Duas etapas para vivenciar intercâmbios culturais, formar caminhos de inclusão através da arte e desenvolver talentos musicais.

Yann Dupont é um professor de francês e leciona no Instituto Sainte Catherine em Villeneuve-Sur-Lot, na França.

Ele tinha um sonho: levar alguns de seus alunos para Madagascar, em Moramanga, para um intercâmbio cultural com a escola em Antsirinala.

Por acaso, um dia a Dupont conheceu Valerio Gentile do Gen Rosso. Um diálogo animado, simples e sincero. Nasceu uma ideia: por que não ir juntos a Madagascar, Gen Rosso e cinco de seus alunos, para um intercâmbio cultural e humanitário?

Dito e feito!

Os jovens franceses foram assim incluídos no grupo de treinamento “train the trainer” (formar o treinador, n.d.t.) onde alguns jovens interessados em artes cênicas também participaram. Eles tinham como lema as palavras que haviam experimentado durante as oficinas em Madagascar: “chamar pelo nome, colocar-se no lugar um do outro, viver um pelo outro com alegria, recomeçar”.

Uma tourné de 8 dias em novembro – graças ao apoio financeiro da ONG Edugascar – para 4 cidades diferentes: Ambatondrazaka, Moramanga, Antsirinala, Antingandingana. Os dias passaram-se entre oficinas de dança, percussão, canto e concertos. Mais de 500 jovens estavam envolvidos. “Acreditamos que todos nós experimentamos um pedacinho de um mundo mais unido aqui em Madagascar”, dizem do Gen Rosso. “Descobrimos um povo que transmite esperança, paciência, um senso de adaptação, serenidade e coragem para enfrentar a vida com seus desafios diários.”

Nancy Judicaelle, uma jovem de Madagascar, diz: “Por um lado estou triste por meu tempo com eles ter sido tão curto, mas estou tão feliz e profundamente emocionada, experimentando uma alegria inexplicável.”

Angel, um dos jovens participantes, acrescenta: “O show foi fantástico, porque tivemos um intercâmbio sobre música, educação das crianças e respeito pelo meio ambiente. Foi um grande espetáculo onde até mesmo as crianças puderam dar sua contribuição para toda a nossa comunidade.”

Os cinco estudantes franceses junto com o Gen Rosso continuaram o passeio, primeiro para Antsirinala onde foram recebidos – em um ambiente festivo e amigável – por uma escola de 200 crianças e jovens geminados com a escola Villeneuve, e depois para Ambatondrazaka. Aqui houve o encontro com a comunidade dos Focolares, em comemoração, porque foi a primeira vez que o Gen Rosso desembarcou em Madagascar.

“Vivi momentos incríveis de intercâmbio cultural que aconteceram muito naturalmente entre o Gen Rosso e o povo humanitário malgaxe”, diz Dumoulin Nicolas, repórter francês, que acompanhou a turnê, junto com um grupo de estudantes franceses que estavam ali em um intercâmbio. Foi uma grande aventura de uma vida”.

Etapa no Líbano
Outra viagem importante para a banda internacional foi ao Líbano para o projeto HeARTmony. Após a experiência na Bósnia, este programa formativo, no mês de novembro, fez uma etapa em Beirute, para jovens interessados em metodologias de inclusão social para migrantes e refugiados através da arte. Um estímulo para fortalecer as habilidades interculturais e refletir sobre as causas e os efeitos da migração no Mediterrâneo.

Adelson, Michele, Ygor e Juan Francisco, representando o Gen Rosso, reuniram-se com jovens da Cáritas do Egito, Cáritas do Líbano e membros da Humanité Nouvelle Lebanon.

Eles pousaram em Beirute e foram calorosamente recebidos pelos membros dos Focolares.

O principal objetivo da viagem era aprender a usar a música e a arte como ferramentas para aproximar as pessoas, especialmente as que vivem à margem da sociedade, como os migrantes, para fazê-las se sentirem bem-vindas em uma comunidade. “A arte é um meio poderoso”, enfatiza o Adelson do Gen Rosso, “a música chega onde muitas vezes não podemos chegar com as palavras. Uma pessoa pode se sentir amada e responder ao amor de muitas maneiras”.

O método é o mesmo de sempre: através de oficinas de canto, música e percussão, os talentos dos participantes são aprimorados em vista da construção da apresentação final.

Uma noite, a banda e os participantes do projeto também foram convidados para uma festa organizada pela comunidade dos Focolares de Beirute: fazer música e conhecer uns aos outros. Foi uma oportunidade para compartilhar algumas experiências de vida e descobrir mais sobre a realidade que os jovens libaneses vivem hoje.

“Eu quero partir, mas sinto que o Líbano só vai mudar se eu tiver coragem de ficar, se eu colocar em prática o que aprendi”, disse uma jovem durante a noite.

“Neste momento, é difícil dizer aos jovens para ficarem, mas as palavras desta garota me impressionaram profundamente”, continua Adelson. “Acho que é aqui que podemos recomeçar: colocar amor nas coisas que fazemos, para nos tornarmos protagonistas de nossa própria realidade. Talvez não veremos os resultados imediatamente, mas estou certo de que em breve o Líbano renascerá, como uma fênix”!

Lorenzo Russo

No comment

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *