Dez 28, 2022 | Sem categoria
As emoções vividas em um ano inesquecível e as perspectivas para o novo ano Dificilmente esqueceremos o ano 2022. A guerra na Ucrânia, comparável a um vírus ainda sem vacina, tem nos marcado todos os dias deste ano que está chegando ao fim. No entanto, foi uma oportunidade para muitos artistas de darem mensagens de paz e esperança. E assim nasceu a música “We Choose Peace”, gravada pelo grupo artístico internacional Gen Verde, logo no início do conflito na Ucrânia. O vídeo clipe, gravado junto com os jovens da cidadela Loppiano e lançado durante a Semana Mundo Unido, esteve em destaque ao longo de 2022, especialmente em vários concertos em toda a Europa. A banda também gravou outra canção, “Walk On Holy Ground”, escrita especialmente para os seguidores de São Vicente de Paulo, mas também para todos aqueles que se sentem chamados a seguir Jesus. “Sentir-me olhada e amada por Aquele que me escolheu como sou”, diz a cantora venezuelana Andreína Rivera, do Gen Verde, “me deu a força para continuar com ainda mais convicção”. Este ano também foi marcado pelo retorno de concertos em praças e teatros, com oficinas e laboratórios, após mais de dois anos de parada devido à pandemia. Houve vários concertos do Gen Verde na Itália e uma turnê europeia muito especial. A experiência mais forte foi na prisão feminina de Vechta, na Alemanha.
“Pela primeira vez eu pude me sentir como se não estivesse na prisão. Foi tão bonito”, disse uma detenta após o concerto. “Não senti nenhuma diferença entre nós e as artistas, elas eram exatamente como nós. Algumas delas até tinham lágrimas nos olhos. Elas realmente nos entenderam”. E ainda: “Muitas canções foram tão apropriadas para a nossa situação, especialmente a canção ‘Do outro lado’, porque ajuda a não julgar aqueles que são diferentes de você”. Outra reclusa enfatizou como “o tempo passou tão rápido e nós não queríamos que o show acabasse. As histórias nas canções exprimem o meu passado e é por isso que não me sinto mais sozinha com o meu sofrimento. Agora eu sei que outras pessoas, com a mesma história, com a mesma dor, conseguiram encontrar a felicidade novamente”. Estávamos falando sobre o retorno após a pandemia. Para o Gen Verde, foi emocionante retomar com o Start Now Workshop Project (Projeto Oficina Começar Agora, n.d.t.), ou seja, conhecer os jovens nas oficinas de arte e subir ao palco com eles.
“Foi ótimo conhecer jovens de diferentes partes da Europa”, confidenciou Raiveth Banfield, uma cantora panamenha, que faz parte do Grupo. “Ao compartilhar nossas experiências, vimos um brilho novo nos olhos dos jovens. Uma confirmação de que vale a pena viver pela fraternidade universal”. Estas palavras são ecoadas pelas de duas jovens eslovacas que participaram do projeto: “Antes de virmos, não sabíamos realmente no que estávamos nos metendo. No início nem sequer queríamos sair do nosso comodismo para participar. Então, nas oficinas descobrimos que todos nós tínhamos muito em comum, embora não nos conhecêssemos ou não pudéssemos entender uns aos outros por causa dos diferentes idiomas. Assim, descobrimos que cada um de nós tem um pouco de luz dentro de si, apesar de alguma pequena escuridão. Esta experiência é inesquecível: vamos levá-la conosco para o resto de nossas vidas”. O Gen Verde está começando a vislumbrar um 2023 cheio de surpresas e novidades. “Estamos nos preparando, há vários meses, porque o novo ano será cheio de viagens, turnês, concertos e também de várias surpresas”, diz Alessandra Pasquali, cantora e atriz italiana. “Ainda não podemos revelar muito, porque estamos criando muita coisa, há muito trabalho em andamento”. No início de 2023, o Gen Verde estará de volta à Alemanha e depois na Áustria, Romênia e no verão em Portugal para a Jornada Mundial da Juventude, assim como em várias cidades italianas. Entre estas, em 24 de fevereiro, em Assis, haverá um concerto dedicado à paz.
