Ago 16, 2019 | Sem categoria
#intimeforpeace – em tempo para a paz: é o hashtag que exprime o empenho dos jovens dos Focolares para o próximo ano e o foco de laboratórios, workshop e cursos em diversas partes do mundo, começando por Loppiano (Itália). Até maio de 2019 concentraram-se em ações e campanhas por uma Economia mais humana, de comunhão, atenta a quem vive em necessidade. Há alguns meses, os jovens dos Focolares começaram a trabalhar também nos vários âmbitos da Justiça. Sim, porque Economia e Justiça são os dois primeiros steps de Pathways for a United World: seis percursos com a duração de um ano cada um, sobre os quais se concentra o empenho e a ação dos Jovens por um Mundo Unido (JPMU) em todas as latitudes. “Cada ano enfrentamos um desafio diferente sem esquecer o compromisso assumido no ano precedente” – explica um dos organizadores – “o nosso empenho vai desde a economia até a política, a justiça, a arte, o diálogo entre as culturas e o desporto. Estamos realizando ações, colaborações e projetos baseados na fraternidade, com um impacto local que visa ao global”. “In time for peace” é o slogam que resume o empenho para o próximo ano. Enquanto isso realizam-se muitas atividades de formação e troca “mundial” de experiências dos Gen e dos JPMU sobre os temas da justiça, da paz, da legalidade e dos direitos humanos. De 7 a 22 de julho, em Loppiano (Itália), realizou-se uma Summer School com 40 jovens de muitos países, entre os quais Coreia, Hong Kong, Malta, Escócia, Itália, Brasil, Cuba, Myanmar, Polônia, Colômbia. Maria Giovanna Rigatelli, advogada, da rede de Comunhão e Direito, uma das especialistas presentes, evidenciou a importância de experiências deste tipo que permitem aos jovens de mergulharem tanto no patrimônio cultural como nas feridas dos diversos países com os quais entram em contato. «A situação mundial tem carência de conhecimento dos valores dos direitos dos homens. Durante a escola emergiu a importância do compromisso pessoal para contribuir, por exemplo, em relação ao drama das duas Coreias, ou em relação àquele de Hong Kong. Em muitos pontos do mundo pode-se acender uma luz com o nosso empenho». «A nossa nação é dividida em duas – comentou Y., coreana – e temos muitas feridas que porém não justificam essa divisão. Para ter a paz devemos aprender a dialogar. Durante a escola pensei: se continuamos a amar, amar, amar, talvez, no fim conseguiremos a reunir as duas Coreias!». Em relaçao à crise que está vivendo o seu país, D. explicou: «Antes da minha viagem para cá, aconteceram muitas coisas em Hong Kong que me fizeram pensar que a paz poderia não ser o único modo para resolver os problemas e que, talvez, às vezes, precisamos usar a violência. Sentia-me frustrado. Mas fiquei feliz com o que vivi aqui e pelas diversas pessoas que me falaram de paz. Este ano, vamos aprofundar e viver o “pathway” (caminho) dedicado aos direitos humanos, à justiça e à paz. Portanto, pergunto-me: é certo usar a violência, que as pessoas sejam feridas ou morram? Aqui, aprendi como amar os outros e como realizar o amor verdadeiro entre nós. Sei que percorrer o caminho da paz é dificil, mas penso que devemos procurar realizá-la sem usar a violência. Quando voltar para casa, quero viver aquilo que aprendi e experimentei em Loppiano para amar as pessoas em Hong Kong, também aquelas que odeio».
Stefania Tanesini
Ago 14, 2019 | Sem categoria
A riqueza material às vezes pode ocupar o nosso coração e gerar uma crescente ansiedade por possuir mais ainda, uma verdadeira dependência. A partilha dos bens materiais e espirituais com quem necessita, ao invés, permite experimentar uma liberdade verdadeira: é este o estilo de vida cristão que testemunha confiança em Deus Pai e edifica sólidos alicerces para a civilização do amor. Um presente de Deus David, o nosso quarto filho, parecia ter nascido normal. Pouco depois os médicos nos revelaram que ele era Down. Naquele instante duríssimo, meu marido e eu nos recordamos que havíamos aceitado David, desde o momento da sua concepção, como um presente de Deus. A irmã maior, ao saber da notícia, escreveu em seu diário: “Quero ser, para o David, não somente a irmã mais velha, mas também sua mãe”. Cercado por um grande amor, David continua a fazer muitos progressos. Vai regularmente à escola e é muito afetuoso, sempre entusiasmado pela vida. A sua felicidade é contagiosa. Enfim, revelou-se um verdadeiro presente de Deus. (Jaqueline – Escócia) Na prisão Na minha cela havia um rapaz que não tinha dinheiro e, para comer, tinha se apropriado da vasilha de um outro detento que o ameaçou e o obrigou a pagar três Naira. Ele começou a pedir esse valor aos outros companheiros. Eu só tinha cinco Naira que me serviam para comprar comida. Mas lembrei-me do Evangelho e entendi que para amar a Deus devia amar aquele companheiro. E então dei a ele o meu dinheiro. Mais tarde alguém levou comida para mim, na cela (Sylvester – Nigéria) O jantar Esta noite, logo que voltei da universidade, como sempre me sentei na frente da televisão esperando que minha mãe, que assistia o seu programa preferido, se levantasse para preparar o meu jantar. Depois pensei: dias atrás eu ouvi três estudantes de medicina falarem do Evangelho, eles salientavam a importância de fazer a vontade de Deus durante o nosso dia. Então me levantei e fui para a cozinha preparar o jantar. Foi o meu primeiro ato de amor consciente. (T. C. – Itália) Os alicerces do nosso matrimônio Depois de casados, apesar de nos querermos bem cada um de nós continuou “o mesmo de antes”, cada um com os seus hábitos. Um dia apareceram as divergências sobre a maneira de preparar um típico prato Tcheco. Naquela ocasião a distância que se criou foi tão grande que tomamos uma decisão: devíamos nos acolher assim como somos, sem querer mudar um ao outro. Talvez aquela tenha sido a oportunidade de colocar os alicerces do nosso matrimônio. Agora que somos avós procuramos transmitir aos nossos netos a mesma experiência, reconhecidos a Deus que nos abriu os olhos. (J. e T. – Boemia)
Aos cuidados de Chiara Favotti
Ago 13, 2019 | Sem categoria
Na Mariápolis Europeia, a história de uma amizade possível que lança sementes de paz Abrir-se e “escolher um estilo de vida inclusivo”. Abrir-se para reconciliar-se com o outro e descobrir a pérola que está dentro de cada homem. Abrir-se como Jesus, que foi ao encontro de todos, e deixar agir o Espírito Santo “que se alegra na diversidade, mas persegue a unidade”. É essa a estrada que o Rev. Ken Newell, ministro presbiteriano em Belfast, capital da Irlanda do Norte, percorre há muitos anos. Uma terra que ainda hoje sofre com as feridas deixadas pelo conflito que, desde o fim dos anos 60, durante 30 anos, viu se contraporem unionistas e separatistas: os primeiros, protestantes, defensores da permanência no Reino Unido; os segundos, católicos, defensores da reunificação entre Irlanda do Norte e do Sul. Um conflito de origem política que envenenou o tecido social, transformando as cidades em terreno de batalha e levando à “segregação religiosa”: protestantes e católicos vivem em bairros diferentes, as comunidades não se encontram, há desconfiança e preconceito. Não foi fácil para o reverendo Ken tentar construir pontes. Teve de fazer o primeiro trabalho ele mesmo: “Cresci em Belfast, em uma comunidade protestante e unionista”, contou na Mariápolis Europeia, “nos meus primeiros anos de vida, fui moldado pela cultura da minha comunidade (…); muitas coisas eram saudáveis, boas e serenas; outros aspectos, no entanto, me influenciaram a ter atitudes negativas com relação à comunidade católica, irlandesa e nacionalista; para superar isso, foram necessários alguns anos”. Um percurso que viu abrir-se lentamente e descobrindo a beleza da diversidade. Como quando na Holanda o encontro com um sacerdote o convenceu a participar de uma missa. Ou na Indonésia, onde, sendo professor de um seminário do Timor, pôde imergir em um país diferente, com língua, comida e cultura próprias. “Comecei a perceber que, justamente como há cores diferentes em um arco-íris, assim também Deus criou a raça humana com uma diversidade incrível; valorizar a cultura de Timor me ensinou a valorizar o bem dentro da minha cultura”. No vínculo com o sacerdote Noel Carrel, houve a descoberta de uma amizade possível: “percebemos que estávamos no Timor para servir o único Cristo, que tínhamos o mesmo pai celeste e éramos irmãos. Eu me perguntava se teria sido possível ter um amigo assim na Irlanda no Norte”. E disso saiu uma consciência clara: “O Espírito Santo fez com que eu me abrisse à ‘diversidade’ do outro lado do mundo e me impulsionou a procurar o melhor da cultura e da espiritualidade católica irlandesa”. Ao voltar a Belfast, em 76, foi chamado a comandar a Igreja presbiteriana de Fitzroy: seu estilo de vida inclusivo era contracorrente. Em um dos momentos mais difíceis do conflito, seu convite a construir novas relações foi acolhido pelos membros de um mosteiro redentorista em Clonard: assim nasceu a Clonard-Fitzroy Fellowship. A amizade humana e espiritual com o Padre Gerry Reynolds, que dirigia a Comunidade de Clonard, “companheiro na construção da paz”, dá vida a muitas experiências de partilha: “Começamos a ir juntos aos funerais de policiais assassinados por terroristas e de civis inocentes assassinados por grupos paramilitares legalistas; é raro ver ministros protestantes e sacerdotes católicos juntos em funerais para confortar os familiares dos falecidos”. E depois de participar das celebrações um do outro, P. Gerry e Rev. Ken começam a participar juntos de matrimônios entre pessoas de Igrejas diferentes. E tornou-se possível outro passo impensado: o sacerdote e o ministro foram convidados a encontros com os líderes políticos dos lados que lutavam, para chegar a um cessar fogo e adotar políticas de paz. Pouco a pouco, políticos dos principais partidos da Irlanda do Norte, o Partido Democrático Unionista (DUP), que defende permanecer no Reino Unido, e o Sinn Fein, que defende a união das Irlandas, reconhecem na Clonard – Fitzroy Fellowship um “espaço seguro” para confrontar-se. Cresce o desejo de reconciliação que levará, em 2007, ao “milagre de Belfast”: “em Stormont, o palácio do governo da Irlanda do Norte”, conta o Rev. Newell, “o Rev. Ian Paisley, primeiro ministro do poder executivo dividido, e o vice primeiro ministro, Martin McGuinness, ex-comandante do IRA, desceram a escada de mármore, sentaram-se lado a lado diante da imprensa mundial e dirigiram-se ao povo da Irlanda do Norte; falaram de sua determinação em conduzir o país para um futuro melhor e mais reconciliado”. Era a aurora de um novo dia. A Clonard-Fitzroy Fellowship, que já opera há 38 anos e inspirou milhares de iniciativas similares, recebeu em 1999 o prêmio internacional de paz Pax Christi.
Ago 12, 2019 | Sem categoria
Potencialmente, tem todas as condições para ser um modelo de convivência social e religiosa para todo o mundo, mas a longa crise econômica e política põe em risco esse equilíbrio. Há cinquenta anos os Focolares estão dando a própria contribuição. https://vimeo.com/343607373
Ago 10, 2019 | Sem categoria
leia o texto do vídeo
Ago 10, 2019 | Sem categoria
Na conclusão da Mariápolis europeia, Maria Voce relança o valor e a atualidade daquele pacto mundial pela fraternidade selado há sessenta anos. O discurso completo da Presidente do Movimento dos Focolares.
“Se um dia os homens, não como indivíduos, mas como povos, se um dia os povos souberem pospor eles mesmos, a ideia que eles têm de suas pátrias, os seus reinos, e oferecê-los como incenso ao Senhor, (…) e fizerem isto por aquele amor recíproco entre os Estados, que Deus pede, como pede o amor recíproco entre os irmãos, aquele dia será o início de uma era nova, porque naquele dia, tal como é viva a presença de Jesus entre dois que se amam em Cristo, estará vivo e presente Jesus entre os povos (…)”*. É o dia 30 de agosto de 1959 e com estas palavras Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, esboça o sonho da unidade entre todos os povos, que se delineará como a tarefa confiada por Deus para a humanidade ao Movimento nascente. Enquanto os ecos da Segunda Guerra Mundial, com seus rancores e suas feridas, ainda ressoam, milhares de homens e mulheres de 27 países diferentes, representando todos os continentes, estreitam um pacto de unidade entre eles. É 22 de agosto, dia em que a Igreja católica celebra Maria Rainha e estamos no final da Mariápolis, no vale de Primiero. À distância de sessenta anos, no dia 10 de agosto passado, a Mariápolis europeia, concluída recentemente em Tonadico, quis celebrar o aniversário e relançar o valor e a atualidade daquele pacto pela fraternidade dos povos. Abaixo, o discurso de Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares. “Sessenta anos atrás, nesses lugares, parlamentares de diferentes nações se uniram em uma oração para consagrar o próprio povo, e todos os povos da Terra, a Maria. Cada um trazia consigo as razões e as esperanças da própria gente e devia responder a elas, responsavelmente, com escolhas políticas apropriadas. Tinham diante desafios importantes, em uma época marcada por conflitos ideológicos que estavam polarizando o mundo em blocos contrapostos e constituíam uma ameaça para a paz. Depois da guerra, havia cidades a serem reconstruídas, e comunidades a serem restauradas, promovendo o desenvolvimento econômico, garantindo a legalidade e assegurando serviços à cidadania. Eram problemas urgentes aos quais corresponder com competência política e paixão civil. E, no entanto, aqueles políticos não se reuniram em uma mesa redonda, não organizaram uma cúpula internacional, mas rezaram pela unidade dos povos. Foi uma escolha incomum, certamente, mas prenhe de futuro. O que se pede à política é que aja com competência e responsabilidade, que seja honesta e coerente, que tenha paixão e coragem. Mas o valor que mais qualifica a ação política é a longa visão do mundo, isto é, a capacidade de ver além, mais longe, para planejar as configurações futuras da sociedade e estimular o seu crescimento. Sim, nos momentos de crise e de reconstrução, decifrar a mudança pode ser importante, intuir o futuro pode fazer a diferença. E quanto mais longe se sabe ver, mais incisiva e transformadora é a ação no presente. Aqueles políticos que, há sessenta anos, pediram a Deus o dom da unidade e decidiram se comprometer com a sua realização, souberam ver muito além. Da sua adesão ao carisma de Chiara Lubich extraíram um grande ensinamento: o destino do cosmo é a unidade. Eles não receberam um esclarecimento apenas intelectual, porque a unidade era o estilo de vida e a norma da Mariápolis: dela se fazia experiência nos pequenos e grandes gestos e em escolhas diárias. A unidade vivida no Movimento nascente irradiava uma luz particular sobre as relações sociais que todos eram chamados a viver, em qualquer circunstância se encontrassem. A unidade sempre se apresenta, em qualquer época, como um modo novo e revolucionário de conceber a vida e o mundo. Não é simplesmente um ideal como tantos outros, porque brota da própria oração que Jesus dirigiu ao Pai quando, erguendo os olhos para o céu, rezou para que todos fossem uma coisa só. A partir dessa invocação, a história humana adquire forma e significado. Não é por acaso que um dos primeiros políticos a seguir Chiara Lubich foi o parlamentar Igino Giordani, que acolheu o ideal da unidade interpretando-o com a seguinte expressão eficaz: “a história é um quinto evangelho”, porque mostra a constante, progressiva, realização da oração de Jesus e, portanto, do desígnio de Deus para a Criação. Tudo está em marcha na direção da unidade: isso significa que as mudanças sociais que podem transformar positivamente o presente, são aquelas que acompanham os cidadãos, as associações, os Estados, em direção a um mundo mais coeso e solidário. O que sustenta a cooperação, a paz, a aproximação das comunidades e dos grupos está em linha com o progresso autêntico e fundamenta o desenvolvimento. Em outras palavras, se se quer realizar o bem do próprio povo, é preciso ocupar-se do bem dos outros. Por isso, sobre as asas de uma mensagem profética sempre atual, Chiara Lubich continuou a difundir a mensagem da unidade, dirigindo-se aos políticos e a todos os cidadãos engajados no social com a exortação de “amar o partido do outro como o próprio”, de “amar a pátria do outro como a própria”. Os desafios atuais não são menos urgentes do que os de sessenta anos atrás. Aliás, hoje é ainda mais evidente a necessidade de trabalhar pela unidade dos povos. Os processos globais em andamento mostram a interdependência planetária de Estados, nações e comunidades. É cada vez mais evidente que há um destino comum para todos os povos da Terra, e que os grandes temas da atualidade dizem respeito a questões vitais para todos: o cuidado do meio ambiente, as antigas e novas pobrezas, os conflitos invisíveis e as guerras conclamadas, as migrações em escala global (com frequência, fruto precisamente da pobreza, das guerras e das mudanças climáticas), a redistribuição das riquezas, o acesso aos recursos naturais, o reconhecimento dos direitos humanos. São questões transversais às diferenças culturais, civis e políticas. Portanto, introduzem os povos em um circuito de constante confronto, a fim de amadurecer processos de integração política e de convergência decisória. Sim, hoje, o devir da humanidade exige, em alto e bom som, a unidade. O Movimento dos Focolares está respondendo a este apelo, favorecendo o diálogo entre as diferentes partes políticas (por exemplo, com o Movimento Político pela Unidade), promovendo a comunhão de bens e a cultura do dar (com a Economia de Comunhão), aprofundando a doutrina da unidade (por exemplo, com o Instituto Universitário Sophia), dando impulso à unidade em âmbitos de empenho profissional e social e com muitas outras obras e iniciativas específicas (através de Humanidade Nova). Também hoje, exatamente como há sessenta anos, podemos rezar a Deus pela unidade entre os povos da Terra. O meu desejo é que esta oração seja acompanhada por um compromisso renovado, assumido seja em nível pessoal seja comunitário, de viver pelo mundo unido. Difundiremos aqueles germes da mudança que são úteis para transformar o presente e para escrever páginas sempre novas da história da família humana em marcha rumo à unidade. (*) http://www.centrochiaralubich.org/it/documenti/scritti/4-scritto-it/183-maria-regina-del-mondo.html