Ago 2, 2021 | Sem categoria
Chiara Lubich cita São Francisco e a sua “perfeita alegria” e nos convida a experimentar, diante da dor de uma renúncia, de um desapego, de uma provação ou de uma doença, no seu pleno significado: “És Tu, Senhor, o meu único bem”. Um dia, São Francisco, que era realmente enamorado por Deus, viajando para Assis no inverno, descalço, semicongelado pelo frio, explicou a Frei Leão em que consistia a “perfeita alegria”. Não consistia em fazer milagres e ressuscitar os mortos, por exemplo; não era profetizar e falar todas as línguas; mas estarem dispostos a receber as injúrias dos irmãos do convento para onde estavam indo, conservando sempre a caridade: “Acima de todas as graças e de todos os dons do Espírito Santo – dizia – está o de vencer a si mesmo e, com prazer; por amor a Cristo, suportar sofrimentos, injúrias e dificuldades”. Para ele, isso constituía a “perfeita alegria”. Que tal tentarmos? Quando percebermos que o sofrimento (por uma renúncia, por um desapego, por uma provação, por uma doença) se aproxima, repitamos com São Francisco: “Esta é a perfeita alegria”. É como dizer, no seu pleno significado: “És tu, Senhor, o meu único bem”. Um pensamento forte e implacável, não é? Mas é com ações assim que podemos progredir na vida, ou melhor, voar; podemos deixar um rastro luminoso e arrastar muitas pessoas.
Chiara Lubich
Perfeita alegria, Collegamento CH – Castel Gandolfo, 17 de dezembro de 1998
Jul 29, 2021 | Sem categoria, Tutela minori
No que se refere ao caso de violência contra menores por parte de J.M.M., ex-membro consagrado dos Focolares, o Movimento em 26/07/2021 instituiu um Órgão de Fiscalização com funções de Supervisor Independente (FSI) das investigações em andamento conduzidas pela empresa GCPS Consulting, comissão independente nomeada pelo Movimento dos Focolares em dezembro de 2020. A presidente dos Focolares Margaret Karram juntamente com o Copresidente Jesús Morán concederam a Alain Christnacht a função de Supervisor Independente. Este órgão foi constituído principalmente para garantir a proteção das vítimas e a correta condução das investigações por parte da GCPS Consulting, na qual o Movimento renova a sua total confiança e que continua sendo o único órgão autorizado a realizar a investigação. Para quem desejar entrar em contato com o Supervisor Independente sobre as investigações em andamento, o endereço de e-mail é o seguinte: superviseurac@gmail.com Em dezembro de 2021, a GCPS Consulting preparará um relatório público detalhando as conclusões e as recomendações da comissão de inquérito. Nesse sentido, a fiscalização do Supervisor Independente, externo ao Movimento dos Focolares e à GCPS Consulting, representa uma garantia adicional para as vítimas e uma maior contribuição na busca da verdade. Quem é Alain Christnacht Alain Christnacht, francês, é um alto funcionário público; ocupou cargos a nível nacional como representante do governo no seu departamento e conselheiro de Estado. Hoje é presidente da Samusocial de Paris, organização de interesse público que ajuda as pessoas sem-teto. Ex-presidente ou diretor de organizações juvenis, desde 2016 preside uma comissão independente nacional de especialistas em pedofilia, composta por magistrados e médicos, consultora da Conferência episcopal francesa.
Stefania Tanesini
Jul 29, 2021 | Sem categoria
29 de julho é o último dia de 2021 em que a Terra coloca seus recursos à disposição do homem. Como ir contra este desperdício com uma mudança de rota? Os jovens do Movimento dos Focolares iniciaram dois projetos sobre a conversão ecológica.
