Na espiritualidade da unidade, a pessoa não só busca Deus no fundo da sua alma, mas descobre sua presença no espaço que Ele abre quando duas ou mais pessoas se amam no espírito do Evangelho. A imagem que Chiara Lubich usa para descrever esta realidade é a de um castelo: não interior, mas exterior.

Para quem percorre o caminho da unidade, a presença de Jesus em meio aos irmãos é essencial. É necessário que essa presença esteja sempre viva; senão, será um fracasso pessoal. E é justamente ela que caracteriza o carisma da unidade. Do mesmo modo que dois polos da luz elétrica, embora existindo a tensão elétrica, não produzem a luz enquanto não se unem, mas a produzem assim que se ligam, duas pessoas não podem experimentar a luz típica desse carisma enquanto não se unirem em Cristo pela caridade.

Nesse caminho da unidade, se existir com os irmãos a presença de Jesus no meio, que é a norma das normas desta vida, tudo adquire sentido e valor no trabalho, no estudo, inclusive na oração e na aspiração à santidade, bem como na irradiação da vida cristã. Nessa espiritualidade, alcançamos a santidade se fizermos uma marcha em unidade rumo a Deus. […]

Santa Teresa de Ávila, Doutora da Igreja, fala de um “castelo interior”, a realidade da alma, em cujo interior mora Sua Majestade, a ser descoberto e todo iluminado durante a vida, superando as diversas provações. É esse um ápice de santidade num caminho prevalentemente pessoal, embora, nessa experiência, ela tenha arrastado consigo todas as suas filhas.

Mas chegou o momento, ao menos nos parece, de descobrir, iluminar, construir, além do “castelo interior”, também o “castelo exterior”.[…] Mas se pensarmos que essa nova espiritualidade que Deus dá hoje à Igreja alcança também responsáveis pela sociedade e pela Igreja, logo entendemos que esse carisma […] tende a fazê-lo (um castelo exterior tmbém) do corpo social e eclesial.

Falando recentemente a cerca de setenta bispos, amigos do Movimento, o Santo Padre disse: “O Senhor Jesus […] não chamou os discípulos para um seguir individual, mas indissoluvelmente pessoal e comunitário. E, se isso é verdade para todos os batizados”, continua o Papa, “vale de modo particular (…) para os Apóstolos e para os seus sucessores, os bispos”1.

Do mesmo modo, essa espiritualidade, como todos os carismas, é feita para todo o povo de Deus cuja vocação é ser cada vez mais uno e mais santo.

Chiara Lubich

De: Uma espiritualidade de comunhão. In: Chiara Lubich, Ideal e Luz, São Paulo 200, pag. 50.

1) Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XVIII (1995) 1, Città del Vaticano 1997, p.382.

6 Comments

  • I am developing a Metalogistics and Transcendental Semantics that is based on the idea of the nine choirs of angels as the “Exterior Castle* corresponding to Therese of Avilla’s “interior castle”.
    The focolorem came up because the theory is basically a Luminiferous theory of the hearth. It is a “,Totalisation of Thomas Aquinas’s theory extending beyond Act Potency analysis into Act Activity
    Actuality “dialysis”.
    It relies on the validity of using the Movement of the Unmoved Mover to extend Thomistic analysis into the concrescent.

    Sincerely,
    Mark Hooper.

  • Vero l’uomo si scopre figlio di Dio quando nell’altro incontra Cristo .Si perde nelle profondità dell’animo reciproco fino a ottenere una infusione d’amore. E lì che si concretizza la presenza del Padre..Ama tutti indistintamente.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *