Movimento dos Focolares
Balanço de Comunhão: fazer circular o bem a partir do relatório das obras

Balanço de Comunhão: fazer circular o bem a partir do relatório das obras

No dia 20 de fevereiro de 2024, aconteceu em Roma a apresentação do “Balanço de Comunhão” do Movimento dos Focolares, um panorama das atividades e iniciativas promovidas no mundo no ano de 2022. Tema central: o diálogo. “Vivendo continuamente a ‘espiritualidade da unidade’ ou ‘de comunhão’, posso contribuir eficazmente para fazer da minha Igreja ‘uma casa e uma escola de comunhão’; promover, com os fiéis de outras Igrejas ou comunidades eclesiais, a unidade da Igreja; criando, com pessoas de outras religiões e culturas, espaços cada vez mais vastos de fraternidade universal”.[1] Com estas palavras, Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, refletiu sobre a importância de agir diariamente como “apóstolos do diálogo”, gerando assim novas formas de se relacionar com os outros, de escutar e de acolher a realidade do outro na sua especificidade. Uma dimensão à qual cada um de nós parece ser chamado e que é capaz de se tornar uma experiência concreta e viva, não só capaz de ser “quantificada” em termos numéricos, mas que, para dar frutos, deve ser partilhada. Este é o foco do segundo “Balanço de Comunhão” do Movimento dos Focolares, o orçamento missionário apresentado no dia 20 de fevereiro de 2024 na Cúria Geral da Companhia de Jesus, em Roma. O documento, traduzido em cinco línguas (italiano, inglês, francês, espanhol e português), é um panorama das atividades e iniciativas promovidas pelo Movimento dos Focolares no ano de 2022, uma narração não só da partilha espontânea de bens, mas de experiências vividas e de iniciativas em nível global inspiradas, especificamente para esta publicação, por e para diálogos: entre movimentos eclesiais e novas comunidades na Igreja Católica; entre as várias Igrejas Cristãs; entre diferentes religiões, com diferentes culturas, com instituições e no compromisso com os muitos desafios globais. Entre os oradores que intervieram na coletiva de imprensa de apresentação, na presença de Margaret Karram e Jesús Morán, respectivamente Presidente e Copresidente do Movimento dos Focolares, estiveram Monsenhor Juan Fernando Usma Gómez, Chefe da Seção Ocidental do Dicastério para a Promoção da Cristã Unidade, o Dr. Giuseppe Notarstefano, presidente nacional da Ação Católica Italiana, Dra. Rita Moussallem, responsável pelo Centro de Diálogo Inter-religioso do Movimento dos Focolares, e Giancarlo Crisanti, administrador geral do Movimento dos Focolares. Conectados por internet também se pronunciaram o Monsenhor Atenágoras Fasiolo, Bispo de Terme e auxiliar da Sagrada Arquidiocese Ortodoxa da Itália, e o Prof. Stefano Zamagni, economista e professor de Economia Política na Universidade de Bolonha. A sessão, moderada pelo jornalista Alessandro de Carolis, foi uma verdadeira troca de reflexões e sublinhou como termos aparentemente opostos, como “orçamento” e “comunhão”, podem complementar-se, tendo em conta não só os números, mas também a vida. “O balanço social foi uma grande oportunidade para nós – declarou o Dr. Notarstefano, Presidente Nacional da Ação Católica, uma das primeiras entidades eclesiais a elaborar uma declaração de missão – e encorajou-nos a esta urgente conversão pastoral a que somos chamados pelo Papa. Foi também uma forma de começar a refletir sobre como melhor comunicar esta vida associativa, (…) olhar para nós mesmos, com transparência, prestar contas ao exterior, mas comunicar melhor, para partilhar”. Segundo o Dom Usma Gómez, diante do cenário atual que parece cada vez mais fragmentado, ao falar do caminho de unidade entre as Igrejas, fazer