Movimento dos Focolares

Todos responsáveis ​​por todos: formação em rede

A partir de hoje, 20 de novembro de 2023, estão disponíveis as novas Diretrizes para a Formação sobre a Proteção de Crianças, Adolescentes e Pessoas em Situação de Vulnerabilidade desenvolvidas pelo Movimento dos Focolares. Margarita Gómez e Étienne Kenfack, Conselheiros do Centro Internacional do Movimento para o aspecto Vida Física e Natureza, oferecem-nos alguns esclarecimentos. Ilustrar as características necessárias para se comprometer concretamente com a proteção da vida e da dignidade de cada pessoa: é isso que distingue as novas Diretrizes para a Formação sobre a Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis ​​(FPCV) no Movimento dos Focolares, lançada hoje, 20 de novembro de 2023, Dia Internacional da Criança e do Adolescente. O trabalho contou com a colaboração direta de 40 especialistas e pessoas envolvidas neste campo de todos os continentes e teve como objetivo fornecer os elementos necessários para que, em cada país onde o Movimento dos Focolares atua, possa-se desenvolver uma estratégia de formação adequada, orientada para prevenir e erradicar qualquer tipo de abuso, tanto dentro do Movimento como nos ambientes onde os seus membros se encontram (trabalho, bairro, escola). Desde 2013, o Movimento aposta na formação para a proteção de crianças e adolescentes, com um trabalho capilar em todos os países onde atua e com a realização de um curso de seis horas que continha os princípios fundamentais. Este esforço de formação atingiu 17.000 pessoas até dezembro de 2022 e, embora a formação fosse aberta a todos, foi realizada principalmente por pessoas que tinham responsabilidades ou contato direto em atividades com crianças. Depois da publicação do relatório sobre os graves casos de abusos sexuais registrados na França, publicado um ano depois da investigação da consultoria GCPS, surgiu a forte necessidade de oferecer uma formação mais específica a todos os membros do Movimento dos Focolares, de qualquer nação, idade, vocação ou função. Por esta razão, as Diretrizes representam uma ferramenta universal, deixando amplo espaço para uma inculturação adequada e uma implementação específica no contexto particular de origem. “A formação dirige-se a todos, e por ‘todos’ entendemos não só os pertencentes ao Movimento, mas também as pessoas que trabalham nas nossas estruturas – afirma Étienne Kenfack. As Diretrizes, no entanto, dirigem-se aos dirigentes do Movimento nas diversas geografias e às suas equipes que serão responsáveis ​​pela sua implementação”. As Diretrizes entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2024, por um período de 20 meses ad experimentum. Um período de checagem para poder perceber todas as mudanças e transformações que serão necessárias no futuro. “O documento – continua Margarita Gómez – baseia-se num recurso fundamental para nós, isto é, a comunhão: portanto, trabalharemos em rede. Haverá uma comissão internacional e várias equipes que realizarão o projeto localmente. Haverá momentos de troca, com links online para nos ajudar a tirar dúvidas, para partilhar boas práticas. Não é por acaso que decidimos intitular o nosso programa de formação como “Todos responsáveis ​​por todos”. Espero que estas Diretrizes sejam muito bem acolhidas nas nossas comunidades e que, em poucos meses, tenhamos dado um impulso significativo à formação nesta matéria”.

Maria Grazia Berretta

Ver o vídeo (ativar legendas em português) https://youtu.be/OsZW-DC_E7U

 

A força para não se render ao mal

Depois da agressão terrorista sofrida por Israel, do horror da violência desencadeada, da onda de medo que abalou os dois povos, da angústia pelos reféns e da suspensão pelo destino do povo de Gaza: notícias das comunidades dos Focolares na Terra Santa e um apelo mundial à oração e ao jejum pela paz, em 17 de outubro. Deixamos as nossas casas e todos os cristãos se refugiaram nas igrejas”. Esta é a breve mensagem que recebemos esta manhã de alguns membros da comunidade dos Focolares em Gaza. São as últimas notícias que recebemos deles. Segundo o padre Gabriel Romanelli, pároco da paróquia católica da Sagrada Família em Gaza, ainda vivem na Faixa 1017 cristãos e entre eles há vários aderentes do Movimento dos Focolares com quem a comunicação é cada vez mais esporádica e difícil. E, apesar disso, nos últimos dias circulou uma mensagem de um deles para agradecer a todos pela proximidade e orações pela pequena comunidade de Gaza.  “Vocês me deram a força para não me render ao mal”, escreve, “para não duvidar da misericórdia de Deus e acreditar que o bem existe. Em meio a todas as trevas, tem uma luz oculta. Se não pudermos rezar, rezem vocês. Nós oferecemos e assim é completo aquilo que fazemos. Queremos gritar ao mundo que desejamos a paz, que a violência gera violência e que a nossa confiança em Deus é grande. Mas se Deus nos chamasse para Si, tenham a certeza de que do céu continuaremos a rezar com vocês e a implorar com mais força para que tenha compaixão do seu povo e de vocês. Paz, segurança, unidade e fraternidade universal, é isso que desejamos e essa é a vontade de Deus e também nossa“. Margaret Karram: em meio ao ódio, notícias da fraternidade É preciso coragem para dizer isso hoje, quando o horror e a violência ocupam todo o espaço da mídia, mas estas não são as únicas notícias. Existem aquelas que são menos gritadas, mas que não podem ser silenciadas, como a rede mundial de oração que existe em todos os pontos da Terra, independentemente da crença religiosa e filiação, juntamente com gestos e palavras de fraternidade. Margaret Karram, presidente do Movimento dos Focolares, disse isso ontem no habitual briefing na Sala de Imprensa do Vaticano, fora do âmbito do Sínodo da Igreja Católica em curso, do qual participa como convidada especial. Amigos judeus que conheço em Israel “, diz ela, “ligaram para mim, uma árabe-palestina, dizendo que estão preocupados com aqueles que vivem em Gaza. Para mim, é uma coisa muito bela. Todos conhecem as histórias negativas entre esses dois povos, mas muitas pessoas, muitas organizações trabalham para construir pontes e ninguém fala sobre isso. Só se fala em ódio, divisão, terrorismo. Criam-se imagens coletivas desses dois povos que não correspondem à realidade. Não podemos esquecer que ainda hoje muitas pessoas trabalham para construir pontes. É uma semente plantada, mesmo nesta hora difícil.” Dos amigos judeus: formar uma comunidade de oração Para confirmar isso, de uma cidade no distrito de Tel Aviv, um amigo judeu nos escreve: “Se estiverem em contato com os amigos dos Focolares em Gaza, enviem para eles o meu amor e proximidade. Espero que estejam todos a salvo. Hoje estou em casa com a minha família, as escolas estão fechadas e ficamos perto dos refúgios. Nos bate-papos aparecem continuamente apelos e ofertas de ajuda para as famílias que fugiram, para os soldados e suas famílias. Chegam também pedidos de ajuda para os enterros, para homenagear os mortos como devem ser honrados. Parece que todos os jovens foram chamados às armas e tememos por amigos e parentes. Tememos o que vem pela frente. Tento proteger meus filhos do medo, mas o nosso horror é insignificante em comparação com o que aconteceu com os nossos irmãos e irmãs no Sul. Penso nos meus amigos árabes em Israel, que correm para os refúgios como nós. Procuro rezar na mesma hora do meu amigo muçulmano, para que possamos ser uma comunidade de oração, embora muitas coisas nos dividam. Aprecio o desejo de vocês de estarem conosco, juntos, e as suas orações muito além das minhas palavras“. O que podemos fazer? Na conferência de imprensa, Margaret Karram exprimiu a dor e a angústia que sente pelo seu povo, por ambos os lados: “Eu me perguntei, o que estou fazendo aqui? Neste momento não deveria unicamente agir para promover a paz? Mas depois disse a mim mesma: também aqui posso associar-me ao convite de Papa Francisco e às orações de todos. Com estes irmãos e irmãs de todas as partes do mundo, podemos pedir a Deus o dom da paz. Acredito no poder da oração“. Ela depois falou da ação: “Chega de guerras!! VAMOS CONSTRUIR A PAZ!” que as crianças, adolescentes e jovens dos Focolares lançaram juntamente com a associação Living Peace [Viver a Paz]. Reúnem os seus coetâneos para rezar pela paz às 12:00 [meio-dia], todos os dias e em todos os fusos horários; depois propõem-se preencher o dia com gestos que construam a paz no coração de cada um e à sua volta; convidam a enviar mensagens de apoio às crianças, adolescentes e jovens da Terra Santa e os encorajam a pedir aos governantes de seus países que façam tudo o que puderem para obter a paz. O Movimento dos Focolares também adere ao apelo do Patriarca Latino de Jerusalém, o Cardeal Pizzaballa, para um dia de jejum e oração pela paz, no dia 17 de outubro: “Que sejam organizados momentos de oração com adoração eucarística e o terço à Santíssima Virgem. As circunstâncias em muitas partes de nossas dioceses provavelmente não permitirão a reunião em grandes assembleias. Nas paróquias, comunidades religiosas e famílias, será possível se organizar com momentos simples e sóbrios de oração comum”.

Stefania Tanesini

Coreia: o diálogo é a cultura da família humana

Coreia: o diálogo é a cultura da família humana

Margaret Karram e Jesús Morán, Presidente e Co-presidente do Movimento dos Focolares, acabaram de concluir a etapa coreana da sua primeira viagem oficial à Ásia e Oceânia, que prosseguirá com visitas ao Japão, Ilhas Fiji, Austrália e Indonésia, até 25 de Maio. Eis um breve resumo do que aconteceu na Coreia.

“Ensina-nos, Senhor, a caminhar juntos, olhando na mesma direção, unidos pelo mesmo objetivo, buscando os mesmos valores rumo Àquele que nos ama e nos espera: é a base de toda nova amizade”.

Essa oração, que abriu o encontro de 160 focolarinos e focolarinas da região Ásia Leste no dia 22 de abril (com vários deles conectados online), expressa bem o significado da primeira viagem oficial de Margaret Karram e Jesús Morán à Ásia e à Oceania. A primeira etapa foi na Coreia,  a seguir eles vão visitar o Japão, as Ilhas Fiji, a Austrália e, no fim, a Indonésia. Eles estão acompanhados por Rita Moussallem e Antonio Salimbeni, conselheiros da região e corresponsáveis ​​pelo diálogo inter-religioso do Movimento dos Focolares. No Leste Asiático (a região inclui a Coreia, o Japão e a área geográfica de língua chinesa), o Movimento está presente desde o final dos anos 1960. O padre Francesco Shim levou a espiritualidade da unidade à Coreia em 1967 e o primeiro focolare de Hong Kong foi inaugurado em 1970. Entre membros internos e aderentes, cerca de 10.000 pessoas vivem a Espiritualidade da Unidade nesta parte da Ásia.

Margaret Karram: recomeçar a partir do diálogo

“Por que você escolheu a Ásia para sua primeira viagem?”, perguntou a Margaret o repórter do “Catholic Chinmoon”, principal jornal católico da Coreia. Ela respondeu: “Estou aqui para escutar, conhecer, aprender, mas sobretudo para amar o ‘continente da esperança’”. A riqueza espiritual desses povos será um dom para todos. Sinto que é muito importante reavivar o caminho do diálogo no Movimento, instrumento por excelência para construir a paz, bem de que o mundo mais precisa hoje”.

Coreia: entre contradições e esperança de paz

Com seus quase 10 milhões de habitantes, a capital Seul mostra a fisionomia de um país que vem acelerando há 50 anos e se transformou em um dos lugares mais avançados e tecnológicos do planeta. “Rapidez, eficiência e competitividade são os traços distintivos da sociedade coreana moderna – explica Matteo Choi, jornalista e focolarino coreano –, tanto do ponto de vista econômico quanto cultural, mas isso traz consigo muitas contradições”. “Aqui há grande ênfase nos resultados – acrescenta Kil Jeong Woo, responsável pelo Movimento Político pela Unidade na Coreia –, com um sistema acadêmico altamente competitivo e uma forte ética do trabalho. Temos problemas ligados às desigualdades sociais, mas existe o esforço para resolver isso por meio de reformas sociais e políticas, porém o progresso é lento.”

A Igreja coreana, ponte em uma sociedade dividida

O Arcebispo de Seul, dom Pietro Chung Soon-taek, destaca entre os desafios sociais os conflitos intergeracionais e o envelhecimento da população. “Na Igreja – explica –, existe o risco de nos fecharmos em nossas comunidades. É preciso se abrir, e essa é a contribuição que o Movimento dos Focolares pode dar”. Margaret Karram e Jesús Morán se encontraram com dom Taddeo Cho, arcebispo de Daegu, dom Augustino Kim, bispo de Daejeon, e dom Simon Kim, bispo de Cheng-ju. No clima social e político de forte polarização entre progressistas e conservadores, a Igreja procura ser uma ponte e um antídoto contra a secularização que atinge particularmente os jovens.

Diálogos e Inundações: um caminho que já começou

O Movimento dos Focolares na Coreia oferece sua contribuição ao diálogo ecumênico e inter-religioso, assim como aos diversos âmbitos culturais. Um exemplo foi o evento de 14 de abril em Seul, intitulado: “O diálogo se torna a cultura da família humana“. Houve a participação e a contribuição de representantes de várias Igrejas Cristãs, de várias Religiões, expoentes da esfera social, animados por um espírito construtivo de colaboração para a reconciliação social e a paz. “É muito importante que todos possam gerar ambientes que abram as portas para o ‘diálogo da vida’ – disse Margaret Karram em seu discurso –, colocando em prática os ensinamentos da própria fé religiosa”. Jesús Morán encorajou a continuar nesse caminho comum: “Não importa quão grandes ou pequenas sejam as coisas que fazemos. O importante é levar a semente de algo novo. Os testemunhos que vocês apresentaram têm essa marca”. Sa Young-in, Diretora do Departamento ONU para o Budismo Won, disse que, quando jovem, sonhava com uma “aldeia religiosa”, onde fiéis de várias religiões pudessem compartilhar amor, graça e misericórdia. “Parece que estou vendo realizado aqui – disse –, hoje, aquilo que imaginei”.

Gen 2: “Coragem, vão em frente!”

No dia 15 de abril, no Centro Mariápolis, estavam presentes 80 pessoas: 70 gen da Coreia, 9 de Hong Kong e outros conectados do Japão e de áreas de língua chinesa. Trouxeram para Margaret e Jesús o fruto do trabalho realizado em quatro oficinas sobre como encarnar a Espiritualidade da Unidade na vida cotidiana; as relações dentro e fora do Movimento; as dificuldades em encontrar a própria identidade humana e espiritual e como “sonham” o Movimento. “A nossa identidade é uma só – disse-lhes Margaret. Não somos primeiramente gen e depois nos tornamos outra coisa quando, por exemplo, vamos para a universidade. O dom da espiritualidade que recebemos nos torna pessoas livres; dá coragem e força para proclamar quem somos e em que acreditamos. Gostaria de dizer a vocês o que me disse o Papa quando fui eleita presidente: ‘coragem e vá em frente’”. “Depois da morte de Chiara – conta um gen –, houve momentos em que senti saudade e escuridão. Hoje a proximidade, a confiança e a escuta de Margaret e Jesús me incentivaram muito. Eles me fizeram entender mais uma vez que o legado de Chiara é um dom de Deus adequado para todas as épocas”.

