Set 20, 2022 | Sem categoria
Numa atmosfera de alegria, paz e fraternidade, concluiu-se, há alguns dias, a 11ª Assembleia geral do Conselho Ecumênico mundial de Igrejas, em Karlsruhe, na Alemanha. O relato da equipe do Centro “Uno”, secretaria internacional para o ecumenismo do Movimento dos Focolares, que participou do evento. “O amor de Cristo move o mundo à reconciliação e à unidade”. Foi este o tema cristológico que direcionou a 11ª Assembleia geral do Conselho Ecumênico de Igrejas (CEC), realizado em Karlsruhe (Alemanha), de 31 de agosto a 8 de setembro de 2022. Participaram os representantes de cerca de 350 Igrejas, delegados e lideranças do CEC, líderes de outras comunidades de fé que colaboram com o Conselho pela unidade da humanidade, além de delegações seja da Igreja ucraniana seja da Igreja russa. Um forte sinal e testemunho concreto de como este Conselho é verdadeiramente uma plataforma perenemente aberta ao diálogo. Os participantes, provenientes de todos os continentes, trouxeram consigo a imagem viva da humanidade na sua diversidade, sofrimento e riqueza. Contaram suas histórias, seu grande amor por Cristo, as lutas pela paz e o desejo de buscar realmente a unidade. Um projeto que, para ser realizado, não precisa de um amor qualquer, mas do Amor que brota do coração da Trindade, que se encontra apenas no contato com Deus. E isso foi expresso na importância e cuidado especial dado à oração. Cada dia começava e se concluía rezando, no interior de uma tenda espaçosa e iluminada, montada precisamente em memória ao lugar do “pacto”, onde o povo hebreu reunia-se com Moisés. A diversidade das liturgias, das línguas, da música, dos cantos e dos indumentos, alimentou a alegria e a surpresa diante da riqueza da única fé comum, expressa em uma infinidade de modos. Os membros das delegações chegaram a Karlsruhe como peregrinos que desejam acompanhar-se e apoiar-se uns aos outros, traçar novas metas e testemunhar juntos o amor de Deus. O cardeal Kurt Koch dirigia a delegação da Igreja Católica e, na abertura do evento, transmitiu algumas palavras do Papa Francisco escritas para a ocasião, encorajando os participantes a crescerem na comunhão fraterna em nome de Cristo, para serem críveis enquanto Igreja em saída, e para confortar o mundo numa época de divisões e guerras. A contribuição do Movimento dos Focolares esteve inserida como uma peça neste grande mosaico, com uma presença de mais de 30 pessoas, católicos e de várias Igrejas, entre bispos amigos dos Focolares, focolarinas e focolarinos, gen (os jovens do Movimento), Voluntários de Deus e um amigo muçulmano. Estar presentes, com tantas pessoas de várias Igrejas, foi uma experiência única para cada um de nós, e uma ocasião preciosa para sentir-nos uma só coisa no amor de Cristo. Em conclusão, a Assembleia deliberou um relatório – aceito por uma maioria que exprimiu o seu consenso – que se refere a três desafios significativos do nosso tempo: justiça climática, justiça racial, igualdade entre homem e mulher; salientando de que maneira as Igrejas podem enfrentá-los. Elementos que não apenas nos colocam em caminho, mas, como se lê em algumas linhas do documento final, revelam a semelhança com os objetivos e com o espírito que guia o Movimento dos Focolares: “Pode-se definir a busca da unidade que é inspirada pelo amor e enraizada em uma profunda relação mútua, como ‘um ecumenismo do coração’. É o amor cristão que nos impulsiona a caminhar ao lado um do outro honestamente e com todo o coração, para buscar ver o mundo por meio dos olhos dos outros e para sentir compaixão uns pelos outros”.
Centro Uno
Set 19, 2022 | Sem categoria
São Paulo, no versículo escolhido como “Palavra de vida” de setembro de 2022 afirma que ele se tornou servo de todos. Neste comentário para a Palavra de 1972, Chiara Lubich encoraja, quem deseja ser portador de unidade, a servir humildemente o irmão. Cada pessoa que deseja realizar a unidade deve viver o que diz Paulo: “Embora livre da sujeição de qualquer pessoa, eu me fiz servo de todos para ganhar o maior número possível.”[1]. No Novo Testamento, o verbo “servir” se apresenta sob dois aspectos diferentes, às vezes significa: “servir por amor”, outras: “servir como escravo”. Sabemos que os escravos não tinham nenhum direito. Existiam só para os patrões. Assim os cristãos consideravam que tudo o que possuíam – o próprio trabalho, os carismas, a oração – estava a serviço dos irmãos. Por exemplo, em relação ao carisma de cada um, Pedro escreve: “Coloquem-no a serviço uns dos outros”[2]. Em relação ao trabalho: “quem roubava, não roube mais, aliás esforce-se… para ter algo para dar a quem se encontra em necessidade”[3]. Em relação à oração: “Saúda-vos Epafras, vosso concidadão, servo de Jesus Cristo. Ele não cessa de lutar por vós em suas orações…”[4]. Também a oração era a serviço dos outros. O que nós, cristãos, podemos fazer (…) na nossa vida quotidiana? Em primeiro lugar reavivar esta atitude de humildade, atuando o que diz Lucas: “Quem dentre vós é o maior, torne-se como o último; e o que governa seja como o servo.”[5]. Se assim for, vão desaparecer totalmente certas atitudes de superioridade no comando, tão odiosas e anacrônicas. E num renovado cristianismo não se conhecerá mais o servilismo. Resplandecerá a fraternidade cristã, na sua beleza característica que faz exclamar: “Oh, como é bom, como é agradável para irmãos unidos viverem juntos”[6]. Depois será preciso recomeçar todos os dias a servir quem está perto de nós, em cada ocasião que se apresenta, seguindo o exemplo de Jesus, trabalhando pelos outros, colocando os próprios talentos e dons a serviço dos outros, rezando pelos outros, como por si. Se todos os homens ou pelo menos um grupo exíguo de homens fossem verdadeiros servos de Deus no próximo, mais cedo ou mais tarde o mundo seria de Cristo.
Chiara Lubich
(Chiara Lubich, Parole di Vita, Città Nuova, 2017, p. 101-2)
[1] 1 Cor 9, 19. [2] Cf. 1 Pt 4, 10. [3] Cf. Ef 4, 28. [4] Col 4, 12. [5] Lc 22, 26. [6]Sal 132, 1.
Set 13, 2022 | Sem categoria
Uma onda excepcional de chuvas de monção, cinco vezes maior que a média, gerou uma das enchentes mais desastrosas do Paquistão em décadas. Uma verdadeira catástrofe que, apesar das enormes dificuldades, não amorteceu o desejo de muitas pessoas no terreno de agir concretamente em favor dos outros. Uma campanha de arrecadação de fundos também foi lançada pela Coordenação de Emergência do Movimento dos Focolares. O que o Paquistão vive hoje é uma verdadeira emergência humanitária e sanitária. As chuvas das monções, também causadas pela mudança climática, que começaram a se desencadear já em meados de junho de 2022, puseram de joelhos um terço do país. Cerca de 33 milhões de pessoas, ou 15% da população total, foram deslocadas, mais de 1.500 pessoas morreram e mais de 700.000 casas foram destruídas. O perigo de doenças como a febre tifoide, cólera e dengue está crescendo a cada dia, e as necessidades estão se tornando mais urgentes. A megalópole de Karachi, um dos lugares onde o Movimento dos Focolares está presente há algum tempo, não foi tão atingida como outros centros, que já são difíceis de alcançar em condições normais, como as províncias de Sindh, Punjab do Sul e Balucistão. No entanto, “os desabrigados também estão chegando aqui e estamos nos movendo para organizar ajuda nos campos de recepção”, dizem alguns membros dos Focolares. Além disso, muitos do Movimento, de várias idades e vocações, estão fazendo o que podem para responder como comunidade às necessidades mais urgentes, alguns até mesmo abrindo as portas de suas casas se necessário, como aconteceu com Abid, um jovem pai de família, que acolheu dezesseis muçulmanos que haviam perdido tudo no primeiro andar de sua casa. A maior cidade afetada por esta inundação é Hyderabad. Matthew, um gen, um dos jovens locais do Movimento dos Focolares, escreve: “Agora a situação no centro da cidade é segura, mas os bairros próximos ao rio Indo ainda estão em perigo e algumas partes foram evacuadas. As próximas duas semanas serão muito difíceis”. Nestes dias, o medo se mistura com uma consciência lúcida, gerando uma força interior, instintiva, que olha para o outro e, com coragem renovada, se mobiliza e se articula em rede. “Como