Lorenzo Russo
Info: https://www.genverde.it/
Dez 27, 2022 | Sem categoria
A oração não é somente o melhor caminho para buscar Deus, mas, mais do que qualquer outra coisa, é estar disponível para deixar-se encontrar por Ele. É desta experiência de graça que deriva a nossa força, e é justamente na oração que alguns jovens do Peru, diante de uma situação dolorosa, encontraram a resposta. Como viver a oração? É sobre este tema que as comunidades do Movimento dos Focolares serão chamadas a refletir durante este ano e que teve um papel de protagonismo durante o Gen2day, dia 13 de novembro de 2022, um dia que contou com o envolvimento das realidades juvenis do Movimento dos Focolares de várias partes do mundo, conectados em streaming. Foram muitos os testemunhos sobre a oração. Entre estes o de um grupo de Gen de Arequipa (Peru), transmitido, em um vídeo, por Veronica, Alejandra, Anel e Katy. “Queremos compartilhar com vocês uma experiência de amor, unidade e oração que vivemos recentemente e que diz respeito a uma Gen, nossa grande amiga, Pierina. Uma semana depois do seu aniversário aconteceu algo inesperado, uma notícia que abalou a todos: Pierina tinha tido um mal-estar com consequências muito sérias. Logo compreendemos a gravidade da situação e que haveria um processo longo e delicado. Estávamos muito preocupados e sentíamos as mãos atadas. O que fazer? De repente nasceu no nosso coração a ideia de rezar um terço e uma oração à Bem Aventurada Chiara Luce Badano, pela saúde da Pierina. Juntamente com a comunidade dos Focolares de Arequipa, começamos a nos encontrar, de modo virtual, todos os dias às oito ou às nove da noite. Observamos como, aos poucos, este momento vivido juntos produziu muitos frutos, inclusive em nós. Esse terço era a nossa força, todas as noites. Ainda que a situação continuasse difícil, colocávamos tudo nas mãos de Deus: a saúde da Pierina, a sua cura e também a força para a sua família. Passaram os meses e foi uma alegria ver que Pierina conseguiu sair da terapia intensiva e começou uma lenta recuperação. Pareceu-nos um sinal de que esta oração devia continuar. Percebemos que este espaço precioso, que tínhamos conseguido preservar, havia se tornado um momento para experimentar a unidade entre nós, no qual cada um podia não apenas confiar a Deus a vida da Pierina, mas levar suas próprias dores, cansaços, compartilhar e descobrir a beleza do encontro com Deus. Uma experiência maravilhosa que até hoje é uma força para todos nós”.
Aos cuidados de Maria Grazia Berretta
Dez 23, 2022 | Sem categoria
Vinu Aram, diretora do Shanti Ashram, visita o Centro Internacional do Movimento dos Focolares (Rocca di Papa – Roma). Um momento de grande partilha, recordando a herança preciosa que o encontro com Chiara Lubich lhe deixou: viver em unidade por um mundo melhor. Uma ocasião especial para os votos de um Natal de alegria para todos os que se preparam a viver esta festa. “Acredito que a nossa viagem continue a ter um grande significado. Basta pensar nas primeiras sementes lançadas, no trabalho que fizemos juntos e no desejo constante de um mundo pacífico. A que ponto estamos? Pensem em uma família, na qual cada um possui a própria particularidade, mas onde existe coesão. Nós confiamos uns nos outros, com respeito e com muito amor”. Foram palavras de fraternidade as que usou Vinu Aram, indiana e hindu, diretora do Centro Internacional Shanti Ashram, há muito tempo amiga e colaboradora do Movimento dos Focolares. A sua recente visita a Margaret Karram, presidente do Movimento, dia 23 de novembro de 2022, no Centro Internacional do Movimento, em Rocca di Papa (Roma), foi uma ocasião para reforçar este elo, refletir sobre algumas temáticas que afligem este tempo e considerar caminhos comuns para tornar o mundo um lugar melhor. Vinu, na sua opinião, do que o mundo realmente precisa hoje? Creio que precise de uma escuta verdadeira e sincera. O que é pedido à humanidade hoje é a humanização da nossa experiência de vida. Fizemos muito, em alguns casos fizemos bem, mas às vezes o custo a pagar foi alto. Estamos bem no meio daquilo que nós definimos uma confluência de crises, e a pandemia do Covid 19 agravou tudo. O vírus não fez discriminações, mas prosperou num mundo desigual. Creio que seja necessário agir reforçados por tudo o que fizemos de bom, mas também informados sobre o que podemos fazer melhor: o respeito pelo ambiente, pela vida humana e a sua sacralidade. O mundo em que vivemos, o modo como governamos e compartilhamos os recursos, prevê uma responsabilidade em relação aos nossos filhos. São o nosso presente e o nosso amanhã. É preciso fazer as coisas não apenas de maneira diferente, mas levando em consideração os interesses de todos. Hoje são demasiados os países e regiões atingidos por violência e conflitos, alguns dos quais esquecidos. Como professora, que mensagem dá aos seus alunos? Promover neles uma mentalidade de paz, para que não apenas as nações e as comunidades possam trabalhar pela paz, mas também os povos. A paz é a base fundamental sobre a qual avança a prosperidade. Mas, se olharmos para o mundo, os indicadores de violência superam os de vida pacífica. Seja na esfera social, seja na esfera econômica, ou outra. E qualquer conflito tira a dignidade essencial da vida humana. O que precisamos é de narrativas de paz. As pessoas devem acreditar que é possível. Precisamos de experiências vividas, diante das quais jovens e crianças possam dizer: ‘Ah! Se isso funciona nós podemos fazer o mesmo!’. Servem estruturas justas, partilha e diálogo de altíssima qualidade, sinceros, que tragam verdadeira transformação. Assim, como dizia muitas vezes o Mahatma Gandhi, de modo suave, podemos sacudir o mundo.
