29 Nov 2017 | Palavra de Vida, Sem categoria, Spiritualità
Na Palestina, em uma periferia desconhecida do poderoso Império Romano, uma jovem mulher recebe em casa uma visita inesperada e desconcertante: um mensageiro de Deus lhe traz um convite e espera dela uma resposta. “Alegra-te!”, lhe diz o Anjo, com a sua saudação; depois lhe revela o amor gratuito de Deus para com ela e lhe pede que colabore na realização do Seu desígnio para a humanidade. Surpresa, Maria acolhe com alegria o dom desse encontro pessoal com o Senhor e, por sua vez, se doa inteiramente a esse projeto ainda desconhecido, pois Ela confia plenamente no amor de Deus. Com o seu “Eis-me aqui!” generoso e total, Maria se coloca decididamente a serviço Dele e dos outros. Com seu exemplo Ela mostra um modo luminoso de aderir à vontade de Deus. “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra.” Meditando essa frase do Evangelho, Chiara Lubich escreveu: Para realizar seus planos, Deus precisa unicamente de pessoas que se entreguem a Ele com toda a humildade e a disponibilidade de uma serva. Maria – autêntica representante da humanidade, cujo destino é por ela assumido – com sua atitude abre completamente o caminho para a atividade criadora de Deus. Mas o termo “servo do Senhor” não era só uma expressão que indicava humildade; era também o título de nobreza atribuído aos que prestavam grandes serviços à história da salvação, como Abraão, Moisés, Davi e os profetas. Assim, utilizando essa mesma expressão, Maria afirma também toda a própria grandeza. “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra.” Também nós podemos descobrir a presença de Deus em nossa vida e escutar aquela “palavra” que Ele dirige a nós, para convidar-nos a realizar na história, aqui e agora, a nossa pequena parte do seu grande desígnio de amor. É verdade que a nossa fragilidade, somada a uma impressão de não sermos adequados, pode nos paralisar. Então, lembremos da palavra do Anjo: “Para Deus nada é impossível” e confiemos no Seu poder, mais do que nas nossas forças. É uma experiência que nos liberta dos condicionamentos, mas também da presunção de sermos autossuficientes; ela faz despontar as nossas melhores energias e muitos recursos que nem imaginávamos possuir, e nos torna finalmente capazes de amar. Um casal nos conta: “Desde o início do nosso casamento, acolhemos em nossa casa os familiares de crianças internadas nos hospitais da nossa cidade. Mais de cem famílias passaram pela nossa casa, e procuramos sempre ter, com cada uma, um verdadeiro clima de família. Muitas vezes a Providência nos ajudou a manter essa acolhida inclusive do ponto de vista econômico, mas primeiro tínhamos de demonstrar a nossa disponibilidade. Recentemente recebemos uma certa quantia em dinheiro, e pensamos em reservá-la, na certeza de que alguém precisaria dela. De fato: pouco depois chegou outra solicitação. É tudo um jogo de amor com Deus. Nós devemos somente ser dóceis e aceitar o desafio. “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra.” Para vivermos essa frase do Evangelho, pode nos ajudar uma sugestão de Chiara sobre como acolher a Palavra de Deus assim como Maria fez: … com toda a disponibilidade, sabendo que não é de origem humana. Sendo Palavra de Deus, contém em si uma presença de Cristo. Receba, então, Cristo em você, na Palavra Dele. E com ativíssima prontidão coloque-a em prática, momento por momento. Se você agir dessa forma, o mundo verá novamente Cristo passar pelas ruas de nossas cidades modernas, Cristo em você, sem nenhum distintivo, trabalhando nos escritórios, nas escolas, nos mais variados ambientes, junto a todos. Neste período de preparação para o Natal, procuremos também nós, imitando Maria, um pouco de tempo para nos determos “a quatro olhos” com o Senhor, lendo, quem sabe, uma página do Evangelho. Procuremos reconhecer a sua voz na nossa consciência, que assim será iluminada pela Palavra e ficará sensível diante das necessidades dos irmãos que encontrarmos. Perguntemo-nos: de que modo posso ser uma presença de Jesus hoje, para contribuir, lá onde estou, a fazer da convivência humana uma família? Diante da nossa resposta “Eis-me aqui!”, Deus poderá semear paz ao nosso redor e fazer aumentar a alegria no nosso coração. Letizia Magri
29 Out 2017 | Palavra de Vida, Sem categoria, Spiritualità
Dirigindo-se à multidão que o seguia, Jesus anunciava a novidade do estilo de vida daqueles que querem ser seus discípulos, um estilo “contracorrente” diante da mentalidade mais difundida . Naquele tempo, como também hoje, era fácil fazer discursos moralistas e depois não viver coerentemente, procurando para si, em vez disso, posições de prestígio no contexto social, maneiras de ficar em relevo e de servir-se dos outros para obter vantagens pessoais. Mas aos seus discípulos Jesus pede uma lógica totalmente diferente nas relações com os outros, aquela que Ele mesmo viveu: “O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve.” Em um encontro com pessoas desejosas de descobrir como se vive o Evangelho, Chiara Lubich partilhou deste modo a sua experiência espiritual: “Deve-se sempre fixar o olhar no único Pai de muitos filhos. Depois, olhar para todas as criaturas como filhas de um único Pai. (…) Jesus, nosso modelo, ensinou-nos apenas duas coisas que são uma: a sermos filhos de um só Pai e a sermos irmãos uns dos outros. (…) Portanto, Deus nos chamava à fraternidade universal”. É essa a novidade: amar a todos, como fez Jesus, porque todos – como eu, como você, como qualquer pessoa na terra – são filhos de Deus, amados e esperados desde sempre por Ele. Desse modo descobrimos que o irmão a ser amado concretamente, “também com os músculos”, é cada uma daquelas pessoas que encontramos diariamente. É o papai, a sogra, o filho pequeno, o filho revoltado. É o detento, o mendigo e o deficiente. É o chefe da repartição e é a faxineira. É o companheiro de partido e é aquele que tem ideias políticas diferentes das nossas. É quem tem a nossa mesma fé e cultura, mas também o estrangeiro. A atitude tipicamente cristã para amar o irmão é colocar-se a seu serviço: “O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve.” Diz ainda Chiara: “Aspirar constantemente ao primado evangélico, colocando-se o mais possível a serviço do próximo. (…) E qual é o modo melhor de servir? Fazer-se “um” com cada pessoa que encontramos, sentindo em nós os seus sentimentos: assumi-los como coisa nossa, que se tornou nossa pelo amor. (…) Ou seja: não mais viver fechados em nós mesmos; procurar carregar os seus pesos, compartilhar as suas alegrias”. Toda e qualquer capacidade e qualidade positiva que tenhamos, tudo aquilo que nos possa fazer sentir “grandes” é uma ocasião imperdível de serviço: a experiência profissional, a sensibilidade artística, a cultura, como também a capacidade de sorrir e de fazer sorrir; o tempo que podemos oferecer para escutar a quem tem dúvidas ou está sofrendo; as energias da juventude, como também a força da oração, quando a força física se desvanece. “O maior dentre vós deve ser aquele que vos serve.” E esse amor evangélico, desinteressado, mais cedo ou mais tarde acende no coração do irmão o mesmo desejo de partilha, renovando os relacionamentos na família, na paróquia, nos lugares de trabalho ou de lazer e colocando as bases para uma nova sociedade. Hermez, um adolescente do Oriente Médio, conta: “Era domingo. Assim que acordei pedi a Jesus que me iluminasse o dia todo no meu modo de amar. Percebi que meus pais tinham ido à Missa e me veio a ideia de limpar e arrumar a casa. Procurei caprichar em todos os detalhes, até mesmo com flores em cima da mesa! Depois preparei o café da manhã, arrumando tudo. Quando voltaram, meus pais ficaram surpresos e muito felizes com o que encontraram. Naquele domingo tomamos café mais felizes do que nunca, conversando sobre muitas coisas, e consegui contar para eles as muitas experiências que tinha vivido durante a semana. Aquele pequeno ato de amor tinha dado o toque para um dia maravilhoso!” Letizia Magri
23 Mai 2015 | Chiara Lubich, Cultura, Focolari nel Mondo, Sem categoria, Spiritualità
Maio de 1995. É noite na Mariápolis internacional de Loppiano (Itália). Durante o jantar, um grupo de pessoas de convicções e extrações culturais diferentes discute animadamente. Estiveram juntos o dia inteiro para verificar se é possível entender-se, aceitar-se e estimar-se entre cristãos e não crentes, superando barreiras ideológicas e preconceitos milenares. Iniciou em 1978 o intercâmbio entre pessoas assim tão diferentes por linguagem e convicções, desde quando Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, instituiu o “Centro para o diálogo com os não crentes”, no âmbito da vasta experiência realizada pelos Focolares. Aquele encontro em Loppiano era, portanto, um balanço e um desafio a olhar-se nos olhos e certificar-se que, sim, é possível estimar-se. Com o passar dos anos passaram a ser “amigos”, e por isso dialogar e estar juntos, além de ser um estímulo, passou a ser um prazer. Nesse jantar, porém, falta um deles, talvez o mais ativo de todos: Ugo Radica, um focolarino um pouco especial que teve uma ideia: foi se colocar próximo à casa de Chiara que, naquela noite, deveria chegar em Loppiano. A sua paciente espera foi premiada. O carro chegou, Ugo se aproximou, Chiara baixou o vidro e perguntou surpresa: “Ugo, o que você está fazendo aqui?”. Ele respondeu decidido: “Estou com um grupo de amigos de convicções diferentes. Por que você não vem nos encontrar amanhã? Acho que seria importante para eles terem uma conversa diretamente com você”. Chiara fica indecisa, mas depois aceita. Pede que eles preparem algumas perguntas que ela responderá. Ugo volta entusiasmado para contar aos outros.

Loppiano, 7 de maio de 1975
E assim, no dia seguinte, 7 de maio de 1975, Chiara Lubich passou meia hora com alguns daqueles que depois seriam as colunas de uma experiência realmente especial, delicada e forte, de diálogo entre pessoas que, normalmente, sentem dificuldade em falar-se e estimar-se entre si. O chamado “quarto diálogo” do Movimento dos Focolares nasce oficialmente naquela meia hora, com aquelas respostas a um pequeno grupo ao qual Chiara fala de respeito recíproco, de “não proselitismo” (conceito quase revolucionário naqueles tempos!), de amor mútuo possível entre pessoas de ideias e culturas diferentes. Uma experiência entusiasmante, que deve ser levada adiante com tenacidade e convicção, porque, se o objetivo do Movimento é “que todos sejam um”, sem os não crentes faltaria uma parte essencial e insubstituível da humanidade. Naquela noite, um dos amigos que chegara a Loppiano no último momento, Tito, telefona à sua esposa, “católica convicta”, membro do Movimento há muitos anos, para anunciar, muito feliz, que enquanto ela, em todos aqueles anos, nem de longe tinha conseguido ver Chiara, ele havia falado com ela pessoalmente!
Maio de 2015, vinte anos depois. A festa se faz novamente em Loppiano. Uma comemoração nostálgica? Não. Armando, Morena, Tito, Dolores, Piero, Luciana, Roberto, Silvano e muitos outros alternam-se no palco para recordar aqueles momentos, fazer um balanço dos vinte anos passados e organizar os próximos vinte. Se existe uma coisa clara para todos é essa: quanto é precioso esse tipo de diálogo!
