Jul 22, 2020 | Sem categoria
Quando amamos, Jesus nos reconhece como seus familiares: seus irmãos e irmãs. É a nossa maior oportunidade, que nos surpreende; ela nos liberta do passado, dos nossos medos, dos nossos esquemas. nessa perspectiva, inclusive as limitações e as fragilidades podem ser trampolins para a nossa realização. Tudo dá um salto de qualidade, realmente. Racismo Eu cursava os anos finais do ensino fundamental; as aulas e as tarefas iam bem, mas não o relacionamento com os colegas da sala. Um dia, eu estava acabando as tarefas de ciências, quando um deles começou a me insultar pelo fato de que sou asiático. Àquela irrupção racista não soube como reagir: fiquei mudo e com o único pensamento de me vingar. Depois, um estranho pensamento atravessou a minha mente: “Agora é a sua ocasião”. Precisei de um pouco de tempo para entender o seu significado. Mas após algum tempo, se esclareceu para mim: “Agora é a sua ocasião para amar os inimigos”. Gostaria de fingir que não era nada, em defesa da minha identidade asiática. Até porque amar o meu inimigo me parecia alimentar o negativo. Após ter tomado um pouco de tempo, muito incerto sobre a decisão a ser tomada, concluí que não diria nada. Forcei o meu coração enraivecido para que perdoasse e ofereci a minha ferida pessoal a Jesus, que tinha sofrido tanto na cruz. Depois da experiência de perdão do meu inimigo, sinceramente experimentei uma felicidade jamais provada antes. (James – EUA) Problemas de fé Quando nasceu o nosso terceiro filho com a síndrome de Down, esta crueldade da natureza me pareceu um castigo pelas minhas infidelidades conjugais. Eu tinha vergonha de carregá-lo por aí e havia dentro de mim perguntas sem resposta. Porém na medida em que F. crescia, eu via nele uma bondade primordial, uma paz cósmica. Não sei qual relação pudesse haver com a minha fé problemática, mas lentamente adquiri outros olhos e, diria, um outro coração. Até mesmo o relacionamento em família mudou. A coisa estranha é que comecei a viver como um dom a condição de F. Não tenho mais problemas de fé e de dogmas. Tudo é graça. Por detrás do véu da incompreensão há uma verdade inocente e pura. (D.T. – Portugal) Retorno Eu tinha deixado a minha família por outra pessoa por quem eu tinha me apaixonado no local de trabalho. Cego pela paixão, não percebia a tragédia que eu estava provocando. Com os filhos, sempre permaneci em contato, sobretudo com a maior que mais sofria pela minha ausência. Quando o marido a abandonou com os três filhinhos e a minha filha caiu em depressão, vi se repetir o mesmo mal que eu causei. Deus me fez a graça de entender e de me arrepender. Fiz de tudo para estar próximo àquela família desagregada, procurei o meu genro e lhe falei longamente. Ele me humilhou dizendo que eu não tinha o direito de julgar, enquanto certos traumas da esposa eram minha culpa: o casamento deles tinha naufragado justamente pela falta de equilíbrio dela. De joelhos e chorando, lhe pedi perdão. Ele respondeu que refletiria sobre isso. Depois de alguns meses de suspensão, um vislumbre de esperança: a notícia, por parte da minha filha, de que o marido queria tentar novamente viver em família. (C.M. – Argentina)
Organizado por Stefania Tanesini
(tirado de Il Vangelo del Giorno, Città Nuova, ano VI, n.4, julho-agosto 2020)
Jul 21, 2020 | Sem categoria
Introvertido, de uma inteligência lúcida, teólogo de vanguarda e primeiro Copresidente dos Focolares: acabou de ser publicado – por enquanto em italiano – o primeiro volume da biografia de Pasquale Foresi, elaborada por Michele Zanzucchi. Conta a história de um homem, os primórdios dos Focolares, um corte transversal de história que tem muito a dizer ao Movimento, à Igreja e à sociedade de hoje.