Maria Grazia Berretta
Activar legendas em português https://youtu.be/Sm3O6PbLE1A?list=PLKhiBjTNojHqtFwgi5TYI3T7zRvAuOZiD
Dez 23, 2022 | Sem categoria
O Advento é um tempo de recolhimento, de espera, e é um tempo que nos desperta de torpor, surpreendendo-nos com a encarnação de um Deus que se faz ‘pequeno’ para vir habitar entre nós. O mistério do Natal nos traz de volta ao concreto e acolher o menino Jesus em nossas vidas torna-se a possibilidade para cada um de nós de nos convertermos novamente e olharmos nosso cotidiano com gratidão. Uma caridade sempre nova Desde o início do conflito na Ucrânia, estamos envolvidos na coleta de alimentos e roupas e no acolhimento de refugiados. Uma corrente de oração pela paz também teve início na paróquia. Recebemos uma mãe ucraniana com dois filhos. Quanto à língua, com base na raiz eslava, não houve problemas, embora aqui o inglês seja quase como o esperanto… mas como organizar a vida das pessoas que estão completamente desorientadas? Já somos cinco na família e, para melhor acolher os hóspedes, pedimos ajuda aos parentes e amigos. Era também uma questão de organizar os espaços, algo que nunca havíamos feito antes. Após os primeiros dias, fáceis por causa da novidade, mas difíceis para todo o resto, percebemos em nossos filhos, todos adolescentes, um senso de responsabilidade que eles não haviam demonstrado antes: ajudar nas tarefas domésticas, fazer as compras, acompanhar alguém ao médico, ensinar algumas palavras eslovacas, cozinhar, passar a ferro. A dor de nossos hóspedes é a suspensão e a falta de horizonte. E acolher esta dor surda não é apenas uma boa maneira de ajudar alguém, mas nos ajuda a viver melhor nossa fé e a transformá-la em uma caridade sempre nova. (J. e K. – Eslováquia) Deus lhe visita Como viúvo, eu não tinha nenhuma referência para o futuro. As duas filhas, já fora de casa, tinham uma vida à sua frente. Casar novamente? Mas meu problema não era apenas a falta de uma parceira, mas uma grande questão sobre o sentido da vida. Comecei a beber, cada vez mais. Um dia, um rapaz de Bangladesh veio à minha porta vendendo meias. Ao me ver em estado deplorável, ele se ofereceu para reorganizar a cozinha e começou a lavar as pilhas de pratos e louças até que se criasse um pouco de ordem. Enquanto bebia o café que ele havia preparado para mim, perguntei-lhe sobre ele. Ele estava na Áustria procurando por trabalho para sustentar seus pais idosos e um irmão doente. Em resumo, alguns dias depois ele se mudou para minha casa. Além de me ajudar nas tarefas domésticas, encontrei-lhe outros biscates com os amigos. Quando ele via que eu estava ficando inquieto, este simples e bom garoto tentava me distrair. Posso dizer que ele me salvou. Através dele, eu sinto que Deus veio até mim! Deus veio me visitar. (F.H. – Áustria)
Aos cuidados de Maria Grazia Berretta
(extraído de Il Vangelo del Giorno, Città Nuova, ano VIII, nº 2, novembro-dezembro de 2022)
Dez 22, 2022 | Sem categoria
Mensagem de Margaret Karram, presidente do Movimento dos Focolares, por ocasião do Natal de 2022 Activar legendas em português https://www.youtube.com/watch?v=YGt4KlwM9N8 Gostaria de expressar a todos os mais calorosos votos de Feliz Natal com essa poesia que escrevi há alguns dias. Vem, Senhor Jesus, apressa-Te a vir O mundo inteiro não resiste mais! Uma noite obscura caiu bem aqui a Estrela desapareceu do céu azul. Quem nos guiará, agora, até Belém para encontrar o Príncipe da Paz? Quem nos ajudará a reacender nos corações a chama de um amor ardente que se torna arte? É Natal. Volta, volta Senhor Jesus. Queremos acolher-Te como nós nunca fizemos mais que ontem queremos reconhecer-Te naquele que sofre: No pobre, em quem esta só, no desesperado, no enfermo, no abandonado. Faz-nos ouvir o grito de quem não tem esperança, de quem já não crê! Faz de nós pessoas de paz dá-nos a coragem dá-nos a audácia para repetir com os anjos e como eles anunciar: Alegria, esperança, serenidade, fraternidade!