um balanço como cristãos “significa olhar para os planos de Deus, para os nossos planos, para os planos do mundo. (…) Os planos de Deus seriam preservar a unidade do espírito através do vínculo da paz – continuou – mas vemos que no mundo a guerra é o plano que se concretiza. É possível desenvolver a comunhão nas diferenças, (…) mas esta diversidade reconciliada chama-nos a fazer da paz, o coração do Ecumenismo e do Ecumenismo, o coração da paz”. Um incentivo, portanto, para promover online caminhos de fraternidade de estilo sinodal e, especificamente, à luz do tema escolhido, fazê-lo através de um “método” que possa reunir especialmente os mais incrédulos. “Fazer um balanço da comunhão de um Movimento tão aberto, tão capaz de levar os outros a compreender que o diálogo não tira, mas acrescenta, enriquece e é muito importante”, afirmou Dom Atenágoras Fasiolo, bispo de Terme e auxiliar da Sagrada Arquidiocese Ortodoxa da Itália, que, além de sublinhar o grande empenho do Movimento dos Focolares no caminho da unidade entre as diversas Igrejas, refletiu sobre o papel profético que as diferentes confissões podem ter no mundo, sem cair na armadilha da ideologias: “se como fé conseguimos ser profecia então conseguimos despertar o que há de melhor no coração do homem”. E “vida e profecia” são precisamente os dois caminhos pelos quais o Movimento dos Focolares viu avançar o caminho do diálogo inter-religioso nestes 80 anos de história, como declarou na sala a Dra. Rita Mussallem; um caminho que fez com que a realidade fundada por Lubich entrasse em contato, em muitos países, com pessoas de diversas religiões, criando, na valorização da diversidade e da reciprocidade, um terreno comum onde possamos nos relacionar com a espiritualidade da unidade, chegar a conhecer-nos e “dar – disse Moussalem – a disponibilidade para aprender uns com os outros, a partilha das dores, dos desafios, das esperanças e também o compromisso partilhado de trabalhar pela paz, pelo bem, pela fraternidade”. Num mundo dilacerado por polarizações em que as religiões são muitas vezes exploradas, quando se fala do conceito de paz, “o diálogo autêntico – continuou – é um remédio muito útil (…) porque faz descobrir e ver a humanidade do outro caso contrário, isso desarma você. A “pessoa” é, portanto, o coração pulsante de um percurso circular que deu vida, ao longo do tempo, às numerosas obras de que este texto é testemunho: “Quando falamos de “balanço” – afirmou Giancarlo Crisanti – esperamos muitos números, mas no “Balanço de Comunhão” há muito mais narrativa e faltam os números das pessoas que permitem a realização das obras”. “O Balanço – disse Crisanti – destaca como esta comunhão de bens é capaz de realizar iniciativas, projetos, obras que vão na direção do diálogo (…), que ajudam o mundo a dialogar um pouco mais”. Referindo-se à intuição da Economia de Comunhão, o Prof. Stefano Zamagni declarou que ela é também um “método para atacar as causas geradoras das situações de guerra” e, insistindo na aplicação do conceito de equidade ao conceito de justiça, afirmou que é evidente que a publicação deste “Balanço de Comunhão” hoje não pode ser apenas uma forma de informar, mas uma oportunidade a ser aproveitada para sermos verdadeiramente “apóstolos”, mensageiros de boas novas. Neste tempo “o mal atrai mais que o bem, enquanto a beleza atrai mais que a feiura e o conhecimento atrai mais que a ignorância”, afirmou Zamagni, convidando todos a “dizer o bem”, a “dizer bem” precisamente: “devemos ter cuidado para fazer conhecer, obviamente com humildade, a gratuidade com que se faz o bem. (…) esta noção de ‘Balanço de Comunhão’ significa que se narra o que foi feito, mas com vista ao futuro”.

Maria Grazia Berretta

Descarregar o Balanço de Comunhão em PDF Apresentação Balanço de Comunhão 2022 – Vídeo em italiano https://www.youtube.com/watch?v=3jizpECFoss   [1] Chiara Lubich, ‘Apóstolos do diálogo’, Castel Gandolfo (Itália), 22.1.2004 em Conferência telefônica mundial.

Padre Cosimino Fronzuto: juntos na paróquia e no empenho na cidade

Padre Cosimino Fronzuto: juntos na paróquia e no empenho na cidade

Um sacerdote de Gaeta (Itália) que, sendo pároco, não só se dedicou a seus paroquianos, mas os envolveu em favor da cidade. O padre Cosimino Fronzuto foi um sacerdote italiano que nasceu em Gaeta em 1939. Faleceu há 49 anos, em 1989, depois de uma vida intensa dedicada a serviço do próximo, dos mais necessitados e da sociedade da sua cidade. Morava perto do mar, mas não amava entrar na água e tinha medo de ir até o fundo. Um dia, quando criança, querendo vencer essa dificuldade, se jogou e, para demonstrar que tinha chegado ao fundo, colocou a mão na areia recolhendo, maravilhado, um pequeno crucifixo de ferro, que carregou consigo por toda a sua vida. Em 1963, foi ordenado sacerdote e iniciou o serviço como vice-reitor do Seminário diocesano local. Ao ter contato com a espiritualidade da unidade, aderiu ao Movimento dos Focolares. Em 1967, foi nomeado pároco da paróquia S. Paolo Apostolo em Gaeta, posto que ocupou até os últimos dias de sua vida. Naqueles anos, floresceu o Movimento Paroquial, expressão do Movimento dos Focolares na Igreja local, que gerou tantos frutos, sobretudo entre os jovens, que hoje estão empenhados na cidade como sacerdotes, na família, na vida política e em vários âmbitos civis e profissionais, nas diversas realidades do Movimento dos Focolares e que continuam a ser muito ativos também na vida paroquial. Durante o ministério pastoral exercitado na paróquia, com o seu estilo cheio de amor e de atenção para com todos, de modo particular para com os últimos (jovens mães, ex-detentos, dependentes químicos, pessoas despejadas, degenerados), se impôs à comunidade mirando simplesmente, mas com força e decisão, somente a viver o Evangelho em todas as situações e nas realidades mais diversas. Assim, não lhe faltaram oportunidades para se posicionar também ao enfrentar tantas realidades sociais distantes de uma dimensão realmente humana e cristã. Escreveu em seu diário: “Observamos que na catequese tinham crianças que não eram saudáveis, estavam desnutridas, e lembrei também que naquela mesma família os garotos mais velhos não tinham recebido nem a Crisma nem a Comunhão, realmente nada. Estávamos na metade de março e pensei: se não os pegarmos agora, não os pegaremos mais. Então, fui até aquela casa e percebi (eram 12h30) que estavam simplesmente cozinhando macarrão e que não teria outra coisa para todos comerem. Percebi que, apesar do chefe de família ser um pequeno empreendedor, faltava o vidro da porta que estava sobre a varanda e naquele quarto, no qual faltava o vidro, dormiam alguns dos dez filhos. Imediatamente comecei a falar do catecismo, mas procurei também olhar ao redor e reparar em tudo. Então, à noite, depois da adoração, falei com a comunidade sobre essa situação. À medida que eu me inteirava, recolhia todos os dados: instabilidade econômica, avisos de confisco, problemas de saúde das crianças. Então, passava a manhã pensando somente nessa família, para ver segundo diversos aspectos como estavam as coisas, compartilhar o trabalho, assegurar a comida e, ao mesmo tempo, acompanhar os mais velhos para que recebessem uma catequese verdadeira. Uma noite, me dei conta de que deveria fazer uma proposta a todos. Eu havia decidido dentro de mim, mas o que valia a minha decisão de pároco? Até podia valer, mas eu queria que a decisão viesse de Deus e, portanto, escolhida em unidade com a comunidade que me dava a garantia que fosse Deus mesmo a fazer as coisas. Assim, propus colocar à disposição dessa família os cerca de dois milhões (de liras) que tínhamos na paróquia para resolver o caso até que tivessem condições de voltar ao trabalho. Posso dizer que, desde o primeiro momento todos se mostraram favoráveis. Esse foi o início, depois essa situação teve diversos desenvolvimentos. Ainda ontem, participei de uma reunião de condomínio na qual decidiram tirar do pai o trabalho que tinha começado e não havia terminado. Fiz de tudo para que terminasse o trabalho e pudesse receber o dinheiro. O caminho ainda será muito longo, faz mais de um mês que estamos ao lado deles, próximos e ele disse: ‘A minha vontade de viver está voltando. A minha vontade de viver está voltando’. Mas a intervenção não foi feita somente por mim, foi um pouco coletiva, muitos vão levar para frente continuamente tudo o que for necessário e não nos preocupa tanto a falta de coisas, mas nos preocupa não deixar faltar amor, porque as pessoas evidentemente não-amadas, foram, de fato, exoneradas em certos direitos (…)”. Domingo, 21 de janeiro de 2024, o arcebispo de Gaeta, monsenhor Luigi Vari, em uma catedral cheia de personalidades civis, religiosas e de fieis, deu início à causa de beatificação do Padre Cosimino Fronzuto.

Carlos Mana

Compostagem: a magia da natureza

Compostagem: a magia da natureza

Do focolare de Montevidéu, no Uruguai, a experiência cotidiana da ecologia integral através da transformação dos restos de alimentos em fertilizantes. Milhões de resíduos são produzidos todos os dias em todas as partes do mundo. O que acontece então com esses resíduos? Alguns são reciclados e ganham vida nova. Outros acabam em aterros ou em usinas de transformação de resíduos em energia para produzir energia. Antes de jogarmos fora os resíduos alimentares, já nos questionamos se podemos fazer algo alternativo? Foi o que se perguntaram alguns membros da comunidade dos Focolares no Uruguai, quando deram vida à compostagem. “Estou entre aqueles que tentam viver a ecologia da vida cotidiana – diz Maria Florencia, focolarina de Montevidéu, no Uruguai, onde ensina ecologia integral –. No entanto, percebi que há sempre coisas a melhorar e que faltava algo importante na gestão dos resíduos alimentares em casa: não fazíamos compostagem. Como esta ação não depende só de mim, procurei envolver todos os moradores da casa.” Os organismos do solo utilizam resíduos vegetais e animais ou derivados de matéria orgânica como alimento. À medida que esses resíduos se decompõem, o excesso de nutrientes (nitrogênio, fósforo e enxofre) é liberado no solo em formas que podem ser utilizadas pelas plantas. Além disso, os resíduos gerados por microrganismos contribuem para a formação de matéria orgânica do solo. A compostagem é, portanto, um processo de decomposição de materiais orgânicos que possui alto teor de substâncias úteis para melhorar as características do solo sem causar danos ao meio ambiente. Para 100 kg de resíduos e materiais orgânicos obtêm-se 30 kg de composto. Uma alternativa ao composto é o vermicomposto, produto orgânico obtido pela bio-oxidação da matéria orgânica com a ajuda de minhocas. “Adquirimos uma composteira junto com algumas minhocas californianas – continua Maria Florencia -. Então comecei a trabalhar. Agora temos fertilizante natural para as plantas do nosso jardim e todos estão felizes com esta ação em prol do meio ambiente. Além disso, também podemos partilhar o composto com os nossos amigos que tenham curiosidade sobre a iniciativa. Não somente. Como microbiologista, não pude me limitar aos manuais habituais. Comecei a investigar para saber mais, por isso quis compartilhar minha experiência com um artigo na revista dos Focolares Ciudad Nueva e encorajar muitos a fazerem o mesmo”, conclui. Quer sejam compostos ou vermicompostos, promovem a fertilidade do solo sem a necessidade de aplicação de fertilizantes químicos. Melhora a estabilidade do solo, aumenta a permeabilidade à água e aos gases e aumenta a capacidade de retenção de água através da formação de agregados. Portanto, é um precioso fertilizante natural. Assim, as sobras de alimentos consumidos não são lixo, mas sim um recurso precioso que, transformado em composto, ajuda a natureza e desse modo reduz os níveis de poluição ambiental.

Lorenzo Russo

Concurso 2023-2024: “Uma cidade não basta”. Chiara Lubich, cidadã do mundo

O Centro Chiara Lubich, em colaboração com o Ministério Italiano da Educação e Mérito, a Fundação Museu Histórico do Trentino e New Humanity, lançam a quarta edição do Concurso nacional “Uma Cidade não Basta”. Chiara Lubich, cidadã do mundo. Os participantes poderão enviar os trabalhos até o dia 22 de abril de 2024. Uma oportunidade de reflexão e aprofundamento no âmbito dos valores que estão na base das relações humanas, no acolhimento da diversidade, no desenvolvimento das novas tecnologias e no âmbito do estudo. Este é o objetivo do Concurso nacional “Uma cidade não basta. Chiara Lubich, cidadã do mundo”. Promovido pelo Centro Chiara Lubich em colaboração com o Ministério da Educação e Mérito, a Fundação Museu Histórico do Trentino e New Humanity do Movimento dos Focolares, o concurso chega este ano à sua quarta edição e se propõe, mais uma vez, a evidenciar o valor da mensagem de Chiara Lubich (Trento, 1920 – Rocca di Papa, 2008), fundadora do Movimento dos Focolares. Considerada uma das personalidades espirituais e pensadoras mais significativa dos anos 1900, promotora de uma cultura de unidade e fraternidade entre os povos, Chiara Lubich antecipou muitos dos temas que hoje chamam a atenção mundial e, por essa razão, o concurso dedicado a ela visa ser um caminho para as novas gerações a ser percorrido com criatividade e empenho, aprofundando seu pensamento e experiência de vida. O concurso, que nas edições anteriores contou com muitas participações, é voltado a todos os estudantes de instituições escolares primárias e secundárias de primeiro e segundo grau, inclusive os que frequentam Instituições Italianas no exterior, que poderão participar da iniciativa com plena autonomia expressiva, individualmente, em grupo ou por classes. Será possível participar por meio de trabalhos escritos, gráficos, plásticos ou multimídias e escolhendo uma das áreas temáticas descritas nas regras, propostas que pretendem evidenciar a consonância entre o pensamento e as ações de Chiara Lubich, na segunda metade do século XX, e os pontos que chamam a atenção mundial na Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável da ONU. Os trabalhos deverão ser enviados até o dia 22 de abril de 2024 seguindo as diretrizes e os vencedores serão premiados durante uma cerimônia oficial que acontecerá no dia 17 de maio de 2024, das 10h30 às 12h30 aproximadamente, no auditório da sede do Centro Internacional do Movimento dos Focolares. Para mais informações e para baixar as regras e conhecer os detalhes e modalidades, é possível consultar a página do Ministério da Educação (https://www.miur.gov.it/web/guest/-/concorso-nazionale-una-citta-non-basta-chiara-lubich-cittadina-del-mondo-quarta-edizione-anno-scolastico-2023-2024) ou visitar o site www.chiaralubich.org.

Maria Grazia Berretta

Irlanda do Norte, justiça climática: juntos por um impacto maior

Irlanda do Norte, justiça climática: juntos por um impacto maior

“Join the Dots Together”, Unir os Pontos Juntos. Esse é o título da iniciativa que envolveu quarenta organizações e a comunidade do Movimento dos Focolares na luta contra a crise climática. Fazer algo juntos pela justiça climática e trabalhar de modo colaborativo para ter um impacto maior neste problema grave e urgente. Esses são os objetivos do evento que ocorreu em janeiro de 2024 em Belfast, na Irlanda do Norte, organizado pela comunidade do Movimento dos Focolares juntamente com o Centro dos Jesuítas de Belfast, a Capela da Universidade de Ulster, a Pastoral da Juventude Redentorista e a Diocese de Down e Connor. A iniciativa contou com a presença de sessenta pessoas representando quarenta organizações. Aconteceu na universidade de Ulster e tinha como título “Join the Dots Together”, ou seja, “Unir os Pontos Juntos”, encontrar-se para trabalhar lado a lado por conta da emergência climática. A dra Lorna Gold, presidente do “Movimento Laudato Sì” global – que nasceu depois da encíclica do papa Franscisco de mesmo nome sobre o cuidado com a Casa Comum – abordou em seu discurso questões espinhosas entre as quais o progresso lento da eliminação de combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, instigou um sentimento de esperança em todos os presentes. Refletindo sobre o documento da COP28 (28ª conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas), destacou como foi importante ter confirmado que as causas primárias da mudança climática são os combustíveis fósseis. “O gênio saiu da lâmpada agora e não pode mais voltar”, afirmou. Falou também da importância do Tratado de não-proliferação dos combustíveis fósseis. Além disso, Lorna Gold quis evidenciar a importância dos grupos religiosos como principais partes interessadas no planeta com milhares de dólares investidos nos mercados globais, e proprietários de 12% da terra do mundo. “As pessoas de fé”, reiterou, “estão em uma posição-chave para mudar a narrativa e reescrever o futuro”. Não é por acaso que Lorna Gold acabou de ser nomeada CEO da FaithInvest, uma organização que se concentra na mobilização de todas as crenças para colocar os próprios recursos nos trabalhos, em particular os próprios investimentos financeiros, para contribuir e mudar a economia em direção a uma sustentabilidade maior. O evento foi um testemunho forte para a sociedade civil e grupos religiosos na Irlanda do Norte, com a presença de pessoas do fórum religioso, da comunidade baha’i,, da fundação Gaelic Athletic Association, da União das Mães e de Trocaire (a Caritas da Irlanda), além de diversos grupos não-religiosos como Keep Northern Ireland Beautiful. “É muito incomum encontrar tal conglomerado de grupos unidos por uma causa comum”, afirmou Lorna Gold, “mas talvez é exatamente a questão climática o ponto sobre o qual estamos todos de acordo”. Alguns testemunhos dos participantes. Georgia Allen e Glen MacAuley, jovens de Fridays for Future NI fizeram greve em frente à prefeitura de Belfast todas as sextas-feiras de 2023 e sentiram a importância de participar do encontro. “Foi positivo e interessante, com um orador estimulante”, afirmou Allen. “Foi um convite a agir, a fazer algo concreto juntos”. No final, quiseram tirar uma foto com Lorna Gold como símbolo de participação da greve climática com ela! John Barry, professor de economia e política verde na Queen’s University, declarou: “Neste momento de emergência climática e ecológica, devemos nos unir reconhecendo que é mais tarde e pior do que as pessoas pensam, mas ainda há esperança. As comunidades de fé têm um papel importante a cumprir, portanto foi bom ver um encontro interconfessional de pessoas de fé dispostas a arregaçar as mangas e começar a reparar o nosso mundo destruído”. Edwin Graham, do Fórum inter-religioso comentou: “Unir os pontos… Juntos – uma iniciativa extraordinária que reuniu muitas pessoas provenientes de uma multidão de organizações e grupos que têm no coração o meio ambiente. A diversidade dos presentes era impressionante, desde líderes de alto nível das comunidades a pequenas organizações compostas de ativistas dedicados”. E Nicolas Hanrahan de Trocaire: “Foi bonito ver tantas pessoas assim que fizeram um ótimo trabalho para tomar conta da nossa casa comum. (…) Não vejo a hora de chegar o próximo!”. A irmã Nuala, da paróquia de St. John, se junta a ele: “Hoje foi além de todas as nossas expectativas, todos não só apreciaram, mas acharam extremamente útil”. Por fim, Finbarr Keavney do grupo Newcastle Laudato Sì: “Que manhã emocionante e cheia de esperança. É tão bonito encontrar muitas pessoas adoráveis de crenças diversas, todas ligadas por um desejo de justiça climática”. Para finalizar, Lorna Gold recordou que unir os pontos e formular planos para trabalhar de modo colaborativo pela justiça climática é a chave: “Podemos plantar as sementes de um futuro novo, mas o único modo de fazê-lo é juntos”.

Lorenzo Russo

XI edição do Prêmio Chiara Lubich pela Fraternidade

Após três anos, a Associação Città per la Fraternità (Cidades pela Fraternidade), divulgou um novo anúncio para o Prêmio Chiara Lubich pela Fraternidade, que visa promover ações de paz e fraternidade em todo o mundo. O Prêmio Chiara Lubich pela Fraternidade chega à sua XI edição neste ano. Nascido por inspiração da Associação Città per la Fraternità (Cidades pela Fraternidade), é dedicado à fundadora do Movimento dos Focolares. A Associação Città per la Fraternità, com sede em Castel Gandolfo (Roma), se une a todos os agentes promotores de paz e fraternidade para difundir no mundo, hoje mais do que nunca, a convivência harmoniosa entre o homem e o meio ambiente em todos os cantos da terra. Visa ser uma experiência de diálogo, confronto e rede entre cidades e outras entidades locais que pretende promover, no âmbito do mais vasto e complexo trabalho do tipo político-administrativo, um laboratório permanente de experiências positivas de serem difundidas, evidenciando a paz, os direitos humanos, a justiça social para focar o máximo possível a fraternidade como paradigma político. O concurso é voltado principalmente para entidades locais (províncias, regiões, etc.) de qualquer parte do mundo. Também serão admitidas candidaturas provenientes de entidades locais, organizações ou pessoas que indiquem outras administrações territoriais em todos os continentes. O prêmio, uma escultura original que retrata a fraternidade, será entregue, avaliando a atuação de um projeto ou uma iniciativa que, ao longo do seu ciclo de vida, represente a variação de um ou mais aspectos do princípio da fraternidade aplicado nas políticas públicas, realizado em sinergia entre Administrações, Comunidades locais e sociedades civis organizadas. Os trabalhos em questão deverão, portanto, evidenciar aquelas atividades capazes de estimular os cidadãos a se empenhar pelo bem comum, participar da vida da comunidade civil e favorecer o crescimento de uma cultura de cidadania ativa e inclusiva. Os participantes poderão apresentar seus projetos (escritos, em hipertexto e/ou multimídia ou audiovisual) até o dia 29 de fevereiro de 2024. Além de premiar o vencedor, o júri poderá atribuir um ou mais reconhecimentos especiais e/ou menções honrosas a outros projetos que sejam particularmente distintos como experiência de fraternidade universal na comunidade local. Para saber como proceder e ter mais informações, é possível baixar o documento no link seguinte ou consultar a página da Associação Città per la Fraternità (cittaperlafraternita.org)

Maria Grazia Berretta