Jovens por um Mundo Unido, há alguns meses criamos um grupo chamado ‘O Espírito de Partilhar’, somos católicos e da Igreja Anglicana do Paquistão”, continua o irmão de Mathew, Hanan, “nos reunimos para fazer um plano, para descobrir o que e como ajudar. Você pode pensar que não podemos fazer muito ou que é muito pouco, mas dissemos uns aos outros que “todos podem dar algo, que devemos mover os corações”. E assim foi que estes jovens, batendo em todas as portas de seu bairro, entrando nas lojas, arrecadaram cerca de 5000 rupias, enquanto outras 2000 rupias chegaram providencialmente em resposta a um panfleto compartilhado nas redes sociais. Um desejo de doar que, a partir de uma experiência de diálogo, se transformou em serviço e ação. Entre as muitas pessoas em dificuldade, um dos grupos de maior risco nestas áreas são as comunidades nômades hindus: as barracas de “nossas famílias” estavam em uma planície. Com as inundações, as pessoas se refugiaram em uma parte elevada da terra que agora está cercada por água, é como se estivessem em uma ilha da qual não podem mais sair”, dizem alguns jovens pertencentes a estas comunidades. Reunir-se em torno das pessoas afetadas e começar iniciativas de alívio e apoio direcionadas, especialmente ali, onde os recursos para fazê-lo são escassos, não é apenas um desejo, mas parece ser uma verdadeira prioridade para todos. Em resposta a toda essa tristeza em Karachi, em um bairro bastante pobre na periferia da cidade, um pequeno grupo de gen instalou-se imediatamente: “Montamos um ponto de coleta pelo qual muitas pessoas passaram: algumas trouxeram comida, água ou roupas; outras deixaram dinheiro em uma caixa colocada na entrada”, diz Rizwan. “Vi que não havia muitas roupas para as crianças”, diz Soiana, “então comecei a costurar para elas, usando tecido que tinha sobrado do meu trabalho”. Para contribuir com a Arrecadação de Fundos de Coordenação de Emergência do Movimento dos Focolares para o Paquistão, você pode fazer uma doação para:
Ação Jovens por um Mundo Unido ONLUS (AMU) |
Ação para Famílias Novas ONLUS (AFN) |
IBAN: IT58S 05018 03200 000011204344 Banca Popolare Etica |
IBAN: IT92J 05018 03200 000016978561 Banca Popolare Etica |
Código SWIFT/BIC: ETICIT22XXX |
Código SWIFT/BIC: ETICIT22XXX |
MOTIVO: Emergência Paquistão |
As contribuições pagas nas duas contas correntes com este motivo serão administradas conjuntamente pela AMU e AFN. Benefícios fiscais estão disponíveis para tais doações em muitos países da UE e em outros países ao redor do mundo, de acordo com diferentes regulamentações locais. Os contribuintes italianos poderão obter retenções e deduções de sua renda, de acordo com os regulamentos para organizações sem fins lucrativos, até 10% de sua renda e com um limite de 70.000,00 euros por ano, excluindo doações feitas em dinheiro. |
Maria Grazia Berretta
Set 12, 2022 | Sem categoria
Assim como cuidou de seu filho Jesus e o amou, Maria deseja o bem de cada pessoa. Ela, criatura humana, é o modelo de cada cristão e, espelhando-nos nas etapas de sua vida, podemos dar a nossa contribuição para a construção de um mundo novo. Embora o nosso planeta esteja permeado por inúmeras tensões, Maria nos mais variados modos chama os homens à unidade e deseja vê-la em todos os campos. Quer famílias unidas; as diversas gerações unidas; pede a unidade entre as raças, entre os povos, entre os cristãos e, dentro do possível, com os fiéis de outras religiões e também com todos aqueles que não possuem um referencial religioso, mas procuram o bem do homem. Ela ama a humanidade inteira e quer a fraternidade universal. (…) Que Maria, que fez de Deus o Ideal de sua vida, faça com que também seja este o nosso Ideal! Que Maria, que fez sua a vontade de Deus na encarnação e durante toda a vida, nos ajude a cumpri-la perfeitamente! Que ela, que amou o próximo, como demonstrou ao visitar Santa Isabel e nas bodas de Caná, infunda no nosso coração a caridade! Que Maria, que viveu plenamente o amor recíproco na família de Nazaré, nos ajude a colocá-lo em prática também nós! Que Maria, que soube oferecer cada dor aos pés da cruz, fortaleça os nossos corações quando essa nos invadir! Que Maria, que é mãe universal, alargue o nosso coração a toda a humanidade!
Chiara Lubich
(Chiara Lubich, Discurso na Basílica de Santa Maria Maggiore, Roma, 30-11-1987, em Maria Transparência de Deus, Cidade Nova, 2003, p 78/9)
Set 10, 2022 | Sem categoria
Com a alegria de reencontrar-se presencialmente, após a pandemia, chegou a inesperada e afetuosa saudação do Papa Francisco aos responsáveis do Movimento dos Focolares no mundo, reunidos de 10 a 23 de setembro.
“Muito obrigado pelas inúmeras boas notícias. Asseguro à senhora e a todos vocês a minha proximidade. Eu rezo por todos vocês, por favor, rezem por mim”. Com estas palavras, o Papa respondeu a Margaret Karram, presidente do Movimento dos Focolares, que deu início aos dias de encontro dos Responsáveis do Movimento no mundo junto com o Conselho Geral do Movimento. A Presidente disse aos 104 presentes que nos dias precedentes ela tinha sentido o desejo de escrever ao Papa Francisco, para agradecê-lo por sua constante proximidade a ela e ao Movimento e com a esperança de lhe dar alegria. Na sua carta ao Santo Padre de 6 de setembro, entre outras coisas ela escreveu: “Um ano e sete meses se passaram desde minha eleição a Presidente, e confesso ao senhor que foi um período árduo, com muitos desafios a serem enfrentados e decisões a serem tomadas. Entendi cada vez mais a sua alusão às “podas”, necessárias ao crescimento e, renovando a minha escolha em abraçá-las reconhecendo-as como Jesus crucificado e abandonado, percebi que a humildade crescia, aumentava a esperança e sentia ainda mais forte a unidade com o senhor, Santidade, com a certeza da ação de Deus. Ao mesmo tempo, testemunhei o germinar de muitos frutos, passos espirituais individuais e comunitários, atenção aos últimos, muitas ações concretas em favor daqueles que mais sofrem”. E concluiu assegurando ao Papa as orações dos membros do Movimento. A surpresa foi grande quando, no dia seguinte, ela recebeu esta resposta escrita pelo próprio Papa:
7 de setembro de 2022
Sra. Margaret Karram Estimada irmã, Muito obrigado por sua carta de ontem. Muito obrigado pelas inúmeras boas notícias. Asseguro à senhora e a todos vocês a minha proximidade. Eu rezo por todos vocês, por favor, rezem por mim. Que o Senhor a abençoe e que Nossa Senhora a proteja. Fraternalmente, Francisco 
Set 5, 2022 | Sem categoria
No dia 2 de junho de 2000, foi realizado o primeiro congresso sobre “Comunicação e unidade” onde Chiara Lubich propôs aos presentes o modelo do “grande comunicador”: Jesus no momento do abandono, mediador entre a humanidade e Deus. Fez um elenco dos princípios que orientam uma comunicação que se inspira no carisma da unidade. É impensável que um novo modo de comunicar venha a ser proposto de cima, por alguma agência internacional ou instituição. Nascerá da vida de comunicadores que têm Deus-Amor como modelo da comunicação e como paradigma das relações profissionais. E é justamente em Deus-Amor que, aqueles dentre nós que se ocupam da comunicação, procuram se inspirar. Eles extraíram de sua experiência histórica um modo original de fazer comunicação. E, por isso, queremos expô-lo aqui como uma pequena contribuição para a busca comum destes dias. Primeira consideração: para eles, comunicar é algo essencial. O esforço de viver o Evangelho no dia a dia, também a experiência da Palavra de Vida, sempre foi e está unido indissoluvelmente à sua comunicação, ao relato dos passos dados e dos frutos alcançados, uma vez que é lei amar o outro como a si mesmo. Acreditamos que tudo aquilo que não se comunica se perde. Assim, sobre a experiência vivida, acende-se uma luz, para quem conta e para quem escuta, e a experiência parece fixar-se na eternidade. Temos como que uma vocação para comunicar. Segunda consideração: para comunicar, sentimos o dever de “fazer-nos um” — como dizemos — com quem nos escuta. Uma terceira consideração: enfatizar o positivo. Sempre foi nosso estilo ressaltar aquilo que é bom, pois estamos convencidos de que é infinitamente mais construtivo evidenciar o bem, insistir sobre as coisas boas e sobre as perspectivas positivas, do que ficar no aspecto negativo, ainda que a denúncia oportuna de erros, limites e culpas seja imperiosa para quem tem essa responsabilidade. Enfim: o que importa é o homem, não o meio, que é um simples instrumento. Para levar a unidade é preciso, antes de tudo, esse meio imprescindível que é o homem, um “homem novo” no dizer de são Paulo, ou seja, que acolheu o mandato de Cristo para ser fermento, sal e luz do mundo.
Chiara Lubich
(Chiara Lubich, La dottrina spirituale, Mondadori 2001, p. 342-3)