Movimento dos Focolares

Juntos pela Europa: um “Sim” à criação

“Chamados à unidade – Rumo a uma ecologia das relações” é o título do workshop online promovido pela rede Juntos pela Europa (IpE, na sigla em italiano). O evento foi preparado por expoentes de várias Igrejas, Movimentos e Comunidades, com o objetivo de evidenciar um dos “7 Sim” do caminho feito juntos: o “Sim à criação”.

Os desafios para a salvaguarda da criação e por uma ecologia integral crescem de maneira exponencial no mundo, a rede Juntos pela Europa dedicou a este tema um dia inteiro, em um workshop online. Profissionais e cristãos de várias Igrejas, membros de diferentes Movimentos, de 9 países europeus, participaram do Seminário intitulado “Chamados à unidade – Rumo a uma ecologia das relações”. Uma “viagem” envolvente, na qual os relatores expuseram as próprias pesquisas e sua atuação pela salvaguarda do ambiente, numa atmosfera de crescente convergência, iniciando em seguida um diálogo com as cerca de 130 pessoas presentes na “sala virtual”. As experiências já existentes em muitos lugares e as boas práticas encorajadoras, fáceis de serem imitadas, demonstraram o desejo e o compromisso em respeitar e conservar a criação para as futuras gerações. Um vínculo de unidade que se reforça entre os cristãos, colocando-os em relação uns com os outros.

Ponto central deste evento era o aprofundamento dos “7 Sim”, programa que a rede Juntos pela Europa assumiu durante o Congresso de Stuttgart (Alemanha), em 2007. Um “Sim à criação, defendendo a natureza e o ambiente, dons de Deus a serem conservados com empenho respeitoso para as futuras gerações”.

“Nada, nenhuma criatura existe fora da relação, cada ser é inconcebível sem a comunhão” – afirmou o Prof. Nicolaos Asproulis, vice-diretor da Academia de Estudos Teológicos de Vólos (Grécia), um dos relatores que, por diferentes perspectivas, iluminou a temática de uma ecologia das relações. Ao introduzir os trabalhos do dia, Stefania Papa, professora da Universidade de Campania (Itália), havia evidenciado a “lógica da harmonia relacional” que nos liberta do egoísmo, promovendo a primeira e mais essencial forma de ecologia”.

Gerhard Pross, moderador da rede, afirmou: “Para muitos dos nossos Movimentos o tema da ecologia tem um grande valor e hoje o conectamos com o nosso carisma da unidade, das relações”. Trata-se de chegar a uma visão holística do nosso relacionamento com a natureza, com a criação e com o seu criador. Em síntese, poderíamos chamá-la de “ecologia do coração”, resumiu Pross, citando o escritor Johannes Harti.

Após um intenso intercâmbio de testemunhos e experiências de pessoas de várias Igrejas, durante o workshop – que faz parte do projeto DialogUE, apoiado pela União Europeia-, foi apresentado o documento Europea Green Deal (Pacto Ecológico Europeu). Trata-se de um ambicioso projeto da União Europeia que desenvolve normas ambientais que estão entre as mais rigorosas do mundo. O conteúdo do encontro e as respostas dos participantes aos questionários inerentes a este evento, ajudarão na elaboração de um Kit com sugestões concretas para a União Europeia. O kit será então entregue, nos dia 16 de outubro de 2024, às Instituições Europeias em Bruxelas (Bélgica), juntamente com os resultados dos workshops precedentes sobre a comunicação e as políticas sociais, realizados em 2003, também com o cofinanciamento da União Europeia.

Para maiores informações pode-se consultar o site: Together4Europe | Una Rete Europea di Cristiani, per Unire Persone e Culture.

Para reler todas as falas dos relatores: Il nostro comune SÌ alla tutela del creato | Together4Europe

