Abr 12, 2021 | Sem categoria
Quando nossos esforços são aceitos por amor a Jesus crucificado no momento presente e logo depois vivemos o que Deus quer de nós no momento seguinte, podemos experimentar a plenitude da vida do Ressuscitado em nós. […] a experiência do Ressuscitado, com a irradiação dos dons do Seu espírito (luz, paz, amor, consolação, ardor, vida, etc.), é possível não só onde se realiza a unidade de duas ou mais pessoas, unidas em nome de Jesus, mas é uma experiência que pode ser vivida até por uma pessoa sozinha. De que maneira? O que é necessário? Abraçar no momento presente Jesus Abandonado. Se aprofundamos as Sagradas Escrituras e os ensinamentos da Igreja à luz desta extraordinária experiência, podemos constatar como é verdadeira. Mas qual é esse Jesus Abandonado – como dizemos – que é preciso abraçar no momento presente? Aquele que é pedido pela vida cristã que, por sua vez, nos pede, como condição para podermos seguir Jesus, que renunciemos a nós mesmos e carreguemos nossa própria cruz. É necessário, portanto, dizer o nosso sim e abraçar prontamente qualquer dor que se apresentar (a própria cruz), mas também todo o esforço que é necessário para renegar-se a si mesmo, a luta contra o próprio egoísmo, contra os desejos da carne – como se diz – (excesso no comer, impureza, brigas, ciúmes, etc.), para deixar triunfar o amor em nosso coração. Quando estes esforços são aceitos com amor e por amor a Jesus Crucificado, em cada momento presente, e em seguida procura-se viver aquilo que Deus quer de nós, pode-se experimentar a plenitude da vida do Ressuscitado em nós, mesmo estando sozinhos. Em cada um de nós abre caminho a Sua luz, nos invade a Sua paz, se acende o amor com a consolação, a serenidade e o paraíso. Em resumo, tudo muda. A nossa alma se veste de algo novo. […] É o que desejamos fazer nestes […] dias: amar a Jesus Abandonado, sempre, logo e com alegria, não somente nas dores quotidianas, mas também no esforço para vencer o nosso eu. Quando o nosso querido Foco*, pouco depois de ter abraçado o nosso Ideal, escreveu uma poesia: “Decidi morrer, e aquilo que me acontece não importa mais; alegro-me no coração desolado de Jesus”, entendia exatamente isto: morrer a si mesmo para se alegrar com Jesus; morrer com Ele Abandonado, para viver com Ele Ressuscitado. Procuremos, também nós, recordar-nos deste verso: “Decidi morrer” e aceitemos a morte do nosso eu, dez, cem vezes ao dia, para doarmos àqueles com quem nos relacionarmos a alegria do inesperado encontro com o Ressuscitado.
Chiara Lubich
(em uma conexão telefônica, Rocca di Papa, 3 de novembro de 1983) Tirado de: Chiara Lubich, Conversazioni in collegamento telefonico, Città Nuova Ed., 2019, pag. 135. * Nome confidencial dado por Chiara Lubich a Igino Giordani
Abr 10, 2021 | Sem categoria
Após a Assembleia Geral do Movimento dos Focolares, realizaram-se assembleias de alguns de seus ramos: as e os focolarinos, os sacerdotes diocesanos que pertencem ao Movimento, as e os Voluntários de Deus. O tema comum foi uma orientação para o diálogo em todos os níveis. De 24 de janeiro a 7 de fevereiro de 2021, realizou-se a Assembleia Geral do Movimento dos Focolares. Renovaram-se os cargos da Presidente, do Copresidente, dos órgãos de governo e definiram-se as linhas de orientação e ação para os próximos seis anos. Sucessivamente realizaram-se – todas na modalidade online – as Assembleias das focolarinas e dos focolarinos, dos sacerdotes focolarinos e das e dos Voluntários de Deus. Focolarinas e focolarinos. A Assembléia dos focolarinos, de 9 a 13 de fevereiro, foi composta por 121 membros espalhados pelos 5 continentes, incluindo um focolarino anglicano de Londres, um focolarino copta-ortodoxo do Cairo e um focolarino muçulmano da Argélia. No seu relatório dos últimos seis anos, o Centro Internacional dos Focolarinos compartilhou com franqueza os desafios, os aspectos dolorosos e também os desenvolvimentos muito promissores em relação à vida dos Focolarinos no mundo. O