Foi publicado no dia 9 de julho passado “In fuga per la verità”, a primeira biografia de Pasquale Foresi, que Chiara Lubich definiu cofundador dos Focolares, junto com Igino Giordani. Trata-se da documentadíssima narrativa da primeira parte de uma existência intensa – de 1929 a 1954 – pouco conhecida inclusive pelos próprios membros dos Focolares, seja pelo caráter reservado, seja pelo estilo de cogovernança – diríamos hoje – que Foresi encarnou. Um texto de grande interesse, publicado por enquanto em italiano (mas estão “no forno” as versões em inglês, francês e espanhol), constelado de fatos inéditos, fluente como um romance, que conta a parábola de vida de Foresi, relê a partir da sua perspectiva os primórdios dos Focolares, a pessoa de Chiara Lubich e faz refletir inclusive sobre a atualidade deste movimento mundial, a quase 80 anos do seu nascimento. Mas quem foi Pasquale Foresi e o que representou para a joveníssima fundadora dos Focolares? Perguntamos isto ao autor da biografia, Michele Zanzucchi, jornalista e escritor, ex diretor de Città Nuova [Cidade Nova italiana]. Um trabalho atento e aprofundado, o seu, que durou dois anos e meio sobre papéis, textos, livros, discursos além da bagagem de um conhecimento direto e estreito com Foresi. “Quando encontrou Chiara Lubich, nas festividades natalinas de 1949, Foresi era um homem jovem de vinte anos que vivera uma vida muito mais adulta do que a sua idade, nisso “preparado” para colaborar com a fundadora. Filho de uma família de Livorno – pai professor, na época, e homem de ponta do laicato católico, depois deputado, e mãe dona de casa, três irmãos e irmãs –, Pasquale, desde a infância, manifestou uma inteligência prático-teórica fora do comum. No dia do armistício, 8 de setembro de 1943, recém completado os 14 anos, fugiu de casa «para prestar algum serviço à Itália». Bem cedo, recrutado pelos Camisas-negras e depois, à força, pelos próprios nazistas, combateu, dentre outros locais, em Cassino, antes de fugir libertando desertores condenados à morte. Lá começou a sua conversão filosófico-religiosa. Terminou a guerra junto com os partigiani [guerrilheiros da Resistência italiana], para entrar logo depois no seminário em Pistoia, e dois anos mais tarde no prestigioso Colégio Caprânica de Roma. Mas foi embora dali, não compartilhava a incoerência de muitos eclesiásticos em relação ao Evangelho. Coerência que, no entanto, encontrou na Lubich e nos seus amigos. No arco de um mês, a professora de Trento entendeu que Deus lhe enviara aquele jovem para que a ajudasse na realização da obra de Deus que já estava nascendo. Foresi cooperou com ela na realização das convivências entre virgens, na aprovação do Movimento, por parte da Igreja, na construção de centros e cidadezinhas, na abertura de editoras e revistas, na inauguração de centros universitários… Desde aquele dia, a Lubich permaneceu fiel ao papel que Deus confiara a Foresi, e nunca mais o abandonou, nem mesmo quando, acometido por uma grave doença cerebral já em 1967, com apenas 38 anos, desapareceu da vida pública. Para ela, Pasquale continuará sendo sempre um dos dois cofundadores do Movimento, aquele com o qual ela se confrontava para cada decisão a ser tomada”. Que tipo de sacerdote foi? Qual era a sua visão da Igreja? “Numa formação muito tradicional sobre os sacramentos e sobre a vida sacerdotal, eu diria neoescolástica, Foresi ajudou a Lubich na elaboração de uma ideia original de aplicação do presbiterado, a ideia de um “sacerdócio mariano” despojado do “poder” e animado somente por um enraizamento profundo no sacerdócio real de Jesus. Ainda hoje, tal ideia de sacerdócio está em curso de aplicação e experimentação. Para Foresi, em especial, o sacerdote devia ser um campeão em humanidade, um homem-Jesus. A visão subjacente da Igreja está ligada a uma perspectiva profeticamente conciliar: a Igreja povo de Deus, a Igreja-comunhão, naturalmente sinodal, com uma valorização (que não significa minimamente desvalorizar as presenças tecnicamente “sacramentais” do Cristo na sua Igreja) da presença de Jesus na humanidade de modos mais “leigos”, em particular da presença prometida pelo Jesus de Mateus: «Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles» (Mt 18, 20)”. Por que Chiara Lubich confiou justamente a Foresi, e não a um leigo, a realização de algumas obras dos Focolares, as assim chamadas “concretizações”, como o centro internacional de Loppiano, o nascimento da editora Cidade Nova… “Teria sido bom apresentar a pergunta à interessada… Todavia, noto que o outro cofundador do Movimento era Igino Giordani, leigo, casado, deputado, jornalista, ecumenista. Conheceu a Lubich, além do mais, já em 1948. Nele, a fundadora viu a presença “da humanidade” no coração do seu carisma. Portanto, o tiburtino significou para a Lubich a abertura radical ao mundo, seguindo a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um» (Jo 17, 10). Mas a Lubich, em Foresi – além do mais de índole mais “concreta” do que o “idealista” Giordani – viu aquele que lhe daria apoio praticamente na construção da sua obra. Foresi, deve ser dito, nesta sua característica era extremamente “leigo”, embora tendo bem claro que a missão do Movimento era antes de tudo eclesial, e que na sua realização não se podia prescindir dos eclesiásticos”. Arrisquemos uma suposição: se Foresi estivesse vivo hoje, o que diria aos Focolares, no que os convidaria a mirar? “É arriscar realmente. Creio que convidaria o Movimento à necessária ‘atualização’, olhando para o estado nascente do Movimento. Por isso, o convidaria a reler e aplicar as intuições místicas da fundadora de 1949-1951, mas também a olhar de novo atentamente o processo de realização concreta do Movimento, acontecido sobretudo no período 1955-1957, em que outras iluminações foram dadas à Lubich, direcionadas à concretização das intuições místicas precedentes”.