Maria Wienken, Segreteria internazionale di Insieme per l’Europa

Chiara Lubich: foi publicado o Diário 1964-1980

Chiara Lubich: foi publicado o Diário 1964-1980

Recentemente foi publicado o volume “Diário 1964-1980” de Chiara Lubich. O texto foi organizado por Pe. Fabio Ciardi, OMI, e lançado pela Editora Città Nuova, em colaboração com o Centro Chiara Lubich. “O Diário revela-se um instrumento extremamente precioso, que permite ultrapassar o limiar dos acontecimentos externos (a ‘vida externa’) e penetrar na maneira como estes são vividos (a ‘vida íntima’)”. Com estas palavras o Pe. Fabio Ciardi, OMI, explica o conteúdo dos Diários de Chiara Lubich,fundadora do Movimento dos Focolares, recentemente organizados por ele e publicados pela Editora Città Nuova, em colaboração com o Centro Chiara Lubich. Esta publicação faz parte da coleção “Obras de Chiara Lubich” que já possui 5 tomos. “Estão sendo elaborados cerca de quinze volumes. Não é a opera omnia – esclarece Pe. Fabio Ciardi – porque a opera omnia exigiria um enorme volume de trabalho. A impressão em papel inclui a obra de Chiara Lubich, ou seja, as obras principais, sobretudo as escritas. Desde um primeiro volume introdutório, que será uma biografia histórica”, até as cartas, os discursos públicos, os discursos de fundação, os diálogos. “Certo que as cartas e os diários talvez sejam a parte mais íntima de Chiara – acrescenta -. Aquela que a revela totalmente. Quando Chiara apresenta um discurso é um texto elaborado, preparado, revisto. Ao invés, quando tenho acesso à sua correspondência, ao seu diário, não existem filtros. Trata-se de um enxerto direto com a alma de Chiara. Diário e cartas são páginas que nos consentem ter um relacionamento com ela imediato, direto, não filtrado”. “O diário de Chiara Lubich tem a sua particularidade – explica ainda Pe. Fabio – porque é escrito não como um diário pessoal, mas quer justamente envolver todos os membros do Movimento em suas viagens. (…). Ela inicia com a descrição do que acontece, é como uma crônica, mas logo depois torna-se um diário íntimo. Porque o que ela deve comunicar não são simplesmente os fatos que está vivendo, mas como os está vivendo”. Os diários percorrem dezesseis anos, e para ajudar o leitor a situar e entender melhor os textos de C. Lubich, Pe. Fabio fez uma opção editorial precisa: “Após ter feito uma introdução geral a todo o Diário, proponho uma introdução para cada ano, contextualizando-o inclusive na vida da Igreja, na vida do mundo, de forma que se possa perceber o que Chiara está vivendo, mas com o horizonte mais amplo da vida da Obra, da Igreja e da humanidade”. A quem deseja saber como é melhor ler este livro e por onde começar, Pe. Fabio responde assim: “O primeiro conselho que eu daria é de abri-lo aleatoriamente e ler uma página. Certamente será envolvente. Por isso será um convite a ler mais uma e outra ainda. Não importa ler, digamos, de uma forma continuada. Pode-se ler um dia, outro dia, um ano, depois outro. E talvez isso possa suscitar o desejo de descobrir o fio que liga tudo. E então, recomeçar do começo, aos poucos, a percorrer este caminho, porque é um caminho… não é fácil o caminho de Chiara. É um caminho atribulado. Há momentos de provação, de doença. São períodos nos quais ela não escreve o diário. E por que não escreve? Talvez porque viva um momento de escuridão. Portanto, percorrer todo o caminho cronologicamente também ajuda a entender este mundo. Mas, para começar, talvez abrir aleatoriamente e ler, aqui e ali. Depois virá a vontade de uma leitura contínua e completa”. “O diário é seu, é pessoal, é a sua vida – conclui -. E isso se pode deduzir sobretudo pelo colóquio constante, que existe no diário, com Deus, com Jesus, com Maria, com os santos. (…). Faz-nos ver a sua alma, ver o que existe dentro dela. E isso ressoa em mim, porque é como um convite a fazer a mesma viagem, a possuir, eu também, a mesma intimidade. Lendo Chiara, no fundo eu me espelho não naquilo que sou, infelizmente, mas naquilo que eu sinto que deveria ser”.

Carlos Mana

Vídeo: Em diálogo com Pe. Fabio Ciardi (ativar as legendas em português)

Fazenda da Esperança: Amar é uma escolha

A Fazenda da Esperança é uma das 47 realidades envolvidas na primeira fase do próximo Genfest, nas quais os jovens serão convidados a trabalharem concretamente em algumas organizações sociais que já operam nos vários territórios. A Fazenda é uma comunidade terapêutica, fundada em 1983, que atende pessoas que desejam se libertar dos vícios. https://youtu.be/pYU5oRFCRcI

AsOne: “É preciso coragem”

Uma música que nasceu da experiência concreta de alguns jovens do Movimento dos Focolares que, unindo os próprios talentos, souberam expressar em música e palavras o desejo de se mobilizarem para mudar as coisas. https://youtu.be/ua8Hw-0_2RA