Mariápolis permanente Harmonia

No dia 16 de abril, Margaret Karram e Jesús Morán foram ao terreno que o Movimento recebeu de presente, a cerca de setenta quilômetros ao sul de Seul, para realizar um sonho já expresso por Chiara em sua visita à Coreia em 1982: o nascimento de uma mariápolis permanente, de uma cidadezinha de formação e testemunho da vida evangélica e da Espiritualidade da Unidade para esta parte da Ásia. Na presença de cerca de 200 pessoas – membros do Movimento dos Focolares, benfeitores e amigos que contribuíram das mais diversas formas –, o terreno foi abençoado e confirmado com a colocação de uma medalha de Nossa Senhora. “Confiemos a ela esta Obra – concluiu Margaret Karram – pedindo-lhe que nos ajude a aderir aos desígnios de Deus, que talvez não conheçamos, mas Ele é maior do que nós e se lhe dermos a nossa disponibilidade e generosidade, Ele poderá agir.”

Visita a Sungsimdang

Tudo começou em 1956, com dois sacos de farinha para fazer pão cozido no vapor e vender em frente à estação de Daejeon. Hoje Sungsimdang se tornou a empresa mais famosa de restaurantes da cidade e, com seus 848 funcionários, vive em todos os aspectos o espírito da Economia de Comunhão (EdC) desde 1999. Margaret Karram e Jesús Morán o visitaram, encontrando com alegria Fedes Im e sua esposa Amata Kim, proprietários e voluntários do Movimento. “Não estudei administração nem gestão – diz Fedes –, mas segui Chiara”. “Procurar fazer o bem diante de todos os homens”, é o lema que ela deu à empresa, que atende 10.000 clientes por dia e desde o início vive a partilha, levando pão a mais de 80 centros de assistência social todos os dias. Mas o que chama a atenção é o estilo de relacionamento e de trabalho: “Para nós – diz sua filha Sole, responsável pelo setor de distribuição aos centros de assistência social –, todas as pessoas têm o mesmo valor: homens e mulheres, ricos e pobres, gerentes e funcionários, fornecedores e clientes. Procuramos colocar a pessoa no centro de todas as nossas decisões”. Jesús enfatizou a importância do impacto da empresa no território, prerrogativa das empresas que atuam segundo o estilo da EdC, e Margaret comparou o testemunho dessa empresa ao de uma mariápolis permanente, da qual se pode dizer “venham e vejam”. “Esse – disse – é o maior remédio que o mundo espera”.

Escutar, conhecer, compartilhar

Os dias de Margaret Karram e Jesús Morán na Coreia foram intensos e variados: também houve tempo para uma parada turística no antigo local de Bulguksa, para conhecer as raízes da cultura budista nacional. Com seus templos milenares, imersos no frescor da natureza, foi um dia realmente revigorante! Seguiram-se os numerosos encontros com os membros do Movimento desta vasta região, como a tarde alegre com os focolarinos e alguns membros de língua chinesa da região. O momento com os 80 sacerdotes, religiosos e religiosas foi uma experiência de “cenáculo”, com testemunhos de fidelidade e de vida evangélica autêntica, em uma conversa íntima com Margaret Karram e Jesús Morán. No dia 23 de abril, foi a vez do tão esperado encontro com todos os membros do Movimento; estavam presentes 1.200 pessoas, com cerca de 200 conectadas online de vários países. Uma celebração extraordinária, que reuniu povos e culturas que dificilmente veríamos dançando e cantando no mesmo palco e se alegrando com a beleza e riqueza de cada um. Talvez seja por isso que alguns chamaram o evento de “um milagre” e de semente de uma sociedade renovada pela unidade. No momento de diálogo, Margaret Karram e Jesús Morán responderam sobre vários assuntos, com os conselheiros Rita Moussallem e Antonio Salimbeni: o “desígnio” do continente asiático, a atualidade do diálogo entre as religiões. Respondendo à pergunta sobre como ter uma relação mais profunda com Jesus Eucaristia, Jesús explicou que não se trata de “sentir” a relação com Ele, mas de vivê-la, “porque a Eucaristia alimenta toda a nossa pessoa e nos faz viver como um corpo, no amor pelos outros”. Sobre a diminuição das vocações no Movimento, Margaret afirmou que as relações pessoais e o testemunho autêntico dos adultos são importantes para os jovens. “Se a nossa vida for fruto da união com Deus e se for coerente com o Evangelho, eles serão atraídos, porque se inspiram naqueles que ‘ousam’ viver por Deus e assim compreenderão para onde Ele os chama”. A última pergunta foi sobre como devem ser as nossas relações para poder dialogar com todos, e Margaret respondeu com uma experiência: “Este ano aprofundamos nossa vida de oração e nosso amor a Deus, um amor ‘vertical’, poderíamos dizer, como aqueles dos pinheiros cujos ramos se estendem para cima. Outro dia, enquanto caminhava, gostei muito de uma árvore que vi pelo caminho: seus ramos eram abertos, se estendiam para fora e se entrelaçavam com outras árvores. Assim devem ser as nossas relações: os nossos braços devem estar sempre abertos, voltados para os outros; devemos ter o coração bem aberto para compartilhar as alegrias, as tristezas e a vida de todas as pessoas que passam ao nosso lado”. É a vez da Ásia”, escreveu Chiara Lubich em 1986, durante sua primeira viagem a estas terras; são palavras que demonstram hoje toda a sua atualidade e valor profético.

