Movimento dos Focolares
Diálogo: um caminho para procurar o bem

Diálogo: um caminho para procurar o bem

Às vezes nos deparamos com situações nas quais é difícil expressar uma opinião, discernir a atitude a ser tomada. Seria necessário ter a capacidade de encontrar o sentido mais profundo das coisas e intuir os seus significados e perspectivas.
Há necessidade de luz e, assim como os mineiros que abrem caminho metro após metro com uma simples lanterna, nós também temos uma luz que pode iluminar os nossos passos, um de cada vez. Sabemos: o amor mútuo é uma luz potente que nos guia e é uma ajuda para o difícil percurso da consciência pessoal nos caminhos da vida.
Precisamos ser capazes de lidar com as muitas complexidades de visões e opiniões daqueles que nos rodeiam ou quem sabe até de pessoas que encontramos por acaso. É importante mantermos no coração a autenticidade diante de todos e estarmos conscientes dos limites do nosso ponto de vista. Essa abertura da mente e do coração, fruto do amor verdadeiro, nos abre para um diálogo que escuta, que busca algo de bom no outro e, assim, temos a possibilidade de construir algo juntos.
Em sintonia com essa busca pessoal, Timothy Radcliffe, um dos teólogos presentes no Sínodo dos Bispos da Igreja Católica, afirmou que “ a coisa mais corajosa que podemos fazer é sermos sinceros entre nós quanto às nossas dúvidas e às nossas perguntas, aquelas para as quais não temos respostas claras. Então nos aproximaremos como companheiros de busca, mendigos da verdade “(1).
Numa conversação com alguns focolarinos, Margaret Karram assim comentou essa reflexão: “Pensando bem, percebi que muitas vezes não tive a coragem de dizer realmente o que eu pensava: talvez por receio de não ser compreendida, talvez para não dizer algo completamente diferente da opinião da maioria”. Para ela, “ser ‘mendigos da verdade’ significa termos aquela atitude de proximidade, uns para com os outros, em que todos juntos procuramos o bem” (2).
É a experiência de Anita, que participa do grupo de artes cênicas Mosaico, criado na Espanha em 2017. O grupo é formado por jovens espanhóis que, por meio de sua arte e de suas oficinas, oferecem a própria experiência de fraternidade. Anita nos conta: “É a ligação com os meus valores: um mundo fraterno, onde todos (os bem jovens, os inexperientes, os vulneráveis…) dão a própria contribuição para esse projeto. ‘Mosaico’ me faz acreditar que um mundo mais unido não é uma utopia, apesar das dificuldades e do trabalho duro que isso acarreta. Cresci trabalhando em grupo, com um diálogo que às vezes pode parecer franco até demais, e muitas vezes abrindo mão das ideias que eu achava serem as melhores. E o resultado é que ‘o bem’ é construído tijolo por tijolo em conjunto, por todos nós ” (3).


1. Padre Timothy Radcliffe, Meditação n. 3, Amizade, Sínodo dos Bispos, Sacrofano, 2.10.2023.
2. Conversação aos focolarinos, Margaret Karram, Presidente do Movimento dos Focolares, Rocca di Papa, 3.02.2024.
3. Mosaico GRLP participa do projeto “Fortes sem violência” que organiza oficinas multidisciplinares com os jovens durante três dias, procurando transmitir os valores da não-violência, paz e diálogo por meio da arte. Cfr. rivista LAR n. 1, primavera 2024, p. 11.

Foto: © Comunicazione Loppiano


A IDEIA DO MÊS, é preparada pelo “Centro do Diálogo com pessoas de convicções não religiosas” do Movimento dos Focolares. É uma iniciativa que nasceu no Uruguai em 2014 para compartilhar com os amigos que não creem em Deus os valores da Palavra de Vida, uma frase da Escritura que os membros do Movimento se comprometem a colocar em prática. Atualmente, A IDEIA DO MÊS é traduzida em doze idiomas e distribuída em mais de 25 países, adaptada em alguns deles segundo as exigências culturais.

“Examinai tudo e guardai o que for bom.” (1Ts 5,21)

“Examinai tudo e guardai o que for bom.” (1Ts 5,21)

A frase deste mês é tirada de uma série de recomendações finais que o apóstolo Paulo faz à comunidade dos Tessalonicenses: “Não apagueis o Espírito, não desprezeis as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom. Afastai-vos de toda espécie de mal”.[1] Profecia e discernimento, diálogo e escuta. Essas são as indicações de Paulo à comunidade, que tinha iniciado há pouco a caminhada de fé.

Entre os diversos dons do Espírito, Paulo apreciava muito o da profecia [2]. O profeta não é aquele que prevê o futuro. Na realidade, ele tem o dom de ver e compreender a história pessoal e coletiva do ponto de vista de Deus.

Mas todos os dons são orientados pelo dom maior, a caridade, o amor fraterno [3]. Agostinho de Hipona afirma que só a caridade permite discernir a atitude a ser tomada diante das diversas situações [4].

“Examinai tudo e guardai o que for bom.”

Precisamos ser capazes de enxergar não só os nossos dons pessoais, mas também as muitas competências e o mundo complexo de pontos de vista e opiniões daqueles que nos rodeiam e com os quais nos relacionamos – quem sabe até de pessoas que encontramos por acaso. É importante mantermos no coração a autenticidade diante de todos e também estarmos conscientes dos limites do nosso ponto de vista.

Esta Palavra de Vida poderia ser um lema a ser adotado em todas as situações de diálogo e de debate. Ouvir o outro, não necessariamente para aceitar tudo, mas para favorecer uma abertura da mente e do coração, sabendo que é sempre possível encontrar algo de bom naquilo que o outro diz. Trata-se de nos esvaziarmos de nós mesmos por amor e, assim, termos a possibilidade de construir algo juntos.

“Examinai tudo e guardai o que for bom.”

O Pe. Timothy Radcliffe, um dos teólogos presentes no Sínodo dos Bispos da Igreja Católica, afirmou que “a coisa mais corajosa que podemos fazer neste Sínodo é sermos sinceros entre nós quanto às nossas dúvidas e às nossas perguntas, aquelas para as quais não temos respostas claras. Então nos aproximaremos como companheiros de busca, mendigos da verdade”. [5]

Numa conversação com alguns focolarinos, Margaret Karram assim comentou essa reflexão: “Pensando bem, percebi que muitas vezes não tive a coragem de dizer realmente o que eu pensava: talvez por receio de não ser compreendida, talvez para não dizer algo completamente diferente da opinião da maioria. Entendi que sermos ‘mendigos da verdade’ significa termos aquela atitude de proximidade, uns para com os outros, em que todos queremos o que Deus quer, em que todos juntos procuramos o bem”.[6]

“Examinai tudo e guardai o que for bom.”

É a experiência de Anita, que participa do grupo de artes cênicas Mosaico, criado na Espanha em 2017 como expressão do Gen Rosso Local Project. O grupo é formado por jovens espanhóis que, por meio de sua arte e de suas oficinas, oferecem a própria experiência de fraternidade.

Anita nos conta: “É a ligação com os meus valores: um mundo fraterno, onde todos (os bem jovens, os inexperientes, os vulneráveis…) dão a própria contribuição para esse projeto. Mosaico me faz acreditar que um mundo mais unido não é uma utopia, apesar das dificuldades e do trabalho duro que isso acarreta. Cresci trabalhando em grupo, com um diálogo que às vezes pode parecer franco até demais, e muitas vezes abrindo mão das ideias que eu achava serem as melhores. E o resultado é que ‘o bem’ é construído tijolo por tijolo em conjunto, por todos nós”.[7]

Org.: Patrizia Mazzola com a comissão da Palavra de Vida


Foto: https://www.unitedworldproject.org/network/mosaico-grlp-2/

[1] Ts 5, 19-22.
[2] Cf. João Paulo II, Audiência Geral, 24.06.1992, nº 7.
[3] Cf. 1 Cor 13.
[4] Cf. Agostino di Ippona, Ep. Jo. 7, 8. .

[5] 5) Padre Timothy Radcliffe, Meditação nº 3, Amizade, Sínodo dos Bispos, Sacrofano, 02.10.2023. Tradução nossa. 3, Amizade, Sínodo dos Bispos, Sacrofano, 02.10.2023.
[6] Conversação com os focolarinos, Margaret Karram, Presidente do Movimento dos Focolares, Rocca di Papa, 03.02.2024. Tradução nossa.
[7] 7) Mosaico GRLP participa do projeto Fortes sem violência, que consiste em realizar laboratórios multidisciplinares com os jovens durante três dias em um número cada vez maior de cidades, procurando transmitir os valores de não-violência, paz e diálogo por meio da arte.

Emergência Goma (R. D. Congo)

Emergência Goma (R. D. Congo)

A cidade de Goma, capital da região de Kivu do Norte (República Democrática do Congo), foi atacada e agora é controlada pelo grupo rebelde armado M23. Os conflitos entre as forças do governo congolês e a milícia M23 se intensificaram após o assassinato do general Peter Cirimwami, governador da província de Kivu do Norte, em 25 de janeiro de 2025.

O Movimento dos Focolares está presente em Goma desde 1982 com uma comunidade muito ativa na ajuda às pessoas necessitadas e com inúmeras iniciativas de atendimento aos pobres e refugiados. Em 2019, foi inaugurado um focolare feminino. Desde 2020, com a ajuda de diversas organizações e pessoas de boa vontade, existe ali um Centro social para garantir ajuda de primeira necessidade e acolhimento. Ao mesmo tempo, foram lançados cursos de formação e orientação profissional para oferecer dignidade e meios de subsistência aos refugiados, com especial atenção às mulheres que criam seus filhos sozinhas. Muitas pessoas foram ajudadas dessa forma, incluindo aquelas que chegaram recentemente a um campo de refugiados perto do “Centro Louis Quintard / Focolare”. Desde 2023, graças ao apoio da AMU, teve início um projeto de microcrédito e, desde que as guerrilhas se intensificaram em fevereiro passado, a AMU também apoiou a comunidade do Movimento local na realização de ações de emergência, sobretudo por meio do fornecimento de água potável e kits de higiene para as muitas pessoas que se encontram nos campos de refugiados da cidade.

As tensões na região são muito grandes e há uma preocupação crescente sobre o que pode acontecer nos próximos dias com a possibilidade de uma escalada do conflito. Isso pode ter consequências dramáticas para uma cidade e uma população que já passam por situações difíceis devido a conflitos que duram mais de trinta anos.

Por isso, convidamos todos a reforçar a oração, unindo-se ao “Time out”, um minuto de silêncio e oração pela paz que propomos todos os dias às 12 horas locais, bem como apoiando todas as ações pela paz e incentivando as ações diplomáticas que buscam o fim de todos os conflitos em curso no mundo.

É possível fazer a doação online

AMU: https://www.amu-it.eu/campagne/goma/
AFN: https://afnonlus.org/project/emergenza-goma-in-rep-democratica-del-congo/

Ou por transferência bancária para as seguintes contas correntes:

Azione per un Mondo Unito ETS (AMU) IBAN: IT 58 S 05018 03200 000011204344 – Banca Popolare Etica Codice SWIFT/BIC: ETICIT22XXX

Azione per Famiglie Nuove ONLUS (AFN) IBAN: IT 92 J 05018 03200 000016978561 – Banca Popolare Etica Codice SWIFT/BIC: ETICIT22XXX

Motivo: Emergência Goma

Para essas doações são previstos benefícios fiscais em muitos países da União Europeia e em outros países do mundo, segundo as normas locais. Os contribuintes italianos poderão obter dedução e detração de renda, segundo as normas previstas pelas ONLUS.

Bispo Krause (1940-2024): “Irmão, que bom que nos encontramos”

Bispo Krause (1940-2024): “Irmão, que bom que nos encontramos”

Durante um encontro para bispos de várias Igrejas, amigos do Movimento dos Focolares, próximo a Estocolmo, na Suécia, em novembro de 2018, o bispo Krause foi entrevistado pela jornalista irlandesa Susan Gately, que lhe perguntou o que era exatamente o “ecumenismo” para ele. Publicamos – no dia seguinte da celebração, no hemisfério norte, da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos – um trecho da resposta do bispo Krause que ajuda a delinear a sua imagem, a sua abertura e a sua paixão pelo caminho ecumênico.

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Como ter esperança num mundo que sofre?

Como ter esperança num mundo que sofre?

24 de janeiro de 1944: Chiara Lubich descobriu o ponto que se tornará chave na espiritualidade da unidade: Jesus que experimenta na cruz o abandono por parte do Pai, expressão máxima do sofrimento, expressão máxima do amor.

Jesus Abandonado foi justamente a parte central de um momento artístico durante o Genfest de 2024, evento internacional dos Jovens do Movimento dos Focolares. Vamos propor alguns trechos.

Vídeo em português