Sinodalidade e comunicação

Jornalistas, professores, especialistas em comunicação: um laboratório internacional no caminho sinodal “Qual comunicação para a sinodalidade?” Este foi o título de um webinar realizado no dia 7 de março em direto no Youtube, nascido após um longo debate entre especialistas em comunicação. Um caminho sinodal começou no ano passado com encontros mensais. Foi assim que, por iniciativa de NetOne, a rede internacional de comunicadores do Movimento dos Focolares, nasceu a ideia do webinar. Durante a primeira sessão do Sínodo, em outubro passado, o Papa Francisco pediu aos participantes que fizessem jejum das palavras. “A verdadeira comunicação tem um ritmo a ser respeitado: um tempo para calar e um tempo para falar” – disse Dom Brendan Leahy, membro da Assembleia Sinodal conectado de Limerick, Dublin. “A sinodalidade envolve ascetismo, aquela capacidade de olhar para dentro de nós mesmos e oferecer o “vinho destilado”. Portanto, use as palavras certas e não palavras vazias que levam à fofoca. Penso que o Papa nos convida sobretudo a imitar Maria na sua contemplação”. “Uma Igreja sinodal é essencialmente uma Igreja de comunhão, que se torna real quando há a comunicação dos dons de todos” – afirmou Monsenhor Piero Coda, secretário da Comissão Teológica Internacional que falou no evento. “Precisamos visar à qualidade da comunicação: não propor respostas opinativas, mas descobrir as verdadeiras questões que existem na sociedade para dar respostas proféticas”. O discurso de Thierry Bonaventura, responsável de comunicação da Secretaria Geral do Sínodo, liga-se às palavras de Monsenhor Coda: “A comunicação é a base de qualquer relação humana. Deus é comunicação, comunica-se, é diálogo entre as Pessoas da Trindade. Todas as questões que surgiram durante a primeira sessão do Sínodo de outubro passado estão ligadas ao tema da relacionalidade, a comunicação permeou o Sínodo, mesmo que tenha sido dada prioridade a fazer comunicação em vez de pensar na comunicação”. Em seguida, falou da Argentina, Isabel Gatti, coordenadora internacional da NetOne: “A partir da teoria da comunicação é possível oferecer chaves de interpretação para que os conceitos filosóficos e teológicos da sinodalidade possam melhorar as nossas práticas eclesiais nas dimensões individuais e também sociais. A nossa Igreja pode ser uma família se, como Jesus e Maria, assumirmos a dor da humanidade sofredora que hoje tem muitas faces ligadas à comunicação: polarizações sociais, guerras, desigualdades sociais”. Um exemplo de caminho sinodal é a reforma da comunicação do Vaticano. “O Papa quer uma Igreja em saída, na qual haja espaço para todos – afirma Dom Lucio Adrian Ruiz, secretário do Dicastério para a Comunicação. “Isto implica uma comunicação que, por um lado, abrace todas as novas tecnologias e, por outro, não esqueça nenhuma das antigas, porque ninguém deve ficar de fora. Depois há a experiência do Sínodo digital, um processo missionário para levar o carinho, o anúncio de Jesus também às pessoas que não vivem nas instituições da Igreja”. Depois há espaço para a inteligência artificial: como é que ela nos questiona na nossa profissão de comunicadores? “A resposta deve ser dada com três palavras: conhecimento, criatividade e responsabilidade – afirma Giovanni Tridente, diretor de Comunicações da Pontifícia Universidade da Santa Cruz de Roma. “Você precisa conhecer essa inovação tecnológica para entender como utilizá-la. Deve ser utilizada com criatividade para melhorar as nossas vidas e há necessidade de responsabilidade para utilizá-la também do ponto de vista ético para consciencializar e tornar as pessoas livres para formar a sua própria opinião.” Por fim, o discurso de Liliane Mugombozi, jornalista da República Democrática do Congo: “Quando comunicamos estamos dando algo de nós mesmos, da nossa visão de mundo, dos valores em que acreditamos, dos nossos medos, das tristezas, mas também as conquistas, as vitórias, as dúvidas, as esperanças, as nossas questões mais profundas. Um ato de comunicação pode ser uma dádiva que incentiva o encontro de pessoas, que cria contextos de diálogo e confiança mesmo em situações difíceis, e de caminhar juntos. Um provérbio Amhara (Etiópia) diz que “quando as teias de aranha se juntam, podem prender até um leão”. Por fim, espaço para diálogo e perguntas, experiências e impressões. Houve um desejo de transmitir e experimentar uma comunicação mais incisiva e sincera. Este webinar é apenas o início de uma jornada de sinodalidade e comunicação. Para mais informações acesse: net4synodcom@gmail.com

Lorenzo Russo