O overshoot day (ou Dia da Sobrecarga da Terra) é a data simbólica que indica que o homem consumiu todos os recursos que a terra tem condições de recompor em um ano. Para dar um exemplo banal, imagine que em um ano cresçam 100 novas árvores na terra, mas nós, seres humanos, derrubamos mais de 100. O Dia da Sobrecarga da Terra indica o dia em que a humanidade derruba a árvore número 101. Este ano o Dia da Sobrecarga cai em 29 de julho. Exatamente assim, a partir de hoje, até o fim do ano, iremos consumir mais recursos do que podemos nos permitir. E, apesar disso, desconfio que hoje não lhe parece um dia tão diferente de ontem. Enquanto está lendo você não está preocupado, assim como as pessoas que você encontrou durante o dia não pareciam preocupadas, e nem estarão as que irá encontrar até a hora de ir dormir. Quero que você saiba de uma coisa: não é culpa sua. Você não é um insensível, alguém que não dá bola nenhuma e que não se interessa pelo ambiente do planeta. Você não está preocupado porque, assim como eu, já se habituou a este tipo de notícia sobre a crise climática. E quando nos habituamos a algo deixamos de percebê-lo como uma emergência. As notícias sobre a crise climática fazem parte da nossa rotina, do nosso dia-a-dia. E há o perigo de que o fato de nos habituarmos a escutá-las nos faça perder a vontade de agir para mudar as coisas. Acontece também comigo, que estou escrevendo, e isso me entristece. Contudo, tenho uma boa notícia. Nem todos ficam inermes diante dessas notícias desoladoras. Há quem tenta agir pela mudança. Falo, por exemplo, dos jovens do Movimento dos Focolares, que estão se movimentando para dar a própria contribuição com dois projetos que enfrentam precisamente o tema da utilização dos recursos e da ecologia. PATHWAYS – As pessoas, o planeta e a nossa conversão ecológica O primeiro projeto, chamado “PATHWAYS – As pessoas, o planeta e a nossa conversão ecológica”, é uma campanha de sensibilização e ação, inserida no plano “Caminhos para um Mundo Unido”, que tem a duração de seis anos. No ano 2021-2022, o Movimento Juvenil pela Unidade, os Jovens por um Mundo Unido e a associação New Humanity, promotores da iniciativa, se comprometerão com ações em nível local e global, com um tipo de trabalho em três fases:
- Learn /Aprender – estudar e informar-se para dar fundamentos à própria ação.
- Act /Ação – agir.
- Share /Compartilhar – partilhar as próprias ações nas mídias sociais com a hashtag #dartocare
ZERO HUNGER O segundo projeto está relacionado com os recursos alimentares do nosso planeta. Há alguns anos, os adolescentes e jovens do Movimento dos Focolares começaram a dar uma ajuda à FAO, atuando no projeto “Zero Hunger”,que tem como objetivo a redução da fome no mundo. Neste momento, uma equipe internacional está trabalhando na coordenação de atividades globais, mas sem esquecer o aspecto local do tema, com atividades e iniciativas no próprio território. Luigi Muraca – Redação Teens
Jul 27, 2021 | Sem categoria
Numerosos migrantes venezuelanos todos os dias tentam chegar ao Chile através do Peru. A solidariedade da comunidade dos Focolares de Lima com ações concretas graças à Providência que não tarda em chegar.