Stefania Tanesini

Ucrânia: ajuda em apoio à população

Ucrânia: ajuda em apoio à população

As contribuições, feitas por intermédio das ONLUS Ação por um Mundo Unido (AMU) e Ação por Famílias Novas (AFN), servirão para enviar à população ucraniana auxílios de primeira necessidade, colaborando também com as Igrejas locais.

A Coordenação de Emergências do Movimento dos Focolares deu início a uma arrecadação extraordinária em apoio à população ucraniana, por meio das ONLUS Ação por um Mundo Unido (AMU) e Ação por Famílias Novas (AFN).

“Kiev” obra do pintor Michel Pochet

As contribuições serão administradas em conjunto por AMU e AFN, para enviar à população ucraniana auxílios de primeira necessidade para a alimentação, cuidados médicos, para a casa, o aquecimento e a acolhida em várias cidades do país, inclusive em colaboração com as Igrejas locais. As doações podem ser feitas online, nos sites: AMU: www.amu-it.eu/dona-online-3/ AFN: www.afnonlus.org/dona/

Ou por meio de transferência bancária nas seguintes contas-correntes:

Azione per un Mondo Unito ONLUS (AMU) IBAN: IT 58 S 05018 03200 000011204344 junto à Banca Popolare Etica Código SWIFT/BIC: ETICIT22XXX

Azione per Famiglie Nuove ONLUS (AFN) IBAN: IT 92 J 05018 03200 000016978561 junto à Banca Popolare Etica Código  SWIFT/BIC: ETICIT22XXX

Finalidade: Emergência Ucrânia

Para essas doações são previstos benefícios fiscais em muitos países da União Europeia e em outros países do mundo, segundo as normas locais. Os contribuintes italianos poderão obter dedução e detração de renda, segundo as normas previstas pelas ONLUS.

Reestilização e novidades de focolare.org

Reestilização e novidades de focolare.org

Novidades em vista para os leitores de focolare.org. Dentro em breve o site dos Focolares os acolherá com uma veste renovada e oportunidades de navegação a mais. Trata-se de um projeto, amadurecido após quase dois anos de trabalho no Centro Internacional dos Focolares de Rocca di Papa (Roma), que levou em conta desenvolvimentos que aconteceram no panorama comunicativo mundial e do próprio Movimento dos Focolares. Este projeto almeja integrar o trabalho de comunicação realizado até agora por quatro redações distintas (Site, Serviço de Informação, Noticiário Mariápolis e Collegamento CH) dando vida a um único “Departamento de comunicação”. Já em operação desde o mês de fevereiro passado, este Departamento coleta as notícias da vida do Movimento no mundo inteiro e as transmite através de diferentes meios de comunicação. Entre os seus objetivos está o de promover as atividades, fazer com que um público vasto conheça a vida do Movimento dos Focolares e contribuir para uma cada vez maior comunhão de vida e de notícias entre as várias comunidades no mundo. O desenvolvimento de novas tecnologias e modalidades de comunicação tornaram necessário uma reestilização do site que, além de uma nova veste gráfica, se apresentará notavelmente simplificado na estrutura e com uma nova sistematização na lógica de navegação. O uso de novos aplicativos permitirá uma maior integração inclusive com as redes sociais e potencializará a oferta de conteúdos aos quais os usuários poderão acessar de maneira diversificada e personalizada. De fato, a nova estrutura será mobile-friendly, isto é, levará em conta o uso cada vez maior dos smartphones na nossa vida quotidiana. Mirar-se-á sobre conteúdos mais breves e variados com diferentes formas de apresentação (textos, infográficas, vídeo-sínteses…). Os conteúdos do site atual, porém, não deverão ser perdidos. Os textos das páginas fixas serão reunidos em alguns e-books e, futuramente, as notícias serão pesquisáveis em arquivo. Um espaço privilegiado será dedicado à comunicação dos múltiplos aspectos da vida do Movimento dos Focolares. Será esta a seção “Mariápolis”, que levará o mesmo nome dos tradicionais encontros de verão dos Focolares no mundo inteiro e do periódico que será publicado na forma impressa até dezembro de 2018. Uma área “community”, aberta a quem quer que queira visitá-la. Um sistema de notificações permitirá aos usuários escolher quando, sobre quais assuntos e sobre qual canal (computador, tablet ou smartphone) vão desejar ser informados. A cada dois meses, um noticiário “Mariápolis” em formato pdf oferecerá uma coletânea das notícias principais. Boa navegação! Joachim Schwind

Do Congo à Bélgica, a viagem de Belamy

Do Congo à Bélgica, a viagem de Belamy

Clip integral da canção – http://www.youtube.com/watch?v=ymXHLfOal4U

Belamy Paluku é originário de Gomae encontra-se por três meses na Bélgica. No seu país, o Congo, faz parte da banda Gen Fuoco, cuja mensagem inspira-se na espiritualidade de unidade, e é também o responsável pelo “Foyer Culturel”, um centro cultural de sua cidade.

Graças aos seus talentos musicais o Centro Wallonie-Bruxelas ofereceu-lhe uma bolsa de estudos para aprofundar a técnica do canto, em Verviers, na Bélgica. Belamy é compositor e suas canções evidenciam a busca da paz, do diálogo e o valor do sofrimento.

A mais conhecida é “Nous couleurs et nos saveurs” (“somos nossas cores e sabores”) e é um convite a valorizar as cores e os gostos dos diferentes povos, porque “um mundo com uma só cor e uma única comida seria muito pobre”.

No vídeo vemos uma entrevista com o jovem musicista e uma jovem belga.

Belamy, você é de Goma, atualmente está na Bélgica, para um intercâmbio e uma especialização como músico. Como você se sente numa cultura tão diferente?

Conheço pessoas de várias origens, e me dou conta de que todos têm sempre algo a oferecer ou a receber dos outros. Nem a cultura nem a língua podem impedir a convivência, a comunicação.

Entrevista com Belamy Paluku

E você, Elisabeth, que nasceu na Bélgica, o que significa para você acolher aqueles que chegam de vários lugares do mundo?

É verdade, na Europa, e de modo especial em Bruxelas, há uma riqueza imensa de culturas e nacionalidades. Eu vivi com jovens do Movimento dos Focolares da Síria, Eslováquia, Itália… A arte de amar sempre me ajudou a ir em direção ao outro. Mas acho que não basta viver um ao lado do outro. Como somos muito reservados, o desafio para nós, europeus, é tomar a iniciativa e ir ao encontro do outro, construir pontes, até nos tornarmos uma única família, reconhecendo-nos irmãos”.

Belamy, esse intercâmbio de riquezas inspirou uma de suas canções, não é?

Venho de uma região onde existe sempre o perigo de guerra entre as etnias. Este intercâmbio de riquezas humanas e culturais me parece o caminho para um mundo de partilha e de tolerância. Tomei como ponto de partida as nossas diferenças para gritar ao mundo que juntos, unidos, saberemos revelar o enigma da humanidade.

Belamy Paluku está no Facebook com o nome “Belamusik” (o centro cultural de Goma)