada um ao serviço do outro brilha a única luz de vida que embelezando a pátria terrena faz dessa uma antecâmara da pátria eterna”. Acho que celebrar esse centenário é um serviço à humanidade e também ao pensamento um pouco seco do nosso tempo. Seu contemporâneo Wojtyla escreveu: “O mundo sofre, sobretudo por falta de visão”. Acredito que esse nosso mundo pode reflorescer para uma visão que é aquela de Chiara Lubich. Só uma advertência: quando usamos a palavra celebração, devemos ficar atentos. Justamente Maria prefere falar de encontro. É um encontro que exige empenho e esse encontro, cara Maria, deve também ser história. Temos de ter a coragem de reescrever a história de Chiara Lubich no seu tempo, para entender melhor como sua ação mudou a história. Penso, por exemplo, na aventura de mandar os focolarinos ao leste europeu e como contribuiu para a queda do muro. Chiara não escolheu se refugiar no ocidente, aceitando o muro. Portanto, tenho certeza de que esse ano, que começa hoje, fará crescer a figura de Chiara em um novo encontro com o nosso tempo e não a diminuirá.
Dez 4, 2019 | Sem categoria
Encontro entre a presidência da Ação Católica italiana e o Conselho Geral do Movimento dos Focolares. Assume-se um compromisso comum pelas vítimas do terremoto da Albânia. Na tarde do dia 29 de novembro de 2019, cerca de 50 pessoas, entre os membros da presidência nacional da Ação Católica, membros do Conselho Geral do Movimento e os dirigentes dos Focolares para a Itália, reuniram-se no Centro Internacional dos Focolares, em Rocca di Papa (Roma – Itália). Uma grande sintonia notou-se desde o início, que com o desenrolar do encontro, manifestou toda a riqueza da comunhão: “É uma estação propícia, o Espírito sopra nesta direção”, disse Matteo Truffelli, presidente da Ação Católica Italiana (ACI). “Estando junto a outras realidades eclesiais experimenta-se um acréscimo de eclesialidade”, afirmou o copresidente do Movimento dos Focolares. Após uma oração do mons. Gualtiero Sigismondi, assistente eclesiástico da ACI, Maria Voce, presidente dos Focolares, explicou o chamado específico do Movimento à unidade. Matteo Truffelli, por sua vez, apresentou os pontos essenciais da sua associação: a missionariedade para a qual o Papa Francisco convidou a Ação Católica. Um desafio que se deseja abraçar com entusiasmo é o da universalidade. Seguiram-se experiências das duas organizações, em vários âmbitos. Os Focolares citam a inspiração de Chiara no campo inter-religioso, cultural e ecumênico. Dos evangélicos aos ortodoxos e anglicanos, uma iniciativa atual conta com o engajamento de várias Igrejas cristãs para dar respostas concretas à Europa em seu caminho. O diálogo inter-religioso tem sua chave na fraternidade humana. Frutuosos os relacionamentos com fundadores de movimentos de outras religiões. Na era do pluralismo, um desafio difícil é administrar a diversidade cultural, a rejeição do diferente, o risco do fundamentalismo ou da assimilação. Abre-se um vasto leque de iniciativas no campo político, econômico, do desarmamento, do ambiente, da educação, mas também o desejo de tornar mais bela a Igreja. Adolescentes e jovens são protagonistas das mais importantes questões contemporâneas. Interrogando-se sobre como concretizar a própria experiência de fé na normalidade da vida, a Ação Católica deu início ao projeto “Fuori Sede” para jovens, estudantes ou trabalhadores, que devem prosseguir em outro lugar a sua atuação. Com “Pellegrinaggio Mariano” considera-se as pessoas adultas que tem afinidade com a religiosidade popular. E enfim, colabora-se com o projeto “Policoro” da Conferência Episcopal Italiana. Ao final desta tarde de comunhão, Matteo Truffelli propõe uma ação comum em apoio à população atingida, recentemente, por um forte terremoto na Albânia. Jesùs Morán é o porta-voz da reação imediatamente positiva. Os especialistas das duas organizações já estão desenvolvendo um plano de ação para concretizar esta colaboração.
Lina Ciampi
Dez 1, 2019 | Sem categoria
Que visão se tem, a partir do Norte da África, do fenômeno migratório em direção à Europa? De que modo é possível pôr o homem no centro, passando assim de uma visão puramente econômica à humana das migrações? Entrevista com Pasquale Ferrara, embaixador italiano em Argel. Segundo o ACNUR*, de 1º de janeiro a 21 de outubro de 2019, desembarcaram pelo mar nas costas Europeias da Itália, Malta, Chipre, Espanha e Grécia 75.522 migrantes. A estes se acrescentam os 16.322 que chegaram por terra na Grécia e Espanha num total de 91.844 pessoas, das quais 9.270 na Itália, 2.738 em Malta, 1.183 em Chipre, 25.191 na Espanha, 53.462 na Grécia. Dados que seguem uma tendência em queda e arquivam a fase de emergência, mas não bastam à Europa para encaminhar um diálogo alargado e construtivo sobre o tema: a perspectiva da criação de um sistema europeu de gestão dos fluxos permanece assaz remota, e em geral o confronto em nível institucional não leva em consideração a perspectiva dos países africanos. Em Argel nos encontramos com o Embaixador italiano, Pasquale Ferrara: Embaixador, que visão se tem, a partir do Norte da África, do fenômeno das migrações em direção à Europa? Visto da África, se trata de um fenômeno histórico e estrutural, sobretudo infra-africano, porque a enorme maioria dos movimentos de migrantes e refugiados acontece entre países africanos: mais de 20 milhões de pessoas vivem em um país diferente daquele de origem. Outra coisa é a migração em direção à Europa, que teme um afluxo incontrolado. Aqui o quadro, dentro do qual ler o fenômeno, é só parcialmente aquele do diferencial de desenvolvimento. Na Europa frequentemente se faz a distinção entre refugiados políticos e migrantes econômicos. Mas com frequência os migrantes econômicos africanos são o resultado de uma péssima gestão política dos estados, porque há um problema de governança, de apropriação dos recursos por parte de oligarquias, de inclusão social. Portanto, de algum modo, também eles podem ser qualificados como refugiados políticos. Para além das migrações irregulares, no que se refere à África do norte, seria preciso restabelecer no Mediterrâneo aquela mobilidade circular das populações que na história sempre se observou. Significa, por exemplo, a possibilidade de ir à Europa para um período de estudo ou trabalho, para depois voltar ao país de origem. No momento, estes deslocamentos estão subordinados à concessão do visto, que, porém, é muito difícil obter por causa dos muitos e necessários controles. Para muitos representa um drama, por isso a tentação de quem recebe o visto, mesmo se se trata de pessoas com boas intenções, é muitas vezes a de não voltar ao país de origem. O visto deve ser mantido, mas, na ótica de favorecer a mobilidade circular, é necessário pensar em um sistema mais estruturado. Depois, existe um outro fator que dá impulso à migração, e é a diferença na qualidade dos serviços que uma sociedade oferece: os de saúde e os previdenciários em geral, cuja escassa disponibilidade e qualidade influi, também ela, junto a outros fatores como a violência endêmica, sobre a sensação de segurança, ou aqueles escolares pelos quais também quem não está em uma situação de miséria absoluta tenta aportar na Europa para dar uma educação melhor aos filhos. Portanto, deveríamos investir mais na formação das classes dirigentes, dos profissionais, dos educadores. Em Argel, embora com números reduzidos, estamos procurando fazer isso, aumentando as bolsas de estudo para os jovens argelinos que vão à Itália para estudar música, arte, restauração, como investimento para o futuro profissional deles. Há uma responsabilidade do Ocidente no empobrecimento dos Países africanos? “Eu seria muito prudente. Esta é uma narração que é conveniente para certas oligarquias afro-africanas para descarregar as próprias responsabilidades inclusive em relação a uma governança que é dúbia na sua legitimação e nos seus resultados. O período colonial marcou muito a África e se verificam as responsabilidades passadas do Ocidente, mas desde a descolonização se passaram pelo menos 50 anos e é difícil imputar ao Ocidente as problemáticas das sociedades africanas de hoje. A qualidade da governança tem um grande peso. Além do mais, hoje na África há uma presença forte da China com programas ligados aos recursos naturais e minerais em quase todos os países. A China considera a África um grande mercado, mas o intercâmbio é assimétrico a favor de Pequim. Todavia, para compensar este desequilíbrio, a China realiza, às