Concluiu-se domingo, 10 de novembro, a fase diocesana da Causa de canonização e beatificação de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares. Mais de 500 pessoas lotaram a Catedral de Frascati (Roma), onde se realizou a última sessão do inquérito diocesano.

Entre os participantes, o cardeal Tarcisio Bertone, a presidente dos Focolares Maria Voce (Emmaus) e o copresidente Jesús Morán, alguns parentes de Chiara Lubich, dois representantes da Igreja Ortodoxa, vários prefeitos da região do Lácio, sacerdotes, leigos e religiosos e muitos amigos que conheceram Chiara e o carisma da unidade dos Focolares.
Diante do altar, a mesa com as 75 caixas contendo a documentação coletada e que será entregue à Congregação para as Causas dos Santos na Santa Sé, onde prosseguirá o estudo e a avaliação do que foi coletado.

As últimas 3 das 75 caixas estão seladas

A cerimônia foi presidida por Dom Raffaello Martinelli, bispo de Frascati, que resumiu esses anos de coleta de testemunhos e de material do seguinte modo: “A Santa Sé e o processo diocesano devem destacar o heroísmo das virtudes, não simplesmente a bondade de uma pessoa, mas o heroísmo. Foi o que pedi desde o início, inclusive nos testemunhos. Devemos demonstrar como Chiara viveu as virtudes cristãs de modo heroico, ou seja, as virtudes Teologais (fé, esperança, caridade), Cardeais (prudência, justiça, fortaleza, temperança) e toda uma série de virtudes derivadas”.

Em seu relatório, o Delegado Episcopal Mons. Angelo Amati evidenciou que foram ouvidas 166 testemunhas também em várias viagens, como por exemplo, às dioceses de Roma, Albano e Fiesole (Itália), Lausanne-Genebra-Friburgo (Suíça), Augsburg-Ottmaring e Bamberg-Nuremberg (Alemanha), Westminster (Inglaterra), Gand e Bruxelas (Bélgica) e duas cartas rogatórias: à Bangcoc (Tailândia) e Liubliana (Eslovênia). “O inquérito verificou a vida, as virtudes, o carisma e a espiritualidade específica de Chiara, – ressaltou Amati -, unidos às temáticas teológicas apresentadas, tais como: a Unidade, Jesus abandonado e Jesus no meio, sobre a fundação da Obra de Maria (Movimento dos Focolares) e os contatos interconfessionais e inter-religiosos. Total de páginas coletadas: 35.057 em 102 volumes”, que contêm vários tipos de material (testemunhos, cartas, documentos publicados e não publicados, escritos, diários, etc …).

A seguir, a declaração do Promotor de Justiça Sac. Joselito Loteria – que juntamente com o notário Adv. Patrizia Sabatini e o Delegado Episcopal formam o tribunal diocesano instituído para a Causa de Chiara Lubich -, depois, o bispo Martinelli leu o decreto de conclusão da fase diocesana e nomeou “Portitore” o Dr. Daniel Tamborini, que terá a tarefa de entregar a documentação à Santa Sé.

Em seguida, os juramentos do Portitore, do bispo Martinelli e de todos os membros do tribunal diocesano e da Postulação – Postulator Sac. Silvestre Marques, Vice-Postulador, Dra. Giuseppina Manici, Vice-Postulador, Dr. Waldery Hilgeman, e a assinatura do verbal da sessão de encerramento.

O momento central foi o fechamento e a colocação do selo nas últimas 3 das 75 caixas contendo as 35.000 páginas.

“O nosso único desejo agora é oferecer à Igreja, através desta ampla documentação, o dom que Chiara foi para nós e para muitíssimas pessoas – afirmou Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, na sua saudação na Catedral -.

Acolhendo, dia após dia, de modo coerente, o carisma que Deus lhe deu, caminhando e tendendo para a plenitude da vida cristã e a perfeição da caridade, Chiara se prodigalizou para que esse caminho de vida evangélica fosse percorrido por muitas pessoas, com a renovada determinação de ajudar todos os que encontrava a colocar Deus em primeiro lugar e a “santificarem-se juntos”. O seu olhar e o seu coração, como agora demonstrado, eram movidos por um amor universal, capaz de abraçar todos os homens para além das diferenças, sempre propensa em realizar o testamento de Jesus: Ut omnes unum sint. É motivo de alegria para todos saber que, agora, a Igreja vai estudar e analisar a vida e as virtudes da serva de Deus, a nossa amadíssima Chiara”.

O processo diocesano
A data 7 de dezembro de 2013 marca o início da fase diocesana da Causa de canonização e beatificação de Chiara Lubich – pouco mais de cinco anos após sua morte em 14 de março de 2008 – quando foi assinada em Castel Gandolfo a petição oficial para o início da Causa. As primeiras a serem ouvidas foram as testemunhas oculares que a conheceram desde os primeiros tempos da fundação do Movimento dos Focolares.

Posteriormente, Dom Raffaello Martinelli consultou a Conferência Episcopal da região do Lácio sobre a oportunidade de iniciar a Causa, obtendo um parecer positivo. O bispo constituiu, assim, uma comissão de 3 especialistas em matéria histórica e arquivística que tinha a tarefa de reunir todo o material não publicado relativo a Chiara. Martinelli nomeou depois três Teólogos que examinaram os escritos publicados. Em 29 de junho de 2014, a Santa Sé concedeu o seu Nulla Osta à abertura oficial da Causa.

Em 27 de janeiro de 2015, na Catedral de Frascati, realizou-se a cerimônia de abertura da fase diocesana, concluída em 10 de novembro de 2019.

Lorenzo Russo
Departamento de Comunicação do Movimento dos Focolares

Texto: Saudação conclusiva de Maria Voce

3 Comments

  • Toen ik 16 jaar was (in 1966) kwam ik terug op de priesterroeping die ik dacht te hebben. Tegelijkertijd kwam ik in aanraking met de toen nog prille beweging van het focolare. In de jaren daarna ontdekte ik een nieuwe roeping: volontario di Dio, een nieuwe weg die Chiara ons wees en die ik tot de dag van vandaag volg.

  • Grande nouvelle, grande richesse pour l’Eglise de ce temps …Héroïcité, que cela nous perce le coeur et nous fasse réfléchir.

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