Palavras como perfeição e santidade podem parecer objectivos inatingíveis, mas Chiara Lubich, partindo de uma declaração de São Boaventura, reflecte sobre como é possível caminhar na sua direcção, partindo dos gestos mais simples da vida quotidiana.

No início deste mês, fazendo meditação com alguns livros nossos, li um pensamento sobre a santidade atribuído a São Boaventura, que muitos de nós conhecemos, mas que talvez ainda não seja plenamente vivido por todos. (…)

Esse pensamento fez brotar no meu coração um grande desejo de colocá-lo em prática  com todos vocês. Não devemos nos santificar juntos? É a afirmação de um santo que conhece muito bem os caminhos que conduzem a Deus.

Ele garante, com audácia, que, espiritualmente, uma pessoa progride mais em 40 dias, sem se deter no vale das imperfeições e dos pecados veniais, do que uma outra, em 40 anos, que se detém a considerar as próprias imperfeições.

Não é maravilhoso?

Contudo, eu me questionei: “O que são as imperfeições e os pecados veniais?” Poderíamos fazer uma longa lista. Sem dúvida são o contrário da perfeição.

E o que é a perfeição?

É viver a caridade: “o amor, que é o vínculo da perfeição”, diz São Paulo (Cl 3, 14). “Sede perfeitos na caridade”, lemos em São João (cf. 17,23). Aquela caridade que, se for vivida por várias pessoas, torna-se recíproca: “Dou-vos um novo mandamento novo – diz Jesus –: que vos ameis uns aos outros, Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros” (Jo 13, 34)

Portanto, é preciso viver sempre assim, e toda a vez que tivermos nos esquecido disso ou deixado de amar assim, recomecemos. (…)

Por onde começar?

Pelas pessoas da nossa casa, se morarmos em casa, pelos focolarinos do nosso focolare, se moramos num focolare.

Sim, em casa, já de manhã, porque assim começa bem o nosso dia. Em casa, porque às vezes nos esforçamos para viver bem o amor recíproco com outras pessoas, nos encontros, nos congressos, mas depois, quando voltamos para casa, talvez porque estamos cansados, perdemos a paciência com os irmãos, perdemos o controle e… adeus amor recíproco! (…)

Foi por isso que nos comunicamos este lema que agora leio para vocês: “No momento presente, viver o amor recíproco, começando em casa”.

Lembremo-nos dele. Daqui a 40 dias, com toda a certeza teremos progredido espiritualmente e dado uma grande contribuição à nossa santidade pessoal e à santidade de povo.

                                                                                                          Chiara Lubich

(Chiara Lubich, Conversazioni in Collegamento telefonico, Roma 2019, p. 561-562)

 

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