Stefania Tanesini
Jul 20, 2020 | Sem categoria
“É a tua face, Senhor, que eu procuro”[1] O seguinte pensamento de Chiara Lubich pode nos dar uma luz para viver de maneira evangélica, também a provação que, em nível planetário, todos estamos passando. Por causa da pandemia, muitos perderam um parente, um amigo ou um conhecido e todos somos chamados, de várias maneiras, a responder aos gritos de sofrimento que essa pandemia suscita por toda parte, reconhecendo neles os semblantes de Jesus Abandonado a serem amados. (…) Também nestas últimas semanas faleceram alguns (membros do Movimento). (…) E para nós que ainda estamos nesta terra, surge a pergunta: que experiência fizeram no momento da passagem? O que diriam se pudessem falar? Sabemos: viram a Deus. Encontraram Jesus. Conheceram a sua face. É uma verdade de fé, que nos traz uma imensa consolação. Não podemos ter dúvidas. São Paulo exprime (são palavras suas) o desejo de “partir e ir estar com Cristo”[2]. Ele fala, portanto, de uma vida com Cristo que sucede à morte imediatamente, sem ter de esperar a ressurreição final[3]. (…). Foi esta, portanto, a experiência daqueles que chegaram à meta da Santa Viagem: o encontro com Aquele que não poderá deixar de nos amar se o tivermos amado. Tomara que esta também seja a nossa experiência! Mas, para estarmos certos disso, é necessário nos prepararmos desde já, é preciso, de certo modo, nos habituarmos. Encontraremos Deus? Veremos a sua face? Com certeza o contemplaremos resplandecente se aqui o tivermos visto, amado e acolhido Abandonado. São Paulo não conhecia nada nesta terra senão Cristo, e Cristo crucificado. É este o hábito que queremos adquirir (…): procurar a sua face. Procurá-lo Abandonado. Sem dúvida o encontraremos nos pequenos ou grandes sofrimentos pessoais que nunca faltam; no semblante dos irmãos que encontraremos, especialmente nos mais necessitados de ajuda, de conselhos, de conforto, de impulso para caminhar melhor na vida espiritual. Nós o procuraremos nos aspectos mais árduos, mais difíceis implicados nas várias atividades que a vontade de Deus nos sugere; em todas as divisões próximas ou distantes de nós, pequenas ou grandes (…). Procuremos o seu rosto também na Eucaristia, no íntimo do nosso coração, nas suas imagens sacras. Depois, procuremos contemplá-lo e amá-lo concretamente também em todos os grandes sofrimentos do mundo. Sim, mesmo que, diante deles, nós geralmente nos sintamos impotentes. Mas talvez não seja bem assim. Quantas vezes (…) tomamos conhecimento de calamidades que estão acontecendo ou na iminência de acontecer, afligindo povos inteiros e nações! São calamidades que – se a caridade de Deus mora no nosso coração – desabam sobre nós como um maciço, sufocando-nos. Pois sentimos que – apesar da nossa boa vontade e das nossas ações – não podemos fazer nada à altura para melhorar a situação. Ao passo que devemos nos convencer de que algo pode ser feito. Também neste caso, se reconhecemos a sua face nestas imensas catástrofes, podemos, com a força dos filhos de Deus, que tudo esperam de seu Pai onipotente, lançar Nele as preocupações que esmagam a nós e as vastas porções da humanidade. Que seja Ele a mover os corações dos chefes das nações que ainda podem fazer alguma coisa. E tenhamos a certeza de que Ele o fará. Aconteceu assim muitas vezes. (…) Façamos ecoar no nosso coração o mais frequentemente possível o versículo do Salmo 26, que diz: «É a tua face, Senhor, que eu procuro». A tua face sofredora, para enxugar, na medida do possível, tuas lágrimas e teu sangue, e poder assim revê-la resplandecente na nossa hora, quando fizermos a experiência daqueles que já faleceram. (…)
Chiara Lubich
(em uma conexão telefônica, Rocca di Papa, 25 de abril de 1991) Tirado de: “Il tuo volto io cerco”, in: Chiara Lubich, Conversazioni in collegamento telefonico, pag. 426. Città Nuova Ed., 2019. [1] Sl 27, 8. [2] Fm 1, 23. [3] Cf. 2 Cor 5, 8.
Jul 18, 2020 | Sem categoria
O que aprendemos com a pandemia? Com quais instrumentos construir um mundo novo? Qual é a contribuição específica de cada um de nós? O diálogo espontâneo de Maria Voce, no dia 16 de julho passado, com uma comunidade dos Focolares. Desde alguns anos, o dia 16 de julho é sempre uma celebração dupla para as comunidades dos Focolares no mundo: lembramos o especial pacto de unidade que Chiara Lubich viveu com Igino Giordani em 1949 e também o aniversário da sua presidente, Maria Voce. Também neste ano, o momento de festa para ela se transformou em uma ocasião de diálogo espontâneo e informal para falar de coração aberto com os presentes sobre o significado daquele dia especial, sobre a vida dos Focolares nestes últimos tempos e sobre a contribuição do carisma da unidade neste período tão crucial para a humanidade. As expressões de felicitações e de afeto que ela recebeu foram numerosíssimas e do mundo inteiro, por isso Maria Voce deseja agradecer particularmente a cada um. Publicamos abaixo uma parte do seu diálogo, anexando também alguns flashes das filmagens amadoras daquele momento. “(…) também essa pandemia nos deu uma grande lição, não é? Temos que reconhecer. Ela nos fez sofrer, ainda está nos fazendo sofrer? Não sabemos quantas consequências dolorosas ainda podem advir dessa pandemia, não é? Porém também foi uma grande lição. A principal lição foi a de nos dizer: vocês são todos iguais. Vocês são todos iguais: ricos, pobres, poderosos, miseráveis, crianças, adultos, imigrantes… vocês são todos iguais. Primeira coisa. Segunda coisa: vocês são todos iguais, porém há alguém que sofre mais, apesar da igualdade. Então, como é que vocês são todos iguais? Vocês são todos iguais porque Deus fez todos iguais; muito diferentes uns dos outros, mas todos filhos seus, todos criados por ele com o mesmo amor, um amor imenso. Depois vieram os homens e começaram a fazer as distinções, ainda hoje continuamos a fazer as distinções: este sim, este não; este vale mais, este menos. Este pode me dar alguma coisa, este não pode me dar nada; este me explora, este não… e começamos a fazer as distinções e o que acontece nas distinções? Acontece que existem os países onde existem os hospitais bem equipados e aqueles onde não existem; existem os países onde têm as máscaras para todos e existem aqueles onde não têm. Existem países, também na nossa Itália, onde chega a fibra ótica e podem estudar à distância, e existem países onde não há. Portanto: todos iguais diante de Deus e nem todos iguais diante dos homens, nem todos iguais para o coração dos homens. Isso também acontece conosco? Talvez eu também às vezes gosto mais de estar com uma pessoa do que com outra e faço essa diferença entre uma pessoa e outra, eu também percebo isso. E então, realmente vivo o pacto se sou assim? Ou seja, aquele pacto que me diz para estar pronta realmente a dar a vida um pelo outro? Mas não o outro de quem eu gosto, mas o outro, quem quer que seja. Hoje se diz que se deve criar um mundo novo, a humanidade, todos dizem que é preciso fazer um mundo novo. Aí está, nas devidas proporções, Chiara criou um mundo novo; nas devidas proporções, a família de Chiara espalhada no mundo é um mundo novo. Naturalmente, é uma tentativa, é um esboço, um pequeno sinal, porém significa que é possível. Então, se foi possível fazê-lo em miniatura, porque esse pequeno grupo – que depois é relativamente pequeno porque existem algumas centenas de milhares de pessoas espalhadas no mundo – esse pequeno povo, que é o povo de Chiara, não está à disposição de todos para dizer que o mundo novo é possível? É possível: devemos estar convencidos de que é possível e depois, qual era a senha de hoje? ‘Acreditar na força do amor’. Por isso, antes de tudo: acreditar que o amor é uma força. Experimentamos isso? Sim, experimentamos muitas vezes. Mas agora, baixou um pouquinho; o termômetro do amor baixou. Vamos colocar um pouco de mercúrio para fazê-lo subir! Façamos com que volte a aumentar o amor e veremos que tudo aumenta. Seremos essa realidade que passa pelo mundo, que beneficiaremos, sem precisar ir dizer: ‘Sabe, nós fazemos assim, venha conosco porque nós somos assim’. Não, nós somos aqueles que somos, somos como os outros; somos pobres coitados como todos, porém vivemos o paraíso e não queremos sair do paraíso, mas queremos estar com os outros, não queremos estar entre nós no paraíso. Queremos levar esse paraíso aos outros, não queremos mantê-lo para nós, porque seria cômodo… e depois, o mundo que se dane. Não! O mundo deve se salvar, devemos salvar o mundo com o nosso amor”.