Ao contrário dos momentos de partilha entre crentes, um encontro do “quarto diálogo” nunca se sabe como acabará. Mas precisamente isso é garantia de autenticidade, porque cada um, por força, deve dar tudo de si, pronto a oferecer a própria ideia, mas também a acolher a ideia do outro, num intercâmbio difícil, mas frutuoso. Um diálogo que, não sem dificuldades, com os anos tornou-se internacional, tocando muitos países; uma difusão que todos sentem hoje como uma responsabilidade ainda mais urgente. Um estilo de vida a ser vivido antes de tudo entre os membros do Movimento, para depois ser oferecido a toda a humanidade.
18 Dez 2013 | Cultura, Focolare Worldwide, Focolari nel Mondo, Nuove Generazioni, Spiritualità

Clip integral da canção – http://www.youtube.com/watch?v=ymXHLfOal4U
Belamy Paluku é originário de Gomae encontra-se por três meses na Bélgica. No seu país, o Congo, faz parte da banda Gen Fuoco, cuja mensagem inspira-se na espiritualidade de unidade, e é também o responsável pelo “Foyer Culturel”, um centro cultural de sua cidade.
Graças aos seus talentos musicais o Centro Wallonie-Bruxelas ofereceu-lhe uma bolsa de estudos para aprofundar a técnica do canto, em Verviers, na Bélgica. Belamy é compositor e suas canções evidenciam a busca da paz, do diálogo e o valor do sofrimento.
A mais conhecida é “Nous couleurs et nos saveurs” (“somos nossas cores e sabores”) e é um convite a valorizar as cores e os gostos dos diferentes povos, porque “um mundo com uma só cor e uma única comida seria muito pobre”.
No vídeo vemos uma entrevista com o jovem musicista e uma jovem belga.
Belamy, você é de Goma, atualmente está na Bélgica, para um intercâmbio e uma especialização como músico. Como você se sente numa cultura tão diferente?
Conheço pessoas de várias origens, e me dou conta de que todos têm sempre algo a oferecer ou a receber dos outros. Nem a cultura nem a língua podem impedir a convivência, a comunicação.

Entrevista com Belamy Paluku
E você, Elisabeth, que nasceu na Bélgica, o que significa para você acolher aqueles que chegam de vários lugares do mundo?
É verdade, na Europa, e de modo especial em Bruxelas, há uma riqueza imensa de culturas e nacionalidades. Eu vivi com jovens do Movimento dos Focolares da Síria, Eslováquia, Itália… A arte de amar sempre me ajudou a ir em direção ao outro. Mas acho que não basta viver um ao lado do outro. Como somos muito reservados, o desafio para nós, europeus, é tomar a iniciativa e ir ao encontro do outro, construir pontes, até nos tornarmos uma única família, reconhecendo-nos irmãos”.
Belamy, esse intercâmbio de riquezas inspirou uma de suas canções, não é?
Venho de uma região onde existe sempre o perigo de guerra entre as etnias. Este intercâmbio de riquezas humanas e culturais me parece o caminho para um mundo de partilha e de tolerância. Tomei como ponto de partida as nossas diferenças para gritar ao mundo que juntos, unidos, saberemos revelar o enigma da humanidade.
Belamy Paluku está no Facebook com o nome “Belamusik” (o centro cultural de Goma)
24 Set 2013 | Centro internazionale, Focolare Worldwide, Focolari nel Mondo, Spiritualità
http://vimeo.com/75092268 (mais…)
24 Mai 2013 | Chiara Lubich, Cultura, Spiritualità
Uma característica da atualidade é o anseio por relações entre pessoas, respeitosas de sua dignidade e diversidade. Como estabelecê-las? Como superar os inevitáveis conflitos? Como torná-las acessível a toda a sociedade? A presente coletânea de textos de Chiara Lubich leva à descoberta do amor ao irmão e ilumina sua prática. Prática que se revela caminho para a união com Deus, a realização plena de si e a transformação do mundo. Criar uma nova coleção Espiritualidade da Unidade e nela colocar A Vontade de Deus, A Palavra de Deus e O Amor ao Irmão. Editora Cidade Nova