próprias custas, obras de infraestrutura, estádios, teatros, centros culturais por bilhões de dólares. Na gestão do fenômeno, a Europa dá passos incertos. Faltam políticas comunitárias e parece que o princípio de responsabilidade compartilhada não aqueça os corações na Europa… A escolha da solidariedade não pode depender da boa vontade dos governos individualmente e da variação das orientações dos mesmos. A questão migratória deve se tornar uma competência exclusiva da União europeia enquanto tal, como acontece para as políticas comerciais para as quais os estados da UE deram a Bruxelas a responsabilidade exclusiva de negociar acordos com países extraeuropeus. Hoje, ao invés, por um lado, devido a uma questão de soberania nacional, os estados querem manter o controle sobre as migrações e sobre as fronteiras, e é compreensível. Por outro, acusam de inércia a Europa, à qual, porém, não dão as competências necessárias para operar eficazmente. Mas passar para esta dimensão decisiva me parece improvável agora, considerando a resistência que este tema encontra em relação às políticas internas. * https://data2.unhcr.org/en/situations/mediterranean Fim da 1ª PARTE
Elaborado por Claudia Di Lorenzi
Nov 29, 2019 | Sem categoria
A comunidade local dos Focolares e a Coordenação de Emergências do Movimento, juntamente com a Caritas e outras famílias religiosas, estão trabalhando para ajudar as pessoas atingidas pelo terremoto. Na noite entre 25 e 26 de novembro passado, um forte terremoto atingiu a costa norte da Albânia, na área da cidade de Durres. Até o momento, existem pelo menos 47 mortos, 600 feridos e milhares de pessoas desabrigadas, mas parece que há muitas pessoas ainda sob os escombros. O terremoto causou enormes danos, desabou edifícios e centenas de pessoas sem-teto. Também foi sentido em outras áreas da Albânia e da costa do Adriático. A comunidade local dos Focolares está trabalhando com a Caritas Albânia, a Caritas diocesana, as paróquias e outras famílias religiosas para mapear o território, verificar casas, escolas, igrejas e edifícios danificados e planejar intervenções coordenadas. “Estamos juntos com a Caritas e outras realidades e, como sempre, trabalhamos juntos”, nos dizem de Tirana. Dedica-se especial atenção aos vilarejos e áreas distantes dos maiores centros urbanos – desconhecidas pela mídia – que também sofreram danos significativos. “Criar pontes, promover canais de comunicação, colocar em rede necessidades e recursos – enfatizam – é uma prioridade compartilhada”. O Movimento dos Focolares está atuando formas de apoio concreto, acolhendo famílias e pessoas que não podem retornar às suas casas danificadas, oferecendo acomodações nas casas de outras famílias em áreas não afetadas pelo terremoto. Também se oferece a possibilidade de fazer uma estimativa técnica dos danos sofridos. A presença dos Focolares é tangível na prestação de assistência psicológica às vítimas do terremoto, que também sofrem pelo estado de alerta contínuo devido à continuação dos tremores. A solidariedade foi expressa pelos centros dos Focolares na Macedônia e também os jovens do Movimento estão trabalhando para levar ajuda. Há uma consciência clara de que um esforço conjunto de coordenação é a prioridade desses primeiros dias de emergência, enquanto nos próximos meses será necessário estruturar um plano de reconstrução. O Papa Francisco também expressou sua proximidade espiritual e seu apoio paterno às pessoas e territórios atingidos: “Estou perto das vítimas, rezo pelos mortos, pelos feridos, pelas famílias – disse na Audiência geral da quarta-feira, 27 de novembro – Que o Senhor abençoe esse povo a quem tanto amo”. ——————————————————- Para aqueles que desejam colaborar, foram ativadas as seguintes contas-correntes: Azione per un Mondo Unito ONLUS (AMU) IBAN: IT58 S050 1803 2000 0001 1204 344 Código SWIFT/BIC: CCRTIT2T No Banca Popolare Etica Azione per Famiglie Nuove ONLUS (AFN) IBAN: IT11G0306909606100000001060 Código SWIFT/BIC: BCITITMM No Banca Intesa San Paolo MOTIVO: Emergência terremoto na Albânia ———————————————————– As contribuições depositadas nas duas contas-correntes para este fim serão geridas conjuntamente pela AMU e pela AFN. Para essas doações são previstos benefícios fiscais em muitos países da União Europeia e em outros países, de acordo com as diversas leis locais. Os contribuintes italianos poderão obter deduções de renda, de acordo com a lei prevista para as Onlus, de até 10% da receita e com o limite de € 70.000,00 por ano, com exceção das doações feitas em dinheiro.