Movimento dos Focolares
O diálogo como estilo de vida

O diálogo como estilo de vida

De 31 de agosto a 8 de setembro se realizará a 11ª Assembleia do Conselho Ecumênico de Igrejas (CEC), em Karlsruhe, na Alemanha. A contribuição do Movimentos dos Focolares, ligado ao CEC por uma longa história de amizade e colaboração. Em um mundo dilacerado por conflitos, afligido por uma pandemia que acentuou desigualdades, marcado por uma crise climática sem precedentes, caracterizado por progressos científicos e tecnológicos que, muitas vezes, criam disparidades entre pessoas e áreas do mundo, tem sentido ainda falar de unidade? E qual a contribuição dos cristãos para realizá-la? Esta será a reflexão central dos trabalhos da 11ª Assembleia do Conselho Ecumênico de Igrejas (CEC) que acontecerá de 31 de agosto a 7 de setembro em Karlsruhe, na Alemanha. A Assembleia, que constitui o governo do Conselho Ecumênico de Igrejas, reúne-se normalmente a cada oito anos. Atualmente fazem parte do CEC 350 Igrejas, em 110 países, e representam cerca de 500 milhões de cristãos. Da edição deste ano participarão cerca de 4000 pessoas, do mundo inteiro. Para os cristãos, a unidade é a realização da oração de Jesus: “Que todos sejam um” (Jo 17,21). Uma invocação que nos certifica que “o amor de Cristo move o mundo à reconciliação e à unidade”, como expresso no título do evento. Os trabalhos da Assembleia iniciarão precisamente com as reflexões sobre grandes desafios do planeta, que revelam vulnerabilidades, rompimentos e injustiças étnicas, econômicas e sociais. Mas que também evidenciam a interdependência entra os indivíduos e os povos, a responsabilidade que temos uns para com os outros num mundo no qual ninguém se pode salvar sozinho. As Igrejas cristãs, juntas, reúnem-se em Assembleia para um momento de oração e celebração, mas também de reflexão e ação. Uma oportunidade para aprofundar seu compromisso pelo diálogo, a unidade visível, o testemunho comum. Ao lado da programação dirigida aos delegados oficiais das várias Igrejas, haverá cerca de 100 workshops e estandes oferecidos ao público das Igrejas, Comunidades e Instituições. Entre estes inclusive o do Movimento dos Focolares, inspirado na experiência de diálogo que é sua característica. A equipe do Centro “Uno”, secretaria internacional para o ecumenismo do Movimento, com representantes provenientes da Alemanha, Suíça, Irlanda e Romênia, estará presente com um estande durante toda a Assembleia. No dia 5 de setembro, às 17 horas, realizará um workshop intitulado “O diálogo como estilo de vida: metodologia e prática”, no qual será proposto aos participantes uma experiência de diálogo entre cristãos de diferentes Igrejas e entre cristãos e muçulmanos. Um diálogo no máximo respeito da identidade de cada um, dando prioridade ao encontro entre teoria e vida. O CEC foi fundado em 23 de agosto de 1948, em Amsterdã, estavam presentes 147 Igrejas. O diálogo como caminho e como característica de uma vida cristã autêntica é seu principal objetivo. O Movimento dos Focolares está ligado ao CEC por uma longa história de amizade e colaboração, desde a primeira visita de Chiara Lubich, em 1967, convidada pelo teólogo reformado Lukas Vischer. Durante sua terceira visita, em 2002, Chiara Lubich visitou também o Instituto Ecumênico de Bossey, do CEC. Era diretor, então, o Rev. Dr. Ioan Sauca, que recordou, em várias ocasiões, a importância que aquele encontro com Chiara Lubich tivera para o Instituto e como tivesse ajudado a esclarecer o problema da relação entre identidade e unidade.

Anna Lisa Innocenti

Instituto Universitário Sophia: o prof. Declan O’Byrne foi nomeado reitor interino

O prof. Giuseppe Argiolas pediu demissão do cargo de reitor do Instituto Universitário Sophia “por motivos pessoais”. O vice-reitor em exercício, prof. Declan O’Byrne, foi nomeado reitor interino e exercerá o seu serviço até o término do seu mandato, em janeiro de 2024. A vice-grã-chanceler Margaret Karram, presidente do Movimento dos Focolares, escreve à comunidade acadêmica do Instituto: “Peço a todos vocês que cooperem plenamente com o prof. Declan O’Byrne, que aceitou o encargo que lhe foi confiado pela Congregação para a Educação Católica, a fim de que o Instituto Universidade Sophia possa continuar a prestar o seu serviço de ensino, pesquisa e compromisso cultural com o devido profissionalismo e diligência. Agradeço ao prof. Argiolas pelo empenho e pelo trabalho assumido para o desenvolvimento da Universidade Sophia, sobretudo em tempos difíceis como os da pandemia 2020-2022, e confio à responsabilidade de toda a comunidade acadêmica o sucesso do novo ano letivo que está iniciando”. Docentes e funcionários do IUS se unem à vice-grã-chanceler para agradecer ao prof. Argiolas por sua dedicação generosa a serviço do Instituto.

Chiara Lubich: seguir o caminho do amor, como Jesus

Durante a IV Jornada Mundial da Juventude, realizada em Santiago de Compostela (Espanha) em 1989, Chiara Lubich fez um tema intitulado “Jesus é o caminho”. Escolhemos um trecho no qual ela convida a todos a atuar a força transformadora do amor como fez o próprio Jesus. (Jesus) sendo Filho de Deus, que é Amor, veio à terra por amor; viveu por amor, irradiando amor, doando amor, anunciando a lei do amor, e morreu por amor. Depois ressuscitou e subiu aos Céus, cumprindo o Seu desígnio de amor. Tudo por amor a vocês, a mim, a todos. Pode-se, então, dizer que o caminho percorrido por Jesus tem um nome: amor. E que nós, para segui-lo, devemos caminhar pelo mesmo caminho: o caminho do amor. Amor. Alguém poderá se perguntar: mas que tipo de amor Jesus tinha em seu coração? Ele agiu impulsionado por que tipo de amor? Qual foi o amor que deixou aqui na terra? O amor que Jesus viveu, e que nos deixou, é um amor especial e único. Não é um amor como vocês poderiam imaginar! Não é, por exemplo, filantropia, nem mera solidariedade ou benevolência; tampouco pura amizade ou afeto (como aquele de uma jovem por um jovem, ou da mãe pelo filho); não é sequer a não-violência. É algo excepcional, divino: é o mesmo amor que arde em Deus. A nós Jesus deu uma chama daquele infinito incêndio, um raio daquele imenso sol. É algo extraordinário em que pensamos pouco; ao passo que, se o tomássemos em consideração, nos faria potentes. (…) Devemos fazer frutificar este amor. De que maneira? Amando.

Chiara Lubich

 (Chiara Lubich, L’amore al fratello, Città Nuova, 2012, pag. 50-51)

Evangelho Vivido: a concretude do amor

Amar nos impulsiona a sair de nós mesmos, fazendo o bem e nos aproximando do outro, ultrapassando a indiferença. Colocar a mão na massa e nos empenhar nos lembra o quanto Deus nos amou por primeiro e qual é o sonho que colocou no nosso coração. Dezessete mil quilos de livros Ao conversar com amigos sobre a crise na Argentina, soubemos da grande carência de textos escolares no país. Então, nasceu a ideia de fazer uma arrecadação entre as famílias que conhecíamos. A resposta foi imediata e generosa. Não faltaram outras iniciativas: inserções nos jornais, pedidos nas rádios, espaço para falar nas paróquias e em diversas associações de pais. Muitos se empenharam em primeira pessoa também em outras cidades. Arrecadamos dezessete mil quilos de livros de todos os níveis escolares para enviar à Argentina pelo mar. Teve até quem, em um mês, envolvendo outras pessoas, arrecadou duzentos quilos de livros e o dinheiro para o transporte. Em alguns casos, por falta de experiência, foi difícil pensar em muitos particulares importantes (por exemplo, as caixas adequadas para o transporte, as regras alfandegárias, etc). Mas para tudo se encontrava uma solução. Também pudemos contar a muitos o que nos impulsionava a fazer essa ação: o ideal de um mundo mais unido e solidário. (S.A. – Espanha) Juntos no trabalho Sou enfermeira em um centro de serviços sociais. Um casal pobre com uma criança de nove meses dirigiu-se a mim para serem atendidos. Não tinham dinheiro nem para o ônibus; a mulher havia machucado a mão e o menino precisava completar suas vacinas. Eu não podia atender os pedidos deles devido a procedimentos muito rígidos, mas dentro de mim sentia o impulso de fazer algo por aqueles irmãos. Depois de terminar de atender uma emergência, dei um jeito de responder a todas as exigências daquela família, para evitar que tivessem de comprar as passagens de ônibus para um próximo atendimento. A um certo ponto, espontaneamente, outra enfermeira se ofereceu para ajudá-los no meu lugar: cuidou da mão da senhora, a quem ofereceu também outros medicamentos, e vacinou o menino. Estava feliz por poder ajudá-los e eu também estava. (Maina – Canadá)

Por Maria Grazia Berretta

(trecho extraído de O Evangelho do Dia, Città Nuova, ano VIII, n.2, julho-agosto2022)

Chiara Lubich: imitar Maria, vivendo a Palavra de Deus

Em 1976, na rubrica da revista Città Nuova “Diálogo aberto”, um leitor dirige a Chiara Lubich esta pergunta: “De vez em quando algo me recrimina, pois não amo suficientemente Maria, penso pouco nela. Na sua opinião, o que é preciso fazer para ter uma verdadeira devoção por Maria?” Eis a resposta de Chiara. Maria está mais perto de Deus do que do homem, mesmo assim é criatura, como nós, criaturas, e assim é diante do Criador. Por isso ela pode ser para nós como um plano inclinado que toca o céu e a terra. […] Quanto a ter uma verdadeira devoção por ela – mesmo magnificando as várias devoções que floresceram nos séculos, para dar ao povo cristão o sentido de um amor materno seguro, que pensa a todos os pequenos e grandes problemas que a vida traz consigo –, vou aconselhar algo que fará nascer no coração um amor por Maria parecido e do tipo daquele que Jesus tem por ela. Se Maria tem todas essas magníficas e extraordinárias qualidades, que você conhece, ela é também «a perfeita cristã». E é assim, porque, tal como podemos deduzir do Evangelho, ela não vive a própria vida, mas deixa que a lei de Deus viva nela. É aquela que melhor do que todos pode dizer: «Não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim » (Gl 2, 20). Maria é a Palavra de Deus vivida. Se você quer amá-la realmente, «deve imitá-la ». Seja também você Palavra de Deus viva! Já que não se pode viver todo o Evangelho ao mesmo tempo, reevangelize a tua vida, levando a sério e vivendo todos os dias uma das “palavras de vida” que ele contém.

Chiara Lubich

(Chiara Lubich, Maria, Città Nuova, Roma 2017, pag. 154-5)

Profecia e unidade para a salvaguarda da criação

A V Cúpula de Halki foi realizada na Turquia de 8 a 12 de junho de 2022. Proteger juntos o futuro do planeta é o título desta edição promovida pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla em parceria com o Instituto Universitário Sophia de Loppiano (FI-Itália). https://www.youtube.com/watch?v=qWZAiqArbOM&list=PL9YsVtizqrYufFaAuD5lSHqAOZYXBq3vT&index=1&t=22s