Movimento dos Focolares

Obrigado Palmira

Hoje, dia 5 de Janeiro de 2022, Palmira Frizzera, uma das primeiras companheiras de Chiara Lubich, deixou-nos. Nascida em Terlago (Trento- Itália) a 9 de Abril de 1927, Palmira Frizzera conheceu Chiara Lubich em 1945 em Trento, na casa da Piazza Cappuccini, que se tornará o primeiro focolare. Aqui, ela ficou impressionada com o ideal da “fraternidade universal” e decidiu segui-la. Em 1947 juntou-se ao focolare em Trento, onde permaneceu durante vários anos antes de se mudar para a Sicília, Turim e depois Roma. Viveu na Cittadella Foco de Montet (Broye, Suíça) durante mais de 40 anos, onde desempenhou o papel de responsável,  seguindo a formação das futuras focolarinas. https://www.youtube.com/watch?v=hlO6Y3mLovM&list=PLKhiBjTNojHoPfT9syIwfyLI4sPeqBV0P&index=5

AMAZÔNIA: Um percurso que começa

Em Parintins, no coração da floresta amazônica, foi lançado o projeto “Protegendo a Infância e a Adolescência” para prevenir a violência contra menores, destinado a crianças, pais, educadores e professores. https://www.youtube.com/watch?v=krkI98MGJzw

Chipre e Grécia, laboratórios de acolhimento e fraternidade

Chipre e Grécia, laboratórios de acolhimento e fraternidade

O que a visita de Papa Francisco à Grécia e ao Chipre deixou, após um mês? Perguntamos à comunidade dos Focolares dos dois países. Um mês após a viagem de Francisco à Grécia e Chipre, este quadrante do globo continua no centro das atenções internacionais. Entre as notícias desses dias lemos a história de esperança de Grace Enjei, uma jovem de 24 anos da República dos Camarões que, graças à visita do Papa e à ajuda da Comunidade de Santo Egídio, da “terra de ninguém” (no men’s land) no Chipre, chegou a Roma junto com outros 10 imigrantes, requerentes de asilo; mas também tomamos conhecimento de mais um dos inúmeros naufrágios no Mar Egeu, no dia de Natal, no qual 13 imigrantes perderam a vida. Grécia e Chipre. Dois países com uma população relativamente pequena (os católicos são uma minoria religiosa), mas que refletem as principais crises globais: desde as fortes correntes migratórias até a crise financeira e sanitária. De modo particular, sofrem com as preocupantes repercussões políticas de seus vizinhos de casa, os turcos. Perguntamos à comunidade dos Focolares destes países que marca deixou essa jornada apostólica, que passos devem ser dados em direção à paz e a uma convivência mais humana para todos. Lina Mikellidou, ortodoxa e responsável pela comunidade dos Focolares no Chipre, não tem dúvidas: “Quando o Papa Francisco disse que precisamos fazer desta ilha ‘um laboratório de fraternidade’, ele acertou no alvo. O Chipre é ocupado pelos turcos desde 1974 e a capital Nicósia é a última cidade europeia a ser dividida por arame farpado. As tentativas de recompor estas fraturas não produziram resultados concretos, apesar dos esforços, nos últimos anos, da comunidade internacional e dos dois lados. Penso que é necessário desenvolver ou fortalecer plataformas, lugares de diálogo entre as diferentes realidades existentes no Chipre, ou seja, entre cristãos de diferentes denominações (como armênios, latinos, maronitas e ortodoxos) e com muçulmanos. Depois, é necessário também cultivar o espírito de “unidade na diversidade” entre as duas Igrejas irmãs, a Católica e a Ortodoxa. Enfim, há a questão dos migrantes. O número deles não é sustentável para nosso país, tanto do ponto de vista logístico quanto econômico. Meu povo é conhecido por sua generosidade e espírito de acolhida. Já fizemos muito pelos refugiados, mas certamente podemos melhorar, tentando aumentar a conscientização, encontrando recursos financeiros e estruturas para garantir que estes nossos irmãos vivam em condições mais humanas e dignas. “O Papa nos encorajou a ter uma nova visão”, concluiu Lina, “uma atenção viva às questões cruciais como os migrantes e o diálogo ecumênico”. A aspiração à unidade de Papa Francisco e do Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Sua Beatitude Bartolomeu, nos dá uma grande esperança: uma relação fraterna, feita de gestos concretos e de diálogo profundo”. Alexandros Oshana, um jovem de Atenas da comunidade local dos Focolares, afirma que o caminho para o diálogo ecumênico ainda é longo: “Neste sentido”, ele disse, “a visita do Papa ofereceu a possibilidade de um novo início”. Em seus discursos, ele usava frequentemente as palavras ‘unidade’, ‘fraternidade’, ‘diálogo’. O Papa augurou uma Igreja inclusiva, aberta a todos aqueles que sofrem. Francisco expressou 100% todos nós gregos-católicos, a nossa intenção de estarmos mais próximos aos nossos irmãos e irmãs ortodoxos e de nos sentirmos, antes de tudo, cristãos”. A este propósito, o exemplo que o Papa Francisco quis dar, por primeiro, não escapou à atenção de ninguém. Para enfatizar que a unidade só é possível através de um ato completo de humildade ele, mais uma vez, pediu perdão ao arcebispo ortodoxo Ieronimos pelos erros cometidos pelos católicos, no passado, contra os ortodoxos. O próprio arcebispo disse que tinha certeza de que seria possível “libertar-se dos fardos do passado, especialmente aqueles ligados aos eventos da guerra da independência grega”. Como sinal de fraternidade, ele também disse que gostaria de se unir a Francisco “no imenso desafio” relativo ao destino dos migrantes e de querer empreender “uma ação em comum a favor do meio ambiente”.

Lorenzo Russo com a colaboração da comunidade dos Focolares da Grécia e Chipre 

Chiara Lubich: construir relacionamentos novos

No dia 1º de janeiro, por ocasião do 55º Dia Mundial da Paz, o Papa Francisco declarou em sua mensagem que “Diálogo significa ouvir um ao outro, confrontar-se, entrar em acordo e caminhar juntos”. Promover tudo isso entre as gerações significa lavrar o solo duro e estéril do conflito e do desperdício para cultivar as sementes de uma paz duradoura e compartilhada”. No seguinte trecho, Chiara Lubich também nos convida a estabelecer relações de diálogo a fim de alcançar a verdadeira paz. Jesus veio para construir um relacionamento totalmente novo entre as pessoas: entre homens e mulheres, entre rapazes e moças, entre marido e mulher, entre pais e filhos, professores e alunos, operários e patrões, subordinados e dirigentes, entre cidadãos e governantes, entre raças, povos e Países diferentes. Jesus quer edificar uma nova ordem social baseada na justiça, no respeito e na verdadeira fraternidade humana. Ele quer nos doar, como indivíduos e como coletividade, a verdadeira paz, aquela paz divina que só ele pode dar. Porém, para que isto aconteça, é preciso segui-lo, mesmo se à primeira vista nos possa parecer exigente demais. Mesmo assim é necessário viver a sua palavra, cada um na condição de vida para a qual foi chamado.

Chiara Lubich

(Chiara Lubich, in Parole di Vita, a cura di Fabio Ciardi, Opere di Chiara Lubich, Città Nuova, 2017, pag. 362)

Diálogo, educação, trabalho: um pacto para gerar a paz

Diálogo, educação, trabalho: um pacto para gerar a paz

Na mensagem para o Dia Mundial da Paz, dia 1º de janeiro, o Papa Francisco lançou uma forte advertência aos políticos que investem em armas, ao invés que em instrução. O que fazer para dar esperança aos jovens e inverter esse caminho? Foi o que perguntamos ao professor Buonomo, reitor da Pontifícia Universidade Lateranense. Segundo o Banco Mundial, existem hoje quase 100 milhões de pessoas a mais que vivem em estado de empobrecimento, por causa da pandemia de Covid 19. E os gastos militares no mundo, em 2020, não obstante a Covid, aumentaram até chegar próximo aos 2 bilhões de dólares (em 2019 eram 1650 milhões), segundo o relatório do Instituto de pesquisa internacional para a paz de Estocolmo, (Sipri). Tais dados levaram o Papa Francisco a difundir uma mensagem dura, mas cheia de esperança, para o 55º Dia Mundial da Paz. Nela ele propôs três elementos, diálogo entre as gerações, educação e trabalho: instrumentos para edificar uma paz duradoura. Como contextualizar essa mensagem dentro dos desafios que a sociedade vive hoje? Foi o que perguntamos ao professor Vincenzo Buonomo, reitor da Pontifícia Universidade Lateranense (Roma). Como efetuar o diálogo entre as gerações para construir a paz? Na realidade de hoje, quando seja a pandemia seja o desenvolvimento tecnológico criaram tanta solidão e indiferença, que tipo de confiança pode embasar tal diálogo? “Antes de tudo, a mensagem do Papa apresenta o diálogo não apenas como objetivo para a relacionamento entre as gerações, mas como método. Acredito que este seja o aspecto mais importante a ser percebido e é o aspecto que nos permite tornar o diálogo um instrumento efetivo para a paz; porque muitas vezes nós ligamos ao elemento diálogo somente a possibilidade de comunicar. Na realidade, o diálogo pressupõe algo a mais: existe um pacto entre as gerações, um pacto no qual a palavra que se dá possui um significado. Com muita frequência fizemos do diálogo apenas um instrumento técnico e não algo que compartilhamos e que, sendo assim, torna-se um método ou uma atitude cotidiana”. A instrução e a educação, nos últimos anos, são consideradas despesas, mais do que investimentos. E aumentaram as despesas militares. Quais passos os políticos devem dar para promover uma cultura do ‘cuidado’ e não uma cultura da ‘guerra’? “A relação entre o educador e aquele que é educado é um relacionamento que deve ser construído diariamente, sobre a base de renúncias de ambas as partes. Este tipo de metodologia da educação deveria servir inclusive para as grandes questões que estão diante da humanidade. O problema da corrida armamentista, e a subtração de recursos para outros âmbitos, é principalmente o de ligar as armas a um conceito de potência. Por meio da educação, portanto, devemos procurar que avancem valores compartilhados. É este o aspecto que a mensagem do Papa coloca em evidência, porque se existem valores compartilhados – a paz, por exemplo – isso torna-se um modo para superar o conflito. Mas o conflito se supera eliminando as armas, ou seja, é um conceito que continua, como uma corrente”. O trabalho é o lugar onde aprendemos a dar a nossa contribuição para um mundo mais vivível e mais bonito, e é um fator de preservação da paz. A precariedade e a exploração do trabalho, porém, aumentaram com a pandemia. O que se pode fazer para dar aos jovens a esperança de lutar contra a precariedade e a exploração? “O trabalho não é simplesmente um elemento que garante a paz social, como se diz tradicionalmente. O trabalho é algo que garante a paz. Se falta o pressuposto do trabalho, falta a educação, falta o relacionamento entre as gerações, falta o diálogo. Porque a pessoa não tira só o sustento, do trabalho, mas exprime a própria dignidade. Encontramos isso no magistério da Igreja e do Papa Francisco, que várias vezes o salientou. Consequentemente, os políticos, ou melhor, aqueles que tem responsabilidades, os chamados ‘decisores’, devem fazer do trabalho uma prioridade e não uma das tantas vozes da agenda política. Creio que as jovens gerações não precisam só de um local de trabalho, mas de um trabalho que consiga exprimir as suas qualificações e, sobretudo, que os faça sentirem-se protagonistas nas decisões, relativas ao trabalho. E o elemento que conecta as três vozes – diálogo, educação, trabalho – é a palavra pacto. O pacto entre as gerações, o pacto educativo, o pacto do trabalho: esta é a palavra-chave que os coloca em função da paz. De outra forma seriam três elementos dispersos e não conjugados entre si”. Clique aqui para ler a mensagem do Papa para o 55º Dia Mundial da Paz.

Lorenzo Russo

Cinco anos no ritmo internacional de “Milonga”

Cinco anos no ritmo internacional de “Milonga”

Uma iniciativa que une a vontade de fazer algo pelos vários necessitados que existem no mundo. É o desejo que gerou, em 2016, “Milonga”, um programa de voluntariado internacional, intercultural e fraterno. Uma nova oportunidade, uma proposta renovada para levar ajuda onde é necessário. É a missão que ainda hoje, após 5 anos, “Milonga” leva para frente. Nascida da contribuição de New Humanity, Jovens por um Mundo Unido e a Rede Latino-Americana das organizações sociais inspiradas pelo carisma da unidade, com a colaboração da Sociedade Movimento dos Focolari-Brasil, Sumà Fraternidad e Promoción Integral de la Persona, essa plataforma de voluntariado internacional é fruto de um desejo sempre mais difundido entre os jovens de fazer experiências sociais globais. Os primeiros voluntários partiram em 2016 com destido à Bolívia e ao Brasil. Depois, mais de 200 jovens seguiram seus passos, atravessando as fronteiras para oferecer seu tempo, seus talentos, seu profissionalismo. Um contribuição pequena, mas importante para superar as desigualdades no mundo. Mas qual é o diferencial de “Milonga” quando comparado a outros programas de voluntariado? Para Virginia Osorio, uruguaia da equipe de coordenação, “Milonga foi a oportunidade de formar uma rede de atores e gerar, assim, um sistema de cooperação internacional diverso, que coloca a fraternidade no centro, em que o serviço é potencializado por uma interculturalidade e a formação à cidadania global e local, tecendo as tramas não só do norte em relação ao sul, mas em todas as direções”. Pessoas de 21 a 35 anos colaboram ainda hoje em sinergia com o serviço das ONGs que trabalham todos os dias nas diversas periferias do planeta. Marco Provenzale, italiano, diz: “Por essas razões o programa tem o nome de uma dança latina com raízes africanas e joga com o acrônimo ONG: MIL ONGs em Ação”. Aderiram também a essa iniciativa as comunidades e as mariápolis permatentes do Movimento dos Focolares, que são espaços significativos de ação e formação para jovens motivados e que querem se envolver na área social. Nesses cinco anos, “Milonga” constatou o quanto esse percurso marcou a vida de tantos jovens. “A experiência que eles fazem entre si se reflete no papel que cada um desenvolve como cidadão do mundo”, continua Virginia Osorio, “e os estimula e querer agir no local, ali onde nasce o sofrimento”. Aos que realizaram trabalhos voluntários presencialmente nesses anos, se juntaram mais de uma centena que fizeram uma experiência intercultural virtual. Essa possibilidade permitiu sustentar ações como arrecadação de fundos, ajuda para as crianças, preparação para exames, prática de diversas línguas e muitas outras coisas. Antonella, uma jovem argentina, fez voluntariado virtual no Brasil e agora está se preparando para uma experiência presencial: “Eu não participava dessas coisas antes. Já hoje, se não faço algo concreto, me sinto vazia. O que me transmitiu essa consciência nova foi a experiência feita com Milonga”.

Janeth Lucía Cárdenas e a equipe de MilONGa

(assistente social, trabalha no programa Milonga e no projeto global de comunicação)