“Bastam poucos gestos para salvar o mundo”, diz a escritora e poetisa Edith Bruck. E isto é o que tentamos fazer todos os dias, para ajudar àqueles que necessitam especialmente, os migrantes venezuelanos que passam pelo Centro Juan Carlos Duque, vinculado à comunidade do Movimento dos Focolares em Lima, Peru. No caminho do Chile C. é uma uma colaboradora do Centro Juan Carlos Duque. Há alguns dias, ela pôde reencontrar sua irmã: Ela está a caminho do Chile com seu marido e filho, esperando cruzar a fronteira através do deserto muito frio. Conseguimos dar-lhes uma mala com roupas quentes, que chegaram da Providência. Há muitos venezuelanos que tentam, mesmo correndo riscos, entrar no Chile para reunificação familiar. A solidariedade entre essas pessoas é enorme, apesar do sofrimento que as acompanha. Para que possamos vestir Jesus Outro colaborador do Centro Juan Carlos Duque nos contou sobre um casal venezuelano que está no Peru há quatro anos e que está em Lima há quase três meses. Eles só têm um colchão para dormir, um cobertor não é suficiente para o frio desta estação (o inverno já começou) e um pequeno fogão que eles tomaram emprestado, mas devem restituir. Eles precisavam de lençóis, pratos, copos, vestuário e sapatos n. 44! Com grande surpresa encontramos, entre as coisas que chegaram de providência, justamente sapatos no. 44! Chegou-nos muita providencia exatamente aquilo que eles necessitam. Dizíamos: “Assim podemos vestir Jesus para que não sinta frio…”. Graças também às doações da ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), conseguimos atender às necessidades desta família. Vocês podem imaginar a alegria deles: Após apenas 40 minutos de seu pedido de ajuda, os contatamos imediatamente para dar-lhes tudo o que precisavam. Morre uma de nós, Bárbara Em Arequipa ao invés chegou uma ligação: “estamos passando momentos muito difíceis. A nossa inquilina e grande amiga venezuelana, Barbara, morreu repentinamente. Ela estava prestes a completar 29 anos. Ficamos chocados. Minha mãe, meu irmão e eu dissemos logo nosso SIM à vontade de Deus, em um momento tão difícil quando não é fácil entender os planos de Deus. No entanto, devíamos amar aquela dor e transmitir a Misericórdia e o Amor do Pai a seu irmão e primos. Barbara esteve no nosso escritório de Arequipa alguns dias antes para buscar um cobertor quente e um jogo de cozinha, doado pela ACNUR, e nós acrescentamos alguma coisa. Ela estava realmente feliz com aquela providência! Temos a certeza de que agora ela continuará nos ajudando lá do Céu para que nunca falte a providência. E por falar em providência, a campainha do Centro Juan Carlos Duque tocou novamente repentinamente: era um representante da ACNUR, que nos concedeu muito mais do que lhe foi pedido para nossos migrantes: 100 máscaras de tecido, laváveis; 216 sabonetes; 5 pacotes com 72 cobertores… o cêntuplo!
Silvano Roggero
Jul 26, 2021 | Sem categoria
Jul 26, 2021 | Sem categoria
Trecho do discurso de Chiara Lubich feito em Lucerna (Suíça) em 16 de maio de 1999, por ocasião do 19° Congresso Internacional para a família. Se observarmos a situação internacional da sociedade que nos circundaque nso circunda, essas breves reflexões sobre o que é e deveria ser o que é e o que a família, o que é e o que poderia ser, podem parecer uma ingênua utopia. O mundo ocidental foi invadido por uma cultura individualista, preocupada sobretudo em classificar e valorizar o homem e a mulher segundo as necessidades e o consumo. […] Em um contexto cultural marcado pelo individualismo e pela busca do lucro, a família se tornou muito frágil. E são sobretudo as famílias socialmente marginalizadas que se desintegram»*. […] Diante do grande mistério da dor, ficamos desorientados. Existe na Bíblia um ápice de dor, expresso através de um “por quê” gritado ao Céu. O evangelista Mateus o menciona, narrando a morte de Jesus: «Às três horas Jesus grita em alta voz: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”» (Mt 27, 46). […] Naquele abandono, sinal último e maior do seu amor, Cristo atinge a extrema anulação de si mesmo e reabre aos homens o caminho da unidade com Deus e entre eles. Naquele “por quê?”, que ficou para Ele sem resposta, todo grito do homem encontra resposta. Não é semelhante a ele o angustiado, o só, o fracassado, o condenado? Não é uma imagem Dele cada divisão familiar, entre grupos e entre povos? Não é a figura de Jesus abandonado quem perde, por assim dizer, o sentido de Deus e de seu desígnio sobre a humanidade, ou quem não acredita mais no amor e aceita em seu lugar qualquer substituto? Não existe tragédia humana nem fracasso familiar que não estejam contidos na escuridão do Homem-Deus. […] Por meio daquele vazio, daquele nada, voltou a jorrar a graça, a vida de Deus ao homem. Cristo refez a unidade entre Deus e a Criação, recompôs o desígnio, fez homens novos e, por conseguinte, famílias também novas. […] O grande evento do sofrimento e do abandono do Homem-Deus pode, portanto, tornar-se o ponto de referência e a fonte secreta capaz de transformar a morte em ressurreição, os limites em ocasiões para amar, as crises familiares em etapas de crescimento. Como? […] Se acreditarmos que por trás da trama da existência está Deus com o seu amor e se, fortalecidos por esta fé, percebermos nos pequenos e grandes sofrimentos do dia a dia, nossos e dos outros, um aspecto da dor de Cristo crucificado e abandonado, uma participação na dor que redimiu o mundo, será possível compreendermos o significado e a perspectiva até mesmo das situações mais absurdas. […] Podemos contar duas experiências emblemáticas: Claudette, uma jovem esposa francesa, foi abandonada pelo marido. Tinha um filho de um ano. O ambiente fechado do interior e da sua família leva-a a pedir o divórcio. Neste meio tempo conheceu um casal que lhe falou de um Deus que está perto de quem sofre: «Jesus a ama – disseram-lhe –; também ele, como você, foi traído e abandonado; nele você pode encontrar a força para amar e perdoar». Lentamente vai desaparecendo nela o ressentimento e começou a mudar de atitude. Também o seu marido notou a mudança, porque quando se encontraram diante do juiz para a primeira audiência, Claudette e Lourenço se olham de modo novo. Aceitaram refletir por seis meses. Voltaram a se encontrar e quando o juiz os convocou para decretar o divórcio, eles responderam «não», e desceram as escadas do tribunal de mãos dadas. O nascimento de outras duas filhas deu muita alegria a um amor que na dor colocou raízes profundas. E ainda. Uma bela família, exatamente da Suíça, uma noite recebeu do próprio filho a notícia de que era dependente de drogas. Tentam tratá-lo, mas é em vão. Um dia ele não voltou mais para casa. Sentimentos de culpa, medo, impotência e vergonha nos pais. Mas era o encontro com Jesus abandonado, em uma típica chaga da nossa sociedade. Eles o abraçaram nesse sofrimento e tiveram a impressão de compreender que o amor verdadeiro “se faz um” com o outro, entra na sua realidade… Os pais se abriram à solidariedade e organizaram um grupo de famílias que distribuíam lanches aos jovens em uma praça de Zurique que, na época, representava o inferno da droga. Lá um dia reencontraram o próprio filho desfigurado, destruído. Com a ajuda também de outras famílias, foi possível começar e percorrer o seu longo caminho de recuperação. […] Às vezes, os traumas se resolvem, as famílias se unem novamente, às vezes não. As situações externas permanecem como antes, mas a dor é iluminada, a angústia é serenada, a fratura é superada. Às vezes, o sofrimento físico ou espiritual permanece, mas adquire um sentido, quando se une o próprio sofrimento à Paixão de Cristo, que continua redimindo e salvando as famílias e a humanidade. E então o jugo se torna suave. A família pode tentar recompor-se no esplendor original do desígnio do Criador, abastecendo-se na fonte de amor que Cristo trouxe à terra.
Chiara Lubich
Da Nuova Umanità, 21 [1999/5], 125, pp. 475-487 * Chiesa locale e famiglia (CLEF), «Agenzia di informazione e documentazione di pastorale familiare», 13 (1995), 49, p. 15.