Maragret Karram
Dez 19, 2022 | Sem categoria
Daqui alguns dias será Natal. Uma festa que nos dá a oportunidade de nos reunirmos em família e renovar relacionamentos, além de observar as luzes e partilhar presentes. Deus se faz criança e nasce na pobreza de um presépio. No Natal de 1986, Chiara Lubich convidou as comunidades do Movimento dos Focolares a irem ao encontro dos que mais sofrem. Ainda hoje são muitos os irmãos e irmãs que vivem situações de sofrimento e esperam o nosso auxílio, a nossa partilha. […] Hoje o calor do Natal leva todos nós a nos sentirmos ainda mais uma só família, mais unidos, mais irmãos; a compartilhar tudo, alegrias e dores. Principalmente as dores com aqueles que, nas mais variadas circunstâncias, estão vivendo este Natal frente a frente com o sofrimento. […] O sofrimento! Aquele que por vezes envolve totalmente o nosso ser ou aquele que nos toca de leve e que mistura o amargo com o doce nos nossos dias. O sofrimento: uma doença, uma desgraça, uma provação, uma circunstância dolorosa… O sofrimento! […] Se olharmos para o sofrimento com olhos meramente humanos, seremos tentados a procurar a sua causa em nós, ou fora de nós, na maldade do ser humano, por exemplo, ou na natureza, e assim por diante. […] Tudo isso pode até ser verdade, mas se pensarmos apenas dessa maneira, esqueceremos o mais importante: esqueceremos que, por trás do maravilhoso enredo da nossa vida, Deus está presente com seu amor, que quer ou permite tudo por um motivo superior, que é o nosso bem. […] Jesus, depois de nos ter convidado a tomar a nossa cruz para segui-lo, não afirma que “Quem perder a própria vida (e isso é o máximo do sofrimento) a salvará?” (Mt 10,39). A dor, portanto, é esperança de salvação. […] Pois bem, o que dizer hoje a todos aqueles membros do Movimento que se debatem no sofrimento? […] Vamos nos aproximar deles, antes de tudo, com o máximo respeito, pois, mesmo que ainda não saibam, neste momento eles estão sendo visitados por Deus. Depois, compartilhar com eles, tanto quanto possível, suas cruzes, o que significa ter Jesus no meio com eles de modo concreto. Assegurar a eles também que estarão presentes continuamente em nossa lembrança, em nossa oração, a fim de que saibam receber diretamente das mãos de Deus tudo aquilo que os angustia e os faz sofrer. Que possam unir o seu sofrimento à paixão de Jesus, de modo que seja potencializado ao máximo. […] Recordemos a eles aquele maravilhoso princípio cristão da nossa espiritualidade, por meio do qual uma dor, quando amada como um dos semblantes de Jesus Crucificado e Abandonado, pode transformar-se em alegria. […] Portanto, que seja este o nosso Natal […]: compartilhar cada sofrimento dos nossos irmãos em provação e oferecer os nossos ao Menino Jesus.
Chiara Lubich
(Chiara Lubich, Conversazioni, Città Nuova, Roma 2019, pag.265-268)
https://www.youtube.com/watch?v=Ttt1miVI3Vk&list=PL9YsVtizqrYtArFIydWRG0aDC-WCr8BQi