Jul 18, 2020 | Sem categoria
Dialogando com Vinu Aram, Diretora do Centro internacional Shanti Ashram. By Marco Aleotti, Roberto Catalano, Giulio Mainenti. https://vimeo.com/430298732
Jul 17, 2020 | Sem categoria
A vida do Gen Verde durante a pandemia “Estávamos em plena turnê na Espanha e da Itália chegavam notícias preocupantes sobre o Covid-19 e o crescente número de infectados. Era necessário decidir se suspender ou não a turnê e como retornar à Itália. Poucas horas (ou melhor, minutos) para decidir o que fazer, comunicá-lo aos organizadores e no espaço de um dia embarcar naquele que foi o último navio partindo de Barcelona”. Uma lembrança bem marcada e ainda viva a que Mileni do Gen Verde compartilha depois de alguns meses e quando na Itália parece que a pandemia do Covid-19 retornou. E nesses 4 meses, após a quarentena, o Gen Verde transformou uma situação dolorosa em uma grande oportunidade: “Nos perguntamos imediatamente – diz Annalisa – como ajudar as pessoas; todos os dias recebíamos notícias de amigos que haviam contraído o vírus e pediam para estarmos perto deles… mas como? Como não deixá-los sozinhos nesses momentos terríveis, respeitando porém, o distanciamento social? Imediatamente tivemos a idéia, assim como fizeram muitos outros artistas em todo o mundo, de nos conectarmos a partir da nossa casa “. Começou, portanto, a aventura da primeira transmissão ao vivo: poucos instrumentos, uma escassa rede de internet para suportar uma conexão quem sabe se e quantos teriam visto. Depois de meses podemos dizer que foram feitas muitas transmissões ao vivo que o Gen Verde realizou, assim como dezenas e dezenas os compromissos via zoom, instagram, skype… oportunidades para encontrar jovens e menos jovens de todo o mundo: das Filipinas à Argentina, dos EUA à Romênia, da Itália à Austrália. E depois esses meses foram também o berço adequado para criar novas composições: do monólogo O silêncio à faixa musical Tears and light (Lágrimas e luz), sem interromper os vídeos realizados especialmente para compartilhar, mesmo à distância, o tríduo pascal… e tudo foi imediatamente compartilhado através das mídias sociais, o canal do YouTube e as redes sociais. Um trabalho imenso, talvez maior do que aquele em turnê ou durante as oficinas com os jovens, e o Gen Verde nunca se poupou e nunca disse um não a quem desejasse viver um momento de compartilhamento com elas. “Estamos extremamente felizes – diz Marita – porque nestes meses, não obstante as dificuldades, através dos vários compromissos, encontramos centenas de milhares de pessoas; não posso dizer que era a mesma coisa que ao vivo… falta o contato físico, o olhar-se nos olhos, mas posso admitir que em apenas quatro meses nunca poderíamos encontrar tantas pessoas. Para nós do Gen Verde foi uma experiência além de todas as expectativas “. E agora, tendo anunciado o último encontro deste primeiro ciclo de eventos, o Gen Verde está se dedicando a novos projetos e novas propostas a serem compartilhadas o mais rápido possível. Em resumo, o Gen Verde olha sempre além e não para nunca. Mas qual é o segredo? “Nós vivemos não olhando para nós mesmas – explica Sally – o que nos interessa é construir relacionamentos que apontem para a fraternidade universal. Nestes meses de pandemia recebemos muitos ecos após nossa transmissão ao vivo e essas impressões são aquelas que nos incentivaram a ir sempre avante procurando dar o melhor de nós. Não nos iludimos e não queremos iludir ninguém: a pandemia não foi uma brincadeira e em muitos Países a situação ainda é muito crítica, todavia temos certeza de que o que fizemos foi para muitos pelo menos viver um momento de alívio, de conforto”. E, de fato, os e-mails e as mensagens enviados pelas redes sociais ao Gen Verde dizem exatamente essa sensação de paz e serenidade. Agora continuamos preparando novos projetos, e lançando novas canções para dar esperança a este mundo que tanto precisa.
Tiziana Nicastro