documento final caracteriza o focolarino como um homem de Deus que escuta constantemente o grito da humanidade de hoje. Flavio Roveré, do Brasil, foi reconfirmado como o responsável mundial. Ao mesmo tempo, 136 focolarinas encontraram-se em Assembleia. A partir da questão colocada pela líder cessante, Agnes van Zeeland, se não tenha chegado a hora de “sair” mais para o mundo e suas feridas, seguiu-se um diálogo muito participado. A nova líder, Noreen Lockhart (Grã-Bretanha), foi descrita pelo Co-Presidente Jesús Morán como “uma pessoa com o diálogo em seu sangue, acostumada a resolver conflitos”. Sacerdotes focolarinos De 1 a 5 de março, a Assembleia dos sacerdotes focolarinos foi realizada com 74 participantes, incluindo alguns convidados, tais como um ministro da Igreja Luterana-Sueca. Revendo as palavras-chave da Assembleia Geral 2014, “Sair – Juntos – Preparados adequadamente”, o responsável Padre Antonio Bacelar (Portugal) apresentou em seu relatório os passos tomados, os processos iniciados, as perspectivas a serem desenvolvidas, tais como a necessidade de agir cada vez mais em rede com todas as vocações do Povo de Deus. No documento final, que pretende ser “um mapa de navegação”, o diálogo baseado na escuta do Espírito Santo emerge como uma prioridade. O Padre Bacelar foi reeleito para um segundo mandato como diretor central dos sacerdotes focolarinos. Voluntários e voluntárias de Deus De 17 a 21 de março realizaram-se as duas Assembleias das e dos Voluntários de Deus com um total de 356 participantes presentes online. As palavras “coragem e futuro”, dirigidas pela nova presidente dos Focolares, Margaret Karram, às duas Assembléias, destacam a vocação particular dos Voluntários para enfrentar os desafios futuros da humanidade para mudar o mundo de acordo com “a lei” do amor evangélico. O ponto de partida para os dois documentos finais foi o convite do Papa Francisco à Assembleia Geral para “ser uma expressão viva do carisma do fundador e permanecer fiel à fonte original, esforçando-se para repensar e expressá-lo em diálogo com as novas situações sociais e culturais”. Juan Ignacio Larrañaga, voluntário da Espanha, e Fanny Bava, da Itália, foram eleitos como novos líderes.
Lorenzo Russo
Abr 8, 2021 | Sem categoria
Arthur George Baum foi para o Céu no dia 14 de fevereiro de 2021 aos 92 anos, em Augsburg, na Alemanha. Ele nasceu em 18 de maio de 1928, em Hinckley, uma cidade do Condado de Leicestershire, no coração da Inglaterra. Solteiro, Voluntário de Deus e membro do Centro Internacional dos Voluntários, do Movimento dos Focolares, por muitos anos trabalhou na Rádio Vaticano, deixando de si muitas boas lembranças. No último mês de sua vida terrena encontrava-se numa casa de saúde, tendo sido operado do fêmur após uma queda. Foi um dos primeiros Voluntários de Deus e fez parte do primeiro núcleo no Centro Internacional dos Voluntários. Uma particularidade sua era o humor, obviamente do tipo inglês; mas era também muito organizado, poderíamos dizer como um alemão, e preciso como um suíço, mas, principalmente, conseguia superar os obstáculos com a genialidade de um italiano. A respeito do seu senso de humor, Hèctor Lorenzo (Voluntário e amigo de Arthur), conta que era assim inclusive em situações físicas trágicas. Uma noite, depois das 23 horas, recebeu um telefonema: “Aqui é o Arthur, estou com uma hemorragia na perna”. Hèctor correu para o seu apartamento, com sua esposa e o filho, e depois do primeiro socorro chamaram logo uma ambulância. Já na rua, deitado na maca e antes de entrar na ambulância, Arthur tirou do rosto o cobertor que o protegia do frio e disse: “Sabe, está faltando uma coisa”. Héctor perguntou: o que? E ele: “o meu chapéu!”. Com satisfação ele tinha se transferido para a Alemanha, há cerca de 10 anos. Quem conheceu Arthur sabe que ele amava os ventos fortes da Irlanda e do norte da Inglaterra, se emocionava diante de uma flor, cantava os cantos do Tirol e algumas melodias de Elvis Presley, se regozijava com o silêncio das igrejas góticas ou do canto gregoriano, apreciava o vinho quente no inverno e produzia pequenas quantidades de hidromel, que sempre compartilhava com seus amigos. E o mesmo fazia com o gulasch quente e alguns pratos da cozinha oriental. Arthur possuía a grande exigência de construir uma forte unidade no núcleo dos Voluntários: era sempre o primeiro a querer bem a todos e gerar o amor mútuo, criando um diálogo íntimo de misericórdia. Hèctor nos conta: “Eu fui companheiro de núcleo do Arthur, no Centro dos Voluntários, e como morava, com a minha família, ao lado do apartamento dele, nós fomos enriquecidos pela sua personalidade especial e o seu testemunho evangélico. O nosso filho, Julián, dizia que Arthur é o seu nome, mas poderia ser chamado Humildade, Generosidade, Acolhida”. Arthur foi um homem distinto, de palavras essenciais, com uma religiosidade íntima. Sabia passar de reflexões sérias a uma ironia sadia, para distinguir as atitudes construtivas de outras inúteis ou nocivas. O seu sorriso eloquente falará sempre de gratidão.
Lorenzo Russo
Abr 7, 2021 | Sem categoria
Conforme anunciado no comunicado de 23 de dezembro passado, o Movimento dos Focolares encarregou a empresa GCPS Consulting de conduzir a investigação dos casos de abuso contra J.M.M., ex-integrante do Movimento dos Focolares na França. Embora a J.M.M. tenha sido processada em relação a uma vítima, entende-se que há um grande número de outras vítimas que podem desejar falar sobre suas experiências dentro do Movimento dos Focolares. GCPS Consulting é um órgão independente especializado em ajudar organizações a garantir a segurança de crianças, grupos vulneráveis ou “em risco” e a melhorar seus sistemas de prevenção e denúncia de casos de abusos. A investigação começou em janeiro de 2021 e será encerrada no final do ano, quando serão divulgados os resultados do relatório. O trabalho já começou ouvindo as vítimas e recolhendo depoimentos de testemunhas. Para conhecer em detalhes os termos da investigação, a GCPS Consulting tornou pública a seção relativa ao contrato, publicada em uma pagina web dedicada à investigação. Conforme declarado no documento, os elementos principais da investigação são quatro: – investigar sobre os abusos sexuais cometidos por J.M.M., revisando os detalhes e avaliando o seu contexto; – estabelecer o grau de conhecimento desses eventos pelos dirigentes do Movimento dos Focolares da época e/ou sucessivos; – fornecer recomendações sobre as normas vigentes emanadas pelo Movimento dos Focolares na França e em outros lugares no que diz respeito à proteção integral de crianças e adolescentes; – redigir um relatório público que possa ilustrar os resultados da pesquisa e as recomendações que surgiram. Para garantir que o processo de investigação se concentre sobretudo nas vítimas, a Consultoria GCPS também compartilhou e avaliou o processo proposto com algumas vítimas para garantir que ele atenda às suas expectativas. Também disponibilizou na página web uma seção de Contatos dedicada à investigação e à coleta de depoimentos, solicitações ou sugestões tanto das próprias vítimas quanto de quem deseja entrar em contato com a investigação independente. O Movimento dos Focolares encoraja qualquer pessoa que tenha informações relacionadas a J.M.M ou a outros casos de abuso a entrar em contato com o Inquérito por meio desta página da web: https://inquiry.gcps.consulting/contact.html. É possível estabelecer contato, com total sigilo, com a equipe do GCPS que segue esta investigação por telefone, e-mail ou através do formulário de contato disponível no site. Para garantir a total independência da investigação, o Movimento dos Focolares acolheu o convite da GCPS Consulting de manter “silêncio de imprensa” sobre questões ligadas ao caso de J.M.M. até a publicação do relatório final. Portanto, a partir de agora, a decisão de fazer declarações ou responder a perguntas da mídia relacionadas a “este caso de abuso” ficará a critério exclusivo da GCPS Consulting.
Stefania Tanesini
Para Mídia: contate a GCPS Consulting a respeito deste caso: info@gcps.consulting
Abr 6, 2021 | Sem categoria
Após a audiência da Assembleia Geral dos Focolares com o Papa Francisco, quais são as perspectivas para o Movimento dos Focolares? Nesta Collegament fazemos um balanço com Margaret Karram, Presidente dos Focolares e Jesús Morán, co-presidente. https://vimeo.com/529522775
Abr 5, 2021 | Sem categoria
Amar Jesus no seu abandono na cruz significa amá-lo nas dores e nas renúncias que a atenção ao próximo requer. Este é um verdadeiro caminho para a perfeição na vida cristã, como Chiara Lubich nos comunica com a sua experiência. […] Para encorajar-nos sempre mais no caminho da nossa santificação coletiva […] penso que vocês gostarão de conhecer uma recente experiência espiritual minha. Como talvez vocês já saibam, estou dedicando alguns dias do mês […] para aprofundar um ponto central da nossa espiritualidade: […] Jesus Abandonado, chave da unidade. Este tema me tocou profundamente, pareceu-me tão interessante e atraente que me impeliu a vivê-lo imediatamente, no momento presente, levando-me quase a esquecer o empenho da “tensão à santidade” como tal. Em resumo, pus-me a amar Jesus Abandonado, abraçando-o sob os seus mais variados aspectos. Mas, justamente naqueles dias, durante a meditação da manhã, caíram-me sob os olhos o que para S. João da Cruz são as “Doze estrelas da perfeição”[1], isto é, o amor a Deus, o amor ao próximo, a castidade, a pobreza, a obediência, a paz, o silêncio, a humildade, a mortificação, a penitência, a oração em comum e a individual. Eu já as conhecia bem, ou melhor, de tanto meditar sobre elas, já havia decorado. Mas aqueles dias realmente não pensava nelas porque estava totalmente absorvida no empenho de amar somente Jesus Abandonado. E então tive uma surpresa, uma alegre surpresa, como uma luminosa redescoberta. Relendo estas “estrelas”, durante a meditação, percebi que amando Jesus Abandonado tinha feito com que estas doze estrelas brilhassem um pouco mais em minha alma. Eu havia amado a Deus um pouco mais porque havia amado a Jesus que é Deus. Havia amado mais o próximo porque por amor a Jesus Abandonado tinha me esforçado para fazer-me um com todos. Havia aperfeiçoado a castidade, porque o amor a Jesus Abandonado nos leva à mortificação. Igualmente com relação à pobreza porque, por Ele, havia me esforçado para eliminar qualquer apego. A obediência, porque, por Ele, esforcei-me em fazer calar o meu eu para escutar melhor [a voz de Deus que fala à alma, na interioridade]. Amando Jesus Abandonado nas dores, consegui manter a paz. Amando-O, pude também observar melhor o silêncio, mortificando palavras inúteis. A humildade ganhou com a morte do ‘eu’ que o amor a Jesus provoca. Da mesma forma a mortificação e a penitência. Estive mais atenta às orações em comum que, para nós, significa fazer as orações juntas em focolare[2], e assim, a oração pessoal torna-se mais plena. Portanto, tudo melhorou por causa do amor a Jesus Abandonado. Eu sabia que Jesus Abandonado é, como nós dizemos, um monumento de santidade, mas ainda não havia experimentado, com tanta evidência, que vivê-lo significa verdadeiramente tender, com frutos, à santidade. […] Não posso desejar-lhes nada melhor do que isto: façam vocês também esta experiência. Provem! Amem Jesus Abandonado nas dores, nas renúncias, no morrer para fazer-se um com o próximo […] Que Jesus Abandonado se torne tudo para nós. E a nossa santidade coletiva estará garantida.
Chiara Lubich
(em uma conexão telefônica, Rocca di Papa, 16 de junho de 1982) Tirado de: “Gesù Abbandonato e le dodici stella della perfezione”, in: Chiara Lubich, Conversazioni in collegamento telefonico, Città Nuova Ed., 2019, pag. 85. [1] Cf. São João da Cruz, Obras completas, Vozes, Petrópolis. [2] Assim se domina as pequenas comunidades do Movimento, sejam masculinas ou femininas.