A santidade dos grandes quase sempre nasceu de um movimento na direção de Deus e na direção dos pequenos e dos pobres, acontecido de maneira não convencional.
Eles deixaram o próprio lugar. Foram na direção dos pobres, não dando esmolas, mas compartilhando a vida deles, para acolhê-los no íntimo das suas vidas, de tal modo que, por causa disso, as suas vidas resultavam radicalmente mudadas.
A decisão radical por Deus somente é, na maior parte dos casos da história da salvação, uma decisão pelos pobres, uma decisão pelos pequenos, uma decisão pelos impotentes.
É uma decisão que não pretende somente melhorar a sua situação, que não quer somente distribuir algumas esmolas, nem viver uma ínfima parte da vida deles de quando em quando, para depois poder voltar para a própria condição: procede sempre de uma metanóia, de uma íntima reviravolta da mentalidade, da sensibilidade, do ser: eu pertenço a eles, eu sou como eles, exatamente como eles diante de Deus, eu não sou melhor do que eles.
Não, sou do mesmo nível deles e, de fato, o único Santo desceu àquele nível.
(de um sermão, 1.11.93)
Klaus Hemmerle, “La Luce dentro le cose”, Ed. Città Nuova, Roma, 